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Um abolicionista: Luiz Gama: Primeiras Trovas Burlescas de Getulino
Um abolicionista: Luiz Gama: Primeiras Trovas Burlescas de Getulino
Um abolicionista: Luiz Gama: Primeiras Trovas Burlescas de Getulino
E-book150 páginas53 minutos

Um abolicionista: Luiz Gama: Primeiras Trovas Burlescas de Getulino

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Sobre este e-book

"Aqui não se ergue altar ou trono d'ouro
Ao torpe mercador de carne humana.
Aqui se curva o filho respeitoso
Ante a lousa materna, e o pranto em fio
Cai-lhe dos olhos revelando mudo
A história do passado. Aqui nas sombras
Da funda escuridão do horror eterno,
Dos braços de uma cruz pende o mistério,
Faz-se o cetro bordão, andrajo a túnica,
Mendigo o rei, o potentado escravo!"
IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de nov. de 2021
ISBN9786599567834
Um abolicionista: Luiz Gama: Primeiras Trovas Burlescas de Getulino

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    Um abolicionista - Luís Gama

    Copyright desta obra por EDITORA DIPLADÊNIA

    Publicado por Editora Dipladênia

    Capa

    Studio Libris

    Diagramação

    Editorando Birô

    Gama, Luís da, 1830-1882

    Primeiras trovas burlescas de Getulino [livro eletrônico] / Luís da Gama. -- 1. ed. -- Rio de Janeiro, RJ : Editora Dipladênia, 2021.

    ePub

    ISBN 978-65-995678-3-4

    1. Poesia brasileira 2. Poesia satírica brasileira

    I. Título.

    CDD-B869.1

    21-79862

    Índices para catálogo sistemático:

    1. Poesia : Literatura brasileira B869.1

    Eliete Marques da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9380

    Todos os direitos reservados à EDITORA DIPLADÊNIA LTDA.

    Av. Rio Branco, 185, 1907, 20040-007, Castelo, Rio de Janeiro, RJ

    Email: comercial@livrariadipladenia.com.br

    Contudo, se vir alguém

    Que deles zombe, e de mim,

    Defende-me, e dize assim:

    Cada qual dá o que tem.

    – Faustino Xavier de Novais

    SUMÁRIO

    APRESENTAÇÃO

    PRÓTASE

    LÁ VAI VERSO

    JUNTO À ESTÁTUA

    SORTIMENTO DE GORRAS

    O VELHO NAMORADO

    NO ÁLBUM

    O GAMENHO

    MOTE

    SONETO

    A UM FABRICANTE DE PÍRULAS

    AO MESMO

    ARREDA QUE LÁ VAI UM VATE!

    A PITADA

    O BALÃO

    A UM FABRICANTE DE PÍRULAS

    A UM NARIZ

    UMA ORQUESTRA

    O GRANDE CURADOR DO MAL DAS VINHAS

    PACOTILHA

    COLEIRINHO

    RETRATO

    A UM VATE ENCICLOPÉDICO

    NO ÁLBUM

    A UNS COLARINHOS

    SEREI CONDE, MARQUÊS E DEPUTADO!

    OS GLUTÕES

    FARMACOPeIA

    A BORBOLETA

    QUEM SOU EU?

    O JANOTA

    LAURA

    QUE MUNDO É ESTE?

    O BARÃO DA BORRACHEIRA

    A CATIVA

    SONETO

    NOVO SORTIMENTO DE GORRAS PARA A GENTE DE GRANDE TOM

    RETRATO DE UM SABICHÃO

    NUM ÁLBUM

    MINHA MÃE

    NO CEMITÉRIO DE S. BENEDITO

    APRESENTAÇÃO

    Luís da Gama nos parece ser o maior abolicionista brasileiro. Sua história pessoal, os pesados desafios pelos quais precisou superar para sobreviver, apresentando, apesar de tantas dificuldades, energia para lutar pela liberdade dos demais, combater o regime escravagista vigente, lutar pelo fim da monarquia e pelos ideais republicanos; sendo reputada à sua advocacia a libertação de cerca de quinhentas pessoas mantidas de forma injusta e ilegal na condição de escravos.

    O próprio Gama fora vendido como escravo ainda menino, embora fosse filho de mãe liberta (Luísa Mahin) e pai branco (um fidalgo residente na Bahia cuja identidade é obscura). Luís só veio a conquistar a sua liberdade perante a Justiça aos dezessete anos. Nesse período aprendeu a ler, com a ajuda de um amigo estudante de Direito, experiência que logo o impulsionou a lutar em prol dos escravizados, atuando como rábula, assistindo às aulas de Direito como ouvinte, trabalhando lacunas nas leis para fundamentar suas peças jurídicas em prol dos desassistidos.

    Um dos poucos pensadores negros de sua época, para além de sua brilhante trajetória como defensor dos direitos humanos, Luís Gama se destacou também como jornalista e poeta.

    No campo político, notabilizou-se por seu engajamento na luta contra a escravidão e pelo fim da monarquia no Brasil, pareando com grandes personagens do movimento abolicionista, como Ferreira de Menezes, André Rebouças e José do Patrocínio.

    Com a publicação das Primeiras Trovas Burlescas, a Editora Dipladênia busca dar voz à narrativa ímpar desse espírito tão avançado para seu tempo, trazendo ao leitor a verve poética, de ironia ora doce, por vezes ácida, raramente amarga, mas sempre crítica, autêntica, lúcida, de um grande pensador do nosso Brasil.

    – O Editor

    PRÓTASE

    Embora um vate canhoto

    Dos loucos aumente a lista.

    Seja cisne ou gafanhoto

    Não encontra quem resista

    Dos seus versos à leitura,

    Que diverte, inda que é dura!

    Faustino Xavier de Novais

    No meu cantinho,

    Encolhidinho,

    Mansinho e quedo,

    Banindo o medo,

    Do torpe mundo,

    Tão furibundo,

    Em fria prosa

    Fastidiosa –

    O que estou vendo

    Vou descrevendo.

    Se de um quadrado

    Fizer um ovo

    Nisso dou provas

    De escritor novo.

    Sobre as abas sentado do Parnaso,

    Pois que subir não pude ao alto cume,

    Qual pobre, de um Mosteiro à Portaria,

    De trovas fabriquei este volume.

    Vazios de saber, e de prosápia,

    Não tratam de Ariosto ou Lamartine

    Nem rescendem as doces ambrosias

    De Lamires famoso ou Aretine¹.

    São ritmos de tarelo, atropeladas,

    Sem metro, sem cadência e sem bitola

    Que formam no papel um zigue-zague,

    Como os passos de rengo manquitola.

    Grosseiras produções d’inculta mente,

    Em horas de pachorra construídas;

    Mas filhas de um bestunto que não rende

    Torpe lisonja às almas fementidas².

    São folhas de adurente cansanção³,

    Remédio para os parvos d’excelência;

    Que aos

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