Caninos amarelados: 3º Prêmio Pernambuco de Literatura
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Caninos amarelados - Mario Filipe Cavalcanti
Governo do Estado de Pernambuco
Governador do Estado: Paulo Henrique Saraiva Câmara
Vice-Governador: Raul Jean Louis Henry Júnior
Secretário da Casa Civil: Antônio Carlos dos Santos Figueira
Secretaria de Cultura
Secretário: Marcelino Granja
Chefe de Gabinete: Socorro Lacerda
Secretária Executiva: Silvana Meireles
Gerente Geral de Articulação Social: Severino Pessoa
Gerente de Formação e Capacitação: Aurélio Molina
Gerente de Planejamento: Fernanda Lais Matos
Gerente de Administração e Finanças: Manoel Araújo
Gerente de Políticas Culturais: Teresa Amaral
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Assessores de Comunicação: Tiago Montenegro e Michelle de Assunção
Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – Fundarpe
Presidente: Márcia Souto
Chefe de Gabinete: Marcela Torres
Vice-Presidente: Antonieta Trindade
Superintendente de Planejamento e Gestão: Henrique Lira
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Gerente de Produção: Diego Santos
Superintendente de Gestão do Funcultura: Gustavo Antonio Duarte de Araújo
Gerente Geral de Preservação do Patrimônio Cultural: Márcia Chamixaes
Gerente de Preservação Cultural: Célia Campos
Gerente de Equipamentos Culturais: André Brasileiro
Companhia Editora de Pernambuco
Presidente: Ricardo Leitão
Diretor de Produção e Edição: Ricardo Melo
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Projeto Gráfico e Capa: Luiz Arrais
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Produção Editorial: Marco Polo Guimarães
Revisão: Txt.etc.
Copidesque: Wellington de Melo
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© 2016 Mario Filipe Cavalcanti - Companhia Editora de Pernambuco
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*
C376c Cavalcanti, Mario Filipe
Caninos amarelados / Mario Filipe Cavalcanti. – Recife : Cepe, 2016.
3º Prêmio Pernambuco de Literatura – Contos.
1. Ficção brasileira – Pernambuco. 2. Contos brasileiros – Pernambuco. I. Título.
CDU 869.0(81)-3
CDD B869.3
PeR – BPE 16-114
*
ISBN: 978-85-7858-378-1
02.jpg"Assim o furor leva os animais a atacar a pedra ou o ferro
que os feriu, e cravando fundo os dentes vingar-se em
si mesmos da dor que sentem [...]."
Michel de Montaigne, Os Ensaios, Livro I.
As pessoas. As pessoas. E os cães.
Henry Charles Bukowski, Cartas na Rua.
"[...] pois ‘eu’ é apenas um dos espasmos
instantâneos do mundo [....]"
Clarice Lispector, A paixão segundo G. H.
Para o cão que existe dentro de cada um de
nós.
3º PRÊMIO PERNAMBUCO DE LITERATURA
Esta obra foi uma das vencedoras do 3º Prêmio Pernambuco de Literatura 2014, cujo objetivo é fomentar a produção literária no Estado através de uma política editorial de democratização do acesso ao livro, ao mesmo tempo que se apresenta como uma estratégia para promover a distribuição e circulação da literatura contemporânea pernambucana.
Promovido desde 2012 pelo Governo do Estado de Pernambuco através da Secretaria de Cultura, Fundarpe e Cepe Editora, o Prêmio Pernambuco de Literatura prevê a participação dos autores vencedores em atividades de difusão, fruição e formação desenvolvidas pela Secretaria, o que incentiva a formação, qualificação e ampliação da base de leitores das obras publicadas.
Foram 164 inscrições, provenientes de todas as macrorregiões do Estado, o que confirma a importância do prêmio, que atende a uma demanda da sociedade civil, explicitada através de escutas nos Fóruns e Conferências de Cultura, fortalecendo a política de co-gestão do Governo do Estado de Pernambuco e seu compromisso no estímulo à leitura e à literatura.
03.jpgEstava uma tarde muito quente e seus fluidos dançavam com os fluidos do ar sem ele saber. Tanta coisa acontecia sem ele saber. Por exemplo, seu coração batia inúmeras vezes, seus pulmões se enchiam e se esvaziavam, seu estômago espirrava ácido na comida que havia comido e seu cérebro começava a pensar mais detidamente. Mas tudo aquilo avançava como que em nuvens. Tudo aquilo se dava como que encoberto. A vida naquele ponto do caminho, que traçava sem saber, era um estufamento feliz de peito que se incrustava na realidade do mundo circundante. Não havia muita diferença entre ele e a grama molhada do parque no sábado, ou entre seus olhos e o correr das águas do rio sob uma das pontes antigas do Recife.
Deitou-se no sofá inicialmente para assistir a um programa de TV, mas desistiu antes mesmo de pressionar o botão ligar. Tomou uma revista na mesa de centro e tentou entender toda aquela gama de propagandas sobre viver feliz num apartamento mobiliado próximo a tudo, na zona sul. As cores do papel, a textura, os rostos alegres e os dentes enormes, os dentes enormes e brancos, tinindo com a alvura de um creme dental, lhe chamaram a atenção. Aquilo tudo parecia o que seu mano chamava montagem. Aquilo era coisa de computador.
É que, se o prédio ainda vai ser construído, ele ainda não existe. Logo, a figura do prédio no papel é meramente ilustrativa. Se as pessoas em frente ao prédio não estão em frente ao prédio, sua presença na cena é meramente figurativa. Se a alegria dessas pessoas é o prédio já pronto, então sua felicidade no papel é meramente figurativa, talvez até