Vinte e um olhares sobre a humanidade
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Vinte e um olhares sobre a humanidade - Páginas Editora
VINTE E UM OLHARES SOBRE A HUMANIDADE
Copyright © Os autores
Edição: Cláudia Rezende
Revisão: José França
Imagem da capa: Alexander Ivanov por Pixabay
Imagem do miolo e contracapa: Pixabay
Fotos dos autores: arquivo pessoal
Projeto gráfico e diagramação: Christiane Morais
V789
Vinte e um olhares sobre a humanidade / [Organizado por José França]. - Belo Horizonte : Páginas Editora, 2020.
ISBN 978-65-87123-62-2u
1. Literatura brasileira - Coletânia I. França, José II. Academia Luziense de Letras e Artes (Santa Luzia, MG) III. Título
CDD: B869.08
Elaboração: Cleide A. Fernandes CRB6/2334
Este livro não pode ser reproduzido, no todo ou em partes, sem a prévia autorização do autor.
Belo Horizonte – 2020 – 1ª edição.
PÁGINAS EDITORA
www.paginaseditora.com.br
contato@paginaseditora.com.br
Projeto social: www.clis.com.br
Sumário
Capa
Folha de Rosto
Créditos
Prefácio
Humanidade!
Apresentação
Aurora
Desertos de Minas
Aspas memoriais
Desalento
Queda e Paraíso
Minha mãe mulata
Desejosa despedida
Adalberto Nicolau do Carmo
A fina linha do afeto
Andarilho
Para educar
Agripina Maria da Conceição Vieira
A Trilogia da Humanidade: a Linha Zero, o Florescimento e a Transcendência
Texto 1: A linha zero
Texto 2: Florescimento
Texto 3: Transcendência
Aline Calixto
Humanidade. Por onde andas? Onde estás? Xô
, desumanidade!
Antonio Elizeu de Oliveira
A humanidade de ontem e de hoje
Cirlene Lopes
O que é o amor humano?
Edézio Cipriano da Silva Filho
Na hora do almoço
Elisa Santana
Poemas de Guerrilha
Caverna de Platão
Paparazzi de si mesmo
A noite escorrega
Pesa mundo
Isócrates
Olhar de morto
Nunca passa
Academia
Doença
Fabiano Reis
Carta de Adão
Palavra
Jaqueline Lopes do Valle
Eternos
Jefferson Lima
Um leão por dia
Deserto
Pandemia
João Bosco Nascimento
Semear
Empatia
Iluminados
Estação acreditar
Anônimos
Transborda em você
Jociele França
As meninas e o fio de cabelo
José França
A quem pertencem nossos corpos?
Léu Ferraz
Morte
Suicídio
Caos cotidiano
Vida medíocre
Livingston Marlison Siqueira Livin
Sobre a felicidade
Teu cheiro
Incerto
Do outro lado
Fusão
Boa viagem
Marianne de Souza Stoklasa
O que espero da humanidade?
Crime
Que os homens tenham...
Humanidade
As crianças do futuro
Miguel Francisco Lage Silva
Amor desumano
O gérmen do mal
Se sou Rainha e tu és Rei
Regina da Silva
Lembranças de uma geração que valorizava a amizade
Em busca de uma vida melhor para o próximo
Uma trajetória marcante
Rosana Gargary
Igualdade
Aceitação
Anseio de mãe
Benevolência
Transformação
Rosane de Carvalho Lage
O futuro da humanidade, e a humanidade do futuro
Weider Ferreira da Silva
Prefácio
A Academia Luziense de Letras e Artes de Santa Luzia – ALUZ – fundada em 2016, atualmente composta por 38 acadêmicos, lança sua terceira produção literária: Vinte e um olhares sobre a humanidade.
Essa produção literária é um conjunto de textos regido sobre a percepção de um sistema universal, capitalista, desigual, patriarcal. Onde fios tecem páginas questionadoras sobre os registros humanos: realmente a humanidade se originou dos húmus da terra
e está ameaçada pelo chamado Ponto Zero? Estamos contidos entre o céu e o solo...Entre o berço e o túmulo
e nada podemos fazer? Como fios que se entrelaçam a coletânea vai tecendo reflexões sobre os caminhos do amor e desamor que formam a teia que protocola as demandas humanitárias.
E Os Meninos de Altamira e As Meninas e o Fio de Cabelo registram sua história, não só nestas páginas, mas nos textos da Constituição vigente, cheios de códigos e de leis criadas pelos próprios homens. Cada um no seu compasso, cada um com a sua sombra, cada um com o seu traço.
E quando no trajeto "um caminho se rompe, outro flui "e passamos a entender que tudo era só convenção social que nos levava a não pensar sobre um sistema educacional que substitui matérias de formação humana e não cumpre o seu papel de inclusão social. E nesse contexto, os fios vão conduzindo para a possível imagem do homem culpado pela própria cegueira e consequente escravidão
. E então A Hora do Almoço nos diz: O tempo somente é, porque algo acontece, e onde algo acontece, o tempo está. E lá fora é preciso fazer o mundo que se acredita, pois, a força da alienação vem da fragilidade dos indivíduos que só enxergam o que os separa e não o que os une.
E essa ponta de fio puxa a ponta de fio tecendo o amor desumano A tua presença preenchendo o vazio entre o acaso e o destino gerando vida mundana, hipocrisia
– sangue que escorre entre os orifícios do caos provocado por tantos discursos pelos palcos do mundo.
Mas há também na coletânea o fio da felicidade que entra nas páginas "querendo guardar o roteiro, esquecer os caminhos, lembrar do destino e desejar boa viagem", como uma integração ao fio que disse: O mundo é formado não apenas pelo o que existe, mas pelo que pode efetivamente existir.
E a esses fios se somam os fios da empatia, do respeito às diferenças, do poder dos encontros musicais, da valorização e da importância das ações solidárias, do reconhecimento das grandes lideranças e de tantas outras visões sobre ações humanas que levaram esses escritores a questionarem as escolhas de um ser social, procurando entender os caminhos que constroem as histórias sobre a humanidade.
Humanidade!
Aproximadamente, seis bilhões de pessoas em luta pela sobrevivência. Num contexto ora feliz ora infeliz, de homens em busca de realizações, habitando o Planeta Terra que já queimou, já congelou e vai continuar esquentando e esfriando, num eterno ciclo sem fim, subjugada ao comando de líderes que disputam poder.
Entre o século 16 e 19 chegou, acompanhando o surgimento do Novo Continente, a dizimação do povo indígena nas Américas. E as doenças: varíola, sarampo e a gripe mataram 80% da população indígena. – Marca trágica da nossa história.
E, então, este ensaio é mais um fio tecido na coletânea:
"[...] O que é o ser humano?
A resposta para esta pergunta seria salutar e necessária para o bom aproveitamento de uma coleção de textos que leva no nome a alcunha humanidade. Mas só chega a essa resposta quem faz a pergunta, junto com todos os outros que já tiveram a audácia de fazê-la, ao longo dos séculos [...]
[...] Dos textos que ajudaram a formar essa resposta – ou seja, que ajudaram a formar a ideia de ser humano em vigor e, portanto, a de humanidade – um dos mais notáveis [...] o Discurso sobre a Dignidade Humana, escrito em 1486 pelo italiano Giovanni Pico Della Mirandola [...] O texto deste filósofo merece o destaque aqui proposto por duas razões muito específicas. A primeira é que, dentro do aparente teocentrismo que já foi citado, o autor já prepara as bases de um antropocentrismo, fundado no que irá chamar de dignidade humana. Talvez seja a primeira vez na História que esta característica, que foi o adubo da Renascença, apareça de maneira sistemática em um escrito filosófico com o objetivo claro de fomentar a compreensão do ser humano como centro e ápice da vida na Terra. Logo se percebe, assim, a segunda razão pela qual este texto se torna um marco indispensável para o entendimento da ideia de ser humano contemporânea: a proposição de uma dignidade humana
diferente da dignidade das demais criaturas"...
Ernest Hemingway em sua obra Por Quem Os Sinos Dobram – nos aponta que cada perda, mesmo que distante, é uma pequena morte para cada um de nós e faz uma citação de John Donne, poeta inglês do século 17:
Nenhum homem é uma ilha isolada; todos são parte do continente, uma parte de um todo. Se um torrão de terra for levado pelas águas até o mar, a Europa ficará diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar de teus amigos ou o teu próprio
. Morremos um pouco a cada morte que presenciamos.
A morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti. "
E essa ideia de que nenhum homem é uma ilha isolada
é um fio que perpassa pelos textos da coletânea, onde a ideia de humanidade nasce das ações e escolhas que fazemos. Não encontramos nestas páginas um conceito sobre humanidade, mas encontramos fatos tirados dos bastidores sobre temas humanitários num contexto em que 16 acadêmicos e 05 convidados nos levam a refletir sobre:
Os caminhos da humanidade.
Beth Bretas
Out./ 2020
Apresentação
Humanos?
Quem somos nós?
Quanto tempo e quanta coisa se passaram desde que éramos primatas e habitávamos as densas cavernas da nossa origem débil e fútil até a conquista do universo através de naves engenhosas quando, enfim, avistamos triunfantes a face do planeta azul?
Somos seres vivos, moldados por alguma entidade mirabolante e entregues ao nosso destino sórdido e inevitável,