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Um Ato de Assassinato
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Um Ato de Assassinato
E-book322 páginas4 horas

Um Ato de Assassinato

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Sobre este e-book


“Era para ser uma peça de atuação”, disse Whittaker. “Mas quando alguém é morto a tiros, no palco em frente a uma platéia, isso se torna um ato de assassinato.”
 

IdiomaPortuguês
EditoraPHOENIX
Data de lançamento13 de set. de 2022
ISBN9781667441689
Um Ato de Assassinato

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    Pré-visualização do livro

    Um Ato de Assassinato - John Holt

    Condições de Venda

    John Holt assegurou seu direito pelo Ato de Direitos Autorais, Designs e Patentes de 1998 de ser identificado como autor desta obra.

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, armazenada num sistema de recuperação, ou transmitido por nenhuma forma ou quaisquer meios, eletrônicos, mecânicos, fotocópia, escaneamento, gravação ou outro tipo, sem a prévia permissão do editor, exceto por um crítico que poderá citar pequenas passagens numa crítica para ser impressa num jornal, revista ou periódico.

    Esse livro está sendo vendido sob a condição que não será, por acordo ou outro motivo, emprestado, revendido, contratado, ou de qualquer maneira circulado sem o prévio consentimento do editor em nenhuma forma de encadernamento ou capa outra que aquela na qual foi publicada e sem uma condição parecida inclusive essa condição sendo imposta ao próximo adquirente. Todos os personagens nessa publicação são fictícios e qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas é pura coincidência.

    História de Impressão

    Publicado inicialmente em janeiro de 2020. Esta edição publicada em setembro de 2022

    ––––––––

    Prefácio

    A história a seguir é totalmente fictícia.  Todos os lugares e pessoas incluídas nessa história são totalmente imaginários, e quaisquer semelhanças com pessoas reais vivas ou mortas, é completa coincidência, e não intencional.

    Todas cidades, e lugares nessas cidades foram imaginados.  Eles foram apenas criados por meus próprios propósitos, isto é para servirem para as necessidades da história.

    Agradeço a Lauren Ridley, Cherryloco Jewellery por me deixarem usar o logo da Phoenix no design dela.

    Meus sinceros agradecimentos a Robin e Marian Lennox  e os diretores da Casa de Espetáculos Woodbury Village, pela permissão de usar a foto deles como base para a capa deste livro.

    John Holt

    Assassinato Na Mansão Larkhall

    Um assassinato misterioso em Três Atos

    Prólogo

    Cinco Anos Atrás

    No dia 20 de fevereiro de 2014, durante uma auditoria rotineira da Seguradora Woodhouse, uma considerável quantia de dinheiro havia sumido. Pareceu que o dinheiro havia sido levado aos poucos durante doze meses. Apesar de verdadeira evidência ser mínima, a suspeita caiu num empregado que havia sido contratado no ano passado.

    Por quase oito meses Angela Hull esteve vivendo embaixo de uma nuvem de suspeita, acusação e incerteza.  Angela Hull foi presa, e acusada de roubar uma quantia de dinheiro do patrão. Por causa disso Angela Hull perdeu o emprego, e muitos de seus amigos.  Durante oito meses Angela Hull foi interrogada continuamente, terminando com um comparecimento no tribunal, onde foi condenada pelo roubo, e enfrentando possíveis dez anos de prisão no mínimo.

    * * *

    "Sexta-feira 4 de Outubro de 2014 - Gazeta Sussex Poente - Hoje na Corte da Coroa o julgamento da Coroa contra Angela Hull veio a um dramático, inesperado fim quando o caso foi dispensado pelo juiz David Lawrence, por falta de provas.  - Senhorita Hull foi acusada de roubar £100,000 da Seguradora Woodhouse, a empresa que a contratou.  Juiz Lawrence criticou muito tanto a polícia e a Promotoria da Coroa, e numa repreensão humilhante ele afirmou que o caso nunca deveria ter sido trazido a julgamento.  - Senhorita Hull, que ficou seis meses presa, foi indenizada numa quantia não revelada em danos, e honorários de sucumbência.  O Serviço de Promotoria da Coroa aceitou a repreensão e aceitou a ecisão do juiz. Falando depois como uma porta voz da senhorita Hull disse que apesar da indenização nunca poder compensar tudo que sofreu, estava feliz com o desfecho. Os últimos oito meses foram um pesadelo que Hull não desejaria para ninguém.  Hull agradeceu ao seu advogado, e equipe de defesa.  Hull acrescentou que quer esquecer tudo que passou.

    * * *

    Angela Hull jogou o jornal para um lado.  Lógico que Angela Hull estava feliz com o desfecho, quem não estaria?  Certamente Angela Hull estava feliz por tudo ter acabado, e ser passado.  O caso havia  sido dispensado, arquivos, danos indenizados.  Compensação de uma forma, Angela Hull pensou.  Mas ainda havia um problema.  Culpada ou não, caso provado ou dispensado, a coisa toda ainda não foi esquecida.  O caso nunca deveria ter sido levado a julgamento, é isso o que o juiz disse.  Mas foi levado, e isso a marcaria para sempre.  Os detalhes seriam lembrados ainda a anos, e disponíveis para todos verem.

    Então, o pesadelo estava finalmente acabado, e Angela Hull podia agora tentar reconstruir a vida, e seguir em frente.

    Ou Angela Hull poderia...

    * * *

    Capítulo Um

    Assassinato Na Mansão Larkhall

    Janet Cooper estava sentindo-se muito nervosa enquanto estava nas alas do teatro assistindo a ação no palco. Porém Janet Cooper deveria ser a primeira a admitir que o atual termo teatro estava, talvez, exagerando os fatos na questão, era um pequeno exagero.  Na realidade as alas desse teatro específico estavam localizadas numa Casa de Espetáculos de uma cidadezinha, que seria, pelos próximos cinco dias, a sede dos Atores Wokingham, e sua apresentação do Assassinato na Mansão Larkhall, um assassinato misterioso em três atos.  Hoje era a performance de estreia.

    Deveria, entretanto, ser dito que senhorita Cooper sempre se sentia nervosa na primeira noite, ou de fato em qualquer outra noite na questão. Em qualquer produção haviam cento e uma coisas em que pensar, e Cooper sabia que cada uma e todas elas poderiam facilmente dar errado, e muito frequentemente davam.  E com qualquer performance ao vivo, cada uma poderia se provar desastrosa para a produção. Qualquer contratempo poderia logo mudar o que deveria ser um intenso drama numa comédia. O cenário tinha o hábito de cair; luzes apagarem; cortinas prenderem; portas travarem; adereços no lugar errado; e atores frequentemente esqueciam as falas, ou sua vez. Para piorar os problemas de Cooper, ela sabia muito bem que qualquer falha, não importa qual, não importa quão pequena, como diretora, ela que levaria a culpa. Não haveria ninguém mais para culpar, seria tudo culpa de Cooper.

    Essa noite não seria diferente. De fato, se isso fosse possível, Cooper estava na verdade sentindo-se mais nervosa, dirigindo uma produção amadora como essa. Cooper talvez simplesmente tivesse motivo nesse caso em particular. Afinal, era um roteiro bem sem graça que havia sido na verdade escrito por alguém do elenco. Além do mais, tratava-se um enredo bem fraco que nunca seria aprovado se examinado atenciosamente. O único verdadeiro mistério nessa peça particular era por que alguém iria querer assistir afinal? De fato, as vendas de ingressos haviam sido fracas, e o teatro estava apenas meio cheio.  Não havia nada que Cooper pudesse fazer sobre isso, o que apenas piorava a situação ainda mais. Cooper odiava não poder mudar as coisas. Mas já era tarde demais agora. Essa era apenas a estreia, e na melhor tradição do teatro, o show deve continuar, haja o que houver.

    Na opinião de Janet Cooper o enredo sem graça era comparável apenas pelo título sem graça que havia sido dado a peça.

    - Assassinato na Mansão Larkhall, Janet Cooper murmurou.  Lembrava o título de um filme sem graça dos anos 1950.  Sem dúvida, era factual e direto ao ponto, mas pouquíssimo criativo, não é? Dificilmente sensacional, dificilmente digno de um prêmio Purlitzer, ou candidata a concorrer a um prêmio Bruntwood apresentada por uma estrela do cinema.

    Mas esse não era o único problema que Janet Cooper tinha, era? De fato, talvez o título não fosse tão ruim afinal, considerando tudo. Haviam muitos outros, bem piores, problemas para se preocupar. O principal era a atuação.  Tratava-se de um problema muitíssimo pior. Mesmo levando em consideração que era uma sociedade amadora dramática atuando, estava ficando cada vez mais claro que a atuação não era algo entendido de imediato por qualquer um no elenco.  Embora, Janet Cooper ter que admitir que embora eles não exatamente inspirassem confiança no diretor, os ensaios não haviam sido um completo desastre até agora.

    Senhorita Cooper tinha que admitir que London’s West End, ou New York’s Broadway, certamente não tinham nada a temer. Infelizmente não haveriam quaisquer produtores de Hollywood procurando-a, desejando levar a peça para o cinema.  Não haveria nenhum empresário querendo levar a peça para o palco de West End. Além do mais, havia pouquíssima chance de quaisquer prêmios Olivier, ou um Tony, virem tão cedo.

    Cooper olhou para a audiência.  Cooper sorriu ironicamente enquanto se perguntava quantos críticos de drama estavam ali, sentado na plateia, esperando ansiosamente.  Canetas prontas, críticas construtivas já se formando em suas cabeças.  Cooper estava aliviada por saber que a resposta provavelmente seria nenhum.

    Mas considerando todas suas descrenças, senhorita Cooper teve que admitir que o Ato Um havia realmente sido apresentado sem nenhum problema sério, e havia sido razoavelmente bem recebido por uma muito generosa, e pouco tolerante audiência.  Embora a forte probabilidade de que a maioria dos cento e vinte e três membros da platéia estivesse provavelmente relacionada a pelo menos um membro do elenco, ou pelo menos os conhecesse bastante bem, possa ter tido alguma influência na compra da entrada.

    Até agora o Ato Dois havia sobrevivido por vinte e cinco minutos ou mais, apesar de alguns problemas que ninguém aparentemente percebeu, ou percebeu, mas gentilmente não mencionou.  Cooper, pelo outro lado, havia visto tudo, mas como a diretora esse não era seu trabalho era?  E Cooper, diferente da audiência, não tinha intenção de ignorar nenhum problema, ou não comentá-lo.  Cooper anotou os erros, e acrescentou-os a sua lista de questões a serem discutidas com o elenco diretamente depois da apresentação.

    Cooper olhou para o relógio.  Só mais alguns minutos, e Ato Dois estaria seguramente encerrado.  Estava começando a parecer promissor, e Cooper começou a relaxar um pouco.  Depois haveria apenas mais um Ato para terminar.  Apenas outros trinta e cinco minutos, e tudo estaria acabado e terminado.  Talvez não fosse o desastre absoluto que ela havia imaginado, afinal. Apesar de tudo, parecia que tudo ficaria bem.

    Janet olhou para o palco.  Catherine Barr, que interpretava Isabel, a esposa do coronel, havia acabado de sair de cena, saindo pela esquerda. Catherine Barr estava parecendo orgulhosa, e havia claramente gostado da cena. James Donovan, ou coronel Mycroft como seu personagem se chamava, adormeceu na poltrona ao lado da lareira. Janet sorriu. Janet sabia que James Donovan não estava interpretando, ele estava realmente dormindo. Um uísque ou dois no máximo no Queens Head, estavam claramente começando a fazer efeito.  Apenas espero que ele não comece a roncar, Janet pensou.

    O palco estava meio escuro, e havia completo silêncio, exceto pelo toque do relógio.  Janet olhou para o outro lado do palco. Pequeno Timothy Saunders estava esperando por sua vez. Timothy Saunders viu Janet olhando para ele, e deu um aceno nervoso. Janet acenou de volta. - Você se sairá bem, Janet tentou comunicar a ele.

    O alarme do relógio começou a tocar. Houve o som de uma janela abrindo. Um vento soprando, sacudindo as cortinas.  No momento exato, o cano de uma arma pôde ser visto aparecendo nas cortinas. As cortinas abriram devagar, e Tim entrou no palco. Tim olhou em volta, e lentamente foi até o centro do palco. Tim parou, e olhou em volta mais uma vez.  Depois Tim olhou para a figura adormecida. Tim levantou a arma, apontou para o coronel, e levemente, lentamente, apertou o gatilho. Houve um disparo alto, seguido por uma arfada da audiência. As cortinas do palco desceram indicando o fim do Ato Dois. Janet soltou um suspiro de alívio. Apesar de todas as expectativas, a peça foi razoavelmente bem afinal.  - Graças a Deus, Janet murmurou.  Claramente a audiência ainda estava gostando da apresentação, pelos aplausos. Talvez Janet tivesse estado se preocupando todo esse tempo sem necessidade. Janet odiava o barulho daquela arma.  Apesar de Janet saber que o bang aconteceria, era sempre pega de surpresa, e se assustava.  Essa noite, porém o tiro pareceu mais alto que o normal, não como um ensaio, mas Janet sabia que isso era improvável.  Era apenas sua imaginação pregando peças, nada mais.  Janet ignorou o pensamento.  Mas depois houve o cheiro de pólvora pairando no ar.  Parecia tão real.  Janet nunca havia percebido isso antes, mas essa noite estava tão forte. 

    Janet supôs que isso era provavelmente por causa de alguma coisa a ver com o ar condicionado, ou sistema de ventilação.  Ou talvez isso fosse por causa que essa fosse a primeira apresentação pública, e alguém tenha decidido que precisava acrescentar um pouco mais de realismo nos procedimentos.  Não um toque ruim, Janet pensou.  De fato, isso era uma boa ideia.  Isso realmente de fato acrescentava alguma coisa.  A audiência pareceu gostar disso de qualquer maneira.  Janet decidiu falar com Susan Turner, que estava encarregada dos adereços, e parou de pensar nisso.

    - Tudo bem James, isso foi ótimo.  - Já pode levantar agora, Janet disse enquanto ia para o centro do palco.  James nem piscou.  - Vamos lá James, Janet insistiu, sorrindo.  James continuou parado.  - James, atrasaremos para o Ato Três, você sabe, Janet continuou, enquanto batia em seu ombro.  Claramente o uísque o derrubou.

    - Vamos, agora.  James ainda continuou parado.  - Chega, já deu James, ela começou a ficar brava.  Janet não precisava disso. Janet tinha mais que problemas suficientes para se preocupar, sem James fazer brincadeiras. - As cortinas baixaram, o Ato acabou.  - Você já pode parar.  - Ninguém está assistindo você, não agora, Janet avisou.  - Eu não tenho tempo para suas brincadeiras idiotas. - Tenho muito o que fazer.  Janet sacudiu James.  James continuou parado.  - James levante...

    - Agora! James continuou parado.  A raiva de Janet estava agora começando a virar preocupação. - James!!! Ela gritou mais uma vez.

    Outros começaram a rodeá-la.  - O que está acontecendo? Perguntou John Berry.  John Berry olhou para Donovan.

    - Como sempre ele quer impressionar seus adorados fãs.  John Berry fingiu-se emocionado pela encenação. - Nós o saudamos, ho grande ator.

    - Qual é o problema?  Rose Fuller perguntou, olhando para Donovan. - Bêbado de novo eu acho.

    - Desmaiou de tanto beber se quer saber, acrescentou Ian Jackson, enquanto se juntava ao grupo.

    Concordo, acrescentou Berry. - Então qual é a novidade?

    - Por que apenas não tiramos a cadeira do palco, com sua majestade sentada nela? Sugeriu John Berry.

    - James!!! Janet chamou uma terceira vez, enquanto balançava seu ombro.  Depois Janet viu o sangue no peito de James.  Parecia tão real.  Mais realismo, Janet pensou.  Janet sacudiu James mais uma vez.  E depois Janet deu um enorme grito. - James está morto, Janet gritou. - James levou um tiro.

    Janet olhou para o seu lado direito.  Tim ainda estava ali.  Tim não havia se movido, e ainda estava com a arma.  Tim estava pálido.  Tim estava respirando com dificuldade, e tremendo muito.

    * * *

    O aplauso diminuiu aos poucos, e acabou parando completamente.  As luzes do teatro permaneciam apagadas.  Minutos passaram. Cinco minutos, dez, e depois quinze. O teatro permanecia no escuro, exceto pelo sinal da SAÍDA DE EMERGÊNCIA ainda acesso. A audiência começou a ficar impaciente, agitada. O que estava acontecendo? Um burburinho começou na audiência.  Inicialmente não foi mais que um cochicho, depois aos poucos foi ficando cada vez mais alto. Perguntas estavam sendo feitas. Por que a demora? Alguém se perguntou. Aconteceu alguma coisa? Perguntou outro. Alguém havia sido levado ao hospital, sugeriu mais alguém. Há, você sabe como esses grupos amadores são, alguém deu sua opinião. Nós fomos esquecidos, alguém resmungou.  Foi provavelmente um fusível queimado em algum lugar, mais alguém disse, seguido por riso. Então alguém começou a aplaudir levemente. Lentamente outros de juntaram.  Em pouco tempo todos estavam aplaudindo.  Depois os cochichos recomeçaram.  Por que nós estamos esperando?  Oh por que nós estamos esperando?

    De repente as luzes acenderam novamente, e o aplauso parou imediatamente. Eles encontraram a chave elétrica, alguém na fileira dos fundos falou.  Mais provavelmente eles encontraram algum dinheiro para a conta de energia, veio a resposta, que foi seguida por mais risos.

    Janet apareceu atrás das cortinas.  Janet parecia pálida, e estava tremendo.  As piadas pararam.  - Senhoras e senhores, Janet gaguejou nervosamente.  Janet parou, e respirou fundo. 

    - Senhoras e senhores, é com profundo lamento que eu tenho um anúncio para fazer.  Janet parou mais uma vez, e respirou fundo novamente.  - Por razões além do nosso controle, lamento dizer a vocês que não poderemos continuar a apresentação de hoje.

    Houve uma alta arfada da audiência, seguida pelo som dos assentos.

    - Se por gentileza deixarem seu nome, endereço, e número de assento, com meu assistente na porta, enquanto saem, providências serão tomadas para a devolução do dinheiro, Janet continuou. - Por favor saíam o mais rápido possível. Janet rapidamente se virou, e apressadamente voltou para trás das cortinas. Estava chorando.

    - Alguém chamou a polícia, e uma ambulância? Janet perguntou, enquanto olhava para o cadáver sentado na poltrona.

    - Já chamamos, Janet. - Não precisa se preocupar, respondeu Guy Palmer, o responsável pelo cenário. Guy Palmer se aproximou e colocou o braço nos ombros de Janet. - Já estão a caminho.

    * * *

    Capítulo Dois

    Delegado De Polícia Harry Cutler

    A delegacia de polícia da cidadezinha ficava no número 28 na Mill Lane. Para todas as intenções e propósitos a delegacia parecia ser uma razoavelmente comum casa geminada. Comum isso é, exceto pelo Ford Fiesta seminovo estacionado na frente da garagem. Branquíssimo, com um listra amarela e azul passando nas laterais. Num brasão de cada lado estava uma única palavra em azul escuro, POLÍCIA.  Depois havia a boa e velha lanterna fixada na porta do motorista.  E finalmente havia a placa de avisos no portão da delegacia.  Em letras de quatro centímetros dizia: Polícia de Wokingham, telefone número 01907 522477. Oficial no comando Delegado de Polícia Harry Cutler.

    * * *

    Delegado de Polícia Harry Cutler fechou o arquivo que esteve lendo.  Harry Cutler o colocou na mesa ao lado.  Havia sido um dia agitado, e Harry Cutler estava ansioso para ter uma noite relaxante. Fazer um intervalo bem merecido. Somente ele, sua cadela Lucy, que já estava encolhida dormindo na poltrona, algumas cervejas geladas, e a televisão. Betty, sua filha de dezoito anos saiu com o último namorado, e Mary, sua esposa, estava na sua aula noturna na igreja.

    - Computação para iniciantes, Cutler murmurou.  Está mais para computação para os apavorados. O que seria depois? Cutler pensou. Ela vai ficar enfiada naquela internet o dia todo, naquele tal de Facebook, e mandando e-mail para todo mundo e qualquer um.  Cutler suspirou, toda essa tecnologia era incompreensível para ele.  Oh sim, ele tinha um celular, mas tudo o que fazia era ligar e receber ligações.  Não tinha nenhum desses tais...aplicativos, seja lá o que fossem.  Não fazia o chá, ou arrumava a casa.  Só fazia ligações.

    Porém contanto que ela estivesse feliz com isso, Cutler pensou, isso era tudo que importava. Cutler teve que admitir que o curso Processamento de Palavras no ano retrasado havia certamente se provado útil afinal, especialmente com os intermináveis relatórios que eram necessários.

    Cutler pegou o controle remoto, e ligou a televisão.  Alguns minutos depois, tendo mudado provavelmente uns mil canais, Cutler escolheu um de séries policiais, Midsomer Murders. Um pouco de boa e velha bobagem realmente, Cutler pensou, e até então desconectada da vida real.  Mas mais uma vez, quem precisava da vida real depois de um dia de trabalho, afinal? Além do mais, Cutler tinha que admitir que era razoavelmente divertido, sem mensagens escondidas, e nenhuma daquela linguagem feia que ninguém suportava. 

    Porém Cutler se perguntou, com tantos assassinatos naquela cidadezinha, quem em sã consciência iria querer viver lá afinal?  Ele certamente não iria.  Cutler estava muito feliz onde morava.  Cutler também se perguntou, com tantos assassinos capturados, quem no mundo planejaria um assassinato na vila de Midsomer. Eles não tinham chance de escapar.  A pergunta, porém, era se ou não ele poderia solucionar o crime antes do fim do programa? Na verdade, ele nunca poderia, principalmente porque ele geralmente estava dormindo bem antes do programa terminar.

    Diferente da vila de Midsomer, nada ruim já aconteceu em Wokingham. Era apenas uma boa e quieta cidadezinha só isso.  Talvez seria considerada chata para alguns, sem graça e previsível talvez, mas Cutler estava feliz.  Não queria o agito e pressa da cidade grande. Cutler gostava de paz e calmaria.  Cutler gostava da previsibilidade.

    Cutler pegou uma cerveja, e sossegou.  Cutler bebeu muito, e encostou novamente na cadeira.  Cutler esperava completamente se juntar ao cachorro no sono em poucos minutos.

    O programa começava às 21:00.  Vinte minutos depois delegado Cutler estava dormindo profundamente.  Foi aí que ligaram.  Inicialmente Cutler não acreditou, depois de atender.  Isso não era mais que um trote, uma

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