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Efêmero
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E-book62 páginas31 minutos

Efêmero

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Sobre este e-book

Perdido entre a realidade e as memórias distorcidas de seu passado, Mateus Gamão vaga pelo desbotado País das Maravilhas tentando se lembrar... De alguma coisa. Com a ajuda da boa fada Cly, ele tenta recuperar os confusos fragmentos perdidos de sua sanidade, com a intenção de remontar aquele quebra-cabeças imaginário e descobrir em qual ponto de sua vida, aquele pobre chapeleiro tornou-se maluco.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de mar. de 2017
ISBN9781370245857
Efêmero
Autor

Natália Mussato

Curitibana da pinha, Natália Mussato começou escrevendo fanfics sobre o universo ninja. Com a incrível capacidade de salpicar drama e tragédia em suas histórias desde o começo dessa caminhada na escrita, garante preferir romance e felicidade na vida real. Gosta de gatos, chocolates, filmes de terror do tipo slash, céu cinzento com pancadas de chuva e post-its coloridos, inclusive aceita eles como presente de aniversário. Platônico é sua terceira publicação independente, embora tenha sido providenciada em 2014. Ela tem muito orgulho desse filho que demorou tanto para nascer.

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    Efêmero - Natália Mussato

    Natália Mussato

    Efêmero

    1ª edição

    EX! Editora

    2016

    Copyright © Natália Mussato, 2016

    Diagramação e Capa

    Samuel Cardeal

    Edição

    EX! Editora

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP:

    M989e Natália Mussato -

    Efêmero / Natália Mussato – Curitiba, PR: EX! Editora/2016

    1. Contos Brasileiros 2. Drama I. Título

    CDD B869.3

    CDU 821.134.3

    Todos os direitos reservados.

    É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização prévia do autor.

    Faz sol lá fora e uma tempestade dentro de mim

    — Mateus William

    *

    S

    egredos ditos em voz alta deixavam de ser segredos. No entanto, ainda que atravessasse o país relatando cada um daqueles pequenos assuntos escondidos, não o ouviriam; Mateus era a única pessoa naquele lugar, talvez daquele mundo, capaz de revelar segredos e fazer com que eles continuassem ocultos. Ninguém daria crédito a um louco, desequilibrado, pinel, perdido, maluco! Maluco, aliás, o mais fascinante de todos aqueles nomes zombeteiros. Soava engraçada a pronúncia de todas aquelas letras, consoantes e vogais unidas para criar uma palavra de diferentes interpretações, bastando ser dita com a entonação certa. O Maluco, de Mateus, podia ser engraçado, por vezes um incômodo ou mesmo irritadiço. Seu Maluco era mutante, tal como sua própria personalidade esquecida, vagando a passos tortos para lá e para cá, tentando se lembrar... Mas o maluco chapeleiro já não tinha mais tanta certeza sobre o que gostaria de saber.

    Suas memórias estavam perdidas, espalhadas em incontáveis chapéus de todos os formatos, tamanhos e abas. Às vezes eles até voavam para longe, jogando suas lembranças para o alto, obrigando-o a correr sem tirar os olhos castanhos daquele percurso enigmático feito por suas lembranças. Por que elas queriam fugir tanto assim dele? Também o achariam maluco?

    Passou por ruínas esquecidas pelo tempo e pelas pessoas, tateando as frágeis estruturas com a ponta dos dedos machucados. Se fechasse bem os olhos, conseguiria lembrar por elas, ver quais segredos suas fissuras guardavam, na esperança de encontrar os seus próprios. Não era justo apenas Mateus carregar consigo os segredos alheios, mas ninguém saber dos seus para lhe contar.

    A aspereza das pedras abandonadas fez cócegas em seus dedos, provocando um riso baixo que liberou todos os outros guardados naquelas ruínas. Sua mente, confusa e apagada, foi preenchida pelo colorido do passado, o bater de pés infantis contra as calçadas musicais, as risadas sobressaindo-se às

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