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Literatura dos Suspiros
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E-book41 páginas44 minutos

Literatura dos Suspiros

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Sobre este e-book

Crônicas curtas e aconchegantes.A literatura dos Suspiros é a criação de um segmento dentro do gênero da crônica. Ela é formada, geralmente, por relatos únicos, em poucas linhas, sobre acontecimentos cotidianos. A intenção dela, por mais que às vezes seja difícil, é provocar suspiros, seja pela identificação, seja pela própria forma lírica, seja pelo riso, seja pelo medo, seja por dó de tão ruim que ficou. Ela é inspirada em olhares camuflados, em olhares despercebidos, sobre os milhões de suspiros que ocorrem todos os dias e pelo fervor do nosso tempo, e que quase sempre nunca prestamos atenção. Todo mundo pode suspirar. O suspiro representa a fronteira entre a lágrima caída e a primeira respiração; entre uma risada forte e um pensamento triste; entre um encontro prestes a acontecer e um desencontro, sempre presente. Nessa primeira antologia de crônicas, separei setenta e cinco crônicas curtinhas, repletas de suspiros. E se não houver suspiros durante a leitura, suspire por mim, pois ainda busco pela dificuldade de suspirarmos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento4 de jul. de 2022
ISBN9781526014122
Literatura dos Suspiros

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    Literatura dos Suspiros - Gustavo Frisso

    Literatura dos Suspiros

    Gustavo Frisso

    Introdução

    A literatura dos Suspiros é a criação de um segmento dentro do gênero da crônica. Ela é formada, geralmente, por relatos únicos, em poucas linhas, sobre acontecimentos cotidianos. A intenção dela, por mais que às vezes seja difícil, é provocar suspiros, seja pela identificação, seja pela própria forma lírica, seja pelo riso, seja pelo medo, seja por dó de tão ruim que ficou. Ela é inspirada em olhares camuflados, em olhares despercebidos, sobre os milhões de suspiros que ocorrem todos os dias e pelo fervor do nosso tempo, e que quase sempre nunca prestamos atenção.

    Todo mundo pode suspirar. O suspiro representa a fronteira entre a lágrima caída e a primeira respiração; entre uma risada forte e um pensamento triste; entre um encontro prestes a acontecer e um desencontro, sempre presente. Nesse primeiro volume de crônicas, separei setenta e cinco crônicas curtinhas, repletas de suspiros. E se não houver suspiros durante a leitura, suspire por mim, pois ainda busco pela dificuldade de suspirarmos.

    Como bônus, selecionei três contos inéditos. Boa leitura!

    Com um eterno suspiro,

    Gustavo Frisso.

    Aquela coisa em cima dos olhos

    Sobrancelhas é uma daquelas palavras. Aquelas que temos que buscar no dicionário para verificar se escrevemos certo. Como se houvesse um certo. Ou se usássemos ainda dicionários. Mas existe um certo. E o certo é sobrancelhas. Por mais que eu goste do som de sombrancelhas. Quanto mais nasalizado melhor. Diria até sombrancenlhas. Mas aí já está errado. Jogo no Google mesmo, de vez em quando, sem piedade, a palavra Sombrancelha. Ele me pergunta, meio desconfiado de minha fluência em língua portuguesa, se eu quis dizer sobrancelhas? Não, meu amigo. Eu quis dizer sombrancelha. Gosto da palavra Sombra. Mas Celha para mim não me lembra nada. Só a palavra Cedilha, que quer dizer apenas o rabinho em baixo do C. Ou do S, depende do alfabeto. De todo modo, Sobrancelhas está no dicionário. Mas Sombrancelhas está na alma. Na minha alma nasalizada pela língua portuguesa.

    O curioso caso do Carioca alérgico as purpurinas

    Ele nunca brilhou, nem mesmo no carnaval. Se tocassem a sua pele, transformariam-na em bolhinhas vermelhas. Nasceu assim, não teve jeito. Sua mãe passou sua vida toda levando-o a diferentes médicos. Tentou pomada, protetor de pele holandês e ficou internado num desses carnavais. Quando teve alta, viveu quase todos os dias na maior harmonia. Mas era só o carnaval chegar que ele se escondia em sua casa com todas as janelas fechadas. Não abria nem a porta com medo de ser infectado por aquelas partículas de microplástico que só queriam alegrar aqueles dias. Viveu assim. Trancado durante todos os seus carnavais. Mas durante todos os dias dessa grande folia, ficava com sua televisão ligada vinte e quatro horas. Cantava todas as marchinhas e até aprendeu a rebolar. Descia até o chão e subia no mesmo compasso daquelas pessoas, cheias de purpurinas, que brilhavam na televisão. Morreu sozinho. Foi cremado. E suas cinzas jogadas na baía de Guanabara. Virou purpurina, simples assim.

    Nunca vi gostar tanto assim

    Ninguém fala muito dela. Ficam em silêncio quando seu nome é pronunciado. Não é que não seja comível, só

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