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Numa nada dada situação
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E-book92 páginas32 minutos

Numa nada dada situação

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Sobre este e-book

A poeta já entra em cena com um duplo twist carpado, fazendo da escrita um espetáculo. Este não é um livro como outro qualquer. Da origem da vida (compartilhada) à abóbada celeste, passando pelos cenários mais inesperados, pelo ártico ou próximo à linha do equador, tudo cabe neste caldeirão infinito de Mariana Vieira: tangerina, coelho, o incêndio do parlamento alemão, um show de rock, uma seita poligâmica no México, afinal "é difícil explicar a complexidade das coisas simples"… e talvez só mesmo a poesia seja capaz de dar conta dessa tarefa – numa nada dada situação.


IdiomaPortuguês
Editora7Letras
Data de lançamento26 de fev. de 2021
ISBN9786559050321
Numa nada dada situação

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    Numa nada dada situação - Mariana Vieira

    Numa_nada_dada_situacao_CAPA_epub.jpg

    Sumário

    Poemas prévios a Numa nada dada situação

    Gêmeas

    Um poema

    O ártico real

    Como escrever uma carta

    Como continuar uma carta

    A mensagem é simples:

    The dinner

    Numa nada dada situação

    Contingência

    Nasci perto da linha do equador

    Dias submarinos

    Ponte para fora do mapa

    O corpo e o centro estancado da terra

    Flores

    Lamas cristais de sal pedras e água

    Sobre metais

    É agosto

    A parte mais forte eu saltei

    A ponte da ilha Russky

    Os ossos dos pés

    WOD

    Idílios cerebrais

    Texto de orelha

    Sobre a autora

    Para Flaviana, Carlito e Catarina

    Poemas prévios a Numa nada dada situação

    Gêmeas

    Aquela que considerávamos

    a nossa abóbada etérea

    já tinha se expandido

    ao limite e talvez

    por isso mesmo

    e por ser noite

    decidimos que sim

    por ser exatamente

    aquela aventura

    e aquela hora

    deveríamos sair

    precisávamos sair

    experimentar uma nova

    forma de conexão

    agora com a abóbada celeste

    contemplar o azul

    aquela concha azulada

    (o conjunto das coisas já criadas

    e tudo que criaríamos juntas)

    tão diferente

    da sopa transparente

    em que ficamos

    mergulhadas

    não começou tudo ali

    naquele salto

    duplo twist carpado

    que sempre soubemos

    (mais intuitivamente impossível)

    ser muito importante aprender

    aquelas velhas acrobacias

    do amor por amor

    mas isso já foi muito depois

    o encontro que não

    podemos chamar

    de encontro

    por não ser encontro

    a miragem do espelho

    a mesma casa do tabuleiro

    a ideia de sermos duas partes

    do mesmo que fomos

    durante aproximadamente

    cinco, seis, catorze dias após

    a fecundação

    de sermos outra coisa

    e da coisa ser

    tudo que somos

    e não digo de sermos

    um pouco pai

    e um pouco mãe

    ou um pouco do pai

    um pouco da mãe

    e de todas que nos

    antecederam

    um pouco negras, índias

    e mulatas

    e ainda sermos

    além de genética

    também história

    um tanto portuguesas

    holandesas

    e um amigo da família

    nos chamar de polacas

    de tão louras

    e um outro de subnutridas

    de tão fortes

    tudo isso é meio confuso

    digo, esta coisa

    de ser outra coisa

    e de sermos

    a mesma matéria

    essa força

    que une células recém-divididas

    em uma massa coesa

    e que com um magnetismo

    pouco comum

    (até pouco compreensível

    para alguns)

    continua unindo dia

    após-dia

    década

    após-década

    duas existências

    células queridas,

    que bela ideia vocês tiveram

    quando se aproveitaram

    de uma herança

    não tão bem escondida

    ou daquela

    falha no sistema

    que faz tanta coisa fazer sentido

    voltemos então

    ao começo

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