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E-book93 páginas39 minutos

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Sobre este e-book

A vida começa mesmo aos 40? Quem levanta a reflexão para essa e muitas outras questões a respeito de uma das idades mais simbólicas do ser humano é o escritor e poeta Luis Maffei, que, no ano de seus 40 anos, escreveu 41 poemas, um para cada ano de sua vida, convidando os leitores a repensar suas existências. O livro sucede Signos de Camões, até agora principal realização poética de Maffei. Em 40, o autor, com uma visão larga e profunda, passa por importantes estágios da existência, como nascimento, primeira infância, aquisição da língua, escola, adolescência e boa parte da idade adulta. Em cada poema, um estágio da vida e muitas de suas inúmeras experiências. Identificação, reconhecimento e indagação fazem repensar a existência e estão inclusas no processo, não só de Maffei, mas de quem se depara com seus poemas. O livro sai do ano de 1974 e chega a 2014 trazendo, poema a poema, não apenas uma trajetória de vida, mas uma trajetória poética – a autobiografia é inevitável, e a memória que se constrói só há em partilha. Além disso, passeia por momentos históricos e datas festivas, com destaque para o Carnaval, período que marca a ocasião do nascimento do autor e, consequentemente, de seus aniversários, como é possível encontrar nos poemas "1974", "1978", "1992" e "2003". O Carnaval acaba por ser uma metáfora forte do livro, assim como o incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo, ocorrido dias antes do nascimento do poeta: vida e morte, festa e tragédia, de braços dados. Neste conjunto orgânico, é possível ter contato com muitas maneiras de a poesia se constituir. A já conhecida maestria formal do autor, que explora e inova a sextina, o soneto e outras formas fixas, não ignora a potência do verso livre e, em certos poemas, uma experimentação que toca limites radicais.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jan. de 2015
ISBN9788565505659
40

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    40 - Luis Maffei

    © Luis Maffei, 2015

    © Oficina Raquel, 2015

    EDITORES

    Raquel Menezes e Luis Maffei

    CAPA

    Thiago Antônio Pereira

    PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO

    Julio Baptista

    jcbaptista@gmail.com

    PRODUÇÃO DE EBOOK

    S2 Books

    Maffei, Luis

    40 – Luis Maffei – Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2015.

    90 p. ; 14 x 21 cm

    ISBN: 978-85-65505-65-9

    1. Poesia brasileira I. Título II. Luis Maffei

    CDD: 869.1

    Sumário

    Capa

    Folha de rosto

    Créditos

    1974

    1975

    1976

    1977

    1978

    1979

    1980

    1981

    1982

    1983

    1984

    1985

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    2011

    2012

    2013

    2014

    1974

    Junto a um deus cheio de gosma

    (¿quem me diria o gosto do açúcar do creme

    do querosene do sexo amor rapto

    penicilina?)

    moleza e carne assada consta que

    horas antes da criação do mundo e dias

    antes do carnaval

    (ô Xangô

    as preta véia não mente não sinhô

    coisa que hoje eu posso dizer que sei)

    antes excessivamente de se abrirem as bicas mas depois

    ó deus goto de gosma

    de arder o Joelma com gente dentro que pulou

    pra fora e meses antes

    de Ademir entrar mudo e sair calado de uma disputa que

    disputava mais nada

    de Carvoeiro aparecer vivo numa outra bem antes de

    sumir do mapa

    de uns soldados com flores mudarem em português

    de muita gente a cor do gesto

    Eloy Rodrigues d’Almeida perdeu

    sua carteira de motorista e desesperou calado vendo

    dias dias dias

    parada sua Brasília na garagem da casa em

    Ponta Grossa Sobradinho Alfama Condomínio

    dos funcionários do Ministério do Trabalho

    Pampulha Rua Haddock Lobo esquina com

    Matoso onde toda a confusão começou

    (barba é coisa que não para de crescer e ninguém

    ouve)

    enquanto Liza Minnelli perdia a chance de entrar

    cantando e sair suada sem incêndio em português claro

    nem tão claro aos ouvidos de Sophia Cunha Pinheiro

    que não perdera a carteira nem a chave

    perderia

    perdeu

    (Put down the knitting the book and the broom it’s

    time for a holiday)

    o show de Liza Minnelli e

    aquilo que deu depois da gosma e da

    carne assada e que não diz

    pula pra fora

    ou diz

    ¿diz?

    o gosto do repto do creme rinse da gosma

    do deus da gosma

    mas

    ¿do amor?

    mas

    put down the it’s time for

    1975

    Acorda o acordo a corda o dardo o dado

    ¿A cor do acordo é corda ou acorda o dedo?

    É dedo o dito a dita é digitada

    O acordo acorda em dado e é dardo o dedo

    ¿É dado o dado ou duro é cedo o dedo?

    ¿Ditado o acordo ou dito o norte dado?

    Tardio acordo a corda indigitada

    Em tempo acorde a guerra é dado dado

    O dado avisa o ferro acorda o dedo

    A corda o dado importa e guarda o fado

    Acordo em guerra é dito ainda a medo

    Acedo à dita e o acordo é fato dado

    ¿Argui-me o dardo em dito digitado?

    A cor da dita é dado além

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