Casos do Detetive Cutfield - Massacre em Nova Iorque
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Sobre este e-book
Nesta história conheceremos ao detetive Cutfield, um antigo policial que agora trabalha por sua conta. Depois de uma série de horríveis assassinatos, Cutfield é contratado pelo ajudante do prefeito, pois uma das vítimas tinha relação com este último.
Ao longo de sua investigação, o leitor sentirá apego e repugnância em partes iguais pelo polêmico detetive, enquanto ele usa qualquer meio ao seu alcance para resolver o caso. Muita ação e muita violência, decoradas com algumas engenhosas frases do protagonista. Estes são os ingredientes que formam uma história de humor negro que prende do princípio ao fim.
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Casos do Detetive Cutfield - Massacre em Nova Iorque - David J. Skinner
Índice de capítulos
A cena do crime
Um motel em Chinatown
A loira
Drogas e associações
Reflexão noturna
A chantagem
Uma rata ruiva
O pagamento
Um armazém no Harlem
Uma casa em Jersey
A verdade
Epílogo (o charuto da vitória)
A cena do crime
O detetive fechou a porta atrás de si, sem virar. O que acabou de ver naquele quarto teria feito vomitar ao mais aguerrido agente da lei e, de fato, ele sentiu náusea ao contemplar a dantesca cena. Tirou seu livreto e anotou um número; um simples número.
Nove.
Sim, era a nona vítima e, como as demais, a garota estava com os membros em posições impossíveis, a cabeça virada quase até as costas e uma marca gravada sobre seu peito feita, provavelmente, com um facão. Como as outras. Rezou em silêncio para que, dessa vez, a jovem estivesse morta antes que começasse o suplício, ainda que o duvidasse. O perito afirmava categoricamente que, nas outras oito vezes, as vítimas estavam vivas enquanto seus ossos trincavam e quebravam; enquanto o aço frio fazia brotar o sangue quente de seus corpos. Morriam quando seu pescoço girava mais do que suas colunas suportavam.
O sargento o olhou com curiosidade, esperando talvez uma reação mais grotesca, menos calma.
–Igual que as outras – disse Cutfield para si mesmo, em voz alta, enquanto se preparava para acender um cigarro–. Se o filho da puta foi tão cuidadoso como sempre, não encontrarão nem um fodido pelo dele.
–Cutfield!
Virou na direção de que vinha a voz. Era Jonathan Landers, ajudante do prefeito e velho conhecido seu desde muito tempo. Landers gesticulava exageradamente, tentando demonstrar o pouco adequado que era fumar naquele lugar.
Cutfield, claro, passou o fósforo por uma das paredes do lugar, fazendo-o acender. Logo, o aproximou de seu cigarro.
–Foram vocês que me trouxeram - respondeu, adiantando-se à iminente bronca do ajudante do prefeito. Fez um grande silêncio antes de seguir falando–. Mais alguma informação que você tenha esquecido de me contar?
–Estamos bem fodidos, Cutfield. Já somos capa do jornal Sun; depois de hoje, não estranharia que saíssemos na primeira página do Times também. Sabe quem era?
Landers apontou para a porta fechada.
–A filha de um repórter? –soltou Cutfield, com um meio sorriso no rosto. Para Landers não teve graça nenhuma.
–Era a amiga inocente do prefeito – lhe disse Landers ao ouvido, ainda que o detetive pensasse que, certamente, todos os presentes estavam cientes daquilo menos ele–. Hylan está nervoso; se os jornais descobrem...
–De todas as formas, eu não votei nele. –Jogou o cigarro, ainda pela metade, e continuou–. As confusões políticas, ou as confusões dos políticos, não me importam uma merda, Landers. O que sim me preocupa é que apareça outra garota... assim.
–Ontem de tarde houve um encontro com Hylan – começou a contar o ajudante–, em um motel de Chinatown. Essa foi a última vez que a viu com vida. Se eu fosse você, começaria por lá.
–Se eu fosse você, Landers, teria menos cabelo, mais má intenção, e incriminaria ao prefeito com minhas declarações. Temos