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A Guerra do Tempo
A Guerra do Tempo
A Guerra do Tempo
E-book279 páginas3 horas

A Guerra do Tempo

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Sobre este e-book

Maya Fujita acabou de chegar a Mirai, um mundo mágico e aparentemente perfeito. Mas ela vai descobrir que, apesar da magia, esse mundo possui uma imperfeição: a maldade das pessoas. Essa maldade se manifestará na vida de Maya de forma tão intensa que culminará em uma guerra. Agora, cabe a Maya fazer com que tudo termine.E o tempo dela está acabando.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento11 de jan. de 2019
ISBN9788592050504
A Guerra do Tempo

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    A Guerra do Tempo - Jéssica Sanz

    cover.jpg

    Quem nunca imaginou que existe outro mundo com vida no universo? Um mundo desconhecido, onde as pessoas e todas as coisas são diferentes do que conhecemos. Um mundo onde existe o que você considera impossível. Tudo resumido em uma única palavra: Magia. Mirai é um mundo afastado do mundo que conhecemos. Tão afastado que nunca será encontrado.

    "Composta por dezesseis reinos, Mirai é iluminada por uma esfera de energia branca chamada Taiyou. Porém nem todas as partes desse mundo possuem magia. Algumas partes limitam a magia até certo ponto, por causa da concentração de energia mágica que existe no ar, mas é nas aldeias e nas Cidades que a magia pode ser realizada com êxito em todos os casos, por causa das árvores centrais responsáveis por canalizar a magia da terra e inseri-la no ar.

    Os primeiros seres a existir em Mirai foram os magos. Com seus cabelos loiros e olhos verdes, costumavam usar vestimentas azuis, brancas e douradas, entre outras cores. Eles aprenderam a realizar magia através da mana, uma forma de energia azul que foi retirada de sua própria essência e da essência do mundo.

    Inicialmente, o controle da magia era difícil. A magia era pouca, e muito fraca. A partir de sua evolução, a magia se fortaleceu, chegando ao ponto em que os magos a dominaram por completo.

    Aos poucos, surgiram novas criaturas em Mirai. Primeiro surgiram as fadas, nascidas da mistura do pó das plantas com a mana da essência do mundo. Elas ensinaram os magos a usar magia para plantar, e logo a agricultura se tornou a principal atividade na maioria dos reinos. As lágrimas de felicidade das fadas ao ver o aprendizado dos magos, derramadas sobre a terra, originaram os primeiros ovos de dragão.

    Algum tempo depois, começaram a chegar a Mirai pessoas como os magos, mas com aparência diferente. Todos os seres tinham olhos verdes, mas seus cabelos eram distintos. Os druidas tinham longos cabelos castanhos. Os feiticeiros tinham cabelos negros. Os xamãs tinham cabelos e pele escura. Mesmo com as aparentes diferenças, os magos os ensinaram a fazer magia como a que eles faziam, porém perceberam que a mana da essência dessas criaturas era de cores diferentes. Os druidas produziam mana verde. Eles pareciam ter talento para as magias com plantas, desenvolvendo mais rápido que os magos. Os feiticeiros produziam mana vermelha. Eles eram bons em aprender magia, principalmente aquela que era realizada com elementos adquiridos na natureza, como cogumelos para produzir poções, encantamentos e feitiços. Os xamãs produziam mana amarela. Eles conseguiram com êxito dominar os dragões e aprenderam a se comunicar à distância através da magia, além de realizar viagens por teletransporte e criar os primeiros portais (apesar disso, os portais não foram muito utilizados, pois eram necessários apenas para viagens muito longas. Já que eles possuíam em seus reinos tudo o que precisavam, essas viagens eram raras). As diferentes classes mágicas ensinaram umas às outras todo o seu conhecimento sobre magia, até que todas as classes dominaram os vários tipos de magia. Assim, as Cidades começaram a fundar Escolas para que os recém-chegados também aprendessem e dominassem a magia. Assim, quanto mais eles aprendiam, mais rápido era o aprendizado das crianças recém-chegadas.

    Os miraianos não sabiam como, mas seus habitantes surgiam repentinamente, como que por mágica. Depois de estudos, eles perceberam que suas crianças vinham de algum lugar, pois já sabiam falar, andar e realizar pequenas atividades, ou seja, já chegavam com noções básicas. Para tal, precisavam ter estudado ou treinado em algum lugar de origem. Depois de muito tempo, descobriram a verdade: Havia outro mundo por ali. Um mundo de onde todas as crianças vinham. E para onde todos supostamente iam quando morressem, fossem exilados ou desistissem da vida em Mirai. O terceiro caso é o mais comum, e o segundo o mais raro. As mortes só acontecem quando uma pessoa não consegue se curar de um ferimento muito grave, mesmo com magia. Os estudiosos ainda presumiram que esse lugar não possuísse magia suficiente, já que as crianças recém-chegadas nada sabiam sobre como utilizá-la.

    Como era comum que as pessoas que se perdessem de Mirai a abandonassem, indo para esse outro mundo, ele foi denominado Terra dos Perdidos".

    - O Livro da Magia, Hector Von Held

    Eu vou contar a vocês a história de Maya Fujita, uma maga que se tornou para Mirai uma heroína como ninguém poderia acreditar no início.

    Maya Fujita abriu os olhos em sua nova casa, no reino Pin. Sabia disso de alguma maneira. A primeira coisa que notou foi a luz branca entrando pela janela e iluminando tudo. Depois que seus olhos se acostumaram à luminosidade, ela enxergou o teto e as paredes cor de creme, bem clarinhas. O quarto era bem pequeno, assim como toda a casa, mas mesmo assim ela achou uma gracinha. A decoração simples dava um ar aconchegante.

    Ela se levantou num pulo. Seus pequeninos pés estavam descalços, mas a casa estava tão limpa que sapatos eram dispensáveis. Sua roupa de dormir era um vestido branco muito confortável. Os cachos dourados estavam levemente emaranhados, mas ela sabia que conseguiria dar um jeito.

    Maya deu um giro e observou o quarto. A cama pequenina era dourada. O travesseiro e o cobertor eram azuis, com fios de ouro. Apesar disso, Maya sabia que ainda não era rica. Precisaria de muito ouro para ser rica, e ela tinha pouco. O dourado era só uma característica de sua classe: maga.

    Assim que ela notou o pequeno guarda-roupa, se dirigiu a ele com rapidez. Havia algumas peças de roupa iguais, nas mesmas cores que predominavam em todo lugar: Branco, dourado, mas principalmente azul. Ela pegou um vestido e se trocou depressa. Mal poderia esperar para ver o mundo lá fora. Enquanto se vestia, lembrava-se de algumas partes de sua incrível viagem.

    Na forma de uma esfera de mana, sua energia essencial, ela viajara através do espaço, passando por nebulosas e sistemas inteiros, repletos de planetas inabitados, cometas e asteroides. Vira de longe como era Mirai, o pequeno mundo que possuía dezesseis reinos e que seria sua casa. Maya sabia disso por causa do seu treinamento, não sabia para onde iria, até chegar lá.

    Mirai brilhava, iluminada por uma luz que vinha de uma estrela imensa. Ela tinha uma leve ideia de que isso, na Terra dos Perdidos, era chamado de Sol. Ela não sabia se ambos eram o mesmo Sol, mas iria perguntar a alguém, quando chegasse.

    A maga olhou para todos aqueles reinos, se perguntando em qual deles iria morar. Enfim, se aproximou de um dos reinos mais distantes e viajou por ele. Percorreu o céu, cheio de nuvens. Passou quase raspando por uma ilha flutuante com uma árvore imensa, que ela supôs ser a fonte de energia vital daquele reino. Percorreu dezenas de vales, centenas de aldeias, e voou cada vez mais baixo. Sobrevoou uma aldeia com seis casinhas, e o último terreno vago. Sua esfera rodopiou no ar até aterrissar no terreno.

    A primeira coisa que sentiu foi uma leve dor de cabeça. O último impacto contra o chão havia sido... Bem, impactante. Mas ela acordara em sua forma humana, deitada sobre a cama de sua casa. Ela esperou alguns segundos enquanto sua mente se estabilizava e descansava da viagem. E sorriu ao perceber que havia conseguido. Enfim, ela tinha nascido.

    Maya andou pela casa durante alguns minutos antes de sair. Queria conhecer sua própria casa antes de conhecer o mundo. Depois dessa longa viagem, estava com fome. Procurou na cozinha e achou alguns poucos biscoitos de cenoura, a única comida que havia por ali. Provavelmente, esperavam que ela se virasse depois disso. Ela achou os biscoitos maravilhosos, e queria fazer mais deles. Mas ela não lembrava. Sabia que não lembraria até ter os ingredientes. E ela só lembrou-se dos ingredientes pela necessidade de fazer os biscoitos.

    Ela gostaria de saber tudo o que tinha aprendido na Terra dos Perdidos, mas não se lembrava. Ninguém se lembra. Apenas tem uma leve consciência de onde veio, e de que foi lá onde aprendeu tudo o que sabe, mas tem certas coisas que ela só se recordará de ter aprendido quando precisar usar sua sabedoria. Se ela for ótima com dragões, por exemplo, só se lembrará quando tiver que domar um dragão.

    Finalmente, pegou o chapéu azul, decorado com uma fita branca, e colocou sobre a cabeça depois de desembaraçar os cabelos com os próprios dedos. Agora, estava pronta para sair, conhecer e explorar tudo em Mirai. Ela abriu a porta e saiu. O tal Sol preenchia tudo com um brilho morno. Ela não se lembrava de como era o céu na Terra dos Perdidos, mas sabia que aquele que estava sobre ela era muito mais bonito.

    - Olá, reino Pin! - gritou ela para toda a aldeia, mas não houve nenhuma resposta. Nenhum som, nenhum movimento.

    As casinhas, junto com a dela, formavam um círculo em torno de uma pequena plantinha, que era a árvore da aldeia, sua fonte de energia vital. Mas como uma aldeia podia ser alimentada por uma coisinha tão pequena?

    Maya se aproximou de uma das casas (como a dela, era de tijolinhos brancos e telhado azul, uma casa de mago) e olhou pelo vidro empoeirado. O ambiente estava escuro, mas a luz de Taiyou era boa o suficiente para que ela enxergasse a sala arrumada, mas intocada. Repleta por um ar de abandono.

    Maya olhou para a tal árvore de novo, e começou a perceber que aquela aldeia era fraca demais. Não precisava de uma boa árvore porque não havia ninguém ali. Ela estava sozinha.

    - Não... Isso não pode estar acontecendo.

    Ela correu para perto da plantinha, que estava suspensa em um grande canteiro, uma mureta redonda de pedra, cheia de terra. Havia uma escadinha de pedra que levava até o alto. A construção parecia magnífica demais, em comparação com o tamanho da planta.

    Maya subiu pela escada, reparando muitas coisas ao seu redor, já que estava um pouco mais alta. As plantações de seus vizinhos estavam abandonadas. A dela estava repleta de galhos, folhas e raízes, e o único espaço livre e limpo era no centro. Porém, Maya sabia que havia feitiços de limpeza, que um dia ela conheceria. Essas eram habilidades que não se aprendiam na Terra dos Perdidos - as mágicas, porque lá não há quase nenhuma magia, mas Maya tinha uma leve ideia de que eles tinham um lugar específico para ensinar isso.

    As outras plantações, como a dela, estavam entulhadas. Ou os vizinhos não se deram ao trabalho de limpar, ou não tinham aprendido a limpar. Algumas plantações estavam vazias. Outras tinham plantas já morrendo pela falta de água. Havia uma barraquinha velha próxima à árvore, mas ninguém cuidava dela, e as poucas coisas à venda já estavam mortas.

    A área ao norte era a única que não era ocupada com casas e plantações, mas sim com barracas e tendas. Maya não sabia para que serviam, mas tudo estava vazio.

    Maya reprimiu as lágrimas que queriam escorrer. Finalmente, ela havia conseguido. Havia viajado para o mundo de seus sonhos. E era ela a única lá. Onde estavam as pessoas incríveis que faziam magia? Onde estavam os sorrisos, os cumprimentos, as gentilezas? Cadê aquelas plantas lindas e as comidas deliciosas? E as criaturas mágicas? Maya tocou delicadamente a plantinha, temendo que ela desmoronasse.

    - Escute, eu vou cuidar de você. Você não vai morrer. Esta aldeia não vai morrer.

    Então Maya sentiu energia fluindo de dentro dela. A necessidade de liberar magia, e de fazer algo por aquela planta, começou a surgir. Fios de energia azul contornaram seus braços e dedos e subiram para o topo da plantinha, formando uma esfera de energia que se transformava em vapor: uma pequena nuvem. Gotas de água começaram a cair dela. Logo, uma chuvinha fina encharcava a terra.

    Maya chorou de alívio e felicidade ao realizar sua primeira magia: Regar. Porém, o choro parou com sua surpresa ao ver outra concentração de luz azul: Uma forma transparente que se formava atrás da árvore. A mancha azul ganhou o contorno de uma pessoa sem cabelo da cintura para cima, mas continuava difusa da cintura para baixo. Logo, a criatura ganhou vida. Maya não sabia dizer se ela havia criado aquilo com magia ou não. Estava confusa demais, então apenas esperou.

    - Olá - disse a criatura. - Meu nome é Tensai. Bem-vinda a Mirai.

    - Me desculpe, o que é você? - perguntou Maya, mas o homem flutuante não pareceu se incomodar com sua indelicadeza.

    - Eu sou um guia. É para isso que estou aqui.

    - Hum... Quer me guiar... Não sei para onde.

    - Fique calma, Maya.

    - Não me lembro de ter me apresentado.

    - Não se apresentou, o que classifica você como uma maga um pouco ruim. Não te ensinaram bons modos na Terra dos Perdidos?

    - Talvez tenham me ensinado, eu não me lembro. Ah, e não tem ninguém aqui.

    - Bem notado. Vamos começar de novo, está bem? Olá. Meu nome é Tensai. Bem-vinda...

    - Tudo bem, não precisa repetir. O que você quer mesmo?

    - Céus, está piorando.

    - Desculpe. - Maya respirou fundo. - Desculpe, seu Tensai, é que eu... Sinto-me tão...

    - Sozinha?

    - Como sabe?

    - E como você está sozinha, resolveu tratar mal a primeira pessoa que viu na frente.

    Maya abriu a boca, mas não disse nada. O que dizer?

    - Entendo. Olhe, eu não vou ficar exigindo bons modos da senhorita, está bem? Minha missão aqui é ensiná-la a fazer magia.

    - Magia? - os olhos de Maya se iluminaram, e ela se animou instantaneamente.

    - Sim. Na Terra dos Perdidos, você aprendeu tudo aquilo que não estava relacionado à magia. Lá não tem magia, e não se aprende magia sem ela, não é mesmo? Você vai aprender aos poucos.

    - Tudo bem - disse ela, ficando de pé em estado de êxtase. - Eu quero aprender. O que eu faço, moço azul?

    Ele revirou os olhos.

    - Meu nome é Tensai. Ao menos isso, senhorita Fujita.

    - Tudo bem. Tensai. Por onde eu começo?

    - Plante ao menos uma cenoura.

    - Vou te ensinar apenas o básico. Depois, vou te levar a um lugar onde vai aprender mais.

    - Que lugar?

    - Tudo a seu tempo, Maya. Por ora, vamos plantar.

    Tensai ensinou Maya a plantar cenouras, uma magia bem simples. No início, ele a entregou apenas duas sementes, mas quando as cenouras que havia plantado cresceram, ela recolheu quatro sementes.

    - Então se eu plantar essas quatro... Nascerão oito?

    - Exatamente. Vá em frente, Maya. - ele disse, e Maya plantou com alegria. Ela só tinha que levantar os braços e fazer magia, que as sementes eram enterradas na única terra fértil do terreno, a metros de distância.

    Maya ficou feliz plantando suas cenouras, que cresciam depressa, mas ela acabou se enchendo de sementes e cenouras. Não tinha onde plantar todas elas, pois logo toda a terra disponível estava lotada.

    - Espere um minuto, Tensai. Vou guardar essas plantas em casa e já volto.

    - Não, Maya. Sua casa não é o lugar apropriado para guardar o que colhe.

    - Então... Onde eu guardo?

    - Você deve construir um armazém. É melhor. Caso contrário, sua casa ficará repleta de plantas. Você não vai plantar só cenouras por toda a vida, vai?

    - Receio que não.

    - Não. Não vai. Qualquer profissional da agricultura deve separar casa e trabalho, mas construir seu armazém não será difícil se usar magia.

    Maya escolheu um lugar vazio no jardim que beirava sua plantação e construiu um pequeno armazém.

    - Você pode aumentá-lo de acordo com as suas necessidades - explicou Tensai. - Mas por enquanto, isso é tudo o que precisa.

    Maya guardou as sementes e cenouras em seu pequeno armazém e plantou mais.

    Durante sua plantação, notou algo estranhamente diferente no jardim: próximo a algumas árvores, encontrava-se um imenso ovo... Maya correu até ele, ignorando as explicações que Tensai lhe dava sobre as plantas. Ela se abaixou perto do ovo, encantada com seu tamanho. Tensai a seguiu.

    - O que é isso?

    - Isso? É um ovo de dragão. O seu dragão.

    - Meu dragão? Que incrível! E quando ele vai nascer?

    - Quando estiver pronto. Mas é melhor ele ter uma casa quando isso acontecer, não acha?

    Maya pensou consigo mesma.

    - Que tipo de casa?

    - Um covil é o lar apropriado para um dragão.

    Maya construiu um pequeno covil para o dragão que nasceria, também perto de sua plantação, seguindo as instruções de Tensai. Quando ela o terminou, ouviu um pequeno barulho, como muitos sininhos sendo tocados ao mesmo tempo pertinho de seu ouvido.

    Talvez fosse apenas impressão, mas ela se sentiu um pouco mais alta. Tensai abriu um sorriso, e Maya entendeu que ele sabia o que estava acontecendo.

    - O que é isso, Tensai?

    - Você está crescendo. Na Terra dos Perdidos, eles contam a idade de acordo com a quantidade de anos que você vive. Se está lá há um ano, tem um ano de idade. Mas aqui, não crescemos de acordo com o tempo, mas de acordo com a magia que praticamos. O exercício da magia é o que fortalece uma pessoa. Por isso você cresce. Assim, mesmo que tenha vivido por apenas um dia, você já tem dois anos mágicos.

    - Dois anos? Em menos de um dia? Então logo eu vou fazer cinquenta.

    Maya riu, mas Tensai apenas sorriu para ela, se divertindo com sua animação.

    - Não é bem assim, Maya. Crescer é fácil no início, mas você precisa de cada vez mais magia para completar um ano.

    - Entendo... - disse Maya, perdendo um pouco da sua animação.

    - Mas quando completar cem anos, vai poder se transformar.

    - Me transformar? Como assim?

    - Cem anos é a idade mágica mínima para realizar uma magia muito difícil: mudar de classe.

    - Então, com cem anos, eu posso virar uma druida ou uma xamã?

    - Exatamente. Mas isso vai levar muito tempo.

    - Sei disso.

    - Oh, espere - disse Tensai, como se estivesse ouvindo alguma coisa distante, algo que Maya não conseguisse ouvir. - Ah, perfeito. Sinto muito, senhorita Maya, mas eu tenho que ir agora.

    - O quê? - disse Maya, completamente confusa, já que a única coisa boa que havia lhe acontecido até o momento tinha sido a aparição de Tensai. - Você vai embora? Para onde vai?

    - Para Den. Um druida recém-chegado espera minha visita.

    - Mas e a magia? Disse que iria me ensinar.

    - Disse que ensinaria o básico. Há um lugar onde vai aprender tudo o que precisa.

    - Você disse que ia me mostrar. Você precisa me mostrar.

    - Em outra oportunidade, senhorita Maya. Mas não precisa de mim. Pode encontrar isso sozinha. Você é muito esperta para uma recém-chegada.

    - Mas Tensai...

    - Foi um prazer, senhorita Fujita. - disse, e desapareceu.

    Maya se deixou cair de joelhos. Como iria fazer? Esperava que Tensai realmente a guiasse até sua transformação. Não que não gostasse de ser maga. Mas ela queria ter cem anos. Queria ser experiente o suficiente para fazer um feitiço difícil. Queria que Tensai a ensinasse, mas ele aparentemente achava que ela era capaz de se virar sozinha.

    - Isso é o que ele pensa - disse Maya para si mesma. - Acha que eu, sendo a idiota que sou, vou encontrar esse tal lugar sozinha? Eu não conheço nada aqui. - Maya suspirou. - Estou sozinha mesmo.

    Então ela se levantou e virou na direção de sua casa. Por um momento ficou imaginando se ela não poderia se tornar grande um dia. Se assim como o armazém, ela cresceria de acordo com suas necessidades. Deu o primeiro passo, mas ouviu um barulho, como uma coisa se quebrando. Então olhou para trás. E percebeu que o ovo de dragão estava começando a rachar.

    Maya correu em direção ao ovo, que rachava mais a cada segundo. Ajoelhou-se perto dele

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