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Rastros e vozes de sylvia plath: reminiscências, memórias e lírica
Rastros e vozes de sylvia plath: reminiscências, memórias e lírica
Rastros e vozes de sylvia plath: reminiscências, memórias e lírica
E-book208 páginas2 horas

Rastros e vozes de sylvia plath: reminiscências, memórias e lírica

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Sobre este e-book

Partindo da intertextualidade temática estabelecida entre as linguagens artísticas – cinema, pintura e poema – que constituem o corpus desta pesquisa e da concepção de poesia enquanto local de cultura, estuda-se a poética de Sylvia Plath, que se constrói pelas tramas do imaginário, do processo rememorativo e do esquecimento, de modo que arte e sofrimento se confluem e a sombra do suicídio da autora se projeta sobre o texto. Trata-se, sobretudo, de um fazer poético que remete à condição humana de transitoriedade e permanência: a permanência da escrita e a transitoriedade da vida.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jan. de 2016
ISBN9788547301811
Rastros e vozes de sylvia plath: reminiscências, memórias e lírica

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    Pré-visualização do livro

    Rastros e vozes de sylvia plath - TAÍSA APARECIDA CARVALHO SALES

    Editora Appris Ltda.

    1ª Edição – Copyright© 2015 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.

    Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.

    Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO LINGUAGEM

    Aos meus pais, Soeli e Antonio (in memoriam), os quais são luz no meu caminho.

    Aos meus irmãos Vaine, Leandro, Silvana e Junior, cunhados, sobrinhos e sogros, pois é inigualável o valor de cada um deles.

    Ao meu marido, Everton Lucas, pois guarda o meu coração e caminha comigo aos meus sonhos.

    Aos cinquenta e três anos de morte de Sylvia Plath.

    E a todas as mulheres que buscaram e ainda buscam um teto todo seu.

    AGRADECIMENTOS

    A Deus por me dar a vida e coragem para trilhar meu caminho até aqui e adiante.

    Aos meus pais, Soeli e Antonio (in memoriam), pelos ensinamentos preciosos de como trilhar meu caminho de forma digna e correta, mãe, minha maior incentivadora, motivadora em todos os momentos.

    Aos meus irmãos, sobrinhos, cunhados e sogros, por respeitarem e compreenderem os momentos de ausência pelos estudos, trabalhos e pesquisas, família são pérolas para mim.

    Ao meu marido, Everton Lucas, por ser parceiro para toda vida, sonhou comigo, vivenciou comigo este sonho, estando ao meu lado, me incentivando nos momentos de desânimo, e com suas palavras de carinho mostrando o quanto sou capaz, não medindo esforços para a realização deste sonho.

    As minhas queridas amigas, Graziela Cantelle, Kátia Lazarini, Daiana Schvan, Fernanda C. Vieira Alves, Fabrícia do A. T. Rodrigues, Gianne B. Dutra, a amizade suporta toda essa distância geográfica que vivemos.

    Aos professores da Pós-Graduação Stricto Sensu na área de concentração em Linguagem e Sociedade da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, em especial aos prof. Dr. Antonio Donizeti da Cruz, prof. Dr. José Carlos Aissa e a profa. Dra. Lourdes Kaminski pelas orientações e sugestões em todos os momentos.

    Ao meu orientador, Professor Dr. Acir Dias pela paciência e sabedoria nos momentos de orientação, pela confiança depositada e por incitar-me a andar por caminhos nunca antes imaginados.

    Á Mariza Notari e demais colegas do NAE enquanto caminhei pela Faculdade Assis Gurgaz- FAG nos anos de 2005 a 2008.

    À Elenita Conegero, Vera Lucia Ruiz, José Dilson, Sandra Belotto, Osmir Dombrowsk, Luis Portela, Junior Rasbolt, Joice Silveira, Manoella Rosane, Silvio Colognese, Ana Cristina Bochnia, Débora Saling, demais colegas do PEE e todos os alunos dos cursos de Ciências Sociais, Química, Filosofia e Pedagogia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Cascavel e Toledo de 2006 a 2012, saudades amigos!

    Aos amigos da Universidade do Estado do Amazonas – UEA Marcella Cunha, Rosi Méri B. Jankauskas, João Oliveira, Darcimar Rodrigues, Sebastião Souza, Luiz Felipe Lacerda e aos meus alunos dos cursos de Pedagogia, Letras, Matemática, Geografia e Ciências Biológicas de 2013 a 2015.

    Aos professores Iranvith Scantbelruy, Simone Oliveira, Nícia Zucolo, Leonard Costa e os demais docentes do Departamento de Letras Libras da Universidade Federal do Amazonas – UFAM.

    Aos meus amados alunos do Curso de Letras Libras da UFAM.

    PREFÁCIO

    Ao longo da história, temas como a melancolia, o suicídio e a morte tem sido discutidos em diversas áreas da ciência e do conhecimento, seja na psicologia ou nos estudos sociais. A literatura, entretanto, não tem por objetivo discutir ou questionar essas temáticas, mas contribui de maneira efetiva para o entendimento delas. A maneira como isso acontece se da por meio dos escritos literários em forma de relatos, poemas, poesias e prosa. Nesse sentido, observando e analisando as imagens construídas nas histórias literárias, podemos apreciar, sentir e, muitas vezes, entender os sentimentos humanos lendo, mensurando e contemplando um escrito literário.

    Além da abordagem literária, as perspectivas da palavra escrita e da imagem estática ou em movimento, usando a intertextualidade estabelecida entre as linguagens artísticas poema, pintura e cinema, este livro apresenta uma análise das temáticas da melancolia, do suicídio e da morte em oito poemas da obra Ariel, de Sylvia Plath Lady Lazarus,Daddy, The moon and the yew tree, ― Death & Co, Ariel,Tulips, The detective e Purdah, em cinco poemas de outras obras da mesma escritora Pursuit, The tree of life, Mirror, Edge e Words, em quatro pinturas intituladas Vita e Morte, Allegoria de la vita unama, La morte del peccatore e Melancolia I e na obra fílmica Sylvia, paixão além das palavras, de Christine Jeffs.

    A importância de Sylvia Plath como escritora na literatura mundial é inquestionável. Sua legitimidade, sensibilidade e, porque não dizer até sua identidade, apresentam alto caráter estético. Embora, a princípio, sua trajetória de escrita tivesse sido considerada apenas confessional ou sua experiência pessoal descrita como se fosse um diário, mais tarde, nem mesmo o existencialismo francês conseguiu ocultar a relevância artística e de qualidade de Sylvia Plath. E, hoje, é praticamente impossível dissociar todas essas questões do seu público.

    Em conversa com a autora, descobri que uma das motivações para ela escrever este livro foi ampliar o reconhecimento de Sylvia Plath, não mais como simplesmente alguém que escreve sobre o que sofre, vive e sente, mas como uma literária de altíssima qualidade no uso das palavras e que tem voz própria. Para tanto, Taísa Aparecida Carvalho Sales, neste livro, inicialmente, conceitua e contextualiza a poesia sob diversas compreensões que vão desde a poesia como um local de esquecimento e memórias até conceitos como o da reminiscência e o do sofrimento dentro da arte. Além disso, usa os suportes teóricos do cinema e da literatura, que proporcionam o reavivamento do passado por meio de seus ilimitados recursos, para mostrar ao telespectador e ao leitor um olhar sensato e equilibrado sobre as palavras e as imagens.

    A obra mostra, em detalhes, a conceituação de poesia como um processo teórico, uma concepção de linguagem, uma perspectiva histórica e um parâmetro estético e cultural. Como a autora afirma, na poesia encontramos estilos diferentes de poetas. Porém, cada poema constitui uma singularidade, uma maneira de encantar nova, e para Sylvia Plath, apreciadora também dos poemas curtos, ele não deveria ser de modo elaborado ou de forma narcisista. Porque para Plath havia uma crença no poema lido, declamado, ouvido, e que, portanto, a maneira de torná-lo público necessitava muito mais do que um jogo de palavras, necessitava de uma boa oralidade, respiração, controle emocional.

    Neste livro, Taísa Aparecida Carvalho Sales consegue expressar as palavras de Sylvia Plath de que sua cabeça era um ‘batalhão de dilemas’. Nesse sentido, a autora enfatiza de maneira interessante a importância das imagens da memória, explicando sua tipologia natural e artificial nos poemas de Sylvia Plath. Como ela explana, a poeta reaviva a memória, transforma essa memória em linguagem, e da a linguagem a sua impressão. Vem à tona o recordar do passado dando vida aos poemas que vão além do resgate de memórias saudosistas.

    Ao percorrer esta obra, vemos que a autora trata também da arte do esquecimento, ou seja, segundo ela, o aprender a esquecer de tudo aquilo que se queira esquecer. Entretanto, ela salienta o ‘esquecimento’ como uma forma de não se prender apenas a uma obsessão pelo passado em detrimento ao presente. Também assume que o esquecimento não apenas serve para mostrar que o passado vai sendo reelaborado e superado, dando lugar à felicidade do presente e do futuro ou que nesse processo, o sofrimento sobre uma desgraça como a morte é vista dentro da perspectiva do perdão ou da não condenação. Ele serve também para a luta do indivíduo contra sua falta de vontade de esquecer, como se não esquecer fosse uma forma de aceitar um fato ou inocentar a si mesmo das inquietações que ficaram naquele passado. Como se, nas palavras da autora, a ideia de felicidade perdurasse como algo pertencente a algum lugar remoto e sobrenatural, como o céu, o paraíso ou uma desaparecida Era do Ouro, a ilha dos bem-aventurados. Cada descrição e conceptualização, nesse sentido, é ilustrada com os poemas, as imagens e cenas do filme.

    Uma outra questão pertinente que a autora traz para a sua análise é a influência de Ted Hughes sobre Sylvia para escrever, usando a árvore como fonte de inspiração. Ela discorre como ele dá a Sylvia ideias de inspiração poética como aparece no poema The Tree of Life, no qual Sylvia Plath compara a ‘árvore’ com a ‘vida’. E seguindo essa linha, a autora chega ao conceito de melancolia e a relaciona com o sentimento que Plath descreve em seu diário, como quando ela percebe que não há como evitar a tristeza, por exemplo, a qual se evidencia mais tarde no seu poema escrito em primeira pessoa do singular The Mirror. Assim, por meio desta obra, vemos que um símbolo, ou uma imagem, como o espelho, vai se tornando uma possibilidade de analogia com o que se está escrito. Fica evidente e muito claro, por meio da escrita da autora, o significado de cada símbolo correspondente a uma determinada palavra ou código, se assim preferir o leitor. Há uma trajetória evolutiva de palavras e símbolos que se intertextualizam no decorrer do livro. A explicação do passado vai se juntando aos conceitos de morte e de suicídio tão constantes e presentes nos poemas de Plath, levando o leitor a entender as sinalizações da visão de Plath sobre tais conceitos, personificada de modo sólido e indestrutível, em palavras carregadas de simbologias conceituais e autênticas de Plath.

    Interessante afirmar que esta obra traz analogias com pinturas que singularmente representam perspectivas de melancolia e morte como é o caso de Allegoria de la vita umana de Michel Mousyn do século XVII. Na pintura, temos uma pessoa agarrada à árvore cheia de frutos: se ela cair tem um dragão à espera dela (ou seja, a representação da morte). Como no caso de The Tree of Life, no qual os galhos representam o caminho da vida, mas que podem secar e representar dessa forma a morte. Os poemas de Plath tomam forma e vida no cinema correspondendo a mais uma analogia. Desta vez, o poema é lido e representando em imagens. Embora não demasiadamente aceito como Arte, o cinema visto, a princípio, como futilidade no entretenimento ou facilidade de interpretação, dá vida as palavras poéticas, principalmente no mundo pós-moderno, torna-se a união da linguagem fílmica com a linguagem poética como nos mostra Carvalho. O filme traz uma narrativa linear, uma vez que na vida real sabe-se que Plath comete o suicídio. Entretanto, o que esta obra nos mostra é que o filme nos transporta no tempo, mesmo que de que maneira condensada. A autora Taísa Aparecida Carvalho Sales defende que da mesma forma que se aprende a ler um poema, também é possível aprender a ler uma imagem. Diferentemente de outros filmes sobre a poeta, este traz imagens, por exemplo, que fazem com que o telespectador reconheça a infidelidade do marido para com a esposa, causando infelicidade a ela, sem transformá-lo em um vilão, e sim mostrando-o como ser humano. A predominância das cenas evidencia um casamento deteriorado e uma esposa que impressiona com um trabalho de poeta. Mesmo sob uma realidade pragmática do cinema, a autora cita na obra exemplos daquilo que se vê na tela como nascentes das formas literárias e torna possível a perpetuação da memória de alguns dos poemas de Plath. Os conceitos de morte, a melancolia, as memórias, o sofrimento tomam formas artísticas seja pela leitura das imagens ou pelo fundo musical melancólico unido a estas.

    Finalmente, posso acrescentar que

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