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Santa Sede 9:: Crônicas de Botequim
Santa Sede 9:: Crônicas de Botequim
Santa Sede 9:: Crônicas de Botequim
E-book279 páginas1 hora

Santa Sede 9:: Crônicas de Botequim

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Sobre este e-book

A crônica é o gênero literário dos copos, dos bares, das ruas. Urbano até o último gole, este livro traz para a Sata Sede o tema "a cidade" explorando em cada capítulo um pouco de suas nuances. Afinal, nenhuma outra oficina literária é tão contaminada pelas ruas, pelos bares e pelos copos. Fica nosso convite aos leitores - tal qual faziam os cronistas do século 19, flanem conosco, página por página.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento22 de nov. de 2018
ISBN9788583384472
Santa Sede 9:: Crônicas de Botequim

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    Pré-visualização do livro

    Santa Sede 9: - Rubem Penz

    © Rubem Penz 2018

    Produção editorial: Vanessa Pedroso

    Revisão: Press Revisão

    Fotos dos cronistas: Marcelo Leal

    Capa: Editora Buqui

    Logo: Giancarlo Carvalho

    Editoração: Cristiano Marques

    Produção de ePub: Cumbuca Studio

    CIP-Brasil, Catalogação na fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros

    P476s

    Penz, Rubem

    Santa sede 9 [recurso eletrônico] / Rubem Penz. - 1. ed. - Porto Alegre [RS] : Buqui, 2018.

    recurso digital

    Formato: ebook

    Requisitos do sistema: adobe digital editions

    Modo de acesso: world wide web

    ISBN 978-85-8338-447-2 (recurso eletrônico)

    1. Crônicas brasileiras. 2. Livros eletrônicos. I. Título.

    18-53373 | CDD: 869.8 | CDU: 82-94(81)

    Vanessa Mafra Xavier Salgado - Bibliotecária - CRB-7/6644

    23/10/2018 | 29/10/2018

    Todos os direitos desta edição reservados à

    Buqui Comércio de Livros Digitais Ltda.

    Rua Dr Timóteo, 475 sala 102

    Porto Alegre | RS | Brasil

    Fone: +55 51 3508.3991

    www.buqui.com.br

    www.editorabuqui.com.br

    www.facebook.com/buquistore

    APRESENTAÇÃO

    Rubem Penz

    Eu sou eu, e também sou cidade. Limita-me, por exemplo, a capacidade – ao mesmo tempo em que me expandem a sagacidade e a vivacidade. A mordacidade me tempera, a loquacidade escreve o destino, a simplicidade permeia e contorna esta persona cidade. Já sou meio velho, mas distante da caducidade. Múltiplo, tenho por forma e princípio a plasticidade. Abraço por motricidade, amo com cumplicidade, conduzo em organicidade. Neste livro, completo-me nos incríveis cronistas e, com isso, sou todo felicidade.

    Ludicamente, o cronista percorre a cidade

    Jorge de Sá

    Basta dar uma voltinha pelas páginas dos seus grandes autores para constatar: como no título do livro de Javier Viveros, a crônica é um gênero urbano, demasiado urbano . Consolidado no Brasil a partir do século 20, principalmente na voz literária de Rubem Braga, o cronista vê, escuta e percebe como ninguém seu entorno, transpondo para as colunas do jornal as miudezas e grandiosidades da vizinhança. Atento, jamais circula de modo inocente. Sagaz, jamais deixa sem eco seus sutis rumores. Generoso, jamais guarda tais segredos apenas para si.

    Assim sendo, eis o mote e o mérito da Safra 2018 da oficina literária Santa Sede: versar sobre a cidade. Seus nove cronistas foram convidados a percorrer as sinuosas vias da memória, dos afetos e do cotidiano para, em cada um dos capítulos, explorar os temas inerentes ao habitat urbano. Ora falando sobre parques, ora sobre vizinhos, percorrendo o mapa ou olhando as vitrines, diversas cidades ideais, imaginárias ou conflituosas permearam nossas noites de segunda-feira. O resultado é um livro saboroso a cada virada de página – ou seria de esquina? –, imprevisível e pulsante como o trânsito.

    Tal como bairros, são particulares nossos espaços de fala. A presente safra traz a agilidade mordaz da Luca, combinada com as promessas de romance do Thomas; a memória infalível do Tom e os meandros do pensamento da Graciella. A inventividade da Soraia faz fronteira ao Sul com a contundência da Astúria, ao Norte com o humor ácido do Zorday, a Leste com a compreensão analítica da Jane e a Oeste com a verve indomável do Willy. E, se aqui pareço classificá-los, garanto: igual aos divertidos e inesquecíveis debates à mesa do Apolinário, seus textos darão um jeito de embaralhar qualquer premissa.

    Nono livro de uma série ininterrupta nascida em 2010, quarto na estratégia de seguir um tema, a Santa Sede, Crônicas de Botequim 9 soma-se aos demais na receita sui generis de estudar literatura e de aprimorar a escrita. Ministrada intencionalmente na mesa de bar, com direito às interrupções do garçom e a toda sorte de interferência externa, tornou-se espaço de excelência na abordagem deste sedutor gênero literário. Reproduzindo de modo autêntico a rotina dos maiores expoentes de sua história, mereceu em 2016 o Prêmio Açorianos na categoria Destaque Literário – láurea que muito nos honra.

    Porém, nada desse papo tem maior valor, perto do que está por acontecer agora: você, leitor, trilhar por nossos caminhos de criação, frase a frase. São 81 crônicas inéditas com paisagens indescritíveis, esperando sua companhia para serem descortinadas. Compartilhe conosco e venha morar em nosso coração. Boa leitura!

    SUMÁRIO

    NOSSA MESA

    Era uma vez um pequeno-grande país

    Zorday Prati

    Fronteiras do desassossego

    Soraia Schmidt

    Universo e só

    Thomas Einar Olsen

    Abatumado

    Jane Maria Ulbrich

    Uma casa essencial

    Graciella Tomé

    Um romance, passageiro

    João Willy

    Meu santo é delicado

    Astúria Vasconcelos

    Esquinas

    Tom Saldanha

    Só por um tempo, basta?

    Luca Boaz

    À VISTA

    Irresistível

    Luca Boaz

    O Bar do Almerindo II

    Zorday Prati

    (In)visibilidade

    Soraia Schmidt

    Vende-se o Ponto

    Thomas E. Olsen

    Conspiração

    Jane Maria Ulbrich

    As luas estão em paz

    Graciella Tomé

    Local seguro para a consciência

    João Willy

    Fome de quê?

    Astúria Vasconcelos

    Vara de marmelo

    Tom Saldanha

    GATOS PARDOS

    Sonhos suspeitos

    Tom Saldanha

    Nova Iorque em pequenos pedaços

    Luca Boaz

    Insônia

    Zorday Prati

    Mia noite

    Soraia Schmidt

    In other words

    Thomas Einar Olsen

    Dessemelhanças semelhantes

    Jane Maria Ulbrich

    Uma noite ao dia

    Graciella Tomé

    Os animais da noite querem visibilidade

    João Willy

    Lavagem do Pôncio

    Astúria Vasconcelos

    A MESA AO LADO

    Inundada paz

    Astúria Vasconcelos

    Aposta

    Tom Saldanha

    Isolamento

    Luca Boaz

    Até que um vazamento os separe

    Zorday Prati

    A menina do 5º andar

    Soraia Schmidt

    Relicário

    Thomas Einar Olsen

    Indizível motivação

    Jane Maria Ulbrich

    Rio 40°

    Graciella Tomé

    Por todos dias de nossa vida, até que a mudança nos separe

    João Willy

    ENGARRAFADO

    A travessia de Joana

    João Willy

    Miss Lona

    Astúria Vasconcelos

    Intransitável

    Tom Saldanha

    Trânsito no divã

    Luca Boaz

    Cote D’azur é aqui

    Zorday Prati

    Monstro Submerso

    Soraia Schmidt

    Melodia entre as buzinas

    Thomas Einar Olsen

    No abandono do teu olhar

    Jane Maria Ulbrich

    Inércia real

    Graciella Tomé

    À NOSSA!

    Nunca ideal nunca real nunca

    Graciella Tomé

    Morando nas cercanias da felicidade

    João Willy

    Ver a cidade

    Astúria Vasconcelos

    Utopia

    Tom Saldanha

    Contrastes e encruzilhadas

    Luca Boaz

    Com tesão é mole, Prefeito

    Zorday Prati

    Tempo de Brumas

    Soraia Schmidt

    A Arca de Noah

    Thomas Einar Olsen

    E se ele retornasse?

    Jane Maria Ulbrich

    O MELHOR DA PRAÇA

    Em nossos corações a redenção

    Jane Maria Ulbrich

    Por um segundo

    Graciella Tomé

    O sítio de meu pai

    João Willy

    Tempos de Redenção

    Astúria Vasconcelos

    Pegadas

    Tom Saldanha

    O sacramento futebolístico

    Luca Boaz

    Reminiscências de um mesmo parque

    Zorday Prati

    Flor e Si

    Soraia Schmidt

    O céu e outros céus

    Thomas Einar Olsen

    TIM-TIM!

    A Canção do Nievá (1801)

    Thomas Einar Olsen

    Numa falha do gaiola

    Jane Maria Ulbrich

    Ás das Copas

    Graciella Tomé

    O som nosso de todo dia

    João Willy

    Ruídos melhores virão

    Astúria Vasconcelos

    Ruído sonso

    Tom Saldanha

    Unidade dos sons

    Luca Boaz

    Simplesmente som

    Zorday Prati

    O som do silêncio

    Soraia Schmidt

    CARTA

    Tecituras

    Soraia Schmidt

    Num ponto qualquer

    Thomas Einar Olsen

    Geografando

    Jane Maria Ulbrich

    30.000 traços tortos

    Graciella Tomé

    Para mães indignadas a ira não é pecado

    João Willy

    O mapa-borrão

    Astúria Vasconcelos

    Geografi a do afeto

    Tom Saldanha

    Argonautas urbanos

    Luca Boaz

    A gente somos inútil. Nem todos graças a Deus

    Zorday Prati

    NOSSA MESA

    "O cinza da cidade

    partindo o verde ao meio"

    Nei Lisboa

    Zorday Prati

    Sou um andarilho na vida – por favor, não confundir com levar uma vida de andarilho / Meu bairro é este mundão / Quero ser feliz, distribuindo gentileza, generosidade, carinho e gratidão / Com isso, sonho receber um tantinho de volta / Um tantinho de amor já está bom/ Sou um procurador esperançado / Um achador distraído / Dependo da sorte mais do que a conta e ela – a sorte, generosa demais – de mim toma conta / Agora sou também um cronista amador / Um cronista calouro que faz da arte de juntar palavras e de contar histórias a fonte do mais puro prazer / Além, naturalmente, de ser um caminho fértil para traçar estradas onde jamais andarilharei / Aprecie-me, por favor, sem moderação e, se não for pedir demais, bem devagarinho ou – paradoxo! – com sofreguidão.

    ERA UMA VEZ UM PEQUENO-GRANDE PAÍS

    Zorday Prati

    Era uma vez um bairro tão importante, mas tão importante que virou um país pequeno dentro de um país grande. Uma terra de morenices extremas, formas arredondadas e de todas as cores. Um país quente e inteligente. Uma inteligência de sunga. Uma Esculhambacia Democrática Liberal Geral. Um deus nos acuda estruturado: a República Independente de Ipanema.

    A sede do governo ficava no Veloso, bar que reunia a fina flor da malandragem cultural, classe exclusiva do País Pequeno: Tom Jobim, Maestro Emérito. Vinicius de Moraes, Conselheiro para Assuntos do Coração. Jaguar, Tabelião Juramentado e, entre outros, os edis Leila Diniz, Marcos e Paulo Sergio Valle, Ziraldo, Tarso de Castro e a turma do Pasquim que, a partir do Veloso, se tornou o maior hebdomadário do mundo.

    Segundo Millôr Fernandes, Auditor da Pátria, o Veloso era uma esquina onde o Prudente encontrava o Imprudente de Moraes. Eu digo que o prudente encontrava o imprudente demais. Foi a partir dali que o mundo foi invadido por uma menina que passava a caminho do mar. Tão cheia de graça que fez Tom e Vinicius, no auge da inspiração e muitas minissaias na cabeça, comporem a canção que virou o símbolo de uma nova bossa e o hino do País Pequeno: Garota de Ipanema. Em tempo: minissaia é mais uma invenção ipanemense. Significa Chopp num copo pequeno (que é pra não dar tempo de esquentar).

    A República era delimitada ao norte pela Princesinha do Mar, a oeste pela Lagoa, ao sul pelo Jardim de Alá e ao leste pelo Atlântico. Literalmente cercado de belezas. Em seu mar territorial havia um lugar onde tudo era permitido. Um naco de areia demarcado

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