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432 - Faith
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E-book257 páginas3 horas

432 - Faith

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Sobre este e-book

Inspirado em "Boccaccio - O enigma da centésima novela" de Patrizia De Santis, esta aventura épica segue Stephanie em sua busca desesperada por seu marido, um homem enigmático que desapareceu imediatamente após o casamento. O que ela descobre coloca, gradualmente, emdúvidas todas as suas crenças e, certamente, as suas também.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento27 de dez. de 2019
ISBN9781071501979
432 - Faith

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    432 - Faith - Robert Steiner

    idioma

    Tudo é energia, e isso é tudo aquilo que existe. Sintonize–se à frequência da realidade que deseja e, inevitavelmente, essa é a realidade que você terá, não tem como ser diferente, isso não é filosofia, é física.

    Albert Einstein

    1

    Um dia voltarei, pensei.

    A cadeira rangeu sob meus pés enquanto eu subia incerta. Os olhos embaçados por lágrimas impediram-me de discernir o pálido amanhecer que timidamente apareceu na minha janela. Eu sofreria? Reveria os episódios mais relevantes da minha vida? Renzo choraria por mim? Eu o veria depois do ato ou simplesmente me dissolveria no nada? Uma miríade de perguntas estava se formando em minha mente enquanto eu ajeitava o cinto em volta do meu pescoço com uma mão trêmula.

    Um breve olhar ao redor da sala seria o último gesto terrestre que eu faria. Que maneira infeliz de ir, pensei, e ainda me esqueci de arrumar a cama. O que eles pensarão de mim? O tipo de pensamento que vem à mante em momentos como esse é incrível. Eu estava prestes a me matar e pensava na cama desfeita.

    Então me ocorreu que eu não tinha sequer escrito uma carta de despedida. Sim, mas adeus a quem? A Renzo que me trancou nessa jaula de ouro? Minha partida certamente seria apenas um alívio para ele. Meu irmão então? Lucas sabia muito bem que eu não estava passando por um bom momento, então eu não poderia escrever um adeus seco. Contar a ele uma história absurda como essa por e-mail era impensável. Ele vai entender, e isso basta, pensei.

    E de maneira decidida, dou um passo à frente.

    O cinto já estava preso e a descida da cadeira mudou ligeiramente a distância que me separava do chão. Lembro do aumento repentino de pressão na traqueia, o aperto na jugular, o rosto vermelho e a incapacidade de respirar. O instinto de sobrevivência fazia com que eu, desesperadamente, agarrasse o cinto e me erguesse, mas resisti. Seria idiotice chegar até aqui para desistir a poucos centímetros da linha de chegada. Quanto tempo vai demorar?, pensei.

    A resposta veio de um rangido repentino acima da minha cabeça, depois um baque e um corpo caiu, meu, no chão. A última coisa de que me lembro foi a sensação reconfortante de ser envolta por uma luz quente.

    Estou morta, pensei. Depois nada.

    Quando abri os olhos, encontrei-me deitada no chão, coberta por escombros. Eu sou um fantasma?, pensei, olhando para a minha mão embranquecida, lembrando vagamente a de Casper.

    Uma pontada no meu pescoço me trouxe de volta à realidade. Eu ainda estava atordoada, mas lúcida o suficiente para entender como a má sorte estava me atacando, me impedindo de tirar minha vida. Eu estava destinada a uma longa e angustiante sentença de prisão perpétua? Eu olhei para cima e vi a viga de madeira quebrada e alguns pedaços de teto que faltavam. Uau, pensei, se me acertassem, eu estaria morta! Parei por um momento para pensar sobre o quanto esta última frase era de uma loira típica, o que eu era, e ri como uma idiota enquanto tirava o cinto do meu pescoço.

    O destino me salvou duas vezes em um intervalo de alguns minutos, então ele me queria vivo a todo custo. Que droga! Se não fosse altamente trágico, eu teria continuado a rir, mas meu riso curto se transformou em um grito desesperado.

    Com dificuldade, levantei-me do chão e aproximei-me da bolsa. Peguei meu celular e liguei para Lucas.

    Alô?

    Lu..., eu não tinha voz. O cinto apertou demais. Com dificuldade, consegui sussurrar seu nome.

    Lucaaaas!

    Se eu tivesse recebido uma ligação semelhante, teria pensado em um maníaco sexual, mas ele incrivelmente me reconheceu.

    Stephanie! É você? O que aconteceu?

    Venha, por favor, e desliguei.

    O que ele pensaria de mim? Ele, que havia transformado sua vida em uma razão para a vida, como ele reagiria ao ver sua irmã mais velha sob uma nova fantasia, a de aspirante a suicida?

    Eu criei Lucas, já que meu pai viajava sempre entre uma embaixada e outra, e minha mãe, viciada em compras, aproveitava as viagens constantes de meu pai para expandir seu conhecimento de butiques e ateliês ao redor do mundo. Eles me criaram como uma princesinha: mimada e protegida... pela babá! Deles, eu só posso dizer que eram generosos, tendo me dado um cartão de crédito Gold aos oito anos de idade e meu primeiro celular um ano depois. Talvez, para eles o afeto fosse limitado apenas a isso e, talvez, em suas mentes, considerassem-se pais modelos. Quando meu irmão nasceu, apareceu em mim o instinto materno que minha mãe nunca teve comigo, e que certamente faltaria a ele. Então, cuidei de sua educação, tentando passar primeiro o senso comum e depois o respeito pelos valores fundamentais da vida. Eu também consegui fazê-lo entender, ironicamente, o valor do dinheiro. Eu, uma menina mimada de seis anos, ensinei ao irmão mais novo o que significava ganhar o pão. Milagrosamente, o lado racional e prático de meu caráter de Touro com ascendente em Virgem me deu um instinto salvador. Desperdício não era para mim.

    Lucas crescera cheio de sentido, de consciência do valor das coisas e com uma imensa sede de conhecimento. Foi graças ao dinheiro da família que ele viajou por toda parte estudando botânica, arqueologia, antropologia, astronomia e astrologia. Com apenas vinte e seis anos, ele já tinha a experiência e o conhecimento de um graduado de sessenta. Felizmente, ele conseguiu, por sua vez, transmitir-me um imenso desejo de aprender, levando-me a conseguir um duplo diploma em letras e, mais tarde, história da arte.

    Desde que fui trancada aqui, meu único consolo são os livros, passei dias lendo, estudando e pesquisando o passado desta morada lúgubre, o Castelo Roccabianca, a poucos quilômetros de Parma.

    O quarto em que eu estava era chamado de Quarto de Griselda, já que os afrescos nas paredes eram uma representação da história de Griselda, narrada no centésimo romance do Decameron.

    Na história de Giovanni Boccaccio, uma jovem é tomada como esposa por um rico nobre, que, por medo de ter diante de si uma mulher inapropriada, decide colocá-la à prova, sujeitando-a a treze anos de humilhação e privação e, por último, fazendo-a acreditar que havia matado os dois filhos que tivera com ele, por não terem sido aceitos pelo povo, como a descendência de uma mulher de uma casta inferior. No auge dessas torturas psicológicas, ele até a forçou a se tornar empregada e preparar o castelo para o casamento que celebraria com uma nova esposa, mais jovem e mais bonita. Por amor ao marido, Griselda concorda, apenas para descobrir que a jovem não é outra senão sua própria filha e que seu filho também está vivo, ambos criados por um parente em Bolonha. Só então o marido entende o verdadeiro amor e lealdade de Griselda e a aceita como esposa.

    No teto, em vez disso, havia telas com símbolos astrológicos enigmáticos, que, no entanto, haviam sido transferidas para o Castelo Sforzesco, em Milão, no final do século XIX.

    Muitos pesquisadores haviam estudado as telas e os afrescos sem nunca os correlacionar. Mas eu estava convencida de que havia uma conexão e durante os seis meses de aprisionamento, eu havia documentado sobre as telas que haviam sido afixadas naquele teto, no qual eu queria me tornar um lustre um pouco antes.

    Dadas as suas contínuas viagens ao exterior, Lucas e eu não nos falávamos com frequência, então eu sabia que minha ligação repentina o assustaria. Aprendi com alguns e-mails recentes que ele se tornou um fã de esportes radicais e se especializou em escalada livre, o suficiente para ganhar o título de Homem-Aranha da Madonnina (N.T. Madonnina é uma estátua da Virgem Maria no topo da Catedral de Milão), por suas escaladas ao longo do lado do Duomo de Milão. Felizmente, eu sabia que ele veio visitar alguns amigos perto daqui, então não demoraria muito para chegar até mim agora.

    Enquanto isso, minha mente viajou até o meu marido.

    Renzo. Como não odiar um homem que primeiro declara seu amor, prometendo a você uma vida como princesa, para então terminar como Rapunzel, trancada sem razão alguma em um castelo, logo após o casamento? Um homem rico e uma boa família de descendentes nobres, Renzo estava na elite de Milão. Eu o conheci em uma festa em homenagem ao vigésimo quinto aniversário do Príncipe Rodolfo de Aragão.

    Era acompanhante de Marta, minha querida amiga ex-modelo, na festa no Castelo Sforzesco, em Milão. A única razão que me levou a acompanhá-la foi porque eu estava curiosa para ver toda essa nobreza sob o mesmo teto.

    Andando pelos corredores perto da entrada, reconheci as pinturas do século XV, alojadas até 1896 no Castelo de Roccabianca, e fiquei fascinada. Martha, entretanto, cujos interesses eram muito mais mundanos e frívolos do que os meus, arrastou-me para longe antes que eu pudesse mergulhar em um pouco de cultura saudável.

    Pouco depois, encontrei-me cercada pela pomposa Milão: condes, marqueses, príncipes e baronesas, todas as pessoas vestidas de marca e adornadas de joias, que, se encontradas na rua, despertariam apenas bocejos. Muitos deles, se via a uma milha de distância, eram pessoas pobres que, aproveitando-se de uma herança, fizeram uma hipoteca para comprar roupas e bolsas de grife, só para parecerem ricos. Poucos deles durante a noite tiveram o bom senso de manter a boca fechada para não revelar o modesto nível de educação, mas depois do terceiro Martini, aqueles poucos que se salvaram da primeira vez, se expuseram de forma mais obscena possível, fazendo fluir daquela ligeira elegância do começo da noite, rios cheios de ignorância.

    De repente, como uma carícia etérea, senti um olhar sobre mim. Eu me virei e vi Renzo, encostado no bar, me olhando.

    Mais um, pensei. Curiosa para ver o que faria, não desviei o olhar.

    Como em um filme, ele se levantou, pegou dois drinques e veio se sentar à minha mesa, ignorando completamente a minha amiga, que vendo a atitude grosseria do Renzo, se levantou e gesticulou como se dissesse que idiota!. E enquanto ela saía em busca de alguém que lhe oferecesse uma bebida, Renzo me entregou um Martini.

    Eu não bebo, disse a ele.

    Sem bebida, sem diversão, ele respondeu com um sorriso.

    Eu não estava pronta para me fascinar por seu charme emprestado dos novos ricos e optei pelo jogo duro.

    Eu não preciso beber para me divertir. É a vida que me embriaga. Qualquer pessoa que procura alegria em outras coisas está dizendo que não tem uma vida.

    "Touché!, disse derramando os drinks no chão. Isso significa que errei feio. Ensina-me como se faz".

    Como se faz o quê?

    Divertir-se com a vida.

    Eu ri. "Como um rico, provavelmente nobre, e gran viveur pergunta a mim, um humilde mero mortal, como se divertir?"

    Uma explosão e os consequentes gritos de pânico interromperam aquele momento de desafio pseudo intelectual.

    Rápido, se abaixe!, Renzo me empurrou para debaixo da mesa.

    Debaixo da longa toalha de mesa, pernas corriam em todas as direções ao nosso redor. Outra sequência de tiros provocou novos gritos femininos. Como de costume, em momentos de grande tensão, meu lado cínico e pragmático se impôs me fazendo refletir sobre algo obscuro: mas, em circunstâncias extremas, as mulheres, gritando, o que acham que podem resolver? Às vezes eu tenho vergonha de pertencer a este sexo facilmente estereotipado. Eu senti a mão de Renzo agarrar meu pulso e me erguer.

    Vê aquela coluna? Vá!

    Nós nos esgueiramos naquela direção e, em seguida, protegendo-nos com as mesas viradas e as plantas grossas que abasteciam a sala, conseguimos ir em direção à porta da cozinha e entrar, sem sermos notados. Quando entramos, ouvi, vindo de trás, um enésimo tiro e a voz inconfundível de Marta gritando. Eu me virei a tempo de vê-la cair no chão, atingida por uma bala.

    Não!, meu choro instintivo foi sufocado pela mão de Renzo, que cobriu minha boca e me arrastou para a cozinha.

    Estava chocada e aterrorizada. Eu acabara de testemunhar a morte da minha melhor amiga. Eu queria resgatá-la, mas o aperto de Renzo era como algemas em meus pulsos. A cozinha estava deserta e quem quer que fossem os criminosos, que estavam criando o pânico no salão, não tinham cúmplices ali. Renzo me levou até a porta dos fundos e saímos para um pequeno pátio atrás, o cruzamos, e a porta da salvação se abriu para nós. E assim que estávamos correndo pela a rua, ouvíamos sirenes da polícia do outro lado do castelo, mais tiros e gritos. Continuamos a correr, enquanto tiros e sirenes se afastavam. Quando finalmente nos sentimos seguros, nos encontramos no meio do Parque Sempione. Assim que paramos, comecei a chorar desesperadamente em seus braços.

    Eles mataram Marta!, disse entre em soluço ofegante e outro, assim que consegui me segurar por um momento.

    Não há mais nada a fazer agora.

    Quem eram eles?

    Terroristas ou ladrões, não sei. Várias personalidades milionárias estavam lá. De qualquer forma obrigado.

    Pelo o quê?

    Agora eu entendo como me embriagar com a vida.

    Garanto-lhe que teria passado essa, com prazer.

    Foi aí que ele me pegou em seus braços e me beijou. Eu me senti como uma princesa salva por seu herói, que então a leva para o castelo encantado onde a cena do sexo vai acontecer, que geralmente é censurada em contos de fadas.

    Eu, por outro lado, a vivi.

    Na manhã seguinte, acordei no quarto do hotel, onde refugiamo-nos, e encontrei uma rosa vermelha e uma bandeja de café da manhã no travesseiro. Pensei em outro seduzida e abandonada da minha vida, mas o barulho do chuveiro me negou. Aliviada por sua presença, me ajeitei na cama e comecei a tomar meu café quando o vi sair. Finalmente pude admirar toda a sua beleza viril. Um físico atlético e esculpido por anos de treinos meticulosos, seus profundos olhos azuis, seu cabelo curto e agora emaranhado pelo banho. Embora eu tivesse passado a noite inteira fazendo as coisas mais impensáveis ​​e acrobáticas, só agora percebi o quão bonito e fascinante era. Sem dizer uma palavra, ele se aproximou e sentou-se ao meu lado, uma toalha ainda em suas mãos e outra apertada em torno de sua cintura.

    Eu sou um tolo, ele disse, nós vivemos juntos uma mistura de um romance de Agatha Christie e o Kama sutra de Vatsayana e eu ainda não sei o seu nome.

    Quando se vive a vida intensamente, às vezes essas coisas acontecem. Sou Stephanie Onofri.

    Stephanie. Como Stephanie de Mônaco, ele brincou.

    "Não. Stephanie, como Stephanie da Praça Loreto (N.T.: praça situada em Milão, Itália) (eu coloquei o sotaque no ‘o’ para tirar sarro dele), depois Amsterdã, Cidade do Cabo, Caracas, Pequim, Ottawa e, por fim, Nova York. Meu pai era diplomata".

    Então senhorita 'Stephanie do Mundo (ele me devolveu a piada), sou o príncipe Renzo Saint-Severin de Parma.

    Um príncipe?

    Isto é o que meus ancestrais dizem. Infelizmente, meu cavalo branco ainda está estacionado no pátio do Castelo Sforzesco e provavelmente ficará sob sequestro por um tempo.

    Descobriram quem eram esses caras na noite passada?

    Ladrões de arte. Aparentemente, eles conseguiram tirar algumas pinturas.

    O quê? Se eles queriam pinturas, por que não roubar à noite quando não haveria ninguém?

    Os jornais desta manhã falam de dezessete mortos e trinta feridos.

    E Marta?

    Marta Cellucci?

    Sim, ela!

    Sua amiga está entre os feridos. Eles foram levados para o San Paolo.

    Oh, graças a Deus! E viva. Nós temos que ir para lá.

    Nós vamos. Mais tarde, porém.

    Não devemos, entretanto, denunciar ou algo assim?

    Tenho certeza de que já há o suficiente.

    Eu queria fazer drama. Jantar com roubo... de verdade. Nada mal para uma primeira noite juntos!

    Ele se aproximou, me encarando por um longo tempo. Por um momento, senti o mesmo nervosismo que senti no dia em que me formei em literatura.

    E eu não quero que seja a última, Stephanie do Mundo. Você quer se casar comigo?

    Aquelas palavras loucas, absurdas, precoces, ousadas e fatídicas ainda ecoavam em minha cabeça quando ouvi Lucas batendo forte contra a porta, me acordando do meu torpor pós-traumático.

    Minha cabeça doía e o mundo girava sem controle em torno de mim. Com dificuldade, arrastei meu corpo dolorido para a porta e girei a chave. Ele entra alarmado.

    Steph, você está bem? O que...?, ele olha para cima e vê o feixe do teto quebrado. Stephanie....

    Ele se ajoelhou e me pegou em seus braços. Comecei a chorar, desabafando nos dez minutos seguintes toda a tensão acumulada em seis meses de isolamento.

    Quando me recuperei, contei-lhe sobre casamento feito em particular e apressadamente na Prefeitura, a viagem que Renzo teve de fazer imediatamente depois, da qual ele voltou inexplicavelmente mudado e, finalmente, sobre aquele dia em que me forçou a ficar no castelo, já que era vital voltar imediatamente e eu fiquei aqui, para o meu bem. Tanto o seu destino como a razão do meu isolamento permaneceram em segredo e, à medida que os dias, semanas e meses do seu silêncio aumentavam, o mesmo aconteceu com a minha angústia e desespero nas paredes silenciosas desta prisão.

    Muitas, tantas perguntas sem resposta, mas um crescente ódio contra aquele que talvez tivesse visto em mim uma nova Griselda.

    2

    Então ele desapareceu?, Lucas perguntou enquanto me servia uma xícara de chá.

    Faz seis meses.

    Você já tentou ligar para ele? SMS, Skype, WhatsApp, Facebook?

    O telefone está permanentemente desligado e os outros... nada.

    Talvez ele esteja morto.

    Morto não. O WhatsApp me diz que ele checou as mensagens esta manhã.

    Um bastardo então.

    Eu não sei mais o que pensar, estou cansada; cansada de justificá-lo, cansada de me atormentar... cansada de chorar.

    E então você decidiu destruir o gesso.

    Não é gesso. É o teto de verdade.

    Não, Steph, olhe.

    Lucas pegou

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