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Abdo Fariz e outras lembranças
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Sobre este e-book
Inquieto pela proximidade do fim, o narrador octogenário apressa-se em livrar da ruína antigas memórias, de quando vivia em república. Sente-se no direito de expor publicamente a salvação parcial do seu passado, mas o asserenamento íntimo parece importar-lhe mais do que a atenção que receberá do mundo.
"Senti-me estimulado a escrever estas recordações depois de ter lido as memórias de um ex-padeiro da mesma idade que eu, todas elas, como disse ele, com sabor de madrugada, fermentadas no fundo quente e bem-cheiroso da padaria, servindo-lhe como ensaio de fabricação de pães para a alma. No meu caso, tornar públicas antigas intimidades é uma espécie de tratamento para minha própria alma."
Equivocou-se J. Alberto, o narrador das lembranças aqui reunidas pelo autor, se pretendeu parecer mais coadjuvante que protagonista, traído por evidente falsa modéstia. É visível seu esforço por transformar em literatura histórias de dramaticidade duvidosa, que nem lhe bastaram para conseguir o prefácio de um nome de peso.
Tendo que escrever ele mesmo o prólogo, antecipa-se a críticas futuras em tom desculpista: "(...) faço eu mesmo a apresentação da obra, na verdade mais para avisar o leitor de que algumas lacunas ou mesmo algumas contradições poderão surgir, apesar do reduzido número de páginas do livro, debitáveis de um lado à minha memória já fraca e de outro à minha aversão por revisões estafantes. (...) Quanto a ser ou não original, encontro apoio e consolo numa tendência que a cada dia se acentua, no sentido de que o original pelo original deixou de ser original, saiu de moda, cafonizou-se."
"Senti-me estimulado a escrever estas recordações depois de ter lido as memórias de um ex-padeiro da mesma idade que eu, todas elas, como disse ele, com sabor de madrugada, fermentadas no fundo quente e bem-cheiroso da padaria, servindo-lhe como ensaio de fabricação de pães para a alma. No meu caso, tornar públicas antigas intimidades é uma espécie de tratamento para minha própria alma."
Equivocou-se J. Alberto, o narrador das lembranças aqui reunidas pelo autor, se pretendeu parecer mais coadjuvante que protagonista, traído por evidente falsa modéstia. É visível seu esforço por transformar em literatura histórias de dramaticidade duvidosa, que nem lhe bastaram para conseguir o prefácio de um nome de peso.
Tendo que escrever ele mesmo o prólogo, antecipa-se a críticas futuras em tom desculpista: "(...) faço eu mesmo a apresentação da obra, na verdade mais para avisar o leitor de que algumas lacunas ou mesmo algumas contradições poderão surgir, apesar do reduzido número de páginas do livro, debitáveis de um lado à minha memória já fraca e de outro à minha aversão por revisões estafantes. (...) Quanto a ser ou não original, encontro apoio e consolo numa tendência que a cada dia se acentua, no sentido de que o original pelo original deixou de ser original, saiu de moda, cafonizou-se."
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Abdo Fariz e outras lembranças - J. M. Progiante
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