Classificados ilustrados: Dispensável
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Sobre este e-book
Um artista desvalorizado,
Cansado de escrever versos
E sonhos exasperados!
E, pra colher moedinhas de esperança,
Pôs os dedos nas feridas da vida
E abriu às vistas vísceras do que não pode ser tocado
À procura de leitores desentendidos e desenganados,
Com mentes desiludidas e desavisadas
Que perseguem olhos destemidos e desastrados
E corações despidos e destreinados
Pra que leiam o mundo
Através de classificados ilustrados!
Vai dar o que falar!
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Pré-visualização do livro
Classificados ilustrados - Edgar Izarelli Oliveira
A presente obra
Na dobra dos versos de Binho
O poeta se enjoa com as próprias verdades
E busca um novo poeta dentro de si mesmo
O poeta sabe de tudo que lhe causa dor
E tudo que lhe adoece
E a receita é uma nova paixão
Alguém inalcançável para amar
E o poeta encontra a pessoa amada
Em algum verso mais para frente
E se aquieta um pouco
O poeta valoriza a poesia
É tão seletivo quando elege a poesia
O poeta penhora amores, para dar continuidade às suas esperanças
Segue em frente com versos e reversos que a vida lhe impõe
O poeta salta obstáculos com frequencias mais elevadas
E se resolve com sua arte livre, escorrendo do seu coração
O poeta quer trocar o tempo concreto pelo tempo poético
De suspiros e corações batendo suave,
Musicado de crianças, de sol, de flores e de estrelas
O poeta que diz que o amor é menor que três;
Tirando extratos da sabedoria popular
E nos quer amar a todos,
E nos tira as notas tristes, registradas em nós
Às vezes nos confunde, nos ilude, chama na chincha
E faz a gente procurar nossos perdidos também
E pode que nos encontremos em um grande buraco
No próximo poema
E o vazio já se desfaz na página seguinte
O poeta quer ser ouvido e empresta sua voz
Vez em quando é o silencio, o que se escuta
No desce sílabas e sobe palavras
O poema se constrói
Arranca nossas máscaras
E nos destrói
O poeta procura alguém para dividir o fardo
E sua humanidade
Quem se habilita ?
A presente obra
Manobra nos traços de Wilson Coelho
Aos dias que se somam em artes desempregadas,
Ofereço poesias duras que ecoam como pancadas,
Distribuo tapas na cara e rupturas instantâneas
Pra reanimar a consciência extraviada.
E abro buracos nas paredes veladas da liberdade
Só pra quem quiser reconhecer a própria natureza.
Aos corações despedaçados por força do hábito
- Instituição máxima da rotina –
Que sangram horas desperdiçadas,
Regurgitando-se, em impropérios agendados,
Todas as dívidas individuais postergadas;
Faço ofertas poéticas, empresto esperanças revisadas
E até financio especulativas expedições
Aos mundos inundados no interior de si!
Aos concretos muros da cidade que nos segrega
Em diminutas repartições
E burocraticamente corrompe
A integridade dos sonhos,
Dôo esses olhos de artista
Capazes de dobrar em arte
As esquinas do cotidiano
E as migalhas sobressaltadas
Das mentiras contadas
Às pessoas comuns, dedico,
Sincero e nebuloso, espelho crítico do todo,
Esses simplórios classificados ilustrados!
Bula da obra e Manual instrutivo
A quem está prestes a virar a página e enveredar pelo caminho torto da arte, peço que abandone aqui todas as certezas.
Aviso: Classificados Ilustrados é uma obra-crítica, artificialmente produzida, genérica das inspirações que sobraram da naturalidade de outras histórias e da ácida mistura da observação poética do mundo obturado em que vivemos com a realidade midiática, onde foi acrescida a publicidade que sustenta o giro do capital.
Contém alto torpor de polêmicos versos, alcoólicas ironias e bucólicas reflexões patogenadas das rupestres repartições que nos segregam em diminutas mercadorias de troca e minúsculos bodes expiatórios da integridade que somos.
O livro deve ser lido com cuidado, com a perspectiva consciente da máscara que oscila, interpreta e permite aos olhos dos artistas, entre a arte e a vida, a (des)(com) postura de denunciar escândalos íntimos e feridas sociais.
Efeitos: Classificados Ilustrados pretende combater falta de perspectivas, maus humores, apatia crônica, racionalizações cancerígenas, rotinas, prisões emocionais, desânimo, dogmas, cegueira seletiva, carência de tempo, clausuras mentais e doenças no corpo da felicidade.
Efeitos colaterais: Causa desilusão e choque de identidade, crises existenciais, podendo acarretar complicações como nostalgia de si, náusea social, eleuteromania, síndrome evolutiva aguda com alta seletividade de amigos, pensamentos críticos e consciência afetiva re-significada.
Com a progressão de todos os sintomas, o coração deverá ser consultado.
Após atenta leitura e algumas