Rachel de Queiroz
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Rachel de Queiroz - Socorro Acioli
Copyright© 2003 by Socorro Acioli
FUNDAÇÃO DEMÒCRITO ROCHA
Presidente | João Dummar Neto
Diretor Geral | Marcos Tardin
EDIÇÕES DEMÓCRITO ROCHA (EDR)
(Marca registrada da Fundação Demócrito Rocha)
Editora Executiva | Regina Ribeiro
Editor Adjunto | Humberto Pinheiro
Editor Assistente | Jáder Santana
Editor de Design | Amaurício Cortez
Projeto Gráfico e Ilustração | Amaurício Cortez, Dhara Sena, Karlson Gracie e Welton Travassos
Ilustração | Karlson Gracie
Fotos | Acervo da família e Banco de Dados do O POVO
Catalogação na Fonte | Kelly Pereira
Produção de eBook | Amaurício Cortez
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ac48r Acioli, Socorro
Rachel de Queiroz / Socorro Acioli. – 4. ed. – Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2016.
136p. : il. Color - (Coleção Terra Bárbara Premium)
ISBN 978-85-7529-805-3
1. Biografia. 2. Rachel de Queiroz I. Título. II. Título
CDU 929QUEIROZ
sumário
introdução
Rachel de verdade
capítulo 1
Nas mãos de Miliquinha
capítulo 2
Rita de Queluz
capítulo 3
O Quinze, o início
capítulo 4
O dono do bosque
capítulo 5
E o fardão virou vestido
capítulo 6
Sem Oyama
capítulo 7
Soledade, Casa forte, Não me deixes
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cronologia
referências bibliográficas
a autora
a coleção terra bárbara
Dedico este trabalho:
Para minha filha, Beatriz Acioli Martins, que cresceu dentro de mim junto com este livro.
introdução
Pedrinho, na varanda, lia um jornal.
De repente, parou e disse a Emília, que andava rondando por ali:
— Vá perguntar a vovó o que quer dizer folclore.
— Vá? Dobre a língua! Eu só faço coisas quando me pedem por favor!
Histórias de Tia Anastácia, Monteiro Lobato
Rachel de verdade
— Dona Rachel, eu...
— Pode me chamar de Rachel mesmo.
— Tudo bem. Rachel, eu estou aqui para perguntar algumas coisas sobre a sua vida...
— Pra quê?
— Para escrever a sua biografia.
— Quer dizer que você veio do Ceará até o Rio só pra fuxicar com a minha vida?
— Isso mesmo.
— Não sei pra quê. Minha vida não tem nada de mais. Mas eu posso falar pra você não perder a viagem. Nasci no dia 17 de novembro de 1910, na rua Senador Pompeu, 86, casa de minha bisavó Miliquinha...
Em poucos minutos, ela vai desfiando o rosário dos seus 92 anos, destacando os episódios mais importantes, como alguém que folheia um livro com rapidez.
— Em 30, publiquei meu primeiro livro, em 32, me casei, em 37, me separei, em 39, casei de novo, em 54, fui morar na Ilha do Governador, em 77, entrei pra Academia...
Nascimentos, mortes, primeiro marido, segundo marido, casas onde morou, cidades onde viveu. A viagem ao passado é rápida, e, em poucos minutos, ela retorna ao momento presente.
— Pronto, é só isso. Agora, estou aqui, velha, gorda e chateada, esperando que o descanso chegue logo. Aceita um cafezinho?
Esperta, tenta resumir a sua vida e escapar das perguntas. Ela já disse muitas vezes que não gosta de memórias e que não quer fazer divulgação do seu passado. Para conseguir arrancar declarações, é preciso ser persistente.
Aos 92 anos, Rachel já tinha vivido tudo intensamente. A partir dos 20 anos de idade, começou a participar ativamente da vida política do Brasil, usando a palavra como instrumento.
Começou a carreira de jornalista em uma publicação anticlerical. Adolescente, sonhou em ser raptada pela Coluna Prestes e viver como heroína. Recebeu a bênção do padre Cícero. Foi comunista nos anos 30, participou de reuniões do Partidão, foi presa e teve livros queimados em praça pública. Abandonou a militância ao ver seu trabalho censurado pelos colegas de partido. Falou contra Hitler quando foi preciso. Defendeu os judeus e o sionismo. Lamentou, em suas crônicas, a destruição da Europa pós-guerra.
Apoiou o Golpe Militar de 1964, com esforço e veemência, fato que, até hoje, divide opiniões sobre ela. Se Rachel não é unanimidade, deve-se a essa passagem de sua vida, que ela nunca negou, sempre apresentando a sua versão dos fatos.
Foi convidada para ser ministra da Educação, mas não aceitou. Passou quatro meses na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, em missão diplomática a serviço do Governo.
Na literatura, conviveu com uma geração de grandes escritores. Ajudou a inaugurar, com seu livro de estreia, uma nova corrente literária, mesmo sem o saber. Acompanhou a gestação de grandes obras da literatura brasileira, entre conversas animadas e xícaras de café com José Lins do Rêgo, Graciliano Ramos, João Guimarães Rosa, Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Jorge Amado.
Recebeu os prêmios literários mais importantes da Língua Portuguesa, além de comendas oficiais e título de Doutor Honoris Causa de várias universidades brasileiras.
Quebrou tabus, abriu as portas da Academia Brasileira de Letras e chamou as mulheres do Brasil para conhecerem novos caminhos. Fez o que desejou, falou o que teve vontade.
Sagaz, inteligente, contestadora, destemida, sincera, atrevida, crítica, falante, corajosa, sempre disposta, é a própria Emília, de Monteiro Lobato. Foi Ariano Suassuna quem descobriu a semelhança e a revelou em um seminário de Literatura no Recife, em 1991.
Acertou em cheio. Para a Emília, de Lobato, bastou a pílula do Dr. Caramujo para que a boneca começasse a falar e difundir suas ideias. Para Rachel, bastou um lápis, um caderno e a luz de um lampião, durante as madrugadas silenciosas no chão da casa do Pici.
Este livro tem o objetivo de narrar, de forma breve e resumida, a vida de Rachel de Queiroz. Um registro de sua trajetória para que as novas gerações conheçam de perto uma de nossas escritoras mais importantes.
Alegrias, tristezas, viagens, livros, crônicas. Não foi tarefa fácil montar o quebra-cabeça desses 92 anos de Rachel de Queiroz. Aliás, ela mesma disse, durante uma entrevista concedida em 1977, que se algum dia tivesse um biógrafo, queria que ele se danasse
, pois não iria facilitar em nada.
De fato, foi muito trabalho. Primeiro, uma leitura atenta de grande parte de suas crônicas, em que ela escreveu memórias mesmo sem querer. Depois, a leitura de seus romances, jornais antigos, entrevistas, visitas e muita pesquisa. Termino o trabalho tendo consciência de que ainda ficou muita coisa por dizer.
A melhor parte dessa tarefa foi estar com Rachel várias vezes, nas suas casas em Quixadá, Rio de Janeiro e Fortaleza, desde 1998. Em diversas ocasiões, compartilhei de sua rotina, almoçando, jantando, às vezes, permitindo-me esquecer a função de biógrafa para viver uma experiência inesquecível.
Além desse convívio, um grande momento vivido durante o trabalho de pesquisa foi conseguir encontrar