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Inteligência Emotiva
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E-book189 páginas2 horas

Inteligência Emotiva

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Sobre este e-book

Na escola tradicional um aluno era considerado inteligente quando dominava sem dificuldade os conteúdos e conceitos próprios das diferentes áreas e disciplinas. Mais recentemente, o aluno inteligente foi identificado como aquele que tem um quociente de inteligência (QI) alto, e que portanto, consegue as melhores notas na escola.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento17 de jul. de 2019
ISBN9781547598083
Inteligência Emotiva

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    Inteligência Emotiva - Miguel D'Addario

    Introdução

    A convivência em um mundo complexo e multicultural é cada vez mais complicada. Nos últimos anos, houve um aumento dos estressores psicossociais nas sociedades desenvolvidas. Entre eles estão as situações de conflito na interação social, com os problemas de convivência derivados delas. Nossa sociedade valorizou por muitos séculos um ideal muito concreto de ser humano: a pessoa inteligente. Na escola tradicional se considerava que um aluno era inteligente quando dominava sem dificuldade os conteúdos e conceitos próprios das diferentes áreas e matérias. Mais recentemente, o aluno inteligente foi identificado como alguém que tem um quociente de inteligência (QI) e que, portanto, obteve as melhores notas na escola. No séc. XXI essa visão entrou em crise por duas razões. A primeira é que a inteligência acadêmica não é suficiente para alcançar o êxito profissional.  A segunda razão é que nem a inteligência garante o sucesso na nossa vida diária, nem o QI das pessoas contribui de maneira determinante em nosso equilíbrio emocional ou em nossa saúde mental, mas sim outras habilidades sociais e emocionais são as responsáveis pela nossa estabilidade emocional e mental, assim como nosso ajustamento social e relacional. Nesse contexto é que a sociedade se pergunta por que as emoções são tão importantes na vida cotidiana. A resposta não é fácil, mas nos tem permitido estar abertos a outros ideais e modelos de pessoas. Nesse momento de crise, já não vale o ideal exclusivo da pessoa inteligente, e é quando surge o conceito de inteligência emocional como uma alternativa à visão clássica.  Este tipo de inteligência é propulsora da reflexão, responsabilidade, liberdade, criatividade, solidariedade e convivência e por isso é necessário ensinar aos alunos a identificar, reconhecer e controlar suas emoções, já que este conhecimento melhorará a capacidade da escola para ensinar, ao mesmo tempo que permitirá aos futuros adultos enfrentar uma sociedade cada vez mais competitiva e menos afetiva, com as consequências sociais de intolerância, incomunicação e desqualificação, que afetam as relações interpessoais e tornam a convivência humana mais difícil a cada dia. Por essa razão, a escola deve promover situações que possibilitem o desenvolvimento das emoções nos alunos, ou seja, ela tem o desafio de ensinar seus alunos a serem emocionalmente inteligentes, fornecendo-lhes estratégias e habilidades emocionais básicas que os protejam dos fatores de risco.

    Princípios da inteligência emotiva

    Historicamente a emoção foi concebida como a antítese da razão. Emoções fortes como o ódio, a raiva e inclusive a paixão eram fatores que podiam romper e desequilibrar as relações dentro da comunidade. Por isso provavelmente se defenderá a educação da razão e a negação das emoções, já que a educação é um mecanismo para a socialização. A racionalidade tem sido exaltada como uma qualidade definidora da raça humana, acreditando que seu empoderamento inevitavelmente levaria ao controle das emoções. Mas o tempo tem demonstrado que a negação da emoção não constitui o caminho mais eficaz para regulá-la e que o intelecto costuma estar mais a serviço das emoções que as emoções a serviço do intelecto. A consideração de que a racionalidade, ou seja, a cognição, é o que nos define como humanos, absorveu a concepção inicial de inteligência, aspecto que também se considerava como eminentemente humano, de modo que a emoção que compartilhávamos com o resto dos animais foi excluída nas primeiras definições de inteligência.  A inteligência é a capacidade de solucionar problemas adaptando-se às circunstâncias. Quando os problemas são de índole emocional, são as habilidades emocionais que devemos pôr em prática para alcançar maiores níveis de satisfação e de desenvolvimento pessoal. Ser emocionalmente inteligente consiste em manter uma relação harmônica entre as emoções negativas como a ira, a frustração, a ansiedade, o ciúmes, o ódio, a frieza, a arrogância, a pena, etc. facilitando a passagem para as emoções positivas, como altruísmo, alegria, generosidade, humildade, tolerância, etc. Por isso, devemos substituir umas pelas outras e expressá-las adequadamente, respeitando nossos direitos e os direitos dos outros. Uma atuação inteligente consiste em saber identificar bem a origem e a natureza das emoções em nós mesmos para poder controlá-las de maneira reflexiva, estabelecendo relações adequadas entre os pensamentos, as emoções e o comportamento, como uma forma de orientar a vida pessoal. No entanto, não há uma concepção unânime do que é a inteligência emocional. As habilidades emocionais podem ser definidas como as capacidades e disposições para criar voluntariamente um estado de ânimo ou sentimento a partir do conhecimento que temos sobre a situação. Portanto, é necessário aprender a atribuir significados emocionalmente desejáveis aos eventos que ocorrem nas relações que estabelecemos com os outros. Desse modo, conhecendo que pensamentos e sentimentos provocam nossos estados de ânimo, poderemos gerenciá-los melhor, para solucionar os problemas que eles geram.

    O desenvolvimento da Inteligência humana

    A palavra inteligência é de origem latina, intelligentĭa, que provém de inteligere, termo composto de intus entre e legere escoger, por isso que, etimologicamente, inteligente é quem sabe escolher. A inteligência permite escolher as melhores opções para resolver uma questão. A palavra inteligência foi introduzida por Cícero para significar o conceito de capacidade intelectual. Seu espectro semântico é muito amplo, refletindo a ideia clássica segundo a qual, pela inteligência, o homem é, de certo modo, todas as coisas.

    A inteligência, igual que a aprendizagem, é um conceito que a psicologia tem tomado emprestado da linguagem corrente e seu conteúdo, inicialmente intuitivo e pouco definido, foi se transformando em função dos estudos realizados.

    Como apontava Kagan (1999), muitas sociedades conceberam a ideia de inteligência para explicar as diferenças óbvias nas capacidades das pessoas de se adaptarem aos problemas que o ambiente lhes apresentava. Mas o estudo da inteligência e aprendizagem como fatores que permitem a adaptação ao ambiente começa a partir da teoria da evolução. Quando Darwin publicou sua obra A origem das espécies, gerou-se um grande impacto na sociedade científica da época e se iniciaram muitos trabalhos para tentar negar ou confirmar sua teoria. Uma das pessoas que mais se impressionaram pelos trabalhos de Darwin foi Francis Galton, quem iniciou uma nova linha de trabalho sobre a herança das características mentais. Galton tentou definir o quê e quais eram as características mentais e como medi-las.  Por esse motivo, dedica-se a desenvolver instrumentos para medir os limites auditivos, a acuidade visual, a visão de cores, a reação temporal, a memória. Para obter os dados cria um laboratório antropométrico e desenvolve conceitos básicos de estatística. Por sua parte, Cattell colabora com Galton promovendo o estudo das diferenças individuais. Tanto Cattel como Galton tentaram medir a inteligência baseando-se principalmente em medidas simples de respostas sensoriais e em tempo de reação. No início do século XX, o Ministério da Educação francês pediu a Alfred Binet que criasse um instrumento para identificar o atraso mental das crianças que necessitavam de educação especializada. Binet cria em 1905 um teste geral de habilidades mentais que incluía tarefas de raciocínio verbal e raciocínio não-verbal, e os resultados eram classificados por idades. Seu teste teve muito êxito, o que incitou a geração de muitos outros instrumentos de características similares. Posteriormente, em 1906 um professor da Universidade de Stanford adaptou o teste desenvolvido por Binet para a população norte-americana e a denominou de inteligência Stanford-Binet. Pensava-se que a inteligência não podia ser considerada uma só habilidade. Por isso desenvolveu-se a análise fatorial, para identificar as habilidades subjacentes à inteligência, a partir da resposta de uma grande amostra da população a um conjunto de itens. Spearman (1927) publicou um livro no qual afirmava que a maioria dos itens dos testes correlacionavam de alguma maneira entre si. Baseando-se nesses estudos, propôs a existência de um fator geral de inteligência que representaria um raciocínio abstrato, que denominava G, e de vários fatores específicos que denominava S. Thurstone (1938), pelo contrário, se opunha à ideia de que pudesse haver um fator geral da inteligência e considerava que existiam habilidades intelectuais independentes. Mediante a análise fatorial de vários testes de inteligência, estabeleceu a existência de sete habilidades mentais primárias: significado verbal, rapidez perceptiva, raciocínio, números, memória repetitiva, fluência verbal e visualização espacial.

    As teorias que apareceram depois tentaram conciliar as duas posições. Na segunda metade do século XX,  Guilford (1967) propôs um modelo tridimensional complexo. Segundo este autor, cada tarefa pode-se classificar com base em seu conteúdo, a operação mental requer o produto resultante da operação. O resultado da combinação dessas três dimensões dava lugar a 180 fatores de habilidade. Essa estrutura da inteligência não tem sido refutada pelas análises fatoriais de outros investigadores. Um dos elementos inovadores de sua teoria é a consideração da inteligência social como uma entidade diferenciada e o estudo da criatividade como uma produção do pensamento divergente.

    Cattell em 1971 coincidia na existência de um fator de inteligência geral, mas dividiu esse fator em dois: a inteligência cristalizada e a inteligência fluida. A primeira depende da carga cultural, a segunda não requer conhecimento específico e consiste na habilidade para estabelecer relações complexas e solucionar problemas.

    Carroll (1993) considerava que a estrutura da inteligência seguiria um modelo piramidal. O fator G estaria em um nível hierárquico mais elevado, em um segundo nível estariam as oito habilidades diferenciadas: inteligência fluida, cristalizada, memória, aprendizagem geral, percepção visual, percepção auditiva, recuperação, rapidez cognitiva e velocidade de processamento. No terceiro nível cada uma das habilidades anteriores se dividiria em habilidades específicas. Com base em tudo isso, podemos afirmar que o conceito de inteligência como entidade intuitiva, indefinida e única evoluiu para uma inteligência multifatorial, composta de diferentes habilidades complexas e simples, apoiadas em sistemas funcionais cerebrais diferentes e sistemas metacognitivos.

    Por isso, definir o que é inteligência é sempre objeto de polêmica.  As definições podem classificar-se em vários grupos: psicológicas, mostrando a inteligência como capacidade cognitiva, de aprendizagem, e relação; biológicas, que consideram a capacidade de adaptação a novas situações; operativas, etc.

    Além disso, o conceito de inteligência artificial gerou a necessidade de se falar de sistemas, e para que se possa aplicar o adjetivo inteligente a um sistema, este deve possuir várias características, tais como a capacidade de raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar de maneira abstrata, compreender ideias e linguagens, e aprender.

    Tal diversidade indica o caráter complexo da inteligência, a qual somente pode ser descrita parcialmente, mediante enumeração de processos ou atributos que, ao serem tão variados, tornam inviável uma definição única e delimitada, dando lugar a definições singulares, tais como: a inteligência é a capacidade de adquirir capacidade, de Woodrow, ou a inteligência é o que medem os testes de inteligência, de Bridgman.

    Teorias da inteligência

    No final do século XX surgiram várias teorias psicológicas que se tornaram muito famosas: a Teoria das inteligências múltiplas, a Teoria triárquica da inteligência e a que trata da Inteligência emocional.

    Teoria das inteligências múltiplas

    Howard Gardner, psicólogo norte-americano da Universidade de Harvard, escreveu em 1983 As estruturas da mente, um trabalho em que considerava o conceito de inteligência como potencial que cada ser humano possui em maior ou menor grau, afirmando que esta não poderia ser medida por instrumentos padronizados em

    teste de C15 e ofereceu critérios, não para medi-la, mas sim para observá-la e desenvolvê-la.

    Segundo Howard Gardner, criador da Teoria das inteligências múltiplas, a inteligência é a capacidade para resolver problemas ou elaborar produtos que possam ser valorizados em uma determinada cultura. Propôs vários tipos de inteligência, igualmente importantes:

    -Inteligência linguística: capacidade de usar as palavras de maneira adequada. Envolve a utilização de ambos hemisférios cerebrais.

    -Inteligência lógica-matemática: capacidade que permite resolver problemas de lógica e matemática.

    Ao utilizar este tipo de inteligência se faz uso do hemisfério lógico.

    Era a predominante na antiga concepção unitária de inteligência.

    -Inteligência musical: capacidade relacionada com as artes musicais. Inteligência espacial: a capacidade em aspectos como: cor, linha, forma,

    figura, espaço, e suas relações em três dimensões.

    Esta inteligência diz respeito a campos tão diversos quanto design, arquitetura, engenharia, escultura e cirurgia.

    -Inteligência corporal-cinestésica: capacidade de controlar e coordenar os movimentos do corpo e expressar sentimentos com ele.

    -Inteligência intrapessoal: está relacionada com as emoções, e permite entender-se a si mesmo.

    -Inteligência

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