Martin Luther King: A Biografia
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Martin Luther King - Edições LeBooks
Homens que Mudaram o Mundo
MARTIN LUTHER KING
A Biografia
1a edição
img1.jpgIsbn: 9788583863502
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Prefácio
Prezado Leitor
Martin Luther King (1929-1968) foi um ativista norte-americano que lutou contra a discriminação racial e tornou-se um dos mais importantes líderes dos movimentos pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, além de um exemplo mundial.
Luther King sempre lutou pelo reconhecimento dos direitos civis dos negros norte-americanos por meio de métodos pacíficos, inspirado na figura de Mahatma Gandhi e na teoria da desobediência civil de Henry David Thoreau, as mesmas fontes que inspiraram a luta de Nelson Mandela contra a Apartheid, na África do Sul. Pela sua honrosa luta, Martin Luther King recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1964.
O ano de 1965 foi mais um ano vergonhosamente trágico para os Estados Unidos, pois assim como ocorrera em 1963 com John Kennedy, esse ano marcou o assassinato de mais um líder alinhado com as liberdades democráticas e os direitos civis: Martim Luther King.
Conheça a vida deste extraordinário homem que mudou o seu país e inspirou o mundo. E não deixe de ler o seu famoso discurso I Have a Dream - Eu tenho um sonho - que faz parte deste volume da coleção: Homens que Mudaram o Mundo.
Uma excelente e proveitosa leitura.
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MARTIN LUTHER KING
Sumário
1 – Eu tenho um sonho...
2 – Um menino no mundo de Jim Crow
3 – Pelo caminho de Gandhi
4 – O milagre de Montgomery
5 – Despertar as consciências adormecidas
6 – Sustos e reveses
7 - A Colina da Dinamite
8 - O Nobel da Paz
9 - Um sonho maior
Cronologia
Frases sobre Martin Luther King
Conheça outros títulos da Coleção: Homens que Mudaram o Mundo
1 – Eu tenho um sonho...
O dia 28 de agosto de 1963 amanhecia quente e abafado. Da janela de seu quarto no Willard Hotel, em Washington, um homem troncudo, usando um fino bigode, assistia ao nascer do sol. Era um pastor negro da Geórgia, e passara a noite toda trabalhando num discurso, enquanto sua mulher dormia no quarto ao lado. Assim que o texto final ficara pronto, o pastor o havia despachado rapidamente para que pudesse ser datilografado e distribuído à imprensa.
Aquele seria um dia importante para Martin Luther King Jr. — e para os Estados Unidos da América —, um dia no qual o reverendo esperava que houvesse um avanço na sua luta por uma grande causa. Ele havia dedicado os últimos sete anos da sua vida à reivindicação dos direitos dos negros no Sul, e estivera na prisão mais de dez vezes devido aos seus esforços. Mas acreditava que, através da cobertura da televisão e de outros meios de comunicação, ele e seus companheiros de luta estavam finalmente conseguindo atrair a atenção da opinião pública, e conquistar algum apoio da população branca.
Nesse dia, 28 de agosto, ele seria o último orador a se apresentar em uma celebração diante do Lincoln Memorial, o majestoso monumento construído em homenagem ao presidente que, exatamente cem anos antes, havia abolido a escravidão nos Estados Unidos.
A imponente estátua de Abraham Lincoln e suas palavras sobre a igualdade dos homens, eternizadas no mármore, constituiriam o cenário adequado para dar maior impacto aos discursos daquele dia.
Estava programada também uma passeata pacífica, organizada por A. Philip Randolph, um velho líder trabalhista negro,' e outros membros da luta pelos direitos civis dos negros. Eles queriam mostrar ao Congresso norte-americano que os projetos de lei sobre os direitos civis recém-apresentados contavam com amplo apoio popular, tanto de negros quanto de brancos. As medidas propostas acabavam de ser enviadas ao Legislativo pelo presidente John F. Kennedy.
Embora Kennedy fosse solidário com a causa de King, estava preocupado com a passeata. Ele achava que a entrada de multidões em Washington poderia causar tumultos e duvidava de que aquele fosse o momento certo para uma manifestação de grande porte. Se houvesse alguma confusão, isso favoreceria os opositores da legislação proposta, que fatalmente usariam qualquer violência, ainda que não fosse provocada pelos manifestantes, como prova de que os negros, indisciplinados e desordeiros, não estavam preparados para ter amplos direitos civis e que, por isso, não mereciam tê-los.
O pastor, contemplando a aurora, também estava preocupado. Ele havia argumentado com o presidente, dizendo que talvez nunca houvesse um momento certo
para a passeata. E havia garantido que seu pessoal seria capaz de manter a ordem. Mas King temia que o número de participantes não fosse suficiente para ter algum peso político. Temia também que seu discurso — transmitido pela televisão, ao vivo, para todo o país — não conseguisse expressar de modo suficientemente dramático o que todos os negros norte-americanos sentiam em relação aos direitos civis. A população negra havia esperado um século pela cidadania plena. Estava cansada de ouvir que precisava esperar mais um pouco.
Durante a maior parte de sua vida, King se dedicara a convencer as pessoas de que a resistência pacífica era a arma mais efetiva e poderosa de todas. Mas muitos líderes negros estavam ficando impacientes com a sua filosofia. Eles começavam a acreditar que o governo só iria se preocupar com a injustiça racial se houvesse ameaça de violência, ou violência real. King tinha medo de que, se a demonstração programada para aquele dia não comovesse o povo norte-americano e seus representantes eleitos, pudesse irromper uma rebelião. E isso o pastor da Geórgia não queria.
Não há nada mais trágico neste mundo do que saber o que é certo e não fazê-lo. Não posso ficar no meio de todas essas maldades sem tomar uma atitude.
- MARTIN LUTHER KING JR.
Os líderes da manifestação, em conjunto, haviam decidido que cada orador teria oito minutos para se dirigir ao público. Previam que