Ódio, raiva, ira e outros prazeres diários
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Ódio, raiva, ira e outros prazeres diários - Mentor Muniz Neto
Copyright © Mentor Muniz Neto, 2015
Proibida a reprodução no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização do editor.
Direitos exclusivos da edição em língua portuguesa no Brasil para:
Silvia Cesar Ribeiro editora e importadora ME.
Rua Rodolfo Troppmair 89 - Paraíso
04001-010 - São Paulo - SP - 11 2667 6314
contato@editoradash.com.br
www.editoradash.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
M966
Muniz Ne to, Mentor
Ódio , raiva, ira e outros prazeres diários / Mentor Muniz Neto. Prefácio de J. R. Duran. – São Paulo: Dash, 2015.
ISBN 978-85-65056-77-9
1. Literatura Brasileira. 2. Crônicas. 3. Inteligência Emocional. 4. Relações Humanas. I. Título. II. Duran, J. R. III. Neto.
Catalogação elaborada por Ruth Simão Paulino
Projeto gráfico: Silvia Ribeiro
Editores: Alice Penna e Costa e Ayrton Luiz Bicudo
Ilustrações: Mentor Muniz Neto
Foto de orelha: J.R. Duran
Assistente editorial: Hellen Cristine Campos dos Reis
Revisão: Probo Poletti
Produção do e-book: Schaffer Editorial
Agradecimentos
Este é um livro de crônicas do cotidiano.
Um gênero quase em extinção, culpa das redes sociais.
Afinal, o que é um mural de Facebook ou uma linha do tempo do Twitter, senão nossa prosaica vida diária?
O Facebook fez pelas crônicas do cotidiano o mesmo que o Instagram fez pela fotografia.
Talvez seja isso que levou o J.R. Duran a me dar o empurrão final para publicar esses textos.
Essa camaradagem nossa de tentar ver o mundo através de uma lente pessoal, num mundo tão social.
Ele como um ícone da fotografia, eu como um fanfarrão dos textos.
É a ele que agradeço por me lembrar que livro é um objeto eterno. E pelo prefácio.
À Luli, a mãe das meninas, minha melhor amiga, que nunca negou seu senso crítico afiado.
À minha mãe que ensinou o ter humor. O bom e o mau, não necessariamente nessa ordem.
À minha avó Lourdinha e ao meu tio Mario que tiravam histórias do ar.
À Aline Braga pela revisão da revisão da revisão da revisão da revisão.
À Silvia Ribeiro, Ayrton Bicudo e Alice Penna, da Dash.
À Cora Rónai, que aceitou escrever a quarta-capa antes de ler o livro.
Aos conhecidos e anônimos comentaristas dos textos no Facebook.
E como esse texto é aquela enrolação antes do livro começar, posso parar por aqui e você poderia ter pulado esta parte.
Tarde demais.
Sumário
Introdução
Nota sobre as ilustrações
Feliz ano novo
A dieta argentina
Cinco chatos
A dieta argentina II
Carnaval
Ponte aérea
Academia
Minha Mãe e a geografia
Nutricionistas
Casa na granja
Lolita
A dieta argentina III
Minha Mãe e o tablet
Minha Mãe no Facebook
Treino
Adolescentes
A dieta argentina IV
Aquecimento global
Diários de treinos
Banheiros
Petshop Fashion
Paraty
Junior se foi
Virose
Igreja Universal Drugstore
Rio de Janeiro
Shopping de luxo
Dieta argentina V
Meeting
Galinhas
Mesquita x Portella
Churrasco
Mil fios
Cinquenta anos
Livros para colorir
Pecados
Programa de índio australiano
Intestinos
Minha Mãe e sua técnica de negociação
O ódio, a ira e a raiva
Minha Mãe e sua técnica de negociação II
Minha Mãe e o carro usado
Forever 21
A dieta argentina VI
Código do banheiro masculino
Evento fashion
Mulher modelo Duran
Natal na firma
Gênero humano
#Rica
Minha Mãe e a Broadway
Ceia de natal
Fim de férias
Off
Para minhas filhas Manuela, Olivia e Catarina
Introdução
Gosto de pessoas que se apresentam com um nome só.
O Neto é um deles.
Este livro está assinado como Mentor Muniz Neto porque alguém decidiu que assim seria, e ninguém perguntou minha opinião, o que, tenho certeza, foi um acerto.
Mas se você encontrar com o Neto em qualquer lugar, e for apresentado a ele, vai responder prazer, eu sou o Neto
, Neto?
, você vai perguntar, Neto
ele vai responder e, ponto, não se fala mais nisso.
Ele não precisa de sobrenome, ou hifem, nome composto (Miguel Antonio, Pedro Luis, aquelas coisas) ou a pretensão de nobreza de quinta categoria, com um de
entre os sobrenomes, para ser alguém.
O Neto é o Neto e isso basta.
Acontece, porém, que este Neto de quem estamos falando é um observador da vida que passa.
Das coisas da vida.
Dos bons.
No caso dele me atreveria, até, a puxar da gaveta um adjetivo que raramente uso mas que agora se encaixa perfeitamente: exímio.
O Neto é um exímio observador das coisas da vida.
Sabe, como poucos, ver a vida de perto.
E, melhor do que isso, ele sabe ler o que a vida ensina e quase todos deixam passar, como o cavalo selado do provérbio.
Como Neto é um escritor — ou talvez escreva por isso, nunca perguntei — ele coloca no papel o que seus olhos e ouvidos vão pescando por aqui, por ali e por onde ele decide que vale a pena prestar atenção.
E a maravilha é que ele o faz com uma precisão cirúrgica invejável.
Vai enfileirando as palavras e utilizando as frases como peças de lego.
Quando você menos percebe, paff!, a historia fechou e não precisa de mais nada para você entender que o mundo gira, e às vezes deixa as pessoas um pouco tontas.
No primeiro momento, o leitor vai achar que ele pode até ser lacônico.
Não se engane, o Neto é preciso.
Vai direto ao que interessa e não fará você perder tempo. Ao contrário, com este livro em suas mãos seu dia está ganho.
J.R. Duran
Nota sobre as ilustrações
As ilustrações que compõem este livro foram feitas em dezenas de Moleskines® utilizando canetas ShinHan®, Stabilo® e UniPen®.
Em sua maioria são homenagens ou interpretações de trabalhos de Paul Madonna e Kevin Cornell.
A que ilustra a crônica Cinquenta anos é uma releitura de um famoso trabalho de Robert Crumb.
O sketch de Felix Baungarten na crônica Aquecimento global foi inspirado numa tela de Ricardo Van Steen.
Quando selecionava as ilustrações que entrariam no livro, me dei conta da quantidade de skylines que desenhei ao longo desses anos.
Cidades sombrias em sketches, estes sim, originais.
Não me importei em insistir no tema.
Não deixam de ser, afinal, crônicas gráficas.
Feliz ano novo
1 de janeiro — quarta-feira
Não sei o nome desse meu vizinho.
Se eu fosse arriscar, tentaria algo sóbrio, quatrocentão.
Alberto talvez.
Albertinho para os mais próximos.
Não é vizinho de apartamento.
É de prédio.
O condomínio aqui ao lado é sofisticado.
Desses que as mulheres tem carros com nome de caravelas.
Tipo Vera Cruz, Pinta e Nina.