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História do Futebol Alagoano
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E-book183 páginas2 horas

História do Futebol Alagoano

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Sobre este e-book

Resultado de décadas de pesquisa, a obra é o mais importante documento histórico da prática do esporte em Alagoas, estado que viu nascer talentos como os jogadores Zagallo e Dida, des­taques no futebol brasileiro. O autor registrou cuidadosamente os fatos mais marcantes, sem esquecer os personagens que fizeram parte dessa história.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jan. de 2014
ISBN9788594650184
História do Futebol Alagoano

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    História do Futebol Alagoano - Lauthenay Perdigão

    interestaduais

    Prefácio da primeira edição

    Mais que a história do Futebol Alagoano, este livro é a odisseia psicorromântica da paixão maior de todo brasileiro pentacampeão do mundo.

    O autor vai além dos verdes gramados, ultrapassa as arquibancadas e atinge a própria alma dos torcedores. São páginas escritas com amor, dedicação e, sobretudo, com a experiência de quem vive o dia a dia do nosso futebol. Numa linguagem atraente e vibrante, fere a sensibilidade do mais indiferente leitor. A riqueza de fatos, estatísticas e detalhes faz deste compêndio uma inestimável fonte de informações para o desportista brasileiro.

    História do Futebol Alagoano: Arquivos Implacáveis é um precioso ingresso para o mais belo e colorido espetáculo do futebol de nossa terra. Ao abrirmos este livro, estaremos entrando para o campo da recordação e da saudade, em que reviveremos as mais variadas emoções de alegrias e de tristezas, que balançaram as redes de nossos corações. Cada página, cada folha representa bandeiras de nossos clubes mais queridos. Cada frase ou palavra, aqui escrita, é a história mais empolgante de nossos ídolos e do craque que se imortalizou em nossa memória.

    Lauthenay Perdigão não se contenta, tão somente, em narrar os fatos, em contar as glórias e os insucessos do nosso futebol. Lauthenay Perdigão analisa as causas psicoeconômicas que determinam os acontecimentos em torno do esporte. Assim, com muita maestria, ele penetra até as raízes que dão origem a um sentimento, a um gesto, expresso no brilho de uma lágrima, na felicidade de um sorriso ou na loucura dos gritos, pulos e abraços. O autor explica o porquê da solidão de um goleiro, as incompreensões de um juiz, que corre mais que os jogadores, os apupos da plateia contra os técnicos, enfim, todos os detalhes que envolvem esse grande espetáculo.

    Os capítulos foram inteligentemente selecionados, abrangendo todos os personagens e fases do futebol, dando-nos uma profunda e global visão dessa maratona esportiva. Por conseguinte, desde o palco dos acontecimentos, intimidades nos vestiários, os clubes, as concentrações, as entidades e até o resultado final de cada competição, tudo merece um capítulo especial.

    Se o esporte é saúde, este livro é vida e cultura. Mesmo porque vem enriquecer o acervo de nossa história, com informações precisas que se aglutinam para complementar a educação de nosso povo. Se o folclore representa a tradição que marcou os costumes de uma época com suas crenças, lutas socioculturais, políticas e econômicas, a história do futebol é o reflexo do sentimento e do comportamento humano em torno de uma paixão e de um lazer.

    Não podemos negar que, nos últimos tempos, o futebol, desde que se profissionalizou, tornou-se divisas para desenvolvimento econômico, transformou-se em meio político de propaganda eletiva e, finalmente, ficou impregnado de influências maquiavélicas. Até no gramado, o futebol deixou de ser arte, amor e heroísmo para ser simples competição e guerra, muitas vezes até marcado pela violência dos jogadores. Entretanto, nem por isso a torcida deixou de comparecer aos estádios, com o mesmo fervor e paixões de outrora.

    Todas essas nuanças e metamorfoses que sofreu nosso esporte aqui se alternam com as narrações e comentários do autor. ARQUIVOS IMPLACÁVEIS já se tornou marca registrada de Lauthenay Perdigão, através de suas reportagens esportivas, crônicas escritas e faladas, em jornais e emissora de nosso estado. Famosos também são seus contos, nos quais a criatividade e fácil comunicação creditam Lauthenay Perdigão como um escritor de primeira grandeza no cenário esportivo a que se filiou.

    Ressaltamos que este volume traz em seu bojo um grito de alerta aos dirigentes e técnicos de futebol, máxime no capítulo Os juvenis, quando são abordados assuntos por demais importantes. O autor descerra as cortinas dos preconceitos e denuncia o subestímulo que recebem os aspirantes, que bem poderiam ser grandes craques e terminam no ostracismo.

    Merece, portanto, elogios a feliz iniciativa da edição deste livro que vem premiar os leitores de todas as classes, enriquecendo-os com fatos, informações e documentário fotográfico, fazendo-se inesquecível em A História do Futebol Alagoano: Arquivos Implacáveis.

    Chico Vieira

    Prefácio

    Aperte o cinto. E prepare-se para uma fascinante viagem na máquina do tempo. Vai ser rápida, mas tranquila porque o condutor tem experiência nesta aventura.

    Afinal, Lauthenay Perdigão observa, anota, grava, pesquisa e conta a história do futebol alagoano, pelos meus cálculos, desde que a bola rolou pela primeira vez. Ele nasceu depois desse lance, mas foi como se estivesse ao lado de quem deu o primeiro toque.

    Nosso querido Lau nasceu pra bola. Tentou até ser jogador de futebol. Não decepcionou mas não atingiu o nível que desejava. Agora, foi e ainda é um craque na arte de descobrir, relembrar e tornar imortais as Histórias do Futebol Alagoano.

    Ninguém sabe tanto quanto ele.

    Vivi este esporte, aqui, praticamente desde o meu nascimento. Mas não amarro as chuteiras do Lauthenay nos conhecimentos, nas pesquisas e na descoberta da origem e desenvolvimento do nosso futebol.

    Por exemplo, você sabe onde começou o futebol, em Alagoas? A resposta lógica: em Maceió, a Capital do Estado. Errado !!! Foi em Penedo. Isso mesmo: no Interior. Quando e como foi, está tudo aqui neste novo trabalho de pesquisa do Lauthenay.

    Há muitas estações a percorrer neste caminho desbravado pelo Lau. Vá apertando o acelerador porque há uma longa estrada a percorrer. Nela, você vai saber como surgiram os clubes, como foi fundada a Federação, quais foram os campeões estaduais, quem são os maiores ídolos, os torcedores-símbolos e tudo de relevante que começou, aqui, em 1908. Portanto, há mais de um século.

    E a impressão que fica é que Lauthenay estava lá, em todos esses anos, vendo tudo para nos contar agora.

    Então, agora pise no freio. E pare para desfrutar, com calma e sabedoria, das Histórias do Futebol Alagoano contadas através dos Arquivos Implacáveis do craque Lauthenay Perdigão.

    É gol na certa.

    Márcio Canuto

    Jornalista

    Notas do autor

    Não foi fácil escrever este livro. Neste trabalho, vocês poderão encontrar o nosso futebol sob diversos aspectos. Tudo dentro de um estilo criado e copiado de nossos arquivos. Nossa intenção é levar às prateleiras das livrarias e ao torcedor alagoano as peripécias do futebol alagoano tão cheio de alegria e tristeza. Estamos buscando um encontro com o público fiel ao esporte, cuja demonstração temos testemunhado nos maiores espetáculos. Um público sem cor, único. Esse público que superlota nossos estádios, que vibra e sofre com o futebol. Esse público que se confunde nas praças, nas ruas, e que explode feliz no extravasamento de suas alegrias.

    Não apresentamos um trabalho perfeito. Além da nossa falibilidade, os meios de pesquisas que encontramos têm também suas naturais deficiências. O que procuramos, todavia, foi eliminar o maior número de erros e distorções, aproximarmo-nos da verdade.

    É sempre bom voltar no tempo, avançar no espaço, procurar o momento para arrancar de suas entranhas um pouco de sua história. Dos bons tempos do amadorismo, com a bola rústica de pito e com a cor amarela, dos jogadores com gorros na cabeça, aos tempos do profissionalismo, em que o jogador é cada vez mais profissional e os dirigentes cada vez mais fanáticos. Em cada linha deste livro haverá sempre um pouco das dificuldades, dos problemas, das emoções, das alegrias, das decepções e das tristezas dos que fazem a história do futebol alagoano. Haverá sempre um sorriso atrás de cada vírgula, uma lágrima escondida em cada ponto.

    Estamos satisfeitos e felizes por sentirmos que nossa pretensão poderá atingir em cheio seus fins: ser útil ao desporto em geral. Se isto acontecer, não repousaremos sobre os elogios, mas seguiremos em frente, à procura de novos rumos pela eternização da nossa história futebolística.

    Lauthenay Perdigão

    Como nasceu o futebol em Alagoas

    Um grupo de rapazes estudantes de Direito e Medicina, nos princípios de 1909, apresentou em Maceió uma novidade: o futebol. O novo esporte adquiriu na vida brasileira imensa importância. É preciso notar que, antes de nossa capital, Penedo travou conhecimento com o futebol. A precedência foi, porém, de apenas três meses e dias. O primeiro jogo na cidade sanfranciscana teve lugar a 27 de dezembro de 1908, último domingo naquele ano. Nele, tomavam parte dois times organizados com rapazes da associação fundada para aquele fim e que ainda existe gloriosamente, o Esporte Clube Penedense. Os precursores do futebol em Alagoas foram os seguintes – No time vermelho e branco, jogaram Julio Bernandino, Fernando Mendonça, Gaspar Mello, Osvaldo Mero, Afonso Aquino, Alcino Monteiro, Eduardo Pereira (capitão do time), Manoel Brandão Filho, Arnóbio Sales e José Monteiro. No time verde e branco, tivemos João Cravo, Argemiro Cavalcante, Agripino Barbosa, Samuel Maia, Álvaro Peixoto, Elysio Nogueira, Horácio Pereira, Perilo Gomes, Artur Nogueira e Ranulfo Gomes. O juiz foi Antonio da Silva Costa e seus auxiliares José Costa e Artur Octacílio. O segundo jogo aconteceu no dia 31 de janeiro de 1909 e uma verdadeira multidão afluiu à Praça do Senhor dos Pobres, onde se realizou o evento.

    Em Maceió, o futebol foi um bebê aristocrático. Deve-se ao esforço de Manoel Machado, então no 5º ano da Academia de Medicina da Bahia. Ao chegar das férias nos fins de 1908, Manoel Machado trazia a ideia de fundar em nossa capital um clube destinado à prática desse esporte. Animou outros acadêmicos, como ele em férias na cidade, e no dia 31 de dezembro, instalava-se na sua residência, na Praça dos Martírios, o Alagoano Futebol Club, do qual foi ele aclamado presidente. Como não havia um campo para treinar e jogar, o comendador Ângelo Guimarães emprestou um terreno baldio cercado, na esquina na Rua Ângelo Neto com a Praça Gonçalves Lêdo, onde muitos anos depois foram construídas as casas ali existentes.

    Em seguida, cuidou-se de preparar o espetáculo para o público. Gilberto de Andrade foi um auxiliar eficientíssimo de Manoel Machado. Tinha a seu inteiro dispor um jornal – o Gutemberg – propriedade do pai dr. Eusébio de Andrade, que em repetidas publicações, algumas quase em tom de apelo, conseguiu que a rapaziada comparecesse a alguns treinos. A maioria nunca sequer tinha visto um jogo de futebol, apenas Manoel Machado, Mario Rego, Amadeu Dourado e mais dois tinham um vago conhecimento das regras do novo esporte.

    Depois de vários adiamentos, chegou a tarde memorável da apresentação ao público. No dia 31 de março de 1909, uma quarta-feira que não era feriado, jogaram dois times. O Floriano, que tinha os seguintes jogadores: Orlando Araújo, Manoel Machado, Sebastião Sampaio, Gilberto Andrade, Luiz Duarte, Amarilio Rego, Ismael Acyoly (capitão do time), Álvaro Barros, Barreto Cardoso, Gastão Silveira e Helvécio Auto. E o Deodoro contava com J. Leão do Rego, Amadeu Dourado, Antonio Machado, Américo Passos Filho, Jacintinho Medeiros Filho, Valente de Lima, Mario Rego (capitão do time), Oscar Aguiar, Euclides Aguiar Filho, Carlos Menezes e Silvio Etílico. Cláudio Dobemos Filho foi o árbitro. Guedes Lins e Eraldo Passos foram os juízes de linha.

    O jogo pelo lado técnico foi, como se pode avaliar, cheio de faltas e desconhecimento das regras. Entretanto, jamais houve um futebol tão elegante, tão fino como aquele. Não apareceu em campo essa coisa bruta e disforme que é a chuteira. A bola era tratada a pés calçados nas botinas comuns de passeio, e seda ou setim eram as faixas que distinguiam os dois times, e as meias eram as usuais, suspensas por elásticos. Orlando Araújo era o goleiro do Floriano e usava uns óculos presos ao pescoço por uma fita larga de seda preta. Seu time venceu por 2x0. O jornal Gutemberg do dia 1º de abril dava a notícia do jogo, acentuando como nota destacada a presença de cerca de cinquenta senhoritas da elite maceioense. A festa foi abrilhantada pela banda de música do Batalhão Policial, e foi honrada com a presença do governador do Estado dr. Euclides Malta. Depois do primeiro jogo, mais dois foram realizados com o mesmo brilho, embora o comparecimento das senhoritas foi menor porque as línguas maldosas espalharam que as moças iam ao campo do Jacutinga apenas para verem as pernas dos rapazes.

    Na reabertura das aulas, os acadêmicos retornaram para Recife, Salvador e São Paulo e o futebol em Maceió parou. Somente nas férias seguintes é que a bola voltou a rolar e foi para valer.

    Liga alagoana de Desportos

    Antes da fundação da Coligação Esportiva de Alagoas que, mais tarde, se transformaria em Federação Alagoana de Desportos, existia a Liga Alagoana de Desportos. Fundada no dia 2 de maio de 1920, a entidade sempre foi um poço de problemas. Os planos, os sonhos de alguns idealistas eram grandes demais para serem compreendidos pelos dirigentes da época. Com um futuro comprometido, a Liga não resistiu por muito tempo. As crises, os desentendimentos, o desrespeito dos cartolas pelas leis e regulamentos não permitiram que a entidade realizasse muitos campeonatos estaduais. Seus poderes não tinham forças para manter as regras do jogo aprovadas pelos próprios cartolas. A chama dos sonhos de alguns desportistas se apagou antes do que se esperava. Em 1921, o coronel Ezequiel Pereira tentou reorganizar a Liga Alagoana de Desportos com uma diretoria provisória. O presidente indicado foi Alfredo Wucherer, do CSA. O coronel Ezequiel, que era do CRB, ficou como vice-presidente. Também não deu certo.

    Com uma entidade omissa, dirigentes do CRB resolveram promover o campeonato estadual de 1922. A ideia partiu do presidente Raul Brito, que desejava comemorar o Centenário da nossa Independência. O campeonato foi realizado entre os dias 7 e 20 de setembro. O presidente alvirrubro, Raul Brito, mandou um ofício para Alvaro Peixoto, presidente do CSA. O ofício de numero 140 tinha o seguinte teor:

    "Maceió, 11 de julho de 1922.

    Ilustre cidadão Alvaro Peixoto,

    D. D. Presidente do Centro Sportivo Alagoano.

    Nesta

    A diretoria do Clube de Regatas Brasil deliberou promover um campeonato de foot-ball no Estado de Alagoas, comemorativo do Centenário da nossa emancipação política, a realizar-se de 7 a 20 de setembro de 1922, no qual deverão tomar parte os seguintes clubes: Centro Sportivo Alagoano, Sport Clube Barroso, S.S. Eleven Nacional e Clube de Regatas Brasil, de Maceió.

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