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O Espantoso Mundo da Antecipação
O Espantoso Mundo da Antecipação
O Espantoso Mundo da Antecipação
E-book161 páginas1 hora

O Espantoso Mundo da Antecipação

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Sobre este e-book

Embarque em aventuras por mundos distópicos, planetas extraordinários e por um futuro inacreditável. Bem-vindo ao espantoso mundo da antecipação! Autoras e autores imaginam o futuro em contos emocionantes. Naves espaciais, robôs e novas tecnologias estão nestas páginas, e transformarão esta coletânea em uma leitura obrigatória para todos os fãs de ficção científica.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de jun. de 2020
ISBN9780463874448
O Espantoso Mundo da Antecipação

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    O Espantoso Mundo da Antecipação - Vários Autores

    Ficha do Livro

    Título Original: O Espantoso Mundo da Antecipação, 2020

    Copyright © 2020 Elemental Editoração

    Copyright © desta edição: Elemental Editoração, 2020

    Organizada por: Alessandra Soletti e Maurício Coelho

    Capa: Fernando Lima

    Imagem da Capa: Iza Maria Ferreira, inspirado no original de Rafael Amarante

    Revisão de texto: Alessandra Soletti

    Imagens e Vetores: Design de Alessandra Soletti com arte de separadores de texto, astronauta, nave espacial e robô por Freepik.com. Figura do livro na penúltima página por macrovector_official no Freepik.com e figura do alienígena na última página por dgim-studio no Freepik.com.

    ISBN: 9780463874448

    Editor: Smashwords, Inc.

    Diagramação e Edição: Elemental Editoração

    Seloee.weebly.com

    1. Ficção 2. Nacional 3. Português 4. Antologia

    1. Título 2. Livro Digital

    Todos os direitos desta obra se reservam somente ao autor. Qualquer forma de reprodução não autorizada por expresso pelo autor será considerada crime conforme previsto na lei dos direitos autorais.

    LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998

    Não posso deixar de sentir que, se um volume desta antologia cair nas mãos de um descendente nosso daqui a um ou cinco séculos, ele seja até capaz de sorrir com algumas das nossas ingenuidades e equívocos — e, apesar disso, se mostrar impressionado, na maior parte, com nosso êxito em levantar uma ponta do véu do futuro.

    Entre, pois, no espantoso mundo da antecipação

    ¹.

    Índice

    FICHA DO LIVRO

    PREFÁCIO

    IA PARA PRESIDENTE!

    A VISITA

    IMPERIUM

    MARCIANOS

    PARADOXO

    MEMÓRIAS DE UM PÁSSARO AZUL

    PASSADO S. A.

    A SALA DE AULA

    O VIAJANTE

    O SÉTIMO SISTEMA SOLAR

    EM BUSCA DE UM NOVO MUNDO DESABITADO

    VIAGEM PARA O AMANHÃ

    UMA NOVA CASA PARA O HOMEM

    NAMORO À DISTÂNCIA

    UM MUNDO PERFEITO

    ANO 3000

    ANIVERSÁRIO

    BABEL AO CONTRÁRIO

    A DERROCADA DO MAL

    CONSCIÊNCIA E DEFINIÇÃO

    FUTURO EM INCÓGNITA

    CATANDUVA ALIEN CITY!

    UM FUTURO ESQUECIDO

    Prefácio

    O QUE É FICÇÃO CIENTÍFICA?

    Pedro H. Graeff

    ²

    É uma pergunta que pode parecer óbvia de responder. Ora, ficção científica é um gênero cheio de tecnologias e mundos diferentes. Pois essa resposta não consegue ser plena. Talvez a ficção faça mais perguntas do que deixe respostas para o leitor, perguntas como O que somos? Para onde vamos?. Ficção científica, portanto, não se trata de adivinhar como será o futuro nem como seria o presente se algo no passado mudasse. Ficção científica se trata de um reflexo extrapolado da nossa realidade e busca especular o rumo que tomaremos diante de todo o processo evolutivo social e tecnológico. A função do escritor de ficção científica é quase a de Virgílio na Divina Comédia, ou seja, a de conduzir Dante — leitor — pelo inferno, purgatório e paraíso — uma visão mais profunda do mundo, das angústias, das críticas e das ambições acerca da realidade que temos.

    Esse reflexo está enraizado nesse gênero desde o que é considerada a primeira obra de sci-fi: Frankenstein ou O Prometeu Moderno, de Mary Shelley, publicado em 1818.

    Shelley, durante o auge da primeira revolução industrial, traz ao leitor uma história de criador e criatura, um cientista prepotente que quer superar a natureza e fazer vida. Isso era um reflexo de sua época, que perdura até hoje, onde o homem controla irresponsavelmente a natureza.

    Mesmo após mais de dois séculos, a obra de Shelley é extremamente atual por tratar de outros assuntos, tais como o preconceito e a rejeição social, e também no âmbito científico como o transplante de órgãos, que só foi realizado com sucesso 136 anos após a primeira publicação do livro. Mesmo que essa questão científica não tenha sido a intenção da autora, ela com certeza conseguiu antecipar o que estava por vir e, além disso, propôs discussões acerca da bioética que se mantêm firmes e presentes nas pesquisas científicas mais atuais. Afinal, devemos brincar de deus e criar vida? Podemos clonar pessoas ou trazê-las de volta para a vida mesmo que seu ciclo biológico tenha sido concluído?

    Assim como Mary Shelley, Isaac Asimov em Eu, Robô, discute a mesma relação entre o criador e a criatura, porém, dessa vez a criatura não é mais feita com pedaços de seres humanos, mas de engrenagens e ferro. Asimov debate sobre a natureza dessa tecnologia que estava em advento e como os autômatos serão parte essencial da vida humana. Somos como Prometeu, entregamos o fogo da sabedoria para as máquinas, a questão agora é quando a criatura vai superar o criador. Por isso, Asimov imaginou as três Leis da Robótica, parâmetros que buscam uma convivência harmônica entre máquinas e homens, e da relação de servidão das máquinas conosco. Essas leis posteriormente foram transformadas em cláusulas pétreas da robótica e essa contribuição importantíssima de Asimov à ciência lhe rendeu o título de pai da robótica.

    Outro grande autor que vale ressaltar é Philip K. Dick, que em sua obra Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas?, livro que inspirou o filme Blade Runner, além de discutir mais uma vez a relação do homem como criador, aborda também as consequências de seus atos sobre o mundo e a natureza, nos levando a um mundo devastado por guerra nuclear. Devido a tal guerra, a maioria dos humanos deixou seu infértil planeta e criou androides para serem seus escravos, ajudar a colonizar outros planetas e para, inevitavelmente depois, destruí-los.

    Esses androides são proibidos de estar na Terra. Por isso, Rick Deckard, um caçador de recompensas, sai na caça de androides fugitivos que apenas almejam escapar da vida de escravos que levam. Deckard constantemente se questiona sobre a natureza dos androides e sua própria em uma trama extremamente existencialista. Dick explora nessa obra a solidão humana, a perda de identidade e a busca por sentimentos. As tentativas de superar esses problemas são dadas através do status, pela posse de animais verdadeiros que quase não existem mais; religião, baseada na empatia e na dor física; e sintética, por um sintetizador que controla quimicamente as emoções das pessoas, assim como fazemos hoje através de drogas lícitas ou ilícitas.

    Afinal, se precisamos de tudo isso para sentir algo, somos tão diferentes dos apáticos androides? Questão esta presente já no título.

    Como foi visto nesses exemplos e tentando chegar a uma resposta para a fatídica pergunta feita no início, ficção científica é um canal, uma alternativa para o leitor alcançar temas e questionamentos sobre sua essência e a sociedade na qual ele está inserido. Esses temas são acompanhados de especulações acerca de eletrizantes futuros e seus avanços, ou de realidades alternativas cheias de emoção. Por isso, aproveite ao máximo a leitura dos contos a seguir. Afinal, imaginar também adoça a alma daqueles que estão presos ao presente.

    IA para Presidente!

    Alessandra Soletti

    O sol queimava os rostos dos milhões de manifestantes em todas as capitais de Nova Nação. Era a 33ª vez que um presidente sofria um processo de impeachment. A corrupção e as péssimas escolhas das autoridades levaram a crises sem precedentes. Como consequência, aproximadamente 80% da população vivia com menos de um salário mínimo por mês.

    Mais um presidente havia sido deposto. Entretanto, a população não aceitava que o vice-presidente governasse devido aos muitos escândalos de corrupção. Assim, foram convocadas novas eleições. Porém, todos os candidatos estavam envolvidos em alguma denúncia de desvio de dinheiro.

    O povo, revoltado, tomou as ruas. Ocorreram brigas, arrastões, saques em supermercados e homicídios. Três mil pessoas tinham perdido a vida em dois dias de protestos em todo o país. Muito mais do que acontecera na tropical Nova Nação em dois dias durante a famosa pandemia de COVID-19 no século passado.

    Nesse cenário, uma famosa startup de tecnologia trouxe a solução: transformar uma IA (inteligência artificial) em presidente. Afinal, naquela época, vários outros países já eram governados por robôs programados com inteligência artificial.

    O CEO da empresa assegurou que uma equipe de profissionais de ética política da Finlândia ditaria todos os parâmetros de honestidade, justiça, meritocracia e ética. Tudo seria organizado com a maior transparência e participação da população em consultas públicas. Ainda que desconfiado, o povo de Nova Nação aceitou a ideia.

    O primeiro passo da IA foi fazer uma investigação minuciosa de todos os políticos do país. Apenas meia dúzia deles não tinha cometido nenhum ato ilícito. No entanto, em uma consulta pública, a população preferiu substituí-los por robôs. O dinheiro que seria destinado ao pagamento de salários e benefícios aos políticos foi retornado em bolsas de estudo, em igual número para todos os alunos de instituições públicas e privadas.

    A IA não cansava de repetir que tudo acontecia ao contrário da lógica em Nova Nação. Um exemplo foi descobrir que pessoas que recebiam apenas um salário mínimo, aproximadamente mil e duzentos surreais (nome da moeda do país), tinham de pagar aluguel, enquanto um grupo de funcionários públicos que ganhava mais de vinte mil surreais recebia auxílio-moradia. Obviamente, sendo a IA um sistema inteligente, ela cortou esse benefício dos empregados ricos. O dinheiro economizado passou a ir para a segurança das cidades.

    O segundo passo foram as inspeções em empresas privadas e em órgãos públicos. A IA se espantou ao notar que, nas primeiras, várias pessoas trabalhavam muito além da quantidade de horas recomendadas, os salários eram baixos e praticamente não havia nenhum benefício. Em compensação, encontrou diversos funcionários sem ter nada ou com muito pouco a fazer em várias

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