Ecos de Uma Canção: Um Legado dos Contos da Máscara, #1

De A L Butcher

Legado dos Contos da Máscara

Loucura, obsessão e o legado do passado tecem seu feitiço neste conto curto e trágico baseado no Fantasma da Ópera.

Uma dúzia de anos tumultuados após os eventos dramáticos na Ópera de Paris, Raoul, o Conde de Chagny, ainda é assombrado pelo misterioso Fantasma da Ópera - a criatura lendária que mantinha os funcionários da Ópera sob seu domínio, sequestrou a amante de Raoul e assassinou seu irmão. Na imaginação perturbada de Raoul, os fantasmas do passado estão por toda parte, e uma música estranha e poderosa ainda o chama em seus sonhos.

• Idioma: Português
• Editora: BadPress
• Data de lançamento: 7 de out. de 2020
• ISBN: 9781071567678

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Capítulo 1

Aquele que nunca teve esperança, nunca se desesperará.

- G. B Shaw, César e Cleópatra, Ato 4

O lampião a gás gotejava com o vento frio da primavera vindo de uma estrutura de treliça solta. O vidro se movia levemente, fazendo a chama dançar e causando um leve assobio, bem no limite da audição. A maioria das pessoas teria achado audível o suficiente para ser irritante, mas a figura solitária na biblioteca mal notou - pois ansiava por uma música diferente. Era uma canção enlouquecedora, uma canção cativante; ele não conseguia ouvir bem o refrão - mas sabia que não era digno disso. Esta era uma música que o tinha perseguido por mais de uma dúzia de anos e ainda o perseguia.

Um pequeno livro com borda dourada caiu de seus dedos e caiu no chão, despertando o homem abruptamente de seu devaneio. Desesperado, ele procurou-o, como se fosse uma joia preciosa, quando este deslizou para baixo de sua cadeira. De todos os livros da grande biblioteca do Chateau Marguerite, este livro pequeno, fino e desbotado era o seu favorito e o único que ele leu. De pouco valor material era, para o leitor, uma joia incomparável e ele o embalou em si mesmo. Raoul chorou. Ele estava tão absorto que nem mesmo ouviu o som de seus filhos cantando em outra parte da casa. Assustado quando a porta se abriu, Raoul quase deixou cair o livro mais uma vez e se virou abruptamente para a criada que havia entrado carregando uma bandeja.

Eu bati, monsieur Comte, mas o senhor não deve ter ouvido. Caldo de carne - o melhor de Madame Fleur. Ela disse que o senhor deveria recuperar um pouco de cor nas bochechas. O senhor sabe como ela se preocupa ...

A jovem criada hesitou diante do olhar assombrado e, colocando a bandeja de prata na mesa próxima, olhou para baixo. O senhor sabe como ela é, monsieur. Ela pensa no senhor como um filho. Eu vou ... deixá-lo em paz. Lamento ter incomodado.

Raoul a observou, apático. Ele era, no entanto, um homem de boa educação e não podia ficar zangado com ela, então respondeu: Merci, Emilie. Madame não deveria se preocupar tanto. Sou um homem adulto com uma família ... Agora, boa noite.

Raoul, o conde de Chagny, mestre do Chateau Marguerite e o homem mais