Flores de Alvenaria
De Sérgio Vaz
()
Sobre este e-book
Com apresentação do cantor e compositor Chico César, a obra traz diálogos, relembra a situação da periferia em outras épocas e conta com poemas que costumam ser declamados na Cooperifa, evento criado pelo poeta que transformou um bar de Taboão da Serra em um evento cultural.
Leia mais títulos de Sérgio Vaz
Colecionador de Pedras Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFlores da Batalha Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLiteratura, Pão e Poesia: História de um Povo Lindo e Inteligente Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Relacionado a Flores de Alvenaria
Ebooks relacionados
O coração estendido pela cidade Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVivo muito vivo: 15 contos inspirados nas canções de Caetano Veloso Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGris Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSeleta - Por pior que pareça Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMiró até agora Nota: 5 de 5 estrelas5/5O coração disparado Nota: 2 de 5 estrelas2/5Vozes guardadas Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Moleque Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos do mar sem fim Nota: 4 de 5 estrelas4/5O tempo é um rio que corre Nota: 4 de 5 estrelas4/5Tudo o que leva consigo um nome Nota: 5 de 5 estrelas5/5A dona da festa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO que não se pode dizer: Experiências do exílio Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBagagem Nota: 4 de 5 estrelas4/5Talvez precisemos de um nome para isso: ou o poema de quem parte Nota: 5 de 5 estrelas5/5Taunina: Entre escrevivências e poesias Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAglomerados Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPoemasetal De Amor, Talvez Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPalavras além dos livros: Literatura Negro-brasileira Escrita por Mulheres Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMonumento para a mulher desconhecida: Ensaios íntimos sobre o feminino Nota: 5 de 5 estrelas5/5Cantos do Pássaro Encantado Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOlho Nu Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLili, a rainha das escolhas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCordel E A Pedagogia Do Encantamento Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEspumas flutuantes Nota: 3 de 5 estrelas3/5Por uma educação romântica Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Poesia do encontro Nota: 5 de 5 estrelas5/5Rastros de resistência: Histórias de luta e liberdade do povo negro Nota: 5 de 5 estrelas5/5Cidade Velha Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOh, margem! Reinventa os rios! Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Poesia para você
Tudo Nela Brilha E Queima Nota: 4 de 5 estrelas4/5Eu tenho sérios poemas mentais Nota: 5 de 5 estrelas5/5Pra Você Que Sente Demais Nota: 4 de 5 estrelas4/5meu corpo minha casa Nota: 5 de 5 estrelas5/5Alguma poesia Nota: 4 de 5 estrelas4/5Sonetos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTodas as flores que não te enviei Nota: 5 de 5 estrelas5/5Se você me entende, por favor me explica Nota: 5 de 5 estrelas5/5Poesias para me sentir viva Nota: 4 de 5 estrelas4/5Sede de me beber inteira: Poemas Nota: 4 de 5 estrelas4/5o que o sol faz com as flores Nota: 4 de 5 estrelas4/5Tudo que já nadei: Ressaca, quebra-mar e marolinhas Nota: 5 de 5 estrelas5/5Reunião de poesia: 150 poemas selecionados Nota: 4 de 5 estrelas4/5Desculpe o exagero, mas não sei sentir pouco Nota: 5 de 5 estrelas5/5Marília De Dirceu Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs palavras voam Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Profeta Nota: 5 de 5 estrelas5/5Bukowski essencial: poesia Nota: 5 de 5 estrelas5/5Para não desistir do amor Nota: 5 de 5 estrelas5/5Coisas que guardei pra mim Nota: 4 de 5 estrelas4/5Jamais peço desculpas por me derramar Nota: 4 de 5 estrelas4/5Antologia Poética Nota: 5 de 5 estrelas5/5Melhores Poemas Cecília Meireles (Pocket) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasWALT WHITMAN - Poemas Escolhidos Nota: 3 de 5 estrelas3/5Aristóteles: Poética Nota: 5 de 5 estrelas5/5Todas as dores de que me libertei. E sobrevivi. Nota: 4 de 5 estrelas4/5O Navio Negreiro Nota: 5 de 5 estrelas5/5Laços Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Odisseia Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Avaliações de Flores de Alvenaria
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Flores de Alvenaria - Sérgio Vaz
FLORES DE ALVENARIA
SÉRGIO VAZ
APRESENTAÇÃO
CHICO CÉSAR
***
2a edição digital
São Paulo
2021
Minha poesia vem das ruas
que os anjos não costumam frequentar.
Sérgio Vaz
Sumário
Flores de alvenaria — Chico César
Poeta das ruas de flores e espinhos
Flores de alvenaria
Naquele tempo que era bom
Primavera Periférica
Canto das negras lágrimas
Oração de um vira-lata
Ser feliz
Sinfonia para surdos
50 tons de sangue
Bar adentro
Antes que seja tarde
Amar dói amar
Ideologia
Luva de pelica
Evolução das espécies
Fábrica dos sonhos
Miniconto
O amor de todo dia
Orgulho mata
Temporal
Teoria da evolução
Alegria artificial
Monalisa de fogo
Magia negra
Medo do escuro
A vida é loka
Homem não chora
Amor com fim
Depois de nós
Caminhos
Maria fodida
Simplicidade
Somos nós
Família vende tudo
Ilusão
Na Fundação Casa...
Coração aberto
Eram os poetas astronautas?
Enquadro poético
Sobre dezembros e janeiros
Oficina de poesia I
Lugar de criança é presa na escola
Sem palavras
Chão de estrelas
A liberdade custa caro
Ilusões perdidas
Fé
Sobre o autor
Poeta das ruas de flores e espinhos
Das delicadezas que a vida própria cria, contra a morte torrencial e mal-acostumada, voraz nos territórios desvalidos, nos chegam estes versos como se viessem montados na garupa de um motoboy que cospe flores incendiárias plantadas nos aquéns dos suburburinhos. É a fala de quem não aceita ser deletado pela bala do verniz corretor da rota academicista e sua frota de carros importados, estacionados dormentes no pátio das universidades públicas em privadas tornadas. É Sérgio Vaz porta-voz de reencantamentos e cultivos intangíveis de lugares desejantes de se afirmar não mais ou apenas pela mão de obra, mas pela obra em si, de operários em desconstrução a operar a reengenharia de reconhecer-se gente e fazer-se, assim, poeta. Criaram até uma associação de demoradores, a Cooperifa. E aí se demoram, delongam, evanescem e ressurgem em litúrgicos rituais coletivos em que trocam entre si a exposição de seus poemas.
E não é fato isolado na cidade madrasta. Do picho-esfínge Juneca Pessoinha
, dos anos 1980, nas paredes inumanas e hostis do Largo Treze ao Anhangabaú, passando pelas avenidas Santo Amaro, São Gabriel e Nove de Julho, aos saraus do Binho e da própria Cooperifa, os sambas da vela iluminando o que resta da garoa, o Teatro Clareô boiando nas enchentes do Campo Limpo, a autoafirmação do hip-hop na ZS, na ZL, na ZN e mesmo na gozolândia-madalênica da ZO, tem sido potente a presença da chamada periferia
na disputa pela cidade, inclusive em seus aspectos simbólicos. Como se dissesse: agora e cada vez mais tudo é centro.
Em Flores de alvenaria, Sérgio Vaz nos banqueteia (e às vezes nos esbofeteia) com uma saraivada dos poemas e textos que costuma declamar nos saraus da Cooperifa e nos lugares aonde vai. E mesmo outros como os que vez por outra publica em revistas por aí, aqui, acolá, alhures. Variam formas e temas. Mudam a tessitura e o timbre. Pode ser poesia ou prosa. O homem e o poeta são o mesmo, um só. Romântico, mordaz, perplexo, inquieto. E assertivo, sem a lenga-lenga de talvezes: Enquanto o futuro não se decide, o agora me parece uma boa opção
. Segue a melhor tradição do faça-você-mesmo dos punks, da geração mimeógrafo. Só que não no Parque Lage carioca, mas na laje de algum bairro afastado com o nome de Jardim
ou Parque
da capital paulistana. Sérgio nos dá algumas pistas de seu DNA: "Minha poesia vem das ruas que os anjos não