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Cinco sonhos: A emocionante história de Elly Barros
Cinco sonhos: A emocionante história de Elly Barros
Cinco sonhos: A emocionante história de Elly Barros
E-book210 páginas3 horas

Cinco sonhos: A emocionante história de Elly Barros

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Sobre este e-book

O livro "Cinco Sonhos" conta a história real de um casal que se apaixonam e vive um amor tão forte capaz de superar qualquer obstáculo. Edson Barbosa tem como objetivo de vida realizar os cinco sonhos da sua amada Elly Barros. Quando tudo ia muito bem e o quinto e último sonho começa a se tornar real Elly é acometida por uma doença incurável. Elly agora está gravida e com uma doença que tirou completamente todos os seus movimentos podendo se comunicar apenas com os olhos. Apesar de toda situação Edson seu grande amor não a abandonou ao invés disso cuidou com toda dedicação da sua amada honrando o juramento que fez: Na saúde e na doença!
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento1 de jun. de 2019
ISBN9788530006457
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    Cinco sonhos - Edson Barbosa

    PARTE 1

    CAPÍTULO UM

    Quando as vidas se cruzam

    Era uma bonita tarde de sábado ensolarado quando fui com meus filhos à praça central na pequena cidade de Vilhena...

    Em poucas horas, minha vida vai mudar drasticamente para sempre, mas eu ainda não sei disso.

    Quando se trata de amor, não há lógica ou probabilidade, não sei se chamo de destino ou acaso, vontade de Deus ou permissão.

    Quão improvável é que as vidas se cruzem...

    Em quatro de julho de mil novecentos e setenta e quatro, nascia em Ivaté, distrito de Umuarama, no Estado do Paraná, um buguelinho com o nome de Edson Pereira Barbosa. Minha família era muito simples, de poucas (ou nenhuma) posses, que, na década de oitenta, viu-se tentada a se mudar para o Norte do Brasil, a quase três mil quilômetros de distância da minha terra natal, em busca de novas oportunidades, pois, nessa época, o Governo Federal estava distribuindo terras de graça como incentivo para o crescimento da região Norte.

    Era tudo tão precário! Nossa viagem de mudança durou sete intermináveis dias. Além da distância gigantesca, tínhamos também que enfrentar as péssimas condições das estradas ainda não asfaltadas. Nosso ônibus ficava horas parado em atoleiros imensos, várias vezes durante o dia. Não me lembro bem, mas posso imaginar o quanto meus pais sofreram com essa situação, cuidar de cinco filhos em uma viagem alucinante.

    Em nossa nova cidade, Cacoal, em Rondônia, a luta pela sobrevivência continuava.

    Morávamos em sete pessoas, em uma pequena casa de madeira, com apenas dois quartos, não havia água encanada, nem energia elétrica.

    Minha mãe sempre dizia que eu falava para ela insistentemente, desde os sete anos de idade, que, um dia, eu iria embora de Rondônia, pois achava lá muito quente e meu sonho era morar em uma cidade grande e com clima mais ameno.

    E, assim, aos dezessete anos, após concluir o ensino médio, mudei-me para Curitiba, capital do Paraná, no Sul do Brasil, e fui morar com meu irmão, Orivaldo, e sua esposa, minha cunhada, Deise, e suas filhas, Camila, Daniele e Tatiana.

    Morei em Curitiba menos de um ano, quando recebi um convite do meu irmão, Lourival, para ir morar com ele em São Paulo, na capital, e fazermos juntos o curso de Técnico de Segurança no Trabalho.

    Aceitei o convite, e lá estava eu realizando um sonho, morando na maior cidade do Brasil e uma das cinco maiores do mundo.

    Dois anos após, já concluindo o curso de Técnico de Segurança, e já nos últimos dias de estágio, recebi uma ligação da minha mãe muito feliz, dizendo-me que a fábrica da Coca-Cola, em Cacoal, aguardava-me para assumir a vaga de Técnico de Segurança.

    Não hesitei e retornei para a escaldante cidade de Cacoal.

    Algum tempo depois, após receber uma boa proposta de trabalho, mudei-me para a cidade de Vilhena, no estado de Rondônia.

    Meu Deus, o que é preciso acontecer? Quantos anos se passar, para que se possa encontrar o verdadeiro amor?

    O mais provável, eu diria, era eu conhecer alguém da mesma cidade em que nasci e cresci, na escola, talvez, no trabalho, na igreja, ou seja, alguém que fizesse parte do meu rol de amigos, ou pelo menos estivesse por perto.

    Eu nasci em vinte e nove de abril de mil novecentos e oitenta e dois, na pequena cidade de Santana do Ipanema, no interior do nordeste alagoano. Vim de uma família muito humilde, éramos cinco irmãos, e só eu de menina.

    Lembro-me do meu pai nos levando para a escola, embarcávamos em uma pequena canoa e atravessávamos o rio para poder chegar, isso me dava medo, e eu nem sabia nadar.

    Tive uma infância muito difícil e com um sério agravante: meu pai era alcoólatra. Assistir às discussões dos meus pais era comum e isso realmente nos afligia muito.

    Quando eu tinha ainda dez anos, meu pai decidiu nos doar para nossos tios e tias e propôs distribuir seus filhos entre seus parentes. Graças a Deus e à garra de minha mãe, ela se recusou e assumiu sozinha nossa criação e, assim, fez com muita dificuldade e muita dedicação.

    Não guardo mágoa do meu pai, mas uma coisa é fato: ele não nasceu para ser pai.

    Toda essa situação contribuiu para uma coisa: para que eu saísse de casa prematuramente e sem estrutura para saber esperar o tempo certo e escolher com maturidade meu parceiro para vida.

    E deu a lógica, um relacionamento de onze anos conturbado, do qual a única história boa para contar é meu filho Markswel, hoje, com treze anos.

    Em um determinado momento, mudamo-nos de Santana do Ipanema para a capital, Maceió, quando não foi mais possível sustentar o relacionamento.

    Não muito tempo após a separação, mudamos, eu e meu filho, para Juína, uma pequena cidade no estado do Mato Grosso, onde fui morar com meu irmão mais velho, Elias. Menos de um ano depois, fui morar com meu outro irmão, Edivaldo, na cidade de Vilhena, no estado de Rondônia.

    É incrível, mas, desde sempre, as coisas nunca deram muito certo para mim, e agora eu estava em uma cidade desconhecida, com pessoas desconhecidas, fazendo muito esforço para criar meu filho da melhor maneira possível.

    CAPÍTULO DOIS

    Nossa história! Como tudo começou

    Era uma bonita tarde de sábado ensolarado, quando fui com meus filhos, Vitor Alexandre, doze anos de idade, e Marcos Vinícius, com nove, à praça central, na pequena cidade de Vilhena, que é uma daquelas cidades pacatas de aproximadamente setenta mil habitantes, onde as pessoas geralmente se conhecem e pode-se levar uma vida bem tranquila.

    A praça Nossa Senhora Aparecida é muito bonita, com suas árvores, gramado, calçadas, playground e, à sua volta, barzinhos, restaurantes, pizzarias e a bela avenida Major Amarante, enfeitada por enormes e charmosas palmeiras imperial no canteiro central, completamente iluminada por altos postes.

    Eu acabara de chegar de uma viagem a trabalho na capital do Brasil e estava com muita saudade dos meus pequenos. Fomos de bicicleta, eu de shorts, camiseta cavada, chinelos, sendo a única pretensão me divertir com meus filhos.

    Naquela tarde, eu fui a uma apresentação do meu filho, Max, na escola e estava muito triste porque ele pedia para eu comprar guloseimas, balão, essas coisas que há em festa de criança, mas eu estava sem dinheiro e não podia dar o que ele pedia, e isso me deixou bem triste.

    Eu não queria ver ninguém, falar com ninguém e, muito menos, receber cantada de algum engraçadinho, afinal, convenhamos, hoje em dia, está difícil sair à rua e voltar para casa sem levar uma cantada, os homens estão perdendo completamente o respeito.

    Para a apresentação do meu filho, era preciso comprar uma fantasia, mas eu estava tão sem dinheiro que não pude comprar e tive que improvisar, fazendo eu mesma. E não é que ficou linda!

    Após a apresentação, o Max me pediu para levá-lo até a praça para brincar. Na verdade, tudo que eu queria era ir para casa e ficar bem na minha, mas mãe é mãe, e sacrifício faz parte do nosso ofício, então fomos até a praça.

    Como uma criança, eu me jogava no chão tentando defender a bola chutada pelos meus pequenos jogadores, e havia ali, bem próximo das traves, formadas por duas árvores e um banco de cimento, sentada nele, uma bela jovem de cabelos longos, rosto de boneca e corpo escultural, de uma aparência impecável, então eu logo pensei: meu Deus! Se a bola acertar essa mulher, não vai dar certo.

    Eu alertei meus filhos diversas vezes para terem cuidado e não acertarem a jovem com a bola, mas, como se houvesse um imã, a bola insistia em parar aos pés daquela mulher, e era eu quem buscava a bola já completamente sem graça e constrangido.

    Chegando à praça, sentei-me em um banco de cimento e ali fiquei folheando minha agenda enquanto meu filho se divertia no playground. O Max é um menino bom, que se sentia muito sozinho. Até então filho único e que, como muitos meninos de pais separados, sente a ausência da figura paterna.

    Logo chegaram dois garotos e um homem de bicicleta e começaram a jogar bola bem próximos de onde eu estava.

    A princípio, duas coisas me chamaram a atenção: uma, foi a dedicação daquele pai com seus filhos ali, jogando-se no chão feito uma criança, brincando, rindo, achei muito lindo aquilo e, despretensiosamente, desejei algo assim para o meu filho, um pai como aquele, presente, que desse atenção a ele e que cumprisse o papel de pai. Bom, a outra coisa que me chamou a atenção foram as pernas muito bem torneadas daquele pai dedicado e de calção muito curto. Mas sem malícia alguma, apenas admirei.

    No entanto eu estava triste, sentindo-me muito sozinha e comecei a escrever em minha agenda, e uma das coisas que escrevi foi um pedido a Deus que me enviasse alguém de boa índole, alguém com maturidade para conversar comigo, não ali, na praça, mas no dia a dia, pois me sentia muito só.

    Enquanto escrevia, uma bola de futebol caia o tempo todo ao meu pé e logo pensei: ah, meu Deus! Mais um engraçadinho para me atormentar. Cheguei a pensar que a bola caia propositalmente perto de mim, embora aquele homem não demonstrasse isso.

    Enquanto brincávamos, a jovem se virou como quem quisesse assistir ao jogo e, num determinado momento, abriu um singelo sorriso, o mais belo e cativante que já vi em toda minha vida e, então, tudo parou! Sabe no filme Matrix quando a cena é apresentada em slow motion? Foi exatamente o que aconteceu, eu não ouvia mais ninguém e não enxergava mais nada, meu raciocínio parou, as vozes dos meus filhos ecoavam distante: Pai! Pai! A bola pai! Chuta a bola...

    Após aquele sorriso ser lançado como uma flecha do cupido sobre mim, eu fui tomado por um desejo súbito e incontrolável de falar com aquela mulher, mas havia vários motivos para eu não fazer isso. Para início de conversa, a probabilidade de ela ser casada era noventa e nove vírgula nove por cento, ora, linda, discreta e com o filho o tempo todo chamando mãe, mãe. Eu pensei: o marido está trabalhando ou viajando e ela veio trazer o filho à praça para brincar. Bom, esquece Edson, com certeza, ela é casada.

    Tomado por um tremor incontrolável, eu não conseguia raciocinar direito e não pensava em outra coisa, quando avistei, logo adiante, um tobogã desses infláveis bem colorido, as crianças se jogando e gritando. Ao lado, algumas pessoas e a responsável pelo brinquedo, eu fui até ela e lhe pedi uma caneta e um papel emprestado. Ela, muito educadamente e prestativa, entregou-me uma caneta, mas não tinha papel.

    Olhei para um lado e para outro e não havia possibilidade de encontrar um pedaço de papel naquele lugar, era como se não existisse papel no planeta. Então pensei: deixa isso para lá!

    Quando já ia devolvendo a caneta, avistei, no chão, um pequeno pedaço de papel, desses que demonstram o saldo bancário nos caixas automáticos, nada romântico, eu sei, mas foi o que encontrei e, como eu disse, não estava raciocinando direito. Logo decidi: vai esse mesmo.

    Com as mãos incontrolavelmente trêmulas, apoiei, em minha perna, o pequeno, sujo e nada romântico pedaço de papel e escrevi a seguinte frase: Adoraria te conhecer, se não for comprometida. E coloquei no papel meu número de telefone.

    Devolvi a caneta para a cuidadora do tobogã. Quando voltava em direção à bela jovem, ouvi uma voz distante dizendo: volta, pega a caneta de novo e coloca o seu número da outra operadora. Não pensei duas vezes e assim fiz.

    Um detalhe aparentemente tão insignificante como o bater das asas de uma borboleta, mas que poderia ter provocado um resultado tão diferente a ponto de este livro não estar sendo escrito.

    E agora? E a coragem para entregar o bilhete? Eu tremia feito uma vara verde e, enquanto caminhava em direção à bela jovem, tomei uma decisão: jamais vou entregar esse bilhete a ela, de jeito nenhum, nunca fiz tal coisa e não pretendo fazer, quanto mais para uma mulher tão distinta, não vou entregar e ponto final!

    Nesse exato momento, ela se levantou do banco e eu estava bem próximo dela, então, sem pensar, eu coloquei em sua mão o bilhete, sem dizer uma palavra. Ela, tão assustada quanto eu, virou-se e foi embora.

    Enquanto ela caminhava em direção oposta, eu a admirava. Ah, como admirava! Suas belas curvas esculpidas em uma pequena saia vermelha e uma blusa branca de manga longa, de tecido fino. Seus longos cabelos loiros eram como de uma sereia capaz de encantar e amolecer o mais duro coração de um homem. Seu jeito de andar era como de uma princesa sobre um enorme salto, deslizando suave sobre um lago prateado.

    Eu a olhava como se fosse a mais bela paisagem que meus olhos pudessem contemplar, até perdê-la de vista e logo concluí: certamente é a última vez que vou ver essa bela mulher.

    Depois de algum tempo, levantei e fui chamar meu filho para irmos embora para casa quando, do nada, aquele homem colocou alguma coisa em minha mão. Instantaneamente comecei a tremer de forma compulsiva e incontrolável, fui surpreendida com aquela atitude e não sabia o que fazer, não deu tempo para pensar em nada, virei-me, peguei meu filho e fui embora sem olhar para trás.

    Da praça até minha casa, dava uma boa caminhada e, no trajeto, pensei em jogar o bilhete várias vezes, mas não joguei e nem o li.

    Chegamos em casa, tomei banho, preparei uma comida. Eu e meu filho jantamos. Só então eu peguei o bilhete, pensei um pouco... Amassei e o joguei fora. Ah, não, não quero nem saber o que está escrito.

    Mas, desde que aquele homem colocou o bilhete em minha mão, eu não pensava em outra

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