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A aposta 3
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E-book339 páginas5 horas

A aposta 3

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Sobre este e-book

Após vinte anos da grande aposta, a vida apresenta um novo desafio. Divirta-se com os novos personagens e mate as saudades de Lex, Nina, Nathi, Gancho, Kibi Mor e o restante da galera do Prisma. A história está uma delícia.
IdiomaPortuguês
EditoraBookerang
Data de lançamento9 de jan. de 2017
ISBNB01MU9BYYN
A aposta 3
Autor

Vanessa Bosso

Olá, seus literalindos! Meu nome é Vanessa Bosso e a literatura é minha segunda paixão na vida. A primeira, sem dúvida, é a minha família. Sou formada em publicidade, propaganda e marketing, coaching emocional e terapia cognitiva e comportamental. Neste momento do tempo-espaço, estou estudando física quântica, neurociência, teoria da simulação e outras loucuras do bem. Onde isso vai me levar? Só o universo sabe... mas uma coisa é certa: muitos livros serão escritos no futuro. Conecte-se comigo

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    A aposta 3 - Vanessa Bosso

    UM

    VINTE ANOS DEPOIS

    Big Bang.

    Via Láctea.

    Planeta Terra.

    São Paulo.

    Dias atuais.

    Vinte anos se passaram depois da Grande Aposta. O famoso e raríssimo felizes para sempre continua valendo para os casais formados há tempos. Entre tapas e reconciliações, o cenário atual é este:

    Doc e Laís estão morando na França, no mesmo bairro da Mone, a prima de Nina. Esse casal curte viajar pra caramba e nem pensam em filhos. Aportaram em Paris há um ano, mas é por tempo limitado. Estão pensando em passar algum tempo na Tailândia, ou talvez, no Japão.

    O boteco Quer Apostar? continua muito bem frequentado, com doze franquias espalhadas pelo país. Gancho e Lex estão à frente dos negócios e já pensam em expandir a rede para fora do Brasil.

    A banda Apostadores Invictos manteve sua formação original e é presença garantida em aberturas de grandes shows na estrada do rock. Nas sextas e sábados, eles abalam o bairro da Vila Olímpia com seu som vibrante e a voz hipnótica de Lex que costuma levar os baladeiros à loucura.

    Nina diminuiu o ritmo no hospital e pensa em abrir o seu próprio consultório para conseguir mais algum tempo com a família. Ela está cansada dos plantões e das reclamações carentes de Lex e dos filhos.

    Nathália escreveu treze romances e dois deles foram adaptados para a televisão. Ela começa a pensar seriamente em roteirizar seu último livro para o cinema e Gancho está botando pilha nesse negócio, afinal, é indiscutivelmente seu fã número um.

    Mas a parte mais legal dessa história está centrada em três garotas muito diferentes entre si. Elas têm praticamente a mesma idade e estudam no Colégio Prisma, como não poderia deixar de ser. E estão cursando o último ano do ensino médio, na mesma classe, só para constar. Mas o que tem isso de tão importante?, você deve estar se perguntando.

    Bem, é aí que a nossa narrativa começa. Como a vida é cíclica e as histórias vivem se repetindo, a viagem de formatura está chegando e o destino não poderia ser outro: Ilha Inamorata, o reduto particular mais desejado de dez entre dez adolescentes.

    No colégio Prisma, os hormônios estão saltitando como crianças sedentas por mais uma voltinha na montanha russa, sabe como é? Pois então, tenho pena dos professores responsáveis por essa turma.

    Vinte e dois adolescentes já entregaram as autorizações de viagem, incluindo as três protagonistas desta trama. Aliás, trama é uma ótima palavra e será utilizada em muitos momentos desta narrativa.

    Mas antes de entrar nos méritos da questão, acho digno dar uma geral na descrição das três, só para você se situar. Sendo assim, vamos partir para o corpo a corpo em 3, 2, 1...

    Rawena é uma loira oxigenada estonteante. Curvas fartas, seios volumosos, barriga chapada com muita malhação e umas intervenções cirúrgicas que ela nega até a morte. Os olhos são castanhos e, de vez em quando, ganham lentes coloridas só para causar. Os músculos são bem torneados e Rawena é dona de uma personalidade marcante, como não poderia deixar de ser em se tratando da filha de Bárbara, a Kibi Mor que não veste Prada, pois prefere Chanel.

    Clarice, em homenagem a diva master da literatura, só poderia ser filha de Nathália e Gancho. Ela é a cara da mãe. O rabo de cavalo prende com maestria os fios castanhos e naturalmente ondulados. Os óculos de aro vermelho conferem um semblante sério e divertido ao mesmo tempo. O corpo esguio não necessita de malhação, afinal, ela gosta mesmo é de malhar a mente consumindo livros e mais livros e mais um pouco de livros. Toda a sua mesada é torrada na livraria.

    Alexia, bem, nem preciso dizer que o nome surgiu após uma aposta entre Lex e Nina. Quem perdeu foi a Nina que preferia Sophia. Mas Alexandre Heinrich é o tipo de cara que dificilmente perde uma aposta desse nível. A filha do casal mais explosivo e apaixonado dos últimos tempos é uma mistura interessante de ambos, principalmente no quesito personalidade. Mas deixemos isso de lado por enquanto... vamos focar no visual da garota: Alta, corpo atlético, cabelos cor de mel com mechas ensolaradas sem qualquer sinal de química, rosto angelical como o do pai e olhos esverdeados profundos como os da mãe. Sua beleza é precisa, como se tivesse sido esculpida a dedo por algum artista talentoso. Já ouviu falar em marca registrada? Pois então, essa garota é do tipo inesquecível, tão marcante quanto um soco bem colocado.

    Após as apresentações mais do que necessárias, vamos partir para a história que já começa com uma briga e, claro, uma aposta de tirar o fôlego. O prêmio? Conheceremos nos próximos capítulos.

    DOIS

    O PRÊMIO

    Ah, o prêmio!

    Esse garoto poderia ser comparado a um tsunami, belíssimo e perigoso. Afinal, é do tipo que pega todas, mas não fica com nenhuma. Não há mistério algum aqui. Freud explicaria que ele tem medo de se envolver emocionalmente. Já eu, prefiro acreditar que a garota certa ainda não apareceu.

    Adrian é um cara alto, bem desenvolvido no quesito tórax e braços devido à natação três vezes por semana. As pernas são bem torneadas e a bunda é redonda por conta do surfe e das partidas de squash aos finais de semana. Já a postura perfeita se deve às aulas de esgrima nas terças e quintas.

    Os cabelos são uma mescla interessante de sol num dia de verão escaldante e folhas secas de outono. Os olhos são levemente repuxados e o tom esverdeado é do tipo hipnótico, desses que prendem sem qualquer esforço.

    Os lábios carnudos e rosáceos são um convite à perdição eterna. E a barba por fazer? Adrian frequenta um barbeiro das antigas toda a semana, só para deixar o visual extremamente sexy e sedutor.

    Espere, preciso me abanar aqui.

    Reservei um parágrafo para falar da barriga tanquinho, porque né, dá vontade de virar lavadeira profissional só de encarar os gominhos perfeitos. A musculatura nessa região é dura como uma tora e os desenhos que se imprimem a cada movimento são do tipo que arrancam o oxigênio do peito das observadoras mais safadinhas.

    As cordas vocais de Adrian estão de sacanagem com as românticas de plantão. A sonoridade é do tipo entorpecente, com uma rouquidão de fundo que faz com que qualquer mulher ofegue por mais uma dose.

    E o garoto usa e abusa deste dom de Deus. De vez em quando, costuma tocar violão e cantar com a sua banda de garagem em festas particulares, levando as lunáticas à loucura, principalmente quando ele dá aquele sorrisinho lateral e estreita o olhar na direção de alguma delas. Uma doideira só.

    Além disso tudo, o dia de Adrian parece render noventa horas. O cara é modelo contratado de uma famosa marca de roupas de surfe e seu sorriso aveludado e o corpo bombado além do limite estampam outdoors e lojas pela cidade, causando geral entre as garotas que sonham com um príncipe vestido de surfista.

    Enfim, acho que já te convenci que Adrian é um prêmio que vale muito à pena. E, devido à dificuldade nível hard core de engatar alguma espécie de relacionamento com o bonitão dos cabelos mesclados, duas garotas que se odeiam resolvem entrar numa aposta perigosa, num jogo de sedução que poderá partir corações e abalar as emoções mais nobres.

    Será que Adrian cairá na rede de alguma delas?

    Façam suas apostas. O jogo de sedução está prestes a começar.

    TRÊS

    A BRIGA

    — Rawena, você é uma vaca!

    Alexia perde a noção e parte para cima da sua arqui-inimiga de infância. Clarice tenta segurá-la pelos braços, mas a amiga é muito mais forte e se desvencilha facilmente. E vamos combinar, briga de meninas é um troço muito engraçado.

    Cabelos são puxados, tapas são desferidos e, quando a galera percebe o pau comendo solto, faz um círculo de incentivo só para atiçar ainda mais a fogueira das vaidades. A torcida se divide e Clarice leva as mãos à cabeça, desesperada com tamanha babaquice.

    — Parem com isso, suas idiotas! – A garota berra e seus óculos de aro vermelho saltitam no rosto em chamas. – Estão sendo ridículas, não percebem?

    Claro que não, elas não estão escutando.

    Rawena puxa os cabelos de Alexia e a filha de Lex e Nina urra de dor, desferindo uma rasteira na outra, levando ambas para o chão frio do segundo andar do Colégio Prisma. Já prevejo sala do diretor, marcas roxas pelo corpo e fofocas maldosas por, no mínimo, uma semana.

    O motivo da briga não poderia ser outro: Garotos.

    Numa festa na noite de ontem, Rawena estava vestida para matar e se atirou para cima do ex-namorado da Alexia. Lógico que o bicho pegou e a investida resultou num fim de noite horroroso para ambas.

    Com uma esperteza rara, o ex-namorado da Alexia não quis saber de nenhuma das duas loucas e acabou se mandando da balada com uma garota nada a ver à tiracolo, só para se livrar do mico.

    A menina do aparelho fixo, com elásticos cor-de-rosa, parecia extremamente normal frente às duas malucas que se atracaram num bate-boca por conta dele. Garoto inteligente.

    — Pare de dar em cima dos meus caras! – Alexia trinca os dentes de ódio e arranca um chumaço de cabelo descolorido da cabeça de Rawena. – Sua invejosa! Mal-amada!

    Neste momento, uma presença altiva e sobrenatural adentra ao círculo. É o que basta para a cena ficar congelada no tempo-espaço. Ninguém ousa respirar e a voz do diretor do Prisma retumba como o som do próprio inferno:

    — Que cena deprimente. – Ele fecha o semblante e faz cara de mal. – Vocês, imprestáveis, para a sala de aula! – Ordena ao bando de alunos que instigava a briga. – E vocês duas, no meu escritório, agora! – Aponta o dedo em riste para o fim do corredor.

    Merda, a cobra vai fumar.

    QUATRO

    A COBRA FUMA NA SALA DO DIRETOR

    A sala do diretor do Prisma é um lugar a ser temido. Os móveis são antigos, em tons escuros e os livros carregam uma capa de poeira que faz Alexia espirrar. Esse é o mesmo diretor bigodudo do passado e Lex vive dizendo que ele dorme imerso em alguma banheira cheia de Formol.

    Os objetos estão alinhados em uma simetria irritante. Após o terceiro espirro, Alexia desvia o olhar dos cachorros de cerâmica que a encaram com seus olhos cor de rubi do mal. Sinistros.

    Rawena se remexe, inquieta. Não é sua primeira vez na diretoria e a garota sabe que não será a última. Para não falar besteira, leva o indicador aos lábios avermelhados, como se o gesto pudesse travar a sua língua ferina.

    — Eu deveria ter vergonha na cara e expulsá-las deste colégio. Não fiz isso com os seus pais e me arrependo até o último fio de cabelo. – O diretor, então, se toca de que não tem um fio de cabelo na cabeça e pigarreia, continuando: — Enfim, talvez eu deva puni-las com algo muito pior. – Ele estreita o olhar e dá um sorriso maldoso. – A viagem de formatura está se aproximando.

    — Não! – Alexia dá um salto da cadeira e quase tem um troço. – A viagem não, por favor. – Choraminga, no maior drama da face da Terra. – Foi tudo encenação, eu adoro a Rawena, sabe?

    — Pois é, ela é minha best friend forever, foi só um desentendimento bobo. – Rawena gesticula, demonstrando que a briga já foi superada. – Estamos numa boa, não tornará a acontecer.

    O diretor leva a mão ao bigode grisalho e, na sequência, ajeita os óculos sobre o nariz. Fita as duas com um semblante desconfiado e finge que acreditou na baboseira contada.

    — Seus pais serão avisados do ocorrido no corredor do colégio. – Ele sorri, cortante. – Se saírem dos trilhos até a viagem de formatura, digam adeus à excursão, entenderam?

    — Claro, está mega entendido, não é, Rawena?

    — Super entendido, querida.

    O diretor une as sobrancelhas na certeza do engodo em ação. Mas ele se livrará dessas duas em breve, portanto, só existem motivos para comemoração. Sem qualquer tato, gesticula com as mãos e expulsa as garotas do recinto, como se fossem dois mosquitos irritantes.

    Elas se mandam e, quando a porta da diretoria é fechada, se encaram como nos duelos de antigamente, rosnando como dois cães do inferno. Rawena aponta o dedo na altura do nariz de Alexia e solta essa:

    — Você não perde por esperar.

    — A vaca aqui não sou eu. Aliás, minha mãe tem um ótimo termo para definir pessoas como você: Kibiscate!

    Rawena frita em vermelho vivo e não é pelo excesso de blush. Trinca os dentes e engole o ódio como se fosse lavas de um vulcão prestes a entrar em erupção. Guarda a ofensa como uma promessa de vingança e não responde ao ataque verbal.

    Isso não vai prestar.

    CINCO

    ADRIAN ESTÁ DE BOA ATÉ SEGUNDA ORDEM

    Adrian é o garoto novo do Colégio Prisma. Foi transferido a contragosto no meio do ano, assim que seu velho conquistou uma promoção e a presidência do grupo para o qual trabalha. Segundo ele, o Prisma é um excelente colégio preparatório para a faculdade e o filho já estava causando demais na antiga escola.

    O tal causar foi um triângulo amoroso envolvendo a filha da diretora e a filha da professora de biologia. Deu merda, literalmente falando. Adrian precisou correr para não apanhar das duas garotas e suas mães sedentas por sangue.

    Diante de tal fato nada agradável, o rapaz dos cabelos mesclados tratou de não se envolver com nenhuma das meninas do Prisma e resolveu concentrar toda a sua energia nos estudos. Ele até se interessou por uma ou duas ou três ou quatro garotas, mas não se atreveu a chegar junto de nenhuma delas até o presente momento.

    Não está muito empolgado com a viagem de formatura e um dos novos melhores amigos dá um tapão em seu ombro, trazendo—o para a realidade paradisíaca. A mulherada de biquíni dando o maior mole é um excelente motivador, não?

    — Adrian, cara, use a sua imaginação. – Rui, o cara apelidado de Marley por conta dos dreads e da vibe paz e amor, cutuca o outro. – Saca só essa mulherada bonita. – Abre os braços no pátio do colégio como se pudesse abraçar todo mundo. – É melhor começar a se empolgar, mano.

    — Tenho que concordar com o Marley aqui. – Fábio, o garoto apelidado de Turbo por ser hiperativo ao extremo, dá um soco de leve no braço bombado do amigo. – Essa viagem vai ser inesquecível. 

    — Galera, meu pai ameaçou congelar a minha grana se eu fizer mais alguma merda envolvendo mulheres. – Adrian sacode os cabelos escorridos, indignado e vencido. – Vou ficar de boa.

    O olhar dos três é atraído por uma das garotas do Prisma que, ao passar por eles, deixa um rastro de perfume adocicado no ar. Marley inspira como se fosse uma brisa hipnótica. Turbo estatela o olhar, pilhado.

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