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Aquela Noite Em Auschwitz
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Aquela Noite Em Auschwitz
E-book207 páginas2 horas

Aquela Noite Em Auschwitz

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Sobre este e-book

Publicada pela Mafra Editions, uma casa editorial com sede em Joinville/Santa Catarina, o romance histórico 'Aquela Noite Em Auschwitz é uma obra que já emocionou milhares de leitores no Brasil e no mundo. A Alemanha nazista presenciava a forte iminência da Segunda Guerra Mundial. Diante de um cenário cada vez mais caótico e discriminatório, Lindie, uma adolescente carismática e de opiniões fortes, vê-se em meio a um dilema: apoiar o regime de Adolf Hitler, assim como seu pai, um general de elite, e seu namorado, o soldado Joseph, ou ir contra toda a barbaridade que assolava seu país?Em uma Berlim cada vez mais dominada pelos ideais do Terceiro Reich e com a literatura e a ciência censuradas, Lindie não desiste de lutar por sua educação e acaba conhecendo Steve, um jornalista e professor universitário, por quem se apaixona.Dividida entre dois amores, a jovem ainda precisa encontrar uma maneira de salvar suas amigas judias, capturadas pela polícia alemã.Um emaranhado de propósitos e causas fará com que Lindie viva episódios que colocarão sua vida e a vida de sua família em risco. Suas decisões também se refletirão em seu coração, mostrando que, mesmo em meio a tanta barbárie, seu único pilar é o amor.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de dez. de 2022
ISBN9781526070531
Aquela Noite Em Auschwitz

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    Aquela Noite Em Auschwitz - Jamila Mafra

    Apresentação

    A Alemanha nazista presenciava a forte iminência da Segunda Guerra Mundial. Diante de um cenário cada vez mais caótico e discriminatório, Lindie, uma adolescente carismática e de opiniões fortes, vê-se em meio a um dilema: apoiar o regime de Adolf Hitler, assim como seu pai, um general de elite, e seu namorado, o soldado Joseph, ou ir contra toda a barbaridade que assolava seu país?

    Em uma Berlim cada vez mais dominada pelos ideais do Terceiro Reich e com a literatura e a ciência censuradas, Lindie não desiste de lutar por sua educação e acaba conhecendo Steve, um jornalista e professor universitário, por quem se apaixona.

    Dividida entre dois amores, a jovem ainda precisa encontrar uma maneira de salvar suas amigas judias, capturadas pela polícia alemã.

    Um emaranhado de propósitos e causas fará com que Lindie viva episódios que colocarão sua vida e a vida de sua família em risco. Suas decisões também se refletirão em seu coração, mostrando que, mesmo em meio a tanta barbárie, seu único pilar é o amor.

    O menino

    O menino, como de costume, levantou-se cedo naquela manhã. Sua mãe sempre o levava para o mosteiro que ficava a poucos minutos de sua casa. Ele era coroinha fervoroso e dedicado, e, além de tudo, cantava no coral. Tinha apenas oito anos de idade, mas já era admirador da dedicação e missão dos sacerdotes.

    Ao fim de mais um ensaio dos cânticos, naquele dia de sol, a mãe do menino ainda não havia voltado para buscá-lo. Foi quando, enquanto brincava de correr com outros garotos, parou e avistou, pela primeira vez, com mais atenção, a imagem da cruz diferenciada no frontão do mosteiro. Era a suástica, que até aquele momento, especialmente na Índia, era considerada um símbolo positivo do movimento perpétuo da humanidade. A imagem dessa cruz jamais sairia da cabeça daquela criança.

    De repente o menino ouviu a voz de sua mãe chamá-lo:

    — Adolf. Meu filho, vamos para casa.

    Ele olhou para trás de modo brusco, como quem tem seus profundos pensamentos interrompidos. Adolf seguiu em direção a sua mãe, mas não sem antes olhar mais uma vez para trás. Ele queria contemplar pela última vez naquele dia a imagem que tanto o fascinara.

    Primeira Guerra Mundial

    Para Hitler a primeira guerra mundial havia sido a ocasião mais nobre de toda sua vida. Ao longo de quatro anos, Adolf foi cabo do exército alemão, onde serviu como mensageiro do décimo sexto regimento de infantaria da Baviera. Ele cruzava as trincheiras, no meio do combate, e entregava mensagens aos soldados. Essa era uma missão arriscada e, por ser bem-sucedido em sua tarefa, Hitler recebeu a condecoração da cruz de ferro.

    Com o passar do tempo, o jovem Adolf tornou-se um nacionalista radical, além do que, ainda nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, ele teve a ideia de fazer parte da política. Foi uma época em que aprendeu a cultivar a camaradagem com seus parceiros de guerra. Uma sequência de fatos relevantes fez crescer seu engajamento na política.

    Foi na noite de 13 de outubro de 1918 que uma bomba de gás explodiu na trincheira, deixando Hitler cego por algum tempo. Nessa ocasião, vários soldados alemães no front acabaram por ter que recuar, além de que muitos deles foram aprisionados pelos inimigos. Assim, os franceses passaram a ser inimigos dos alemães, porém estes, mesmo diante da derrota, decidiram marchar com dignidade pelas avenidas dos países inimigos.

    Ideais

    Como tudo nesse mundo, a Primeira Guerra havia acabado. Nessa época aconteceu algo que Adolf entendeu como sendo um novo recomeço: ele recuperou a sua visão, o fato ocorreu em um hospital militar localizado ao norte de Berlim.

    O início da república alemã surgiu com o fim da monarquia, quando o príncipe que reinava na época abdicou do trono. Naquele momento Hitler ouviu uma voz vinda do fundo de sua consciência e afirmou que essa voz o havia convocado a realizar um grande feito: a libertação do povo alemão e a restauração da grandiosidade da Alemanha, que padecia com miséria e fome alarmantes. Na consciência de Adolf, a nobre águia alemã fora destruída pelo domínio dos judeus na Alemanha.

    Já naquela época, o antissemitismo era fato antigo e consolidado, a novidade era que tanto os judeus mais pobres quanto os judeus mais ricos e da classe média eram feitos de bode expiatório diante das situações de crise e conflitos. Quase tudo passou a ser culpa dos judeus, que eram os proprietários de grande parte das empresas e comércios na Alemanha.

    Diante desta realidade, recém-saído do exército, Hitler estava decidido que este fato teria que mudar, custasse o que custasse. Ele acreditava que a Alemanha teria que ser devolvida aos alemães. Mesmo assim, existia a chance de Hitler ter o sangue judeu correndo em suas veias, isso porque a identidade de um de seus avós paternos não era conhecida. Além disso, segundo a futura lei nazista, que seria instaurada no país para que alguém não fosse perseguido por suas origens, era preciso que a pessoa provasse que nenhum de seus quatro avós era judeu.

    A cruz que ainda criança Adolf admirara no frontão do mosteiro receberia uma interpretação deturpada do nazismo. A cruz suástica passaria a ser, segundo sua ideologia, o grande símbolo da raça ariana, para os nazistas uma raça envolta por misticismo, uma raça de homens altos, loiros, magros e de olhos azuis. A eles Adolf acrescentou o capacete e uma áurea dourada da raça superior.

    ஜ۩۞۩ஜ

    Adolf sempre dizia em seus discursos: O jovem alemão deve ser magro, ter pernas longas e ser rápido como uma lebre, forte como um touro e resistente como o aço. Nós estamos determinados a criar uma nova raça.

    A mãe de Adolf faleceu com apenas quarenta e sete anos de idade. Essa morte o abalou, porque ela havia sido a única pessoa que ele verdadeiramente amara em sua vida. As lembranças do mosteiro não saíam de sua mente. Ela foi uma mãe amorosa e dedicada.

    ஜ۩۞۩ஜ

    Em todos os aniversários de Adolf, a imagem dela dominava não somente suas lembranças, mas também tudo ao seu redor.

    Logo após a morte de sua mãe, quando contava com seus dezenove anos de idade, ele se mudou para a cidade de Viena. Por mais incrível que pareça, Hitler não tinha a menor intenção de se tornar um político; na verdade, seu grande sonho era se tornar um artista importante. Ele pintava quadros e desenhava. Seu maior objetivo era ser aceito e ingressar na Academia de Belas Artes. Durante um período Adolf se manteve com o dinheiro que recebeu de herança, levando por um tempo a vida boêmia de um artista.

    Quando Hitler se deu conta de que havia várias comunidades estrangeiras vivendo na capital austro-húngara, como os checos, polacos, italianos e judeus, ficou indignado e afirmou tempos depois que essa situação era uma verdadeira profanação da raça!

    O Artista

    Tendo a arte por paixão e meta de vida, o jovem Adolf tentou entrar para a Academia de Belas Artes, todavia não se preparou para os exames de admissão, e muito embora tivesse em sua mente uma grande ambição, não foi aceito pela instituição.

    Foi justamente naquela época — em que Hitler foi renegado pela Academia de Belas Artes — que se aproximava a Primeira Guerra Mundial. Nessa ocasião, ele morava em uma pensão para rapazes. O jovem Adolf ganhava a vida desenhando e produzindo cartões postais para os turistas. Uma parte de sua renda ele gastava indo às óperas. Amava ouvir Wagner; a música de seu compositor predileto o deixava hipnotizado.

    Ainda que levasse uma vida mediana, Adolf admirava os heróis das antigas lendas germânicas. Em 1914, a declaração de guerra mudou totalmente a vida daquele jovem, até então um artista fracassado. Outrora Hitler fugira para a Áustria com a intenção de se livrar do serviço militar, no entanto, lá estava ele agora em Munique, completamente envolvido pelo sentimento nacionalista desesperado que direcionou a Europa ao terrível massacre.

    Adolf lutou na guerra e a guerra causou uma grande transformação em suas ideias.

    O Soldado

    O jovem soldado Adolf, depois de servir por quatro anos no regimento, voltou para Munique, mas, ao chegar, se deparou com uma Alemanha imersa em uma revolução. Nessa época ele já contava com trinta anos de idade. Nesse instante, tudo que ele queria era permanecer no exército.

    A recém-nascida República da Alemanha necessitava bater de frente com o movimento Revolução Marxista, que, de modo insistente, intentou tomar o poder inspirando-se nos bolcheviques e seus feitos na Rússia dois anos antes. Foi então que Adolf prestou toda a sua dedicação ao exército. Sua intenção também era ter onde morar e alimento para comer. Hitler acabou por se tornar um informante que fazia denúncias contra colegas suspeitos de fazerem parte do comunismo.

    Os superiores do exército assumiram para si a desafiadora missão do controle social, lutando contra os ideais comunistas que se alastravam pela Alemanha. Foi assim que notaram o espírito fervoroso antirrevolucionário de Adolf. Eles confiaram a Hitler a missão de reeducar os soldados alemães, bem como os prisioneiros retornados da guerra. Todos os seus líderes reconheceram que ele tinha o dom da oratória.

    Adolf, ao falar, cativava a todos que o escutavam. Era notório seu fanatismo por seus ideais. Todos que o escutavam acabavam por acreditar em suas palavras, que, na verdade, soavam como uma esperança para os alemães desesperados por emprego e condições de vida melhores. Desde o começo, Hitler sabia expressar-se de maneira intensa, dizendo tudo que o povo queria e precisava ouvir.

    Versalhes

    Algo incitava e revoltava intensamente os pensamentos de Hitler: o Tratado de Versalhes. Ainda naquele ano, denunciou esse tratado, que ele sempre chamava de a vergonha nacional. Depois de meses de debate, ao fim da Primeira Guerra, os vencedores, especialmente a França, Inglaterra e Estados Unidos, fizeram imposições duras de paz sobre a Alemanha. E fizeram isso como se a Alemanha tivesse sido a única nação responsável pelo grande massacre de vidas que foi aquela guerra.

    No dia 28 de junho de 1919, foi assinado o Tratado de Versalhes, que condenou a nação alemã a pagar pelas reparações infinitas, o que significou um peso e um enorme prejuízo à economia. Essa se tornou a principal lamúria da população alemã. Para piorar tudo, a Alemanha chegou a perder 13% do seu território e um décimo da população foi morta.

    As perdas para a Alemanha eram muito mais sérias do que se podia pensar. Parte de seu território foi retaliado devido à separação da Prússia Oriental da Alemanha para a reconstituição da Polônia, o que lhe privilegiou com o acesso ao mar. O exército alemão acabou por ser reduzido a cem mil homens. Contra a sua própria vontade, Adolf foi forçado a deixar o exército na Baviera, um lugar já muito turbulento, onde dominavam os grupos extremistas.

    O Partido

    Por ordem do exército alemão, Adolf se tornou um infiltrado no Partido dos Trabalhadores Alemães, com a intenção de espionar seus membros. Suas perspectivas quanto a um futuro promissor eram mínimas. Sem mais alternativas para aquele momento, ele se tornou então um agitador político em tempo absoluto. Já que não havia conseguido ser um artista, como tanto desejara em sua juventude, tudo o que lhe restara era tentar algo na esfera política.

    Falando em esfera política, àquela altura a Baviera era de extrema-direita, mas em Berlim o poder era de centro-esquerda, com o estabelecimento da república de Weimar.

    A grande estreia de Adolf na carreira política aconteceu em 1920, quando ministrou uma palestra chamada Por que somos antissemitas. Foi assim que começou a demonstrar todo o seu poder de persuasão, através de seus gestos e palavras fortes, impositivos, decididos. Ele conquistou muitos e muitos adeptos, até o ponto de se tornar o líder do partido cujo nome recebeu dele o acréscimo das palavras nacional e socialista. Foi assim que o Partido dos Trabalhadores Alemães passou a se chamar Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. De modo abreviado, ficou conhecido como Partido NAZI.

    Para que as reuniões do partido ocorressem em segurança, Hitler criou uma tropa paramilitar chamada de SA, uma pequena milícia devidamente uniformizada. O radicalismo nazista fez crescer o número de membros do partido de dois mil para vinte mil. Os ideais de supremacia racial do partido trouxeram adeptos importantes, que compactuavam com essas ideias. O crescimento do partido NAZI contou com o apoio da seita racista chamada Sociedade Thule, que carregava esse nome de um reino nórdico mitológico.

    O tempo passava cada vez mais veloz, e o nazismo ganhava força na Alemanha. No ano de 1922, seus membros financiaram o jornal que passou a ser o meio oficial de comunicação do Partido Nazista: o Observador Popular. Seu editor era Alfred Rosenberg, membro fiel da seita racista Sociedade Thule. Alfred cumpria com empenho seu papel de teórico do antissemitismo, tendo sido um dos principais idealizadores do holocausto.

    ஜ۩۞۩ஜ

    O ano era 1923. Os alemães estavam mergulhados na pobreza e crise econômica. Perplexos, os cidadãos alemães assistiam de mãos atadas aos franceses e belgas tomando posse do Vale do Rio Ruhr, uma região alemã rica em minérios e produtora de aço. Essa invasão aconteceu em razão da recusa da Alemanha em pagar as indenizações de guerra exigidas pelo Tratado de Versalhes. Os trabalhadores grevistas alemães foram facilmente substituídos por trabalhadores franceses. Esse fato aumentou a fúria do futuro ditador Adolf Hitler, que acabou por denunciar o governo, acusando-o de permitir que a França fizesse da nação alemã uma de suas colônias.

    A fome e a miséria se espalhavam violentamente pelo território alemão. Sem poder contar com seu vale de minérios, as despesas do governo chegaram ao topo, fazendo assim com que a Casa da Moeda alemã imprimisse quantidades exorbitantes de dinheiro. A consequência disso foi que o marco alemão sofreu uma trágica desvalorização ao ponto de um cidadão alemão ter que pagar 1 bilhão

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