Plataformas sincronizadas de gestão: um modelo para a complexidade
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Sobre este e-book
São palavras de ordem para empresas que desejam ser competitivas em meio a um ambiente de alta complexidade que caminha para o caos.
Navegar por esse mar turbulento exige mais do que uma excelente embarcação. Pouco adianta aperfeiçoar a empresa em seus processos de negócios e continuar no isolamento. Persistir nos modelos de gestão estanques e limitados aos ambientes da própria organização não é uma estratégia adequada para o atual contexto.
Nesse sentido, você tem em mãos uma proposta singular. Não se trata de melhorar os instrumentos, mas de atuar junto ao mercado em que é possível antecipar soluções e enfrentar com eficiência os desafios desse complexo e caótico mundo dos negócios.
Assim, Plataformas Sincronizadas de Gestão é um modelo desenvolvido para a complexidade, que coloca a empresa dentro do mercado por meio de uma arquitetura celular estruturada para ambientes complexos. Uma estratégia que permitirá vivenciar as mudanças e extrair os elementos necessários para o desenvolvimento da empresa.
A proposta é exatamente esta: gerir os espaços mercadológicos e dominar sobre o caos de maneira a extrair as melhores soluções para a competitividade e a perenização empresarial.
Em suma, um modelo que assegura, simultaneamente: solidez em meio às fragmentações, flexibilidade em meio às mudanças e sustentabilidade em meio às crises de um mercado ilógico e cruel.
Saia na frente, com qualidade!
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Pré-visualização do livro
Plataformas sincronizadas de gestão - Jair Cássio Faria
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO - SEÇÃO GESTÃO
Dedico este livro, primeiramente a Deus, a quem sou imensamente grato
por me conceder amigos leais, forças nas provações, vontade para servi-lo e meus 62 anos de lutas e vitórias. A Ele, portanto, todo o louvor!
À minha família: Nizelena, minha querida esposa, a Ângela Bosso Faria e Regina Bosso Faria, nossas maravilhosas e amadas filhas. Companheiras de todos os momentos.
Um legado para um mundo mais humano e belo!
"Porque Deus é quem efetua em nós, tanto o querer como o
realizar, segundo sua boa vontade.
Filipenses 2.13
A Ana Maria Rodrigues, administradora de empresas, professora universitária e consultora empresarial. Tive o privilégio de ser seu amigo de trabalho por mais de 12 anos, ocasião em que aprendi muito da arte da administração. Sou grato pelas suas sugestões e, em específico, pela sua participação na construção dos capítulos 1 e 2 da primeira parte.
A Debora Alves dos Reis, universitária, economista. Pesquisadora na sua área profissional e bastante competente. Contribuiu de forma efetiva na construção dos textos pertinentes ao setor econômico-financeiro. Uma participação de grande valor para que um texto teórico tivesse uma linguagem acessível para os leitores e pessoas pouco familiarizadas com conteúdos acadêmicos.
A José de Brito Junior, economista, consultor e professor. Especializado no ensino de finanças para habilitação em CPA 10 e CPA 20. Possui pós-graduação em Análise de Risco. É pesquisador da área de finanças e estudos econômicos. Sou muito grato pela sua amizade e pela contribuição a este projeto.
"A conectividade mudou a gestão (mesmo)!": essa foi a manchete da Management, edição de março/abril de 2011. Um recado em alto e bom som àqueles que persistem em gerir suas empresas nos limites da própria organização. Continuar no isolamento sem as conexões essenciais do mercado é, sem dúvida alguma, uma forma de suicídio programado.
As organizações, ao contrário, são partes de um todo cada vez mais complexo, cuja dinâmica ambiental não apresenta à primeira vista padrões suficientes para a sua compreensão. Fator que dificulta e até mesmo impossibilita aos gestores realizar, de forma confiável, as análises necessárias para suas decisões.
Esses padrões se encontram de forma oculta e se mostram nos campos de forças dos sistemas, nos quais se concentram e se estabilizam desenhando os formatos do todo como que uma amostragem do sistema.
Segundo reportagem da revista Época¹, a conexão é uma nova via que não somente aperfeiçoará a produtividade, mas será parte estrutural no contexto que se aproxima:
Depois do vapor, da eletricidade e da automação mecânica, o mundo está passando por mais uma transição que irá impactar os processos produtivos. Em escala global, estamos caminhando para a era da internet industrial, na qual a digitalização e a interconexão de tecnologias e pessoas tornam-se partes fundamentais da produção, gerando informações que irão ajudar a aumentar a eficiência e competitividade, a reduzir custos e a minimizar os impactos ambientais. (ÉPOCA, 28.12.15).
Podemos ver que a dinâmica ambiental é paradoxal. De um lado demanda solidez e, de outro, simultaneamente, flexibilidade. Condições que exigem ferramentas de um poder de resolução capaz de permitir leituras em sistemas mercadológicos complexos em que os espaços e tempos de estabilidade são raros. Nesses mercados turbulentos os gestores necessitam identificar e gerenciar esses escassos territórios estáveis no sentido de obter os elementos indicadores das oportunidades de negócios.
Pela teoria dos Sistemas, da Complexidade e outras similares, sabemos que existem, nesses ambientes caóticos, complexos e instáveis, espaços de convergências vetoriais. No caso dos mercados, ou seja, dos ambientes de negócios, esses espaços recebem um fluxo constante de informações e deslocamentos que, ao se condensarem, permitem a formação de "Campos de Conexões de Forças". Na verdade, o que predomina nesses campos são as informações que denunciam tendências, demandas, insight de novos negócios e a dinâmica do ambiente. A partir dessas informações os gestores extraem suas ideias ou soluções de negócios e distribuem também seus produtos e insights de mudanças e formação de opiniões sobre os interesses da empresa.
De tudo, o que podemos concluir é que estamos vivenciando um ambiente amplo, cuja configuração atual se dá por meio de sistemas abertos, fragmentados, complexos e com forte sinalização de um processo progressivo na direção caótica.
Tal ambiente, necessariamente, exige novos modelos de gerenciamento. Os espaços mercadológicos atuais já mostram rachaduras estruturais que apontam para o que Zygmunt Bauman² acredita ser uma sociedade líquida – na qual as estruturas sólidas dão lugar aos fluídos que se moldam na conformidade com o ambiente ou os recipientes.
Dessa forma, a proposta Plataformas Sincronizadas de Gestão (PSG) se insere como uma solução inovadora que responde às demandas desse ambiente caótico do tipo darwiniano, no qual somente os mais fortes sobrevivem.
Esse é um desafio que está expresso neste livro.
Espero que seja marcante em sua vida profissional e que o leve a pensar sobre esse novo formato de ver as empresas e os sistemas como um só ambiente, no qual todos podem ser bem-sucedidos e perenizar suas atividades.
Sumário
INTRODUÇÃO
PRIMEIRA PARTE
AMBIENTE CONTEXTUAL
CAPÍTULO 1
SISTEMA MUNDI: UM MERCADO EM EBULIÇÃO
1.1 Campos de forças de um sistema em ebulição
1.2 Um novo design para o sistema mundi
1.3 A China e os vetores transversais
1.4 Vetores pontuais de consequências múltiplas
1.5 O comportamento vetorial do sistema mundi
1.5.1 Grupos gerais
1.5.2 Grupos da sociedade pós-moderna
1.5.3 Grupo chinês
1.5.4 O efeito Trump
CAPÍTULO 2
SOCIEDADE, FAMÍLIA E INDIVÍDIO: RUPTURAS NOS SISTEMAS BASES
2.1 A sociedade pós-moderna: um sistema em fragmentação
2.2 A família em fragmentação
2.3 O indivíduo: um consumidor complexo e criativo
SEGUNDA PARTE
AMBIENTE CONCEITUAL
CAPÍTULO 3
O QUE É UM SISTEMA CAÓTICO
3.1 O que é um sistema?
3.2 O que é caos?
3.3 Sincronizando: o que é um sistema caótico?
CAPÍTULO 4
FUNDAMENTOS TEÓRICOS: AS BASES DA PSG
Base 1 - Teoria do caos e complexidade
Base 2 - Teoria dos sistemas
Base 3 - Teoria do campo e das formas
Base 4 - Teoria do campo gravitacional
Base 5 - Campos de conexões
Base 6 - Sincronicidade
TERCEIRA PARTE
AMBIENTE METODOLÓGICO
CAPÍTULO 5
PSG = PLATAFORMA SINCRONIZADA DE GESTÃO
5.1 Composição e aspectos funcionais da PSG
CAPÍTULO 6
SISTEMAS MERCADOLÓGICOS SINCRONIZADOS
6.1 - Sistema mercadológico organizacional
6.2 - Sistema mercadológico comercial
6.3 - Sistema mercadológico periférico
6.4 - Sistema mercadológico amplo
6.5 - Sistema mercadológico satélite
6.6 - Sistema mercadológico virtual
6.7 - Sistema mercadológico sincronizado: mercados sincronizados
QUARTA PARTE
AMBIENTE DE MODELAGEM
CAPÍTULO 7
ASPECTOS ESTRUTURAIS E CONCEITUAIS
CAPÍTULO 8
MODELAGEM BOOKS LTDA: ESTUDO DE CASO
REFERÊNCIAS
Plataformas: um chamado à competitividade!
Seja para lançamento de um foguete ou como hospedagem de um sistema de tecnologia, as plataformas passam a despertar a atenção no palco dos negócios. Como um conjunto de negócios reunidos em uma mesma organização, agilidade, design enxuto e flexível, posicionamento estratégico no mercado, dentre outras características, as plataformas transformam-se num espaço potencialmente competitivo para as empresas.³
A capa da Harvard Business Review de abril de 2016 faz o seguinte chamado: "Como as plataformas mudam a estratégia – Saia na frente e adapte-se"; e ao longo de quatro significativas reportagens parte do seguinte questionamento: como ocorreu o rápido domínio do iPhone no setor juntamente com a queda livre de seus concorrentes. Lembrando que sozinho, em 2015, o iPhone gerou 92% dos lucros globais em seu setor.
Plataformas são espaços ou superfícies estruturadas para um determinado fim. Normalmente agrega os elementos necessários para as funções específicas desse objetivo. Existem vários tipos de plataformas: militar, espacial – para lançamento de foguetes –, marítimas, virtuais, de logísticas etc. Na reportagem em pauta os autores estão se referindo às plataformas empresa-negócios que reúnem fornecedores, consumidores, sistemas financeiros, instituições etc. Em uma das matérias, que cito acima, o autor diz que as plataformas já existem há um bom tempo. Cita como exemplos os shoppings centers, os jornais e outras, como Uber, Alibaba e Airbnb. Podemos incluir ainda as universidades, as lojas de conveniências, os centros industriais, redes sociais web e a internet em geral... Esses espaços são realmente plataformas estruturais do ambiente, ou seja, centros de negócios, relações, eventos culturais e similares. Espaços sínteses do ambiente amplo.
Pensando um pouco à frente
Já a Plataforma Sincronizada de Gestão (PSG), no formato que proponho, possui um conceito que vai além dessas plataformas. Apesar de considerá-las e até mesmo utilizá-las, a PSG não se trata desse tipo de estrutura, e sim de uma arquitetura estruturada para gerir e, muito mais, gerir num espaço de caos e complexidade.
Portanto, a PSG não é uma conexão da empresa com a plataforma. É, antes, um composto de elementos e mecanismos operacionais – Células de Gestão Sincronizadas, Equipes Sincronizadas e Ferramentas Especiais – estruturado nos espaços do mercado que denominamos de Mercados Sincronizados, fora, portanto da organização.⁴
Assim, o espaço pode ser uma das plataformas indicadas na Harvard Business Review, porém, não é esse o conceito da PSG. A Plataforma PSG pode ser tanto um composto, conforme retro mencionado, ou apenas uma pessoa com um laptop ou, mesmo sem mais recursos, somente observando e tomando notas. É uma gestão intramercado, em full time e real time.
Ou seja, está num campo de conexões denominado de Mercado Sincronizado que pode estar numa plataforma do tipo Alibaba, Uber, shopping centers, estação de trem, ou um aglomerado de feiras, negócios etc. O importante e o que difere é que o espaço é uma convergência de vetores de informações, mudanças, negócios, estilos ou qualquer outro elemento que pode conectar em rede formando subsistemas ou insights de soluções.
Portanto, a plataforma PSG é um componente estruturado que monitora e gerencia as informações de um espaço mais estável de um ambiente complexo e caótico. Não somente se instala em uma determinada área do mercado, mas mapeia o ambiente sistêmico e identifica os Campos de Conexões, instalando-se como um componente do ambiente. Assim, vivencia todo o composto da dinâmica ambiental nesses espaços que chamamos de mercados sincronizados. O objetivo central é extrair os elementos para as análises e compreensão do todo o sistema caótico e definir ações para as soluções proativas da empresa.
Assegura em meio a esses ambientes as condições de estabilidade e flexibilidade, de forma simultânea, tendo em vista serem partes sincrônicas de um ambiente ou sistema caótico. Reforçando, não se trata de uma plataforma no formato indicado na revista ou dos modelos atualmente aplicados pelas empresas.
A PSG possui toda uma estrutura assentada na teoria do caos, junto aos fractais e seus atratores que asseguram estabilidade e fornecem os padrões do sistema. Nesses espaços complexos e caóticos, identificamos os mercados sincronizados como um mercado catalizador, central e laboratorial da PSG.
Esses aspectos somam-se a outros de semelhantes significados traçando os eixos demarcadores dos sistemas e mercados.
As empresas, um sistema menor que se localiza em meio aos espaços produtivos desses macrossistemas, têm pela frente o desafio de alcançar eficiência na gestão de tal maneira que possa, na convivência com as turbulências desses ambientes, na análise ininterrupta de suas dinâmicas, compreender esses campos de forças e extrair os elementos para gerenciar incertezas e produzir solidez em suas soluções.
Para organizar essa proposta, este livro fica assim estruturado em quatro partes. Na primeira parte, Ambiente Contextual
, apresento em dois capítulos a condição caótica dos sistemas e mercados e seus impactos sobre as empresas. Na segunda parte, Ambiente Conceitual
, você estará em contato com a Teoria do Caos e Complexidade e as bases que fundamentam a proposta PSG. Na terceira parte, Ambiente Metodológico
, a metodologia PSG é disponibilizada em suas estruturas, funcionamento e os mercados ou ambientes definidos para a sua implantação e aplicação. Por último, na quarta parte, Ambiente de Modelagem
, discorro sobre a modelagem PSG e apresento em um estudo de caso a sua aplicabilidade.
Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito o meu universo, o universo curvo de Einstein.
(Oscar Niemeyer)
Necessitamos de novos modelos de gestão?
As complexidades dos mercados atuais demandam novas ferramentas de conexões?