Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Renascer
Renascer
Renascer
E-book219 páginas2 horas

Renascer

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Os vampiros existe?
No século XIX, em uma pequena cidade na Romênia, no meio da tranquilidade de uma floresta, vive uma jovem mulher chamada Kiara, que está grávida de seu segundo filho. Em uma noite escura, dentro de um halo de mistério, o nascimento ocorre, é uma menina, a quem eles chamam de Aman.

Aman se tornará uma jovem inteligente e corajosa, que estará envolvida em uma perigosa busca pela verdade quando, em seu caminho, um jovem misterioso cruza com um passado oculto. Um passado que esconderá da Aman para poder ficar ao seu lado e protegê-la de todos os males que a aguardam.

Aman terá que enfrentar traições, infortúnios familiares e situações inesperadas, ao mesmo tempo em que não será capaz de evitar cair nas redes do amor caprichoso. Enquanto isso, o passado esquecido virá correndo para mudar tudo. Aman descobrirá um novo mundo, no qual não poderá evitar entrar pouco a pouco, até terminar sem poder sair.

Mergulhe em uma história de personagens misteriosos, amor e criaturas sobrenaturais, onde, para renascer, terás que morrer primeiro. Poderá o poder da esperança salvar a vida da Aman e de todo o seu mundo? Atreva-se a descobrir toda a verdade.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de set. de 2019
ISBN9781547599325
Renascer

Leia mais títulos de Mª Del Mar Agulló

Relacionado a Renascer

Ebooks relacionados

Fantasia para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de Renascer

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Renascer - Mª del Mar Agulló

    1. Kiara

    ––––––––

    K

    iara era uma garota rural romena normal do século XIX. Como a todas, gostava dos bailes que davam os nobres quando vinham para as suas casas de campo, gostava de fofocar com as pessoas no povoado, lhe apaixonavam as obras românticas, sonhando em algum dia poder ser como uma das protagonistas. Todos os livros contavam a mesma história: a menina pobre conhece o menino rico com título, se apaixonam, a família dele se opõe a princípio, a dela se mostra encantada e, finalmente, os dois jovens apaixonados se casam para a alegria da família da menina.

    Kiara não conheceu nenhum nobre, mas sim conheceu um homem realmente encantador que a fazia feliz, se chamava Saúl. Três anos após o casamento, tiveram o seu primeiro filho, um varão a quem chamaram de Isaac. Sete anos depois do nascimento do Isaac, Kiara se encontrava gravida do seu segundo filho.

    Kiara estava prestes a dar à luz e o desespero a consumia. Durante toda a gravidez, ela teve pesadelos constantes e, até mesmo, uma atração por sangue difícil de explicar. Kiara havia decidido não comentar com ninguém, apesar de estar um pouco preocupada.

    O parto seria assistido por uma cigana de uma aldeia próxima, que se encarregava de ajudar as mães a trazer os seus filhos à Terra.

    A mãe da Kiara, Adriana, que morava com eles quando ficou viúva anos atrás, estava fora da casa, assando um cordeiro. A prima Araquel, que tinha vindo de longe para ficar com a prima ante o nascimento, preparava a mesa para o jantar, colocando os copos de prata para o vinho, usados apenas em ocasiões especiais, assim como o menino ou a menina que vinha a caminho. Isaac não se separava da Kiara, que estava deitada na cama com fortes dores. Saul dava o jantar para as duas vacas que a família tinha e certificou—se de que a porta das galinhas estava bem fechada. Tudo estava preparado para o nascimento.

    À tarde, Adriana costurava roupas para o futuro recém—nascido. Mais tarde, como já fazia antes do nascimento do Isaac, pendurou diferentes amuletos na porta para dar sorte ao seu futuro neto.

    Saul, por sua vez, como se fosse um dia normal, havia estado trabalhando o dia todo. Saul era um camponês. Se encarregava das fazendas de vários vizinhos endinheirados, e quando o serviço era escasso, ele trabalhava como jardineiro, cuidando dos animais, ou o que quer que fosse apresentado. Outra fonte de renda era a venda de ovos, de comida preparada e de roupas tecidas por Adriana, já que ela era uma grande tecelã, bem ao contrário da Kiara, que possuía qualidades melhores para a cozinha.

    A família da Kiara não tinha muitos recursos. Morava em uma pequena casa de campo de três dormitórios, uma pequena cozinha, uma sala de estar improvisada que fazia de alpendre, um banheiro e um estábulo.

    O estábulo era o lugar favorito do Isaac. Passava o dia inteiro lá, quando seu pai não tinha excesso de trabalho ou a sua mãe não o chamava para ajudá—la em qualquer tarefa. Estava formado por dois andares: no primeiro estavam as duas vacas, em uma das partições; na outra partição, totalmente fechada, estava a dúzia de galinhas; o resto das partições dos celeiros e o andar superior estavam vazios. As galinhas as trouxe consigo Adriana quando se mudou. As vacas eram presentes dos donos das fazendas para as quais Saúl trabalhava.

    2. O nascimento

    ––––––––

    A

    lua estrelada amanheceu no meio da noite anunciando o nascimento. Nesse momento a cigana chegou para ajudar no parto. A dor não diminuía e as contrações não paravam, mas estavam aumentando.

    É nesse momento que estoura a bolsa da Kiara, soltando um grito de dor. Xantal, a cigana, que chegou no lombo de um cavalo branco, desceu em seguida, rapidamente amarrou o cavalo a um poste que estava na entrada e entrou na casa sem pedir.

    Kiara não aguentava mais. Se lia no seu semblante como a dor a consumia, padecia de dor sobre—humana. Rapidamente, a cigana pegou um frasco roxo da sua bolsa e entregou—o a Araquel.

    — Faça que o beba — disse Xantal a Araquel, apontando para Kiara—. O garoto melhor fora.

    Adriana se apressou para tirar Isaac do quarto, que se queixou.

    — O que é isso? — disse Kiara com um fio de voz segurando o frasco roxo do qual Araquel tinha feito a entrega.

    — Beba, te acalmará — disse Xantal com o seu sotaque oriental.

    Xantal era uma pessoa misteriosa, o pouco que se sabia sobre ela era que era originária de uma aldeia costeira no Mar Negro. Diziam que praticava feitiçaria, mas ninguém tinha provas. O mais suspeito era um extenso pomar que tinha todo o tipo de plantas estranhas, algumas delas venenosas.

    Após duas longas horas de parto, a cabecinha de um novo ser fazia a sua aparição no dormitório. Pouco a pouco, primeiro os ombros, logo os braços, e por último as perninhas, estavam saindo. Era uma menina. Uma menina preciosa.

    A cigana apressou—se para cortar o cordão umbilical. Adriana trouxe um recipiente grande cheio de água quente para banhá—la.

    Adriana, curiosa, perguntou:

    — Que nome vais colocar?

    — Aman — Kiara respondeu ainda convalescente.

    — Abençoada do mal.

    — Exato — respondeu Kiara para Xantal.

    De repente, como se o destino a advertira de algum perigo, Xantal se virou sobre a pequena Aman. A contemplou por alguns segundos. Algo não ia bem. Aparentemente, a menina estava saudável, tudo estava indo segundo o previsto.

    Depois de inspecionar a garota superficialmente por alguns segundos mais, a viu. Uma marca estranha que não pressagiava nada de bom. Xantal devia decidir se dizia ou não. Escolheu a segunda opção.

    A marca tinha a forma de um pequeno círculo que dentro tinha outros círculos menores, formando um pequeno redemoinho que passava quase despercebido por estar atrás da orelha direita. No futuro, estaria praticamente oculto, já que o cabelo o cobriria, mas para alguém como Xantal, os detalhes quase nunca passavam despercebidos.

    A marca tinha um mistério oculto. Os mais antigos do lugar o relacionavam com a transformação humana em outros seres perigosos e sombrios, na reencarnação humana, e, inclusive, haviam pessoas que a relacionavam com a personificação do próprio demônio.

    De repente, uma brisa suave soprou, escoando pelas janelas, apagando as velas que iluminavam o quarto, deixando—o no escuro. O quarto estava impregnado com o odor de jasmim procedente do jardim, que havia entrado com a brisa, com o único som dos prantos da recém—nascida.

    Outro mau presságio —pensou Xantal.

    3. Um novo lar

    P

    ouco depois de Aman cumprir os seis anos, a Saul foi oferecido um emprego permanente em uma fazenda de um rico conde, que supunha ter que se mudar para outra cidade, Harkaj. A princípio, a família tinha dúvidas, havia vivido sempre na mesma cidade, com as mesmas pessoas, mas o trabalho que ofereciam a Saul era bem remunerado, era uma oportunidade que não podia deixar passar.

    A nova casa da Aman era adorável. Era feita de pedra e madeira, com telhado triangular e grandes janelas. No térreo havia uma grande sala que servia de cozinha, sala de jantar e sala de estar. No andar superior estavam os dormitórios. Mas o que a família mais gostava eram as maravilhosas vistas, já que estava ao lado de um pequeno lago.

    Nos fundos da casa, havia um moinho de água e espaço para os animais.

    Pouco depois de chegarem a sua nova casa, começaram a construção de uma garagem, já que o conde entregou a Saúl um trator para que ele pudesse realizar melhor o seu trabalho.

    Além disso, a fazenda possuía um píer, a família não possuía nenhuma barcaça, embora anos depois ela adquirisse uma.

    A maioria do restante dos vizinhos também tinha as suas casas à beira do lago, as demais estavam agrupadas no extremo norte. Lá estava a romântica praça Fuerte, na qual reinava uma grande fonte românica, à qual posteriormente a adicionaram uma estátua de uma mulher seminua. As casas com vista para a praça estavam adornadas com flores em tons rosados e vermelhos, como as rosas, rosas alpinas e outras variedades.

    Às sextas—feiras, a praça se transformava, dando lugar a um mercado espetacular, tanto pelo tamanho quanto pela variedade de produtos, no qual as pessoas vinham de outras regiões para vender, comprar ou simplesmente observar aquele espetáculo. De fato, em algumas ocasiões os mercadores viam a necessidade de estendê—lo até a periferia da cidade. Lá, podiam encontrar desde animais granjeiros, animais exóticos, alimentos, tecidos, especiarias, até beberagens, entre outras coisas.

    Por seis anos, Aman foi uma garota normal. Sua avó parecia cada dia mais jovem, de acordo com as más línguas,  bebia beberagens para permanecer jovem, que comprava da Xantal. O relacionamento de seus pais havia se ressentido, fingiam ser duas pessoas apaixonadas, quando, na realidade, eram duas pessoas que se gostavam e que compartilhavam uma vida, era como se pouco a pouco, o amor se distanciasse deles. Seu irmão foi quem mais havia mudado. Havia se tornado um adolescente muito diferente da criança que era. Agora estava mais deprimido, sofria. Quando era uma criança, era a alegria da casa. Era vivaz, alegre, sem preocupações, mas, ao crescer, estas haviam cruzado seu caminho. A preocupação tinha um nome, Lorena, uma jovem de uma aldeia vizinha, endinheirada, bonita e elegante. A primeira vez que a viu, se apaixonou por ela. Passeava pelo mercado. Vestia um terno azul escuro, e seus dourados cachos caiam pelas costas. Sorria para um dos jovens que vendiam na banca de legumes. Ela nunca notaria alguém como ele.

    Vários anos após a chegada da Aman em sua nova casa, enquanto voltava da casa de uma amiga, para a qual sua família frequentemente vendia ovos e leite, encontrou um jovem apoiado em uma árvore. Usava roupas caras. Um casaco azul marinho, com calças muito elegantes.

    Ele olhava para Aman sem piscar. Tinha um olhar sereno, nela se lia a felicidade.

    Ao chegar a sua altura, Aman continuou como se não reparasse na sua presença, mas lhe pôs a mão no ombro, ao mesmo tempo que Aman estava ficando nervosa.

    — Olá, me chamo Florín — se apresentou o desconhecido.

    — Não sei quem és, ou o que queres, mas não tenho dinheiro, minha família é muito humilde, não podemos te dar nada — disse Aman defensivamente, dando uns passos para trás.

    — Não sou um ladrão. Eu sou novo na cidade. Desculpe ter te abordado assim no meio do caminho.

    Aman não sabia o que dizer.

    — Gostarias de me mostrar a cidade?

    — Eu só tenho dez anos! Meus pais não me deixariam.

    — Eles não precisam saber, podemos ser amigos em segredo.

    — Mas és muito velho.

    — Não tanto, tenho quinze anos.

    — De onde és?

    — Do norte, de uma pequena aldeia, tenho certeza que adorarias — Florín esboçou um sorriso.

    — Tenho que ir, adeus.

    — Espera, conheces o retiro dos amantes? Amanhã à tarde estarei esperando por ti lá.

    — Eu não conheço esse lugar — mentiu Aman e partiu em passos largos.

    Aman sabia onde ficava o lugar porque seu irmão foi com outros garotos da sua idade para espionar os casais e contou—lhe uma vez sobre isso. Se tratava de círculos pequenos que estavam na floresta completamente cercados pelas árvores, onde antes praticava—se bruxaria. Cada círculo tinha no centro restos de fogueiras onde as bruxas fabricavam diversas poções. Além disso, todos tinham pequenas rochas que serviam como assentos das bruxas. Ao estarem isolados da cidade e serem muito conhecidos pelo povo, alguns casais escapavam e se encontravam lá.

    Aman não pretendia se encontrar com Florín, muito menos em um lugar isolado.

    Florín. Cada vez que pensava nele, ria. Não sabia por que esse nome, apesar de ser muito comum, lhe provocava risos. Mas por alguma razão, não conseguia tirar isso da cabeça. E, de repente, sentiu uma pontada atrás da orelha direita.

    No dia seguinte, igual, não pensava em outra coisa senão Florín, e já não lhe provocava risos. Sentia como um elo entre eles, ainda assim, não pensava em ir ao encontro com Florín.

    Passaram dois dias sem notícias do Florín. Quando lavava a roupa em uma grande bacia no estábulo, alguém abriu a porta e espiou. Era Florín. A cara de assombro da Aman era maiúscula.

    Como se atreve? — pensou Aman.

    — Não dê outro passo ou grito.

    — Calma, só queria verificar que estavas bem, como não foste ao nosso encontro.

    — Vá ou grito.

    Florín deu a volta com a intenção sair, quando girou, e disse—lhe:

    — Hoje voltarei a te esperar, não falhe comigo — e saiu sem dizer mais nada.

    Aman não sabia se pensar que Florín estava louco, ou se queria fazer—lhe algo. Continuou lavando as roupas pensando sobre o que fazer naquela tarde, depois

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1