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Desafios do ensino do português como segunda língua para surdos
Desafios do ensino do português como segunda língua para surdos
Desafios do ensino do português como segunda língua para surdos
E-book238 páginas2 horas

Desafios do ensino do português como segunda língua para surdos

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Sobre este e-book

Neste obra, a autora traz a reflexão sobre os desafios do ensino da Língua Portuguesa para alunos surdos, analisando suas diferentes facetas. Embora tenha sofrido algumas mudanças ao longo do tempo, até recentemente, predominava, na educação de surdos, no Brasil, a abordagem oralista, segundo a qual o ensino e a aprendizagem eram oferecidos apenas por meio da Língua Portuguesa na modalidade oral. Nessa tempo, tinha-se a concepção de língua como um conjunto de regras que os alunos deveriam aprender para entendê-la e usá-la bem. Diferentemente dos ouvintes, os alunos surdos chegam à escola com, no máximo, fragmentos da Língua Portuguesa, cabendo ao educador orientar o aprendizado dessa língua. As dificuldades de acesso à língua falada e a pouca familiaridade com a Língua Portuguesa resultaram em alunos que não entendiam o que liam apresentando dificuldades na escrita. A aprovação do Decreto Federal nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005 abriu caminho para a língua de sinais, estabelecendo a obrigatoriedade das escolas possibilitarem aos alunos surdos uma educação bilíngue, na qual a Língua Brasileira de Sinais fosse considerada a primeira língua e a Língua Portuguesa a segunda. Contudo, ainda hoje, faz-se necessário adotar mecanismos de sensibilização para que docentes de língua portuguesa observem os desafios do cotidiano de sala de aula e as dificuldades encontras no decorrer do processo de ensino, com a finalidade de apresentarem propostas eficazes para o ensino do aluno surdo, não jogando a responsabilidade somente aos profissionais da sala de Atendimento Educacional Especializado, mas tendo consciência que para ser ter um resultado positivo é necessário compromisso de todos. Afinal, não é a surdez a responsável pelo baixo desempenho desses educandos, mas a forma como a Língua Portuguesa tem sido ensinada nas escolas.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de set. de 2020
ISBN9786588065815
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    Pré-visualização do livro

    Desafios do ensino do português como segunda língua para surdos - Roseanny Pinheiro de Carvalho do Rosário

    Bibliografia

    1 MARCO INTRODUTÓRIO

    Nesta seção serão apresentadas a problematização, as perguntas da pesquisa, bem como os objetivos geral e específicos, a justificativa para a escolha do tema e as limitações do estudo.

    1.1 TEMA

    Desafios do ensino da Segunda Língua para Surdos

    1.2 TÍTULO

    DESAFIOS DO ENSINO DO PORTUGUÊS COMO SEGUNDA LÍNGUA PARA SURDOS EM ESCOLA REGULAR NA CIDADE MACAPÁ, AMAPÁ, BRASIL, em 2018.

    1.3 INTRODUÇÃO

    Com a Carta Magna de 1988 e a promulgação da Lei 10.436/2002, Lei 9394/1996 e o Decreto nº 5626/2002 e demais leis, foram abertos novos caminhos para a institucionalização da democracia no âmbito escolar. Buscando-se reverter o histórico de uma educação autoritária, centralizadora e excludente, o sistema educacional vem adotando mecanismos para redefinir seus espaços e sua organização interna e externa. Ademais, o estudo discute a temática: Desafio do ensino do português como segunda língua para surdo em uma escola regular na cidade de Macapá-AP/Brasil e está organizado da seguinte forma:

    O Capítulo I apresenta o marco introdutório que tem como finalidade levar ao conhecimento do leitor a abordagem do problema, a pergunta geral que deu origem a construção dos objetivos, os objetivos geral e específicos, e as limitações desta pesquisa.

    O Capítulo II contempla o marco teórico que narra os antecedentes divididos em tópicos e subtópicos que discutem sobre: a história da educação de surdos no mundo, da idade média a moderna, as propostas gestualistas e as abordagens oralistas, a língua brasileira de sinais e a educação do surdo no Brasil, a oportunidade de crescimento para surdos, o movimento social e a oficialização da língua brasileira de sinais bem como suas bases legais, as práticas de ensino da segunda língua e as dificuldades do professor em sala de aula, diferenças conceituais surdez e deficiência auditiva, Vygotsky e a surdez, teoria histórico- cultural e suas contribuições acerca da surdez, a educação e a situação dos surdos nos dias atuais, a linguagem e comunicação o surdo na sala de aula regular, aquisição da língua de sinais, o ensino da segunda língua para surdos, as metodologias aplicadas ao ensino da língua portuguesa, o professor e a escola inclusiva, cursos de capacitação e a importância da língua brasileira de sinais nos cursos de graduação e o currículo escolar.

    O Capítulo III descreve a metodologia adotada nesta pesquisa. O presente estudo sustenta-se nos pressupostos da pesquisa qualitativa. Britten (2011: p. 06) adverte que os estudos denominados qualitativos têm como preocupação fundamental o estudo e a análise do mundo empírico em seu ambiente natural. Optou-se por um estudo com um enfoque quanti-qualitativo e descritivo. Baseada em métodos de coleta de informação sem medição numérica, como as descrições e observações Segundo Pereira (2012, p. 32), o estudo descritivo busca examinar um fenômeno, para descrevê-lo de forma integral ou diferenciá-lo de outro.

    O uso desse tipo de pesquisa é importante para a compreensão do trabalho docente e suas experiências em salas de aula, no processo de ensino e aprendizagem dos alunos surdos. Acredita-se que essa abordagem possa proporcionar condições para a compreensão do objeto de pesquisa deste estudo.

    O Capítulo IV, o marco analítico, apresenta os resultados desta investigação a partir da articulação e diálogo entre a pesquisadora e os dados coletados na investigação quantitativa e as observações da pesquisa qualitativa, que serão apresentadas em gráficos, quadros e narrativas. Com a finalidade de conhecermos a situação real de uma escola pública estadual em que três alunos surdos estão matriculados, entrevistamos professores a fim de analisar a formação desses profissionais, as dificuldades que encontram na comunidade escolar, as metodologias que utilizam para o trabalho acadêmico abrangendo os alunos surdos e ouvintes em sala de aula.

    O Capítulo V apresenta as Considerações Finais e as Recomendações. Nas Considerações finais – reflete-se sobre as questões pontuadas que convergem para o lócus e os sujeitos envolvidos no objeto de estudo pesquisado, num parecer interpretativo das impressões construídas durante o processo de observação.

    Nas Referências bibliográficas estão postas as obras, sites, blogs e demais trabalhos acadêmicos que nortearam a pesquisa, que ora se transforma numa dissertação de mestrado. Todos esses componentes foram estruturados e desenvolvidos a partir da temática da educação para surdo, induzindo e possibilitando uma reflexão quanto ao atual processo educacional institucionalizado e as práticas docentes, pretendendo contribuir como base para futuros estudos na área da surdez.

    1.4 Abordagem Do Problema

    Na tentativa de retificar a história dos surdos no Brasil, principalmente no que se referem ao ensino desses sujeitos, diversas políticas de inclusão nos últimos anos foram intensificadas, a exemplo disso temos as salas de aula compartilhadas com surdos e ouvintes. Entretanto, a formação dessas classes com objetivo de integrar alunos surdos, infelizmente, nem sempre funciona como de fato deveria.

    Alguns alunos se sentem desmotivados por conta das inúmeras dificuldades que enfrentam durante sua trajetória escolar, tais como: ambientes sem infraestrutura adequada, falta de intérpretes, professores não capacitados para ensinar, dentre outros motivos.

    Um dos grandes desafios para muitos professores de português que não têm domínio da língua de sinais é sem dúvida, ensinar uma língua escrita para quem nunca ouviu. Enfatiza-se que essas dificuldades não procedem somente da surdez, mas da falta de conhecimento da Língua Portuguesa falada, já que o surdo se comunica com a Língua Brasileira de Sinais (Libras) que possui uma estrutura própria. Se para quem ouvi e tem a referência visual é difícil escrever uma frase, imagine as dificuldades que um aluno surdo enfrenta todos os dias em sala de aula para escrever o português, já que ele não tem a referência oral auditiva.

    Geralmente, os surdos têm pouco contato com a língua de sinais quando bebês, principalmente se seus pais não forem surdos. Diferente da pessoa ouvinte, que adquire a língua materna de forma natural, porque são expostas a ela desde o nascimento. Nesse sentido, compreender o repertório linguístico do sujeito surdo é fundamental para a prática docente, porque o ajudará na organização de metodologias eficazes para o ensino.

    1.5 Perguntas De Investigação

    1.5.1 Pergunta geral

    Como são analisadas as dificuldades enfrentadas pelo professor da sala de aula regular em relação ao processo de ensino da Língua Portuguesa em uma Escola Regular do Município de Macapá, Amapá, em 2015?

    1.5.2 Perguntas específicas

    • Como os alunos surdos recebem o ensino inclusivista para melhorar seu aprendizado da Língua Portuguesa?

    • Quais são as principais dificuldades de acompanhamento das aulas de Língua Portuguesa na percepção dos alunos?

    • Quais são as principais dificuldades no ensino da Língua Portuguesa para alunos surdos de acordo com os professores?

    • Qual é o entendimento sobre LIBRAS no processo de ensino da Língua Portuguesa de alunos surdos dos professores?

    • Quais são os métodos utilizados pelo professor de Língua Portuguesa e sua eficácia no processo de aprendizagem da escrita dos alunos surdos?

    1.6 Objetivos

    1.6.1 Objetivo geral

    Analisar as dificuldades enfrentadas pelo professor da sala de aula regular em relação ao processo de ensino da Língua Portuguesa em uma Escola Regular do Município de Macapá, Amapá, em 2015.

    1.6.2 Objetivos específicos

    • Verificar como os alunos surdos recebem o ensino inclusivista para melhorar seu aprendizado da Língua Portuguesa.

    • Identificar as principais dificuldades de acompanhamento das aulas de Língua Portuguesa na percepção dos alunos.

    • Caracterizar as principais dificuldades no ensino da Língua Portuguesa para alunos surdos de acordo com os professores.

    • Refletir sobre o entendimento da LIBRAS no processo de ensino da Língua Portuguesa de alunos surdos.

    • Descrever os métodos utilizados pelo professor de Língua Portuguesa e sua eficácia no processo de aprendizagem da escrita dos alunos surdos.

    1.7 Justificativa

    O tema escolhido surgiu da necessidade de se observar por que o aluno surdo se matricula na escola, mas tem poucas chances de aprendizagens. Levando- se em consideração que o ensino da L2 tem sido um desafio para muitos docentes, o tema despertou-me o interesse de analisar a atuação pedagógica frente às dificuldades dos alunos surdos.

    O docente precisa entender as dificuldades do aluno surdo, e isso só será possível se aquele interagir com este por meio da língua de sinais, pois o conhecimento da Libras é um fator imprescindível na educação desses alunos, uma vez que o entrave na comunicação entre os sujeitos docente/discente implica diretamente no processo de ensino e aprendizagem do educando surdo.

    Este trabalho manifesta a importância do tema para a educação de surdos, com o objetivo de levar o educador a refletir e sensibilizá-lo na busca de informação, formação e capacitação para trabalhar com as diferenças entre esses alunos, destacando sobre tudo o conhecimento em LIBRAS valorizando a comunicação e a afinidade entre o surdo e o docente, com a intenção de colaborar para a qualidade de ensino.

    Atualmente, o que se observa é que alguns professores não procuram se capacitar na área pelo fato de não serem professores de educação especial ou intérpretes de libras. Pois, quando temos um aluno com deficiência na sala de aula, o primeiro passo é buscar informações que nos ajudem a ensinar o aluno às disciplinas curriculares.

    Essa busca pela informação ajudará a analisar e compreender a linguagem do aluno surdo e as várias maneiras de expressões que ele utiliza. Por isso, a importância da participação dos docentes em cursos de capacitação que possibilitem aprender a LIBRAS e assim, consiga ensinar a LP de maneira que esses discentes assimilem de forma satisfatória a L2.

    Verificaram-se quais os suportes que a Secretaria de Educação de Macapá está dando aos professores com a finalidade de diminuir os índices de repetências entre esses alunos. Após a conclusão da pesquisa, a observação será aplicada em uma escola regular em turmas de ensino fundamental I onde há alunos surdos tendo como foco a aquisição da LP e as dificuldades que ela representa na comunidade surda.

    Este trabalho terá também relevância acadêmica e social, uma vez que a discussão sobre a temática exposta abrirá caminhos para novas reflexões e debates sobre os desafios enfrentados pelos professores das salas regulares, desafios estes, ocasionadas pela falta de conhecimento em língua de sinais ou ausência de um interprete em sala para auxiliar no processo de ensino.

    1.8 Delimitação Do Problema

    A leitura e a escrita são aptidões decisivas para o desenvolvimento cognitivo e escolar da criança. São habilidades que instigam vários estudiosos nas mais diferentes áreas educacionais, a entender como essas práticas acontecem. Muitas vezes, a criança aprende apenas a decodificar as palavras, contudo, não escreve ortograficamente correto e nem consegue entender o texto, atingindo de modo superficial os fins da alfabetização.

    No caso dos alunos surdos, para o processo de ensino da segunda língua, a sugestão de educação mais apropriada no currículo escolar é a bilíngue, ou seja, é necessária a junção organizada, sistematizada e planejada de ensinar a Língua Portuguesa e a Língua Brasileira de Sinais para que assim, aconteça o desenvolvimento escolar dos alunos surdos. Alvez (2010) considera o bilinguismo uma abordagem que respeita a língua natural do aluno e promove o seu desenvolvimento.

    O termo bilinguismo, aplicado ao sujeito falante, pode denotar simplesmente a aptidão para comunicar-se em duas línguas. Numa comunidade, pode ser classificado como a existência de dois sistemas linguísticos diferentes, que os falantes empregam alternadamente, dependendo das situações em que o sujeito falante se deparar, com idêntica fluência ou com entendimento maior de um deles.

    Em relação à Abordagem Bilíngue na Educação de Surdos, pessoas surdas e também estudiosas na área analisam a diferença linguística, estes têm como fundamento o Decreto nº 5.626/05, no qual compreende que a educação de surdos constitui-se como um campo particular do conhecimento. Tal decreto esclarece ainda que a educação bilíngue para surdo parte de uma questão social que abrange a Língua Brasileira de Sinais – Libras e a Língua Portuguesa, ou seja, ambas possuem relação inseparável com os aspectos culturais de cada língua. Assim, a educação bilíngue parte do conceito de que é aquela onde o aluno surdo é ensinado em sua própria língua, Libras, o Português escrito.

    Nesse contexto, este trabalho pretende contribuir com a investigação sobre o processo de ensino do português para o aluno surdo na sala de aula regular, analisando as atividades pedagógicas oferecidas pelo docente. Justifica-se o interesse pelo tema por três razões: por ser a área de minha formação; por observar nos professores de Língua Portuguesa as dificuldades que enfrentam em sala de aula pela falta de intérpretes e entender por que o aluno surdo está com a idade muito avançada em relação à escolaridade.

    Enfatiza-se a importância do intérprete em sala de aula, pois, com todo o movimento a favor da inclusão e a presença dos surdos em ambientes cada vez mais distintos, tornou-se essencial à presença desse profissional. Porém, apesar da lei de acessibilidade, observou-se que na escola onde ocorreu a pesquisa não havia intérprete, a carência desse profissional é bastante grande, a própria Secretária de Educação

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