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De Paulo Mateus
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10% - Paulo Mateus
Palavras do autor
Olá leitor, obrigado por adquirir este livro, escrevê-lo me custou muito tempo e esforço, me alegra muito saber que existe alguém lendo o que escrevo. Quando acabar por favor não se esqueça de deixar seu comentário, isso ajuda muito na divulgação além de mostrar a mim sua opinião sobre o livro. Por se tratar de uma obra independente alguns erros ainda podem estar presentes no texto, mas nada que atrapalhe a leitura ou o seu entretenimento com a história.
O Mundo Invisível
Alice tem uma habilidade muito especial, um dom que a faz enxergar o mundo de uma forma completamente diferente, mas aos olhos das outras pessoas tudo o que ela faz é completamente cinza e sem cor.
Alice estava fitando um quadro em especial onde uma mulher estava na beira de um lago, desde criança ela sempre tinha gostado daquele quadro. Todos eram em preto e branco, mas aquele de alguma forma parecia mais vivo do que os outros, mas talvez não fosse o quadro, talvez fossem seus olhos que enxergavam mais do que todo mundo.
As Cabines de Suicídio
Ana sempre fica espantada e curiosa quando vê uma cabine vermelha, ela sabe o que acontece dentro delas e isso a assusta, mas esta aterradora invenção também exerce um tipo de encanto sobre ela.
Ana ajeitou seus óculos redondos sobre o nariz e o observou atentamente, ele apertou um botão e a porta se abriu até revelar todo o seu interior. Mas o homem não avançou, permaneceu ali parado, ele olhou para os lados e ficou visivelmente surpreso de encontrar alguém por perto, nenhum dos dois falou alguma coisa.
Construtores do Paraíso
Eles eram apenas dois irmãos fazendo o que todas as crianças faziam na Vila 115, mas durante uma fuga desesperada eles acabam caindo em um lugar estranho, que vai lhes revelar verdades belas e assustadoras.
Eles sabiam o que era um caminhão, na vila todo mundo sabia. Todo mundo sabia que os caminhões sempre paravam nos armazéns e pegavam coisas, sempre foi assim e sempre deveria ser.
Deuses Humanos
A entidade divina que rege o mundo resolve tirar umas férias e deixa o trabalho e todos os seus poderes para os humanos, que obviamente não vão conseguir fazer nada direito com essa responsabilidade.
As pessoas ao redor do mundo já tinham se acostumados com as estranhas nuvens formando palavras no céu, mas quando este subitamente se tornou rosa elas voltaram a ficar preocupadas, pois obviamente o céu deveria estar com algum defeito. Mas passado o momento de preocupação inicial as pessoas voltaram aos seus afazeres como se nada de estranho tivesse acontecido.
A Ilha
Verônica acorda dentro de uma caixa de madeira que está despencando do céu, confusa ela consegue se libertar mas é atacada logo em seguida por um selvagem. Por sorte Said consegue salvá-la e eles entram na floresta, onde todos os mistérios e perigos estão escondidos.
Ela fitou aquela massa estranha, um pouco da lama caiu e foi levada pelo fluxo de água, o rosto de Verônica se contorceu em uma expressão de medo e assombro. Ela estava segurando um rosto humano bem diante de si.
Antares
A cidade fica acima das nuvens em um lugar isolado e estranhamente belo, as coisas não são perfeitas mas a ordem reina na medida do possível. Como punição os criminosos são atirados para fora da cidade, para morrerem na superfície tóxica do planeta, mas para os moradores isto é também um espetáculo agradável aos olhos.
Pouco tempo depois o prisioneiro deu alguns passos para frente e se agarrou com força nas laterais da gôndola, ele parecia estar com muito medo do que estava prestes a acontecer, mas um poderoso chute de um dos oficiais pôs fim a qualquer esperança que ainda tivesse. O prisioneiro foi jogado para fora do dirigível e começou a cair em uma velocidade incrível, os braços e as pernas se agitando freneticamente por causa do desespero e do vento.
Watson
Um sistema criado para administrar uma sociedade quase perfeita acaba enfrentando problemas incomuns, obrigando-o a tomar medidas extremas.
Os dois não deram mais nenhum passo, além das sombras começaram a ouvir também alguns sons que já eram familiares. Aos poucos as sombras aumentaram e deram lugar às assombrosas criaturas das quais eles estavam tentando se esconder.
A Flor Vermelha
Em um lugar isolado e esquecido pelo resto do mundo residem os sobreviventes de um regime totalitário, na busca pela sobrevivência eles vão acabar descobrindo pedaços de um passado assombroso. Enquanto se questionam sobre as descobertas eles acabam indo parar em um lugar onde vão obter todas as respostas.
Havia outra coisa também naquele lugar que deixava as pessoas inquietas, era o gigantesco muro de pedra lisa que cercava a cidade inteira, não importava para onde as pessoas fossem, o muro estava sempre lá. E alguma coisa dentro de suas mentes lhes diziam para não chegarem perto do muro, eram histórias contadas em tom sério de geração após geração. As pessoas nunca chegavam perto do muro, tinham medo dele.
A Última Cinderela
Essa é uma história que se passou em uma cidade muito distante, onde existia um povo de características muito peculiares que foi amaldiçoado por uma bruxa cruel. Mas uma jovem muito especial começou a se questionar e desafiar as garras que se fecharam sobre a cidade, o que aconteceu depois só lendo para você saber.
Até que de repente eles começaram a saltar para fora, abandonando seus donos e deixando as órbitas vazias para trás. Os olhos de todo mundo começaram a flutuar para longe, as pessoas começaram a correr e gritar desesperadas, mas elas não conseguiam fazer nada afinal ninguém estava enxergando nada.
Paraíso
Júlia tinha uma vida normal, estava acostumada a lidar com objetos perigosos por causa do seu trabalho, mas de uma hora para outra ela se vê segurando uma obra de arte e entra em uma corrida desesperada para se livrar daquilo.
"Desesperada ela correu até a garagem com o quadro na mão torcendo para que nenhum dos vizinhos a visse, ajeitou uma mecha do cabelo escuro atrás da orelha e lançou um olhar para as casas ao redor. Não havia ninguém nas janelas, já está escurecendo, todo mundo deve estar usando os óculos a essa hora ela pensou. Mas na casa que ficava bem na frente da sua havia alguém no segundo andar, um rosto velho e enrugado espiando por uma janela entreaberta."
Sumário
Palavras do autor
O Mundo Invisível
As Cabines de Suicídio
Construtores do Paraíso
Deuses Humanos
A Ilha
Antares
Watson
A Flor Vermelha
A Última Cinderela
Paraíso
Informações e contato
O Mundo Invisível
O prato estava cheio de batata frita, alface, tomate e um pedaço de pão, era o resto de um lanche que ela estava ansiosa para comer poucos minutos atrás, mas que agora já não tinha certeza se conseguiria terminar. Havia um copo do lado, era grande e estava cheio até a metade com refrigerante de laranja, o gás borbulhava na superfície e ela apenas ficou ali observando as minúsculas bolhas estourarem.
Com um movimento da mão direita ela ajeitou uma mecha de cabelo atrás da orelha e desviou os olhos da sua mesa, várias mesas de madeira estavam dispostas pelo interior pequeno da lanchonete, e metade delas estava ocupada. Alice viu as pessoas ao seu redor, elas conversavam, reclamavam, e davam risadas. Mas apesar das diferenças físicas as roupas de todas elas só possuíam duas cores: preta e branca.
Alice se focou em um homem que estava a uma mesa de distância, era jovem e estava conversando animadamente com um grupo de amigos, ele usava uma camisa de estampa chamativa, parecia uma explosão ou algo do tipo, mas todos os detalhes variavam entre tons de cinza. O mesmo se repetia com as paredes do lugar, que estavam repletas de quadros e cartazes anunciando as promoções, tudo variando do preto ao branco.
Até o refrigerante de laranja que ela tinha acabado de tomar era cinza, mas isso não se repetia com as comidas, o tomate era vermelho, o alface era verde, e até mesmo o pão tinha uma cor mais amarelada. Quando saiu da lanchonete as vozes atrás dela diminuíram e deram lugar às vozes e barulhos da rua. O mundo ali fora era infinitamente maior e mais cinza do que antes, os carros se misturavam e pareciam todos iguais, e na calçada Alice se perdeu em um mar de pretos e brancos, apenas a pele e o cabelo das pessoas apresentavam tons mais normais e vivos.
— Você respondeu aquelas perguntas que o professor passou ontem? Eu preciso copiar de alguém – perguntou Ana ao ver Alice surgir no pátio da universidade.
— Ah, sim, a gente está aqui para fazer arte e não para ficar respondendo perguntas – ela tirou da mochila uma folha com as questões, mas percebeu que uma gota de água acabou molhando o papel.
— Obrigada! Você salvou o meu dia – Ana correu os olhos pelas palavras analisando as respostas.
— Parece que vai chover daqui a pouco – ela olhou para cima, o azul do céu estava sendo tampado por nuvens escuras. – O céu está ficando escuro.
Ana olhou para o alto e franziu o cenho.
— Mas ele sempre é escuro – ela sempre achou que Alice às vezes falava coisas meio estranhas, mas ela nunca deu muita atenção para isso.
A sala estava lotada de alunos, todos em silêncio apenas escutando o que o professor tinha para falar, desenhos, pinturas e todo tipo de arte estava espalhada pelas paredes, o que servia para inspirar os alunos ainda mais. Já que todos eles sonhavam em ganhar O Grande Artista.
— …Os trabalhos vão começar a ser selecionados daqui a duas semanas – disse o professor velho e gordo escrevendo as datas no quadro. – Artistas de todo o país vão estar concorrendo, e como vocês sabem não é nada fácil ficar entre os três selecionados, mas eu creio que temos talento suficiente nessa sala para pelo menos chegarmos perto.
O professor exibiu um largo sorriso com dentes que para Alice eram amarelos e voltou a se sentar na sua mesa, onde uma pilha de atividades esperava pela sua atenção. Alice correu os olhos pela sala, como os alunos não tinham mais o que fazer a maioria estava conversando, mas não demorou muito para o sinal tocar e eles terem que sair para a próxima aula.
O professor Arthur era rígido com seus alunos, seus olhos atentos captavam até o menor detalhe e todos tinham medo de suas críticas, mas ao mesmo tempo ele era admirado por muitos, pois lá fora o mundo também não seria gentil com eles.
— Vocês estão evoluindo – disse ele ajeitando a boina sobre os rebeldes fios de cabelo que cobriam sua cabeça –, devagar, mas estão.
Os últimos alunos ainda terminavam de se sentar quando ele começou a andar entre as carteiras distribuindo uma enorme folha em branco.
— Eu quero que vocês desenhem hoje uma mulher se afogando – Alice pegou a folha que o professor lhe entregou –, façam da forma que acharem melhor, vou passar olhando não só a qualidade do desenho mas também a criatividade por trás dele.
Ela olhou para o estojo de metal recheado com dezenas de lápis, todos indo do preto ao branco, pegou um na cor preta e começou a rabiscar as imagens que surgiam na sua mente. Alice gostava de desenhar desde que era criança, e não demorou para que os tons claros e escuros começassem a tomar forma em sua folha. Ela quase se assustou quando a forma esguia do professor se curvou sobre sua carteira.
— Hmmmm… – ele coçou o queixo preenchido por uma espessa barba e enrugou a testa. – Me parece… diferente. Nada mal, nada mal mesmo.
Alice sorriu ao receber o desenho de volta, apesar de reconhecer o próprio talento ela sabia que, de alguma forma, o fato de seus olhos conseguirem enxergar cores a ajudava de alguma forma. Quando olhava para um lápis preto ou cinza ela via todo o potencial dessas duas cores, era como se para ela essas cores fossem mais vivas do que para as outras pessoas.
***
A rua barulhenta era o contraste perfeito para a sala silenciosa da faculdade, Alice aproveitou que o sinal tinha acabado de fechar – a palavra PARE
estava escrita em letras grandes e claras para que todos pudessem ver – e atravessou a rua. A chuva que tinha cessado poucos minutos atrás voltou a cair novamente, e ela rapidamente abriu seu guarda-chuva e avançou pela calçada tomando cuidado para não esbarrar em ninguém.
O celular começou a vibrar em seu bolso e ela pegou o aparelho, que na pressa quase escorregou de suas mãos. Na tela grande e cinza do celular ela viu uma mensagem da sua mãe que dizia o seguinte:
A mulher que contratamos para cuidar do seu avô teve que sair por causa de uma emergência, mas eu e o seu pai estamos ocupados no momento, precisamos que você passe o dia lá para tomar conta dele.
Alice ficou parada no meio da calçada por um momento até guardar o celular novamente no bolso e virar em uma rua, o fluxo de carros ali era menor e ela conseguia ouvir mais atentamente as gotas de água batendo no seu guarda-chuva. Ela gostava de chuva, as poças de água que se formavam no chão refletiam a luz do sol e davam um pouco de cor ao mundo cinza em que vivia. Mas a melhor parte era o arco-íris, um fenômeno tão belo que fazia seus olhos brilharem sempre que via um. Mas ao mesmo tempo ela se sentia culpada pelas outras pessoas não conseguirem enxergá-lo.
Quando chegou até o velho e baixo portão de aço da casa do seu avô a chuva já tinha diminuído um pouco, o portão rangeu quando ela o abriu, caminhou pelo trecho de pedras retangulares cuidadosamente encaixadas umas nas outras e chegou até a porta. Ela bateu e ficou esperando, olhando para o pequeno jardim que estava precisando de cuidados, o mato estava tomando conta de tudo.
— Sua mãe disse que você estava vindo – disse o homem velho e fraco ao abrir a porta, os poucos fios de cabelo branco que cobriam sua cabeça se agitaram com o vento. – Vamos, entre.
Alice fechou o guarda-chuva e entrou, o ambiente ali dentro era quente e agradável, exatamente da forma como ela se lembrava desde criança. Ela seguiu o avô até um dos quartos vazios da casa.
— Pode ficar aqui – disse ele parando na entrada –, nos quartos lá de cima se eu gritasse acho que você não conseguiria me ouvir, eu nem sei se conseguiria gritar…
— Vou estar por perto se precisar de alguma coisa – disse Alice colocando o guarda-chuva em um canto e jogando a mochila sobre a cama –, é só chamar.
— Como vai a faculdade? – perguntou ele caminhando até a cozinha.
— Ah, vai indo – Alice se lembrou do desenho que tinha feito mais cedo e da aprovação do seu professor. – Você fez a mesma faculdade que eu estou fazendo, você sabe exatamente como é.
— Eu me lembro que não foi nem um pouco fácil – ele abriu a geladeira e pegou um litro de leite com a mão trêmula –, muita gente acabou desistindo logo no começo, eu não sou de me gabar mas eu levava jeito pra coisa.
O avô de Alice apontou para as paredes da cozinha, estavam todas cobertas por quadros retratando os mais diversos tipos de objetos e paisagens, ela sempre ficou espantada com o talento dele para pintar.
— Mas depois daquele acidente eu não consegui fazer mais nada – sua mão esquerda fez movimentos no ar sem tocar em nada, demorou algum tempo até que conseguisse encontrar a porta da geladeira e fechá-la.
— Deve ter sido horrível – Alice ajeitou alguns fios de seu cabelo loiro atrás da orelha, ela tinha tocado nesse assunto poucas vezes com o avô, e em todas as vezes ela tinha se sentido mal por ele.
— Isso foi há muito tempo – disse ele bebendo o pouco leite que ainda restava no copo –, eu acabei me acostumando. Só me sinto mal mesmo por não ter conseguido participar d’O Grande Artista daquele ano.
— Você com certeza teria ganhado.
Alice estava fitando um quadro em especial onde uma mulher estava na beira de um lago, desde criança ela sempre tinha gostado daquele quadro. Todos eram em preto e branco, mas aquele de alguma forma parecia mais vivo do que os outros, mas talvez não fosse o quadro, talvez fossem seus olhos que enxergavam mais do que todo mundo.
— Eu não duvido – seus lábios enrugados se contraíram em um breve sorriso e ele passou por Alice, mesmo com a visão limitada ele parecia conhecer cada centímetro da casa. – Eu vou indo me deitar, fique à vontade.
— Se precisar de alguma coisa… – Alice foi interrompida pela mão que seu avô ergueu antes de entrar no quarto, não queria ser tratado como uma criança.
***
Era estranho estudar em um lugar diferente do que estava acostumada, a mesa era pequena e a cadeira baixa demais, o que a deixava incomodada. Suas pernas compridas não conseguiam achar uma boa posição, o que fazia Alice ficar se mexendo toda hora para tentar se acomodar. Mas o pior era o barulho incessante que estava vindo de algum lugar lá de cima.
Parecia que alguma coisa estava batendo furiosamente nas paredes, ela fechou o livro que estava lendo e escutou seu avô chamando.
— Alguma coisa deve ter entrado no sótão… – ele terminou de falar quando Alice apareceu na porta do seu quarto, estava deitado na cama e sua voz parecia mais fraca e arrastada do que antes. – Vá lá dar uma olhada, provavelmente deve ser um pássaro que acabou entrando.
— Estou indo – ela girou os calcanhares e começou a correr em direção às escadas.
Chegou até o segundo andar e demorou um pouco até encontrar e puxar a escada que levava até o sótão. O barulho foi ficando cada vez mais alto até que ela finalmente pôs os pés no sótão e viu o que estava acontecendo ali, um pássaro enorme e negro estava voando desesperado em todas as direções tentando encontrar uma saída.
Alice puxou um fino cordão que pendia do teto e uma lâmpada amarela se acendeu, com a luz o pássaro voou direto para a janela quebrada por onde tinha entrado. Agora sem aquele barulho todo ela começou a olhar para aquele lugar, caixas de papelão estavam espalhadas e empilhadas em todos os cantos, e tudo estava coberto por uma grossa camada de poeira.
O vento frio que entrava pela janela quebrada também trazia algumas gotículas de água da chuva lá fora, isso somado à poeira fez com que Alice tivesse que se controlar para não começar a espirrar. Movida pela curiosidade ela começou a abrir e mexer nas caixas, eram todas coisas que pertenciam ao seu avô e a sua avó, já falecida. Fotos antigas, brinquedos, e até mesmo bonecas estavam guardadas em uma das caixas.
Depois de alguns minutos ela acabou encontrando algo muito estranho, era uma caixa de madeira com o nome de seu avô gravado na tampa. Com dificuldade ela começou a puxar aquela coisa para cima, era quase tão grande e larga quanto a caixa de papelão em que estava guardada.
Alice pousou a caixa sobre o piso com cuidado e se sentou no chão com as pernas cruzadas, na tampa havia um simples e pequeno mecanismo giratório, devagar ela começou a girá-lo até escutar um clique abafado. A tampa saltou alguns centímetros para cima e com a mão direita ela terminou de abri-la.
— Incrível… – sussurrou para si mesma quando viu o que tinha ali dentro.
Pincéis, tintas, desenhos incompletos, e alguns papéis especiais estavam bem diante dos seus olhos. Tudo estava dividido em várias gavetas que se esticavam para cima quando puxadas. Alice ficou encantada com aquilo, nunca tinha visto o material de trabalho que seu avô usava, mas a última gaveta a deixou petrificada por alguns segundos. Ali estavam tintas coloridas e lápis coloridos que ela nunca tinha visto antes.
Quando pegou um pequeno pote de tinta vermelha seus olhos ficaram maravilhados com aquilo, ela já imaginava que fosse possível criar uma tinta como aquela, mas ter uma bem diante dos seus olhos era