Compre bem para vender [muito] bem: Criadores dos canais Brás Aqui, com mais de 3 milhões de seguidores nas redes sociais
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Sobre este e-book
Escrito de forma objetiva e totalmente construído em cima do conhecimento prático, Compre bem para vender [muito] bem já entrega o segredo logo no título. Mas não para por aí. Só quem viu de perto a evolução de um dos mercados mais dinâmicos – e com baixas barreiras de entrada, ou seja, qualquer pessoa pode se arriscar nele – nos últimos 50 anos é capaz de pinçar conselhos e estratégias certeiros, ao mesmo tempo que aponta com precisão os riscos e as oportunidades do universo da moda.
Karyna e Terry desenham com maestria um conteúdo essencial para três perfis de empreendedores: aqueles que estão no jogo, independentemente do tamanho da sua operação, da grande confecção até aquela figura amada de todos os brasileiros: o sacoleiro; aqueles que tentaram, perderam o jogo, mas não desistiram do sonho; e aqueles que pretendem começar a carreira em um dos ramos mais promissores (e mais desafiadores) e precisam de preparo.
Prepare-se para uma leitura fácil e rápida, que vai transformar de vez o seu negócio!
Karyna Terrell
“Em 2010, ninguém imaginava que alguém teria a grande ideia de ensinar como comprar no maior polo atacadista da América Latina. O ‘Brás Aqui’ abriu muitas portas para muita gente do mercado da moda. Por conta do canal, pessoas do Brasil inteiro ficavam alucinadas querendo comprar nas lojas. Mas não era só isso, elas começaram a nos procurar para tirar dúvidas e pedir conselhos sobre assuntos como abertura de loja e gestão de compras. Em quatro meses, o ‘Brás Aqui’ alcançou os seus primeiros 100 mil inscritos no Youtube ¬¬– hoje já ultrapassamos o número de 1 milhão de inscritos. Depois, expandimos para outras plataformas digitais. Até hoje procuramos ajudar a todos que nos procuram pelos nossos canais. Atualmente, já temos mais de dois mil vídeos publicados e milhões de visualizações no canal. E agora, este livro incrível!” – Karyna Terrell
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Compre bem para vender [muito] bem - Karyna Terrell
Sumário
Dedicatória
Capítulo 1 - O sucesso se constrói com trabalho
Capítulo 2 - As primeiras lições de casa
Capítulo 3 - Um bom comprador faz um ótimo negócio
Capítulo 4 - A criação do ponto comercial
Capítulo 5 - Pessoas: a alma do negócio
Agradecimentos
Copyright © 2023 por Karyna e Terry Terrel.
Todos os direitos desta publicação reservados à Maquinaria Sankto Editora e Distribuidora LTDA. Este livro segue o Novo Acordo Ortográfico de 1990.
É vedada a reprodução total ou parcial desta obra sem a prévia autorização, salvo como referência de pesquisa ou citação acompanhada da respectiva indicação. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei n.9.610/98 e punido pelo artigo 194 do Código Penal.
Este texto é de responsabilidade das autoras e não reflete necessariamente a opinião da Maquinaria Sankto Editora e Distribuidora LTDA.
editora
dados internacionais de catalogação na publicação (CIP)
angélica ilacqua — crb-8/7057
TERREL, Karyna e Terry
Compre bem para vender muito bem / Karyna Terrell, Terry Terrell. São Paulo: Maquinaria Sankto Editora e Distribuidora LTDA, 2023.
EPUB
ISBN 978-65-88370-82-7
1. Sucesso nos negócios I. Título II. Terrell Terry
índice para catálogo sistemático:
1. Sucesso nos negócios
CDD 650.1
logo-editoraEndereço
Rua Pedro de Toledo, 129 - Sala 104 - Vila Clementino - São Paulo – SP, CEP: 04039-030
www.mqnr.com.br
Frase de destaqueDedico esse livro a todas as pessoas que acreditam, que sonham e que valorizam cada passo da sua jornada, que caem e se levantam, que têm sede de vencer de fazer a diferença, e, acima de tudo, que têm o desejo de fazer com que o seu nome não seja esquecido; porque vencer nem sempre significa ter dinheiro, mas sim fazer a diferença na vida de muitas pessoas e de ser lembrado pelas boas coisas que plantou ao longo da vida.
Este livro é para vocês que em nenhum momento, por mais difícil que tenha sido, pensaram em desistir, porque sabem que o importante é lutar sempre. E como diz o livro mais famoso do mundo, em tudo já somos muito mais que vencedores
.
Agora é com você!
Karyna e Terry Terrell
Capítulo 1 - O sucesso se constrói com trabalhoAinda tenho gravada na memória a imagem da casa em que morei, de número 110, situada na rua Oriente, uma das principais ruas do Brás. Havia um espaço que abrigava uma pequena oficina de bijuterias, e era comum ver Elizabeth Terrell, a proprietária, viajando para o Rio de Janeiro para trazer roupas e acessórios das grandes fábricas cariocas. Lembro que, na época, havia um glamour em torno das peças de lá – era quase como trazer uma mercadoria de grife: ter uma etiqueta no produto escrito Rio de Janeiro
era status.
São Paulo ainda não era o grande polo da moda, e o bairro do Brás ainda era pequeno, abrangendo apenas o Largo da Concórdia até a rua Oriente. Mas a região já era conhecida pelo seu comércio, impulsionado principalmente pelos imigrantes italianos, libaneses e sírios, e também e pelos nordestinos que migravam para cá em busca de uma vida melhor e acabaram estabelecendo a cultura do comércio popular.
Por diversas vezes eu vi a chegada de excursões de pessoas que vinham do interior de São Paulo, e até de outros estados, para fazer compras e revender em suas cidades – até hoje é assim. Como o Rio de Janeiro não era forte em vendas, mas era muito forte na confecção, a estratégia de negócio de Elizabeth era representar as marcas cariocas, comprando peças feitas pelas fábricas de lá e distribuí-las para as lojas de atacado do Brás.
Para ela e para muitas pessoas que viviam de pequenas oficinas e casas de comércio nos tempos em que o bairro ainda estava em ascensão, esse trabalho era o que trazia sustento, mas era uma batalha diária. Sua condição financeira e de trabalho não eram das melhores. Elizabeth havia decidido apostar no ramo de confecção por necessidade: era mãe solo e tinha que cuidar de duas crianças sozinhas – uma delas era eu, Terry.
Na época, eu tinha dez anos de idade e já trabalhava com a minha mãe. Quando havia demanda por produtos personalizados, eu, meu irmão e mais uma garotada que morava nas casas vizinhas ajudávamos a confeccionar os acessórios. Para nós, era uma grande diversão e uma forma de garantirmos um dinheirinho
desde cedo.
Minha mãe não se restringia a representar as marcas cariocas: também procurava suprir as demandas dos seus clientes. Mais importante do que atender a moda do momento
, ditada pelas grandes marcas ou desfiles internacionais, era ouvir o que as pessoas estavam procurando no local. E esse já se tornou um grande aprendizado para mim.
Lembro-me de que, certa vez, um atacadista do Brás comentou que havia muitas pessoas buscando por cinto de corda. Como as fábricas geralmente se limitavam a apenas um tipo de peça, minha mãe viu ali uma grande oportunidade de inovar e fazer algo que os compradores dificilmente achariam em outro lugar.
Então, ela comprou cordões, argolinhas e miçangas, e deu um jeito de aprender a montar cintos de corda personalizados. Foi um sucesso. Passamos meses produzindo inúmeros desses e, como era um produto de fabricação própria, o ganho foi maior.
Vendo minha mãe trabalhar, aprendi quatro lições valiosas que, mais tarde, beneficiariam o meu próprio negócio (os tópicos apresentados a seguir serão abordados mais profundamente nos próximos capítulos).
Para obter sucesso, é preciso arregaçar as mangas e estar disposto a trabalhar muito.
O cliente deve ser valorizado acima de tudo.
Criar narrativas em torno do produto é o segredo para ter boas vendas.
Comprar bem e fazer boas negociações são as chaves para o sucesso (falaremos sobre isso mais adiante).
Aprendi que um erro comum de muitos vendedores é priorizar as tendências da moda em vez do que o seu cliente realmente está buscando. Você precisa estar antenado ao que o seu público quer – se ele está procurando uma roupa cheia de brilho, você deve ir atrás de peças que tenham esse estilo, e não de roupas minimalistas, por mais que não seja a tendência do momento.
Outro ponto que beneficiava minha mãe na venda de seus produtos era na hora de negociar: ela brigava pelo cliente, e não pelo fornecedor. Se as fábricas tentavam aumentar o valor, ela não aceitava, já que isso a obrigaria a aumentar o preço para seu cliente final. Ela tentava negociar ao máximo ou buscava outro fornecedor que pudesse suprir essa demanda.
Mas não era só de preço bom e qualidade de produto que o negócio se sustentava. Elizabeth era envolvente na hora de defender a sua mercadoria. Além de comunicativa e simpática, ela era agressiva (no bom sentido) durante a venda. Ela não se limitava a mostrar o produto e oferecer o seu valor: ela contava uma história, e isso encantava as pessoas.
Por exemplo, enquanto muitos vendedores diziam que aquele cinto de corda era apenas um acessório bonito que estava na moda, Elizabeth contava a origem de cada material usado em sua produção, a forma como as cordas foram trançadas e mostrava os diferenciais que havia nele. Ela não vendia o produto em si, mas, sim, sua história. Ali eu percebi que as pessoas são de fato cativadas por narrativas.
No entanto, não era um negócio estável – uma hora estava indo bem, outra hora as vendas caíam. Havia muitas instabilidades no mercado, o que afetava ainda mais empresas pequenas. Embora minha mãe tenha sido uma ótima vendedora, ela não sabia como administrar o negócio quando o mercado oscilava, ficando totalmente à mercê das transformações econômicas.
Até hoje o mercado de moda é assim. Então, se você quer abrir uma loja, precisa estar preparado para lidar com essas inconstâncias. E eu te garanto que é possível. Mais tarde, quando abri o meu próprio negócio, eu vi o quão importante era conhecer bem o mercado e saber fazer de tudo um pouco, desde negociar com o fornecedor, comprar bem, até entender o mínimo sobre gestão financeira.
A pior decisão é a que você não toma
Como disse, eu trabalho desde os dez anos de idade. Comecei ajudando minha mãe na confecção e logo depois arranjei um emprego de entregador de remédios em uma farmácia. Para minha família, não havia tempo ruim: se queríamos fazer algo, íamos atrás de aprender e dávamos um jeito de colocar em prática.
Aos dezessete anos, comecei a trabalhar pintando paredes de apartamento com um amigo chamado Marco Antonio. Eu dizia a ele: Nós teremos a maior empresa de pinturas do país!
. Nosso grande diferencial era que não fazíamos corpo mole, pintávamos muito rápido, de modo que o apartamento ficava pronto em um, dois dias. Isso atraiu tantos clientes que, em um ano, meu amigo e eu conseguimos comprar um carro com o dinheiro que juntamos.
Fazer esses trabalhos manuais me fez descobrir o dom para design. Naquela época, não existiam muitos trabalhos formais para esses profissionais; era um ramo bem difícil, mas eu sentia que tinha talento para o negócio. Então, decidi investir. Fiz diversos cursos no Senac, desde decoração de interiores até cartazista (o profissional que cria banners, cartazes e toda a comunicação visual de um estabelecimento comercial).
Comecei também faculdade de administração, mas não terminei. Apesar disso, eu sempre estava estudando, fazendo cursos e especializações, como estilo, vitrine, cartazista, arquitetura, fotografia, marketing de vendas, designer de interiores. Era uma época de descobrimento, e tudo o que envolvia design eu estudava e procurava saber mais.
Quando terminei os estudos, logo fui contratado para trabalhar em uma unidade do supermercado Pão de Açúcar. Meses depois, fui promovido pelo próprio Abilio Diniz, o dono da rede, depois de ele ter ficado admirado com uma vitrine que eu havia feito. Foi ali que eu percebi o quanto tinha valido a pena fazer o curso de vitrinista, que, na época em que estudei, não sabia onde usaria. Aos dezenove anos, eu já era funcionário da área de marketing do grupo Pão de Açúcar e recebia um salário que nunca imaginei que teria um dia.
Porém, para um jovem como eu, que tinha sede de desbravar o mundo – sempre fui da vida praiana e gostava de surf –, aquele trabalho não poderia proporcionar realização plena. Eu ainda queria viajar muito com meus amigos, descobrir novas coisas, viver experiências e, principalmente, criar algo que seria meu. Eu tinha muitas ideias e queria ter a liberdade de colocá-las em prática do