O ritual dos crânios
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Sobre este e-book
Cinco séculos se passaram e o local, então abandonado, atraiu arqueólogos, pesquisadores e exploradores, que foram surpreendidos por uma série de tragédias. A trama, totalmente fictícia, é vivida pelo aventureiro Rômulo e por Júlia, uma historiadora, que juntos tentam descobrir todo o mistério que ronda a região.
Enquanto muitas mortes, brigas e desavenças vão acontecendo, eles precisam ser rápidos para não se tornarem mais uma vítima deste mistério que circunda o sítio arqueológico da Casa da Torre.
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Pré-visualização do livro
O ritual dos crânios - Aguimar Santana
Agradecimentos
Este livro é uma grande vitória para mim, mas nada disso seria possível se não fosse a minha fé em Deus e o patrocínio do Hotel Tivoli, através do intermédio de Carolina Soares.
Agradeço à Renata Queiros por me abrir a mente e me incentivar bastante a terminar o livro. Ela foi a primeira pessoa a ler minha criação; e eu aprendi muito com ela.
Agradeço ainda à Tessa Pisconti, pela orientação na construção da minha autobiografia, e à Fundação Pró Tamar, pelas impressões concedidas. Agradeço à Vanessa Vieira por elaborar a sinopse, à Madja Reis por muito me ajudar, e à Juliana Carvalho pela foto.
Meus sinceros agradecimentos a todos!
O Ritual dos Crânios
Quando se iniciou o planejamento da restauração de uma obra bem antiga e de estilo medieval – com mais ou menos 500 anos, localizada há um pouco mais de 80 quilômetros de Salvador – na parte mais alta do litoral norte da Bahia, onde as estradas são de barro, de difícil acesso e com algumas ladeiras; os mentores da ideia e responsáveis pela obra se depararam com alguns imprevistos para a construção, alguns deles, inclusive, bem fora do normal. O primeiro foi a mão de obra. Os nativos que moravam em uma comunidade mais próxima dali, um povo metade índio, metade africanos, ao saberem que foram convocados a trabalhar até ficavam contentes, mas quando descobriram onde era o trabalho, acabavam desistindo. Alguns confessavam que tinham medo, mas outros tentavam assustar os recrutadores dizendo que ali era um lugar sagrado e amaldiçoado que não podia ser tocado; mas embora esses falassem com muita sinceridade, isso acabou não inibindo ninguém.
A comunidade tinha pouco mais de 20 casas, todas de taipa mal rebocadas e distantes umas das outras, algumas aparentemente abandonadas. Ali não havia luz elétrica, os nativos viviam da caça e da pesca, e o terreno todo era muito ruim para plantações – a maior parte era areia e bem próximo da praia, localizada na parte mais baixa da região –, então eles vendiam ou trocavam os peixes por outros alimentos nas comunidades vizinhas. Com a dificuldade em conseguir outros tipos de trabalho, os filhos dos nativos sempre iam para outras cidades trabalhar, e quem ficava dificilmente aceitava outro tipo de trabalho a não ser a pesca.
Com este primeiro impasse, a empresa resolveu colocar anúncios em jornais e na internet. Foi preciso fazer um grande alojamento em outra comunidade, onde havia energia elétrica, para todos esses funcionários que eram de fora da comunidade; além de também alugar casas em pequenas cidades a quinze quilômetros de distância do local. O arquiteto e o engenheiro, muito arrogantes, disseram que os nativos eram preguiçosos, não queriam trabalhar e só ficavam pescando e dormindo na rede. A empresa responsável pela obra, veio com um grupo fechado de funcionários nas áreas de administração, engenharia e arquitetura, a maioria de fora do estado, mas tinha um grupo de arqueologia que precisava fechar o quadro de supervisores e de oito vagas para a mão de obra pesada
; e como se tratava de uma construção antiga, não poderiam faltar os arqueólogos.
O anúncio posto na internet foi visto, por acaso, por um aventureiro curioso e muito inteligente, mas com pouco prestígio por ser afrodescendente um negro claro de um metro e setenta e dois, com cabelos meio de índio que deixava sempre com um corte curto. Ele resolveu se inscrever pela internet mesmo, achando interessante o trabalho de supervisor de arqueologia. Como já havia um arqueólogo, uma geóloga e uma historiadora, havia duas vagas para supervisor, então, ele e mais dez pré-selecionados foram chamados para entrevista, onde dois foram aprovados pelo arqueólogo Dr. Paulo, um senhor muito simpático de cabelos grisalhos, magro e barbudo, que gostou muito de Rômulo e de uma menina chamada Eliana, uma bela morena de estatura mediana, que conquistava muita gente apenas pelo sorriso.
O serviço de arqueologia era muito delicado. Todo campo de trabalho era classificado como sítio arqueológico
e, dividido em alas norte, central, sul