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Treze Contos Reais
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E-book66 páginas33 minutos

Treze Contos Reais

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Sobre este e-book

A literatura baiana existe. 'Treze Contos Reais' é prova. Nos temas abordados, no palavreado e ritmo do escrito, nos traços desassombrados de Enéas Guerra, nas cores e edição da Solisluna, no jeito de observar e compreender as ocorrências desse mundo sem fronteiras entre o aqui e o acolá, o deleite e o assombro. Esta obra tem gosto de mistério e mistura, coisas da Bahia.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento17 de abr. de 2020
ISBN9786586539097
Treze Contos Reais

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    Treze Contos Reais - José de Jesus Barreto

    TrezeContosReais.jpg

    Treze Contos Reais

    Copyright © 2020 José de Jesus Barreto

    Edição

    Enéas Guerra

    Valéria Pergentino

    Projeto gráfico e design

    Valéria Pergentino

    Elaine Quirelli

    Capa

    Enéas Guerra

    E-ISBN

    978-65-86539-09-7

    Todos os direitos desta edição reservados à Solisluna Design Editora Ltda.

    www.solisluna.com.br

    editora@solislunadesign.com.br

    Barreto e seus escritos

    Os acontecidos, aqui contados, carregam desse viver o espanto. O riso e o pranto.

    Dedico esses escritos aos filhos amados, tão diferentes: Bethânia, a que chegou primeiro, desbravadora;

    Marco, pedaço de vida tirado de mim cedo demais; Bárbara, relicário de encantamentos; Théo, caminheiro de acolhimentos.

    Tomem a tenência de desvendar e revelar os segredos, liberando aos ventos essas palavras avoadeiras.

    Com a benção da Mãe Zuite e do Pai Zé.

    Sumário

    Laroiê!

    Visagem

    Velha mangolê

    Caculé

    Passarinho

    Badogue

    Pedreiro

    Zefa da Trouxa

    Malingo

    Fastio

    Sem Nome

    Pingos urbanos

    Lampião

    Landmarks

    Cover

    No reino do deus tempo, o acontecido vira lembrança e a imaginação pura realidade.

    "Não desça os degraus do sonho

    Para não despertar os monstros.

    Não suba aos sótãos – onde

    Os deuses, por trás das suas máscaras,

    Ocultam o próprio enigma.

    Não desças, não subas, fica.

    O mistério está é na tua vida!

    E é um sonho louco este nosso mundo..."

    Mário Quintana

    Laroiê!

    Veio à luz num parto sem dores aos berros, choro que mais parecia uma gaitada, os olhinhos penetrantes acesos, e quando avistou a mãe piscou primeiro. Os dentinhos apareceram aos cinco, já falava aos oito meses e andou aos nove, um assombro para os adultos. O primeiro nome que pronunciou, com todas as letras e clareza foi ‘ga-to’, a brincar com o bichaninho da casa, puxando-lhe o rabo.

    Aprendeu a ler e escrever praticamente sozinho, antes de qualquer escola, futucando, espiando e garatujando revistas, papéis e paredes, a brincar com lápis, giz, canetas...

    O que restava ao alcance apanhava e saía correndo a rabiscar tudo, imitando letras, desenhando figuras, falando sozinho como se conversasse com alguém. Era assim desde nanico, sem gosto por escola, mas só de ver tudo aprendia. Também nunca foi de muita pergunta, mas era de prestar atenção, nada lhe passava despercebido, nem um besourinho que entrasse pela janela.

    Bom de boca, mamou à beça e cresceu comendo de um tudo, até farofa de dendê, rindo da própria cara melada do azeite amarelo. Miúdo, já pedia: ‘Quero merenda’, e saltitava ao receber presentes, um trocado, moedinha que fosse.

    Foi crescendo como um bom dador de recados, divertia-se

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