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7° Coneco: Reencontros da Comunicação: Cidade, Estéticas & Resistências (7º Coneco: Congresso dos Estudantes de Pós-Graduação em Comunicação)
7° Coneco: Reencontros da Comunicação: Cidade, Estéticas & Resistências (7º Coneco: Congresso dos Estudantes de Pós-Graduação em Comunicação)
7° Coneco: Reencontros da Comunicação: Cidade, Estéticas & Resistências (7º Coneco: Congresso dos Estudantes de Pós-Graduação em Comunicação)
E-book336 páginas4 horas

7° Coneco: Reencontros da Comunicação: Cidade, Estéticas & Resistências (7º Coneco: Congresso dos Estudantes de Pós-Graduação em Comunicação)

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Sobre este e-book

O livro Reencontros da Comunicação: cidade, estéticas & resistências é um projeto do Congresso dos Estudantes de Pós-Graduação em Comunicação (Coneco) para reconhecer o compromisso de jovens autores que percorrem o caminho dedicado à investigação na área de Comunicação. Consideramos que essa prática pode instigar e proporcionar certo estímulo para o desenvolvimento intelectual na área de pesquisa, tanto de estudantes em pós-graduação (mestrado e doutorado) quanto dos ainda na graduação e/ou pós-graduação lato sensu.
Este livro é composto por 13 capítulos escritos por jovens pesquisadores que sustentam a vasta amplitude temática e metodológica – e também a inerente interdisciplinaridade – do campo comunicacional.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento4 de mai. de 2016
ISBN9788583381914
7° Coneco: Reencontros da Comunicação: Cidade, Estéticas & Resistências (7º Coneco: Congresso dos Estudantes de Pós-Graduação em Comunicação)

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    7° Coneco - Alê Maia

    CONECO

    CONGRESSO DOS ESTUDANTES DE 

    PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO

    REENCONTROS

    DA COMUNICAÇÃO:

    CIDADE, ESTÉTICAS 

    & RESISTÊNCIAS

    Apresentação

    O livro Reencontros da Comunicação: cidade, estéticas & resistências é um projeto do Congresso dos Estudantes de Pós-Graduação em Comunicação (Coneco) para reconhecer o compromisso de jovens autores que percorrem o caminho dedicado à investigação na área de Comunicação. Consideramos que essa prática pode instigar e proporcionar certo estímulo para o desenvolvimento intelectual na área de pesquisa, tanto de estudantes em pós-graduação (mestrado e doutorado) quanto dos ainda na graduação e/ou pós-graduação lato sensu.

    O Coneco faz parte do cenário acadêmico desde 2006. O congresso é uma iniciativa dos representantes discentes dos quatro programas de pós-graduação em Comunicação do Rio de Janeiro (UFRJ, UFF, Uerj, PUC-Rio e, em 2013, FioCruz) com o apoio das respectivas coordenações e do corpo docente. Por isso, a cada ano, uma das instituições torna-se sede do evento, proporcionando desse modo a possibilidade de sua (re)construção com base na interação entre novos e antigos organizadores, bem como de toda a vizinhança. Isto posto, em 2014 a Escola de Comunicação da Universidade do Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ) foi a grande anfitriã da sétima edição do congresso e abriu suas portas, entre os dias 15 e 17 de outubro de 2014, para acolher aproximadamente 300 inscritos, alunos de diversos programas de pós-graduação e de graduação de diferentes áreas e cidades de todo o Brasil.

    A intenção dos envolvidos na sua organização é a de firmar o Coneco como um espaço privilegiado para a produção e difusão do conhecimento, bem como torná-lo um dispositivo sem igual de preparação do corpo discente dos programas para o engajamento na carreira acadêmica. Assim, reafirmamos o objetivo do evento de ser um espaço para debater, refletir e problematizar questões que envolvem o campo da comunicação de forma democrática, a partir de encontros anuais, com o esforço de contribuir para a inclusão das pesquisas que são produzidas pelos alunos dos programas de mestrado e doutorado, no âmbito acadêmico, além de possibilitar a troca de experiências nas pesquisas realizadas e a reflexão desses pesquisadores para inúmeras questões ligadas à comunicação.

    Embora 2014 tenha sido um ano atípico – o país recebeu a Copa do Mundo FIFA e foi ano de eleições –, como é de costume, a temática que norteou o evento buscou salientar a identidade da instituição sede e, ainda, congregar as demais.

    Como podemos pensar a contemporaneidade a partir do meio em que vivemos e compartilhamos as nossas experiências? As manifestações que eclodiram no Brasil desde junho de 2013 são sintomas de algumas mudanças de paradigmas e representação que estão em curso, nas quais questões referentes à cidade têm papel privilegiado. No campo estético, os processos de subjetivação estão diretamente relacionados à produção e à vinculação de imagens e narrativas nas quais o corpo é protagonista.

    As mobilizações nas redes e nas ruas tornaram-se laboratórios de experiências, constituindo novos sujeitos políticos cuja relação com os meios de comunicação é um aspecto fundamental. A enunciação por meio dessas novas ferramentas possibilita outros discursos, colocando em questão a interlocução, a visibilidade e a legitimidade da informação sobre esses espaços comuns. Manifestações, ocupações, assembleias, rolézinhos e escrachos disputam o meio urbano, apropriando-se de elementos estéticos como formas de expressão social e política.

    A missão de eleger somente os artigos considerados como os melhores de cada Grupo de Trabalho sempre é dificílima e, de certa maneira, até cruel. Por essa razão, cada artigo passou por uma dupla avaliação cega, à qual cada parecerista atribuiu uma nota e justificativa. Em caso de empate, a decisão final ficou a cargo dos coordenadores do respectivo Grupo de Trabalho (GT). Desse modo, foram selecionados apenas um artigo de mestre/mestrando e um artigo de recém-doutor/doutorando de cada um dos seis GTs, além de um artigo de iniciação científica, dentre todos os GTs, para compor este e-book. Isto é, houve o cuidado de realizar a avaliação e seleção dos melhores de acordo com a titulação de seus autores.

    Este livro é composto por 13 capítulos escritos por jovens pesquisadores que sustentam a vasta amplitude temática e metodológica – e também a inerente interdisciplinaridade – do campo comunicacional. O volume é, então, iniciado pelos trabalhos que representam o GT 1 – Arte, Imagens, Estéticas e Tecnologias da Comunicação, coordenado pelos Professores Doutores Victa de Carvalho (UFRJ) e Marcio Gonçalves (Uerj), sendo eles "Jogar com textos: aproximações entre leitura e jogo nos videogames do gênero roguelike, de Ivan Mussa (doutorando, PPGCom/Uerj), e A arte da mercadoria e a mercadoria da arte: uma exploração das confluências entre a produção artística e o campo econômico na contemporaneidade", de Natália Favrin Keri (mestranda, ECA-USP).

    O GT 2 – Políticas e Análise do Cinema e do Audiovisual, coordenado pelos Professores Doutores Andréa França (PUC-Rio) e Rafael de Luna (UFF), escolheu como representantes os trabalhos de Leonardo Gomes Esteves (doutorando, PPGCom/PUC-Rio), Serge Bard e a transfiguração do cinema no Maio de 68, e dos autores Ramon Victor Belmonte Fontes (mestrando, Programa Multidisciplinar da UFBA) e Lidiane Santos de Lima Pinheiro (Doutora, Programa de Comunicação e Cultura Contemporâneas da UFBA), com "O discurso sobre os transgêneros no filme Tudo sobre minha mãe".

    No GT 3 – Subjetividade e Produção de Sentido, que teve a coordenação das Professoras Doutoras Índia Mara Martins (UFF) e Renata Rezende (UFF), os escolhidos foram Julia Salgado (Doutoranda, ECO/UFRJ), Quando o corpo é miserável, mas o espírito, empreendedor: a retórica do empreendedorismo como panaceia para a pobreza e o desemprego, e Ana Maria Vieira Monteiro (mestranda, PPGCom/UFJF), com "Transcendência do objeto: existencialismo, tecnologia e a metáfora de A Náusea".

    Para o GT 4 – Representação Social e Mediações Socioculturais, com a coordenação dos Professores Doutores José Ferrão (UFRRJ) e Letícia Matheus (Uerj), os escolhidos foram Tatiane Hilgemberg (doutoranda, PPGCom/Uerj), com O Herói Paralímpico: análise da representação de Alan Fonteles pelo Sportv Repórter, e Itala Maduell Vieira (mestranda, ECO/UFRJ), com Ironia nas representações do Rio de Janeiro nas crônicas de Carlos Drummond de Andrade no Caderno B.

    Já o GT 5 – Práticas de Entretenimento e Consumo, coordenado pelos Professores Doutores Bruno Campanella (UFF) e Tatiana Siciliano (PUC-Rio), teve como selecionados Affonso Celso de Miranda Neto (doutorando, ECA-USP), com Eram deuses os guitarristas? Mito, consumo e imaginário social, e Joana Beleza (mestranda, PPGCom/PUC-Rio), com ‘Elementar, meu caro Watson’: um estudo sobre a vida social da narrativa.

    O GT 6 – Discurso e Poder, sob a coordenação dos Professores Doutores Fabro Steibel (UFF) e Arthur Ituassu (PUC-Rio), tem como representantes os artigos Agências de notícias estatais e conglomerados privados de mídia – cooperação em comunicação e disputa por hegemonia na América Latina, de Pedro Aguiar (doutorando, PPGCom/Uerj), e "Com política não se brinca? As interações dos usuários com a fan page da Prefeitura de Curitiba no Facebook: análise da comunicação política em redes sociais, a função da linguagem do entretenimento e do humor no engajamento dos usuários e na transmissão de informação", de Marcelo Alves (mestrando, PPGCom/UFF).

    Para encerrar esta apresentação, estamos felizes de apresentar o promissor trabalho da jovem pesquisadora Bruna Cristina Mattos Santos (graduada, UFOP), com Representações e intervenções midiáticas: uma análise da cobertura fotojornalística durante o processo das ocupações do Morro da Rocinha e Complexo do Alemão artigo apresentado no GT 6, escolhido como o melhor do Coneco Jr., espaço oferecido pelo Coneco para alunos de graduação e pós-graduação lato sensu participarem dos Grupos de Trabalhos com seus artigos, que muitas vezes são desenvolvidos em disciplinas de seus cursos ou em atividades de iniciação científica/PET.

    Resumo e breve perfil dos autores

    Ivan Mussa é doutorando do PPGCom/Uerj e atualmente pesquisa ambientes digitais em videogames como experiências comunicativas. O autor ressalta que observar um jogo em funcionamento é perceber a convivência de várias formas comunicativas que se movimentam a partir da ação do jogador e da programação da máquina. A apreensão do sentido dá-se a partir das consequências das ações e dos dados que são exibidos na tela. É possível relacionar esse tipo de experiência com a da leitura? Em seu artigo, aborda esse problema com base em um entendimento do conceito de texto e leitura. Concentra a análise empírica em três jogos do gênero roguelike Rogue (1980), NetHack (1987) e Dungeons of Dredmor (2011) –, com o objetivo de mostrar como caracteres individuais conseguem veicular não só um significado pré-estabelecido, mas também a sensação de espaço e a possibilidade de ação sobre o software.

    Natália Keri é jornalista e mestranda do programa de pós-graduação em Ciências da Comunicação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Para a pesquisadora, obras de arte são produzidas e fruídas em meio ao ambiente social, transpassadas por relações econômicas, políticas, históricas e comunicacionais. O presente trabalho parte de inquietações sobre o papel da obra de arte na atualidade. Como a arte insere-se na vida social? Que tipo de mercadoria é uma obra de arte? A arte é um tipo especial de mercadoria em tempos em que todas as mercadorias já nascem revestidas de valores do imaginário?

    Leonardo Esteves é doutorando em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Seu artigo propõe uma reflexão sobre a filmografia de Serge Bard frente ao grupo Zanzibar, criado na França em torno do Maio de 68. A análise dá ênfase aos filmes Ici et maintenant e Fun and games for everyone, ambos produzidos em 1969. Pretende investigar algumas manobras do diretor no sentido de uma transfiguração do cinema, desde a eliminação do grão, menor referência na composição do fotograma, até uma nova participação do espectador.

    Ramon Fontes é Relações Públicas, formado pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), mestrando do Programa Multidisciplinar em Cultura e Sociedade da UFBA, com bolsa FAPESB. Integra o Grupo de Pesquisa CUS (Cultura e Sexualidade). A coautora Lidiane Pinheiro é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela UFBA (2012), com estágio doutoral na Université Paris X, mestra em Literatura e Diversidade Cultural pela UEFS e professora da UNEB. Integra o grupo de pesquisa em Análise do Discurso do CEPAD-UFBA. A pesquisa dos autores mostra que, na sociedade pós-moderna, a noção de sujeito busca abarcar uma gama de possibilidades identitárias (sexo, gênero, etnia, família etc.) que não estão mais fixas ou fechadas em si mesmas como se mantiveram desde o Iluminismo até meados do século XX. O trabalho tem como objetivo analisar de que forma a categoria sexual dos transgêneros (as travestis, em especial, as drag-queens e a transexual) é construída discursivamente no filme Tudo sobre minha mãe (1999), do cineasta espanhol Pedro Almodóvar. Constitui-se em uma pesquisa do tipo exploratória e está ancorada nas perspectivas teóricas da Análise do Discurso Francesa, dos Estudos de Cinema e da Teoria Queer.

    Julia Salgado é mestre e doutoranda em Comunicação e Cultura pela ECO-UFRJ e bolsista do CNPq. Pesquisa as reverberações da cultura empreendedora na mídia brasileira, dedicando especial atenção às figuras do empreendedor social e do microempreendedor individual. Outros temas de seu interesse são juventude, educação e consumo. À luz de uma nova figura jurídica criada pelo governo brasileiro – o empreendedor individual (EI) –, seu trabalho busca problematizar o processo de transferência de responsabilidade pelo acesso ao mercado de trabalho – uma responsabilidade que, como veremos, deixa de ser coletiva, tornando-se individual. Sugere-se que tal processo confere aos indivíduos a responsabilização por sua situação não apenas de desemprego, mas também de pobreza e miséria. Por meio de discursos que trabalham na construção de subjetividades empreendedoras como sendo positivas, requeridas e mesmo heroicas, o empreendedorismo vem sendo elevado ao status de melhor (ou mesmo única) alternativa ao problema de desemprego e miséria. E, ao difundirem que o brasileiro é um ser naturalmente empreendedor, tais discursos naturalizam a noção de que qualquer um é capaz de sair do estado de pobreza por meio da ação empreendedora.

    Ana Monteiro é mestranda da linha de pesquisa Estética, Redes e Linguagens do PPGCOM da Universidade Federal de Juiz de Fora, com bolsa pela Capes, e membro do grupo de pesquisa Estética e pensamento cinematográfico (UFJF). Em seu artigo, analisa passagens do primeiro romance filosófico de Jean-Paul Sartre, A Náusea, a partir do ponto de vista das relações entre seres humanos e seus objetos tecnológicos. Sua intenção no trabalho é introduzir a retórica existencialista na abordagem dos objetos de pesquisa em ciências humanas. Enquanto esses objetos, ditos antes inanimados, transcendem sua condição passiva, ainda prevalece na academia o que, já nos anos 1960, Herbert M. McLuhan criticava: o método de investigação pelo espelho retrovisor. Nosso existencialista contemporâneo não mais percebe quaisquer distinções entre homem, objeto e natureza. Desse modo, a náusea transforma-se em força criativa (tecnologia), exploração da existência que, de essencial, tem apenas a contingência: uma vez que existe, seu fim é absurdo.

    Tatiane Hilgemberg é doutoranda em Comunicação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, bolsista Capes, mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade do Porto/Portugal e membro do Laboratório de Estudos em Mídia e Esporte (LEME). A autora ressalta que a diferença entre corpos sempre despertou interesse da humanidade, sendo que tais diferenças podem ser inseridas no contexto normal e anormal. Tais contextos sugerem que existe uma dificuldade de se identificar com corpos que apresentam diferenças marcantes, que passam a ser vistos, muitas vezes, como patológicos. O artigo objetiva analisar a representação do atleta paraolímpico brasileiro Alan Fonteles em uma edição do programa televisivo Sportv Repórter, observando principalmente os estereótipos associados a esse atleta. Como consequência desse estudo, pretende-se ampliar as discussões sobre construção da imagem do atleta paraolímpico pela imprensa brasileira.

    Itala Vieira é jornalista, professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e mestranda do programa de pós-graduação da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ). Em seu trabalho analisa as crônicas de Carlos Drummond de Andrade no Caderno B do Jornal do Brasil, para o qual colaborou de 1969 a 1984, em que se combinam na escrita a cidade do Rio, cenário e tema recorrente, e a ironia, traço forte da modernidade. Tem-se em vista que Drummond inaugurou, no Brasil, reflexão sobre o (não) lugar do indivíduo solitário na massa urbana, que se identifica com ela e dela se desidentifica, como aponta Wisnik; e a perspectiva de Octavio Paz de que a consciência do outro na produção do poeta-cronista se estabelece não a partir da semelhança, mas pela identidade do eu e do outro (otredad), experiência expressa como um sentir-se só no mundo. Como se pretende dar a ver no pequeno recorte apresentado, o sentimento do mundo constituinte da obra de Drummond em geral faz-se presente notadamente pelo viés da ironia em suas crônicas.

    Affonso Celso de Miranda Neto é mestre em Musicologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e professor de Educação Básica e Tecnológica do Colégio Pedro II desde 2007. Atualmente o pesquisador é doutorando na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, na linha de pesquisa Linguagens e Estéticas da Comunicação. O autor observa que, desde a década de 1960, os guitarristas de rock são considerados ícones da cultura musical popular. Venerados por uma comunidade fiel de entusiastas, alguns deles são chamados de deuses, heróis e mitos. Suas histórias pessoais e artísticas são constantemente narradas e celebradas na mídia, tanto nos meios de comunicação tradicionais quanto nos ambientes digitais. E toda essa adoração pode ser visualizada concomitantemente no culto tecnológico à guitarra elétrica, instrumento musical mais vendido no mundo. A hipótese parte do princípio de que diversos mitos e narrativas heroicas são atualizados continuamente nas práticas culturais contemporâneas que orientam e transformam a visão de mundo dos atores sociais envolvidos na sua disseminação e consumo.

    Joana Beleza, na época da seleção, era mestre; em 2015 tornou-se doutoranda em comunicação social pelo programa de pós-graduação em Comunicação Social da PUC-Rio. Pesquisa livro, literatura, consumo e universos associados. Seu presente artigo objetiva compartilhar e discutir as primeiras intenções de um possível estudo da literatura enquanto experiência de consumo e consumo de experiência. O mote da pesquisa surge como resultado dos questionamentos suscitados pela sua dissertação de mestrado, A vida social do livro, que observou o artefato cultural analisado participando, via combinação material e simbólica, das mais variadas esferas e relações sociais, promovendo, além de novas leituras do objeto, novos leitores e consumidores em geral. Nesse próximo estudo, pretende-se investigar a simbologia e a força da própria narrativa no imaginário e na vida social do sujeito. Esse caminho estaria sendo inicialmente representado por meio do personagem emblemático Sherlock Holmes, que parece representar, segundo os estudos de Umberto Eco (1994), um exemplo do deslocamento do acordo ficcional entre leitor e obra a ambientes e contextos extraficção, apontando como real o personagem.

    Pedro Aguiar é doutorando em Comunicação pelo PPGCom/UERJ, foi professor substituto do departamento de comunicação do IACS/UFF e mestre em Comunicação pela ECO/UFRJ, na qual também concluiu graduação em Jornalismo. É pesquisador do grupo de pesquisas em Políticas e Economia Política da Informação e Comunicação (PEIC/UFRJ). Seu artigo propõe uma análise comparativa de três iniciativas de cooperação em comunicação na América Latina, sendo duas de capital privado e uma estatal – os consórcios de imprensa GDA (Grupo de Diarios América) e PAL (Periódicos Asociados Latinoamericanos) e a associação ULAN (Unión Latinoamericana de Agencias de Noticias) –, ressaltando a disputa por hegemonia entre capital e Estado, especificamente entre mídia privada e governos progressistas da chamada Guinada à Esquerda. À luz da divergência entre os conceitos gramsciano de hegemonia e althusseriano de aparelhos ideológicos do Estado, examinam-se as particularidades de cada corpo institucional, as condições de produção e de luta por poder e espaços de representação, de maneira a verificar a adequação dos respectivos paradigmas teóricos aos distintos modelos de cooperação regional em comunicação.

    Marcelo Alves é jornalista pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), com período de intercâmbio acadêmico na New Mexico State University (NMSU). Atualmente é aluno de mestrado do programa de pós-graduação em comunicação da Universidade Federal Fluminense, linha Mídia, Cultura e Produção de Sentido. Faz parte do corpo editorial da Revista Contracampo (B1) e do Laboratório de Mídia e Democracia (Lamide). O pesquisador explicita que a linguagem empregada na comunicação política institucional tradicionalmente adota tom sóbrio, rebuscado e formal. Contudo, o desenvolvimento dos meios de comunicação, das técnicas de marketing e da imprensa adicionou elementos que apelam às emoções do público, como em talk shows, em peças publicitárias e na dramatização jornalística. A lógica discursiva política, assim, foi transformada pelos atores de acordo com as características do veículo, da audiência e da estratégia elaborada. Esse processo se intensificou nas redes sociais, pois são mídias convergentes de uso cotidiano que criam narrativas personalizadas, inerentes às ligações e aos contatos dos perfis. Partindo do método da observação não participante, analisa-se a fan page da Prefeitura de Curitiba no Facebook, com foco na utilização de recursos de humor e de entretenimento na comunicação política e na interação dos usuários com o conteúdo, formando grupos contrapostos de lovers e haters. Com isso, pretende-se contribuir com a compreensão do uso das redes sociais por instituições oficiais e suscitar problematizações acerca das tensões que a linguagem do entretenimento provoca no debate político.

    Bruna Santos é jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto. Em seu trabalho analisa as fotografias dos jornais O Globo e O Dia sobre o processo de retomada de território com a finalidade de implantar uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) nas comunidades do Complexo do Alemão e Rocinha, respectivamente no ano de 2010 e 2011. A pesquisa tem por objetivo examinar como esses jornais cobriram tais eventos de grande relevância para a cidade. Por meio do método da análise de conteúdo, foi possível elencar quais as representações passariam pela análise semiótica e assim investigar de que maneira foi feita a cobertura dos casos, visando seu conteúdo imagético. O recorte realizado sobre a linguagem fotojornalística objetivou compreender de que forma suas características ajudam a ressignificar os episódios estudados.

    Desejamos a todos uma boa leitura!

    Alessandra Maia (org.),

    Autores selecionados,

    Equipe Coneco 2014

    Jogar com textos¹

    Aproximações entre leitura e jogo nos videogames do gênero roguelike

    Ivan Mussa²

    Introdução

    As aproximações possíveis entre o ato de jogar e o de ler podem ser mais numerosas do que se infere inicialmente. Essa hipótese seria comprovável, mesmo apesar das diferenças materiais entre livros e do videogames? Um livro consiste em um suporte que organiza textos e que comunica através do encontro com o leitor e sua forma específica de ler. O videogame acontece como processo, quando se aperta um botão que reposiciona bits no disco rígido, dados que se associam a uma programação alegórica do espaço que

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