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Um gigante intrometido: Aventuras
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Um gigante intrometido: Aventuras
E-book77 páginas52 minutos

Um gigante intrometido: Aventuras

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Sobre este e-book

O Daniel recebe muitas prendas pelo seu aniversário. Entre elas, um livro no qual figura um gigante com muito mau humor e a quem parece agradar comer meninos. Em breve, o Daniel conhecerá este gigante e por sua causa viverá coisas boas e coisas más. Os seus amigos, ainda que reticentes de início, serão uma grande ajuda na aventura que tê por diante.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento11 de nov. de 2018
ISBN9781547555468
Um gigante intrometido: Aventuras

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    Um gigante intrometido - Rafael Estrada

    Para Elia e Alba.

    1. Segunda-feira

    ERAM NOVE da noite e Daniel estava exausto, com a cabeça encostada ao vidro da janela. O seu olhar perdido voava para longe, para muito longe, para lá das nuvens, em direção à Lua.

    —Pfff ... —suspirou.

    Muitos presentes estavam espalhados pelo chão. Daniel não lhes tinha dado muita atenção; apenas o tempo suficiente para rasgar os lindos papéis e remover o  celofane  contendo os nervos e deixar que a surpresa iluminasse os seus olhos. Depois rolaram pela carpete, tropeçando com batatas fritas semi-comidas, minúsculas minhocas e pegajosos pirulitos, até que pouco a pouco encontraram seu lugar e se misturaram com os seus velhos brinquedos.

    —Daniel...! —Chamou a sua mãe, enquanto punha o jantar na sala onde se ouvia a televisão—. Já arrumaste as coisas?

    Abruptamente transportado para a realidade do seu quarto, o menino chocou com um frasco, e embateu no canto da mesa. Segurando a dor, ele respondeu:

    —Não, mãe, ainda não terminei ...! —Mas a verdade é que nem sequer tinha começado.

    Um boneco de barba, parecido com um gnomo rabugento, declarou em voz alta:

    —O menino tonto está-se a aborrecer.

    —É um pouco essstúpido —disse o microscópio—: Falta-lhe imaginação.

    Daniel dissimulou, como se não fosse nada com ele, abrindo a história que Silvia lhe oferecera nessa mesma tarde.

    —MENINO, ESTÁS A OLHAR PARA ONDE? —gritou, visivelmente irritado, um gigante que ocupava a primeira página—. FECHA DEPRESSA QUE FAZ CORRENTE DE AR!

    Assustado, fechou o livro e deixou-o numa prateleira, para lê-lo talvez num outro dia. Como tantos outros, seria esquecido, enquanto aguardava que o menino lhe prestasse atenção. 

    Ele olhou em redor no seu quarto, sem saber muito bem o que buscava. Os posters e brinquedos nas prateleiras, mais do que alegrar as paredes, pareciam ameaçá-lo, recriminando-o pela sua falta de ânimo; o agrafador que estava sobre a escrivaninha tentou mordê-lo e a caneta gorda de doze cores quis pintá-lo, mas nenhum conseguiu; do cimo de um armário uma raposa de peluche mostrou-lhe a língua, fazendo blu-blu-blu..., e a bola de basquete começou a balançar-se perigosamente, como se lhe quisesse saltar sobre a cabeça.

    —Não sei o que querem vocês —queixou-se, engolindo o ranho—. Alguém diria que eu vos trato mal.

    —Nhã, nhã, nhã, nhã... —gozou o gnomo, agitando a barba—. O menino tonto não sabe o que queremos.

    Um relógio despertador em forma de galinha riu-se, cacarejando, e a consola acendeu-se emitindo um bip agudo.

    —Bí-Bí-Bíííííííííííííí...!

    —Daniel...!! Não estarás a brincar...? —gritou a mãe, dirigindo-se pelo corredor em direcção ao quarto.

    —E vem, e vem...! —gargalhavam os brinquedos—. Corre, Danielito, arruma o teu quarto... —apuparam-no adoptando poses ridículas, todos com o olhar cravado no menino.

    Daniel levou a mão à boca para que o seu queixo não se mexesse, mas não conseguiu evitar que lhe saltassem as lágrimas quando a sua mãe irrompeu pelo quarto.

    —O que se passa contigo, filho ...? Estás-te a sentir mal?

    —O RAPAZ ABORRECE-SE, SENHORA, VOCÊ NÃO PERCEBE?! —bramou o gigante desde o interior do conto, ainda que apenas Daniel o tenha ouvido.

    —Conta-me, o que se passa? —perguntou a mãe, enquanto lhe limpava carinhosamente as lágrimas.

    —Eu-eu aborreço-me, mamã.

    Os brinquedos festejaram com ruidosas e sonoras gargalhadas a declaração de Daniel. Olhando seu rosto, ninguém acreditaria que nessa mesma tarde ele tinha comemorado o seu aniversário.

    A mãe beijou-lhe a testa e levou-o para jantar. Mais tarde, quando o seu filho já dormia, ela arrumou os brinquedos e varreu o chão. Não queria pressioná-lo tendo ele já tido um dia mau.

    Durante o jantar, o papá e a mamã riam com vontade. Nessa noite, o concurso na televisão era particularmente divertido, porque o apresentador, tão simpático, fazia os concorrentes passar por verdadeiros apuros.

    Quando apareceram os anúncios, o pai de Daniel esticou o pescoço, como se quisesse sair da camisa:

    —Olha que bonito, olha...!

    E ali estava o último trabalho que seu pai fizera para a televisão: um dos primeiros anúncios de brinquedos da temporada, todos os sorrisos de crianças lindíssimas, efeitos luminosos e flashes brilhantes.

    —Não é bonito?! —Perguntou ele orgulhoso, hipnotizado pelo écran.

    Mas Daniel não lhe prestou grande atenção. As provocações de seus próprios brinquedos afectaram-no seriamente e ele não parava de remoer o assunto. Foi a primeira vez que se mostraram tão insolentes, a primeira vez que eles se riram dele abertamente e o apuparam.

    Como era possível que

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