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Corsários de Ébano: Entre a lenda e a História
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Corsários de Ébano: Entre a lenda e a História
E-book171 páginas2 horas

Corsários de Ébano: Entre a lenda e a História

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Sobre este e-book

A África dos sonhos e dos pesadelos é também a África das resistências heroicas, nas quais a liberdade era defendida com amor, sangue, suor e lágrimas. Apesar de ser o oceano, o palco dos maiores sofrimentos desses povos, pouco é relatado das ações praticadas durante a a terrível 'Grande Travessia'. Neste livro, o autor mescla os fatos históricos com a ousadia do escritor, e consegue nas entrelinhas da história vislumbrar as terríveis lutas travadas no mar e na terra , como resistência de homens, mulheres e crianças escravizados pelos seus próprios irmãos e vendidos (principalmente) aos europeus. Entre outros fatos intrigantes, pode-se perceber a razão pela qual a marinha portuguesa era tão minúscula no início do Seculo XIX, ao ponto de não poder, sem a ajuda da marinha inglesa, dispor de meios para a retirada da corte portuguesa para a sua colônia no além mar, no momento em que Napoleão mandou invadir Portugal. Um povo amante da família e da liberdade, por elas luta com fé e valor, conseguindo um território, forma uma nação livre e somente as forças da natureza pode frustrar o seu sucesso.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento4 de mai. de 2022
ISBN9781526020611
Corsários de Ébano: Entre a lenda e a História

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    Corsários de Ébano - Wanderley de Freitas Santos

    cover.jpg

    INFORMAÇÕES DO AUTOR

    Wanderley de Freitas Santos é natural da Cidade de Bom Jardim, no Estado do Rio de Janeiro, formado em Geologia (UFRRJ) e História (UES). Conhecedor de todo o território brasileiro e do povo que o habita. Exerceu o magistério durante os anos de sua formação acadêmica e participou dos projetos e das construções de grandes e importantes obras de infraestrutura em nosso país. É autor do esgotado livro Pedras no Lago. Oferece agora ao público leitor a história romanceada de uma resistência que a História não registrou.

    ÍNDICE DOS CAPÍTULOS

    PRÓLOGO - UMA EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA

    CAPÍTULO I - A PRÁTICA NEFANDA

    CAPÍTULO II - A EDUCAÇÃO NA CHINA

    CAPÍTULO III - REINTEGRAÇÃO

    CAPÍTULO IV - DESENTENDIMENTO NA ALDEIA

    CAPÍTULO V - NINGUÉM RESISTE À MAÇÃ DO ÉDEN

    CAPÍTULO VI - TERRA À VISTA

    CAPÍTULO VII - UMA VISITA

    CAPÍTULO VIII - REVIRAVOLTA NA ÁFRICA

    CAPÍTULO IX - OUSADIA EM PROL DA LIBERDADE

    CAPÍTULO X - A VINGANÇA

    CAPÍTULO XI - A SUCESSÃO

    CAPÍTULO XII - A NATUREZA INTERFERE

    CAPÍTULO XIII - O ÚLTIMO CORSÁRIO DE ÉBANO

    PRÓLOGO

    UMA EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA

    A História é o produto do trabalho do historiador. Ela é construída por homens do tempo presente, rebuscando as fontes que contêm indícios de fatos acontecidos em eventos de um tempo passado. Em algumas e não poucas vezes essa construção não representa a realidade.

    Por essa razão a História é fascinante, ela pode ser reconstruída quantas vezes se fizerem necessário. No entanto, quando a pureza da ciência se mescla com o sentimento do poeta é que a parte humana da História pode ser percebida.

    O cientista teme pelo resultado de seu trabalho frente à ideologia política e ao academicismo a que está sujeito. O poeta é livre e as únicas limitações que possui estão afetas ao seu imaginário. Foi graças a ousadia e a fé dos poetas que a Arqueologia surgiu, foi por eles que Pompéia, Tróia, Ur, Torre de Babel e o Dilúvio da Mesopotâmia foram apresentados ao mundo.(wdefsantos)

    ... No princípio era um vazio sem forma e o Espírito do Senhor vagava sobre o abismo... (Bíblia Sagrada - Livro do Gênesis).

    Segundo Suas ordens, tudo se fez, por fim, o paraíso estava pronto, seus senhores já poderiam ser criados e o foram, a semelhança do Criador. Homens e Mulheres foram criados. Nenhum comentário é encontrado sobre as raças, apenas sobre a responsabilidade de crescer, multiplicar e encher a Terra.

    As raças surgiram pelas diferenças entre seres, essas diferenças foram surgindo ao longo do tempo. Os homens se agrupam pelo amor e terminam por guerrearem pelo medo, pela inveja, pela ambição e pelo desejo de poder... (Pensamento de Thomaz Hobbes).

    O primeiro conflito encontrado nas escrituras sagradas dos cristãos é a alegoria, onde é narrada a contenda entre Caim e Abel, em busca da aprovação do Senhor às suas ofertas de sacrifício. Essa contenda levou ao primeiro assassinato - Caim matou seu irmão Abel e escondeu o corpo. Diz o relato, ter Caim recebido por conta de sua condenação, um sinal para reconhecimento à distância e em qualquer lugar por onde passasse, para o reconhecendo alguém, não o matasse. Esse sinal tem sido tema de polêmicas religiosas e de contendas racistas. Evidentemente esse sinal deveria ser visual, provavelmente uma diferenciação nas características físicas, possivelmente uma pigmentação diferenciada na pele.

    Com a diferença física de Caim e sua fuga, surge o primeiro enigma da Bíblia: Quem ou o que era Nod? Pai da mulher de Caim? Quanto tempo se passou desde o crime de Caim, sua fuga e o encontro com a sua esposa? Como era o povo de Nod? Essa explicação não faz parte do objetivo deste modesto livro, isso é assunto para literatura religiosa, no entanto, fica registrado o desafio para o leitor refletir sobre a questão.

    Uma indagação importante: A população era toda composta por brancos e Caim foi marcado com a cor negra? Era negra e Caim foi marcado com a cor branca? Não é possível dirimir essa questão com base nos escritos bíblicos, eles não definem a questão. A compilação das escrituras contidas na Bíblia foi feita basicamente durante o exílio de seus compiladores na Babilônia, no governo do Rei Nabucodonosor. Os compiladores eram brancos e isso torna as tradições nela contidas sobre o assunto bastante discutível na atualidade e por isso duvidosa e possivelmente equivocada.

    Desde a aplicação desse sinal sobre Caim, o preconceito surgiu na Terra e a Bíblia tem um relato razoável do desenvolvimento de seus descendentes. A tal diferença aparece de forma sutil, também nos relatos contidos na alegoria do dilúvio universal, com uma maldição semelhante sobre o filho de Noé chamado Cam (Pai dos Camitas), através de seu neto Canaã (O primeiro patriarca dos cananeus). Desta vez ela foi objeto de punição por terem o pai e o filho tripudiado sobre a nudez do pai, em uma ocasião na qual havia se embriagado em uma festa particular com uma de suas esposas.

    Não se tem relato do tempo vivido nas proximidades do sítio nos montes Ararates, mas, por certo não foi pouco. Novo dilema atinge os leitores incautos do livro santo: após o retorno à Mesopotâmia, terra de origem dos sobreviventes do dilúvio, um enigma surge - O relato confuso dos episódios da Torre de Babel - cuja existência está comprovada arqueologicamente. Haveria uma língua padrão e foi confundida em várias outras ou havia tantos povos com línguas diferentes unidos em prol de um empreendimento, a ponto das diferentes linguagens se tornar em um empecilho à sua conclusão? É possível para o Senhor ter proporcionado à população o dom das línguas, como um sistema de tradução universal e retirado tão logo o propósito do empreendimento passou a ir de encontro com a determinação de povoar a Terra, esse dom foi retirado e o entendimento se tornou impossível. Com esse processo, a dispersão dos povos se deu e novos núcleos humanos surgiram em diferentes posições geográficas. Esses núcleos foram os embriões das diferentes cidades estado. Algumas delas evoluíram para reinos prósperos. O fato observado é a união dos povos em torno, cada um de seu idioma, em locais diversos uns dos outros. É o idioma a primeira fronteira entre povos e também talvez a primeira diferença.

    Com o desenvolvimento da população, a pressão demográfica criou a necessidade de ampliação dos territórios primitivos em função da necessidade de maiores áreas para as atividades de sobrevivência da população aumentada. A ampliação das fronteiras levou ao encontro entre diferentes núcleos e com isso ao início das guerras. O aperfeiçoamento delas, tanto nas armas quanto nas estratégias e nas táticas acirrou o desejo de domínio sobre os povos adjacentes, o ódio pelas diferenças físicas, idiomáticas e culturais.

    A ambição e o medo das secas e escassez de alimentos levaram os povos à produção de excedentes e para a sua produção, a mão de obra local era insuficiente, então buscaram na escravidão do semelhante a solução desse problema.

    Esse foi o primeiro sistema econômico organizado e nele, o dominador se atribuía o direito de vida e morte sobre o dominado. O exercício do domínio sobre a população escrava era praticado com metodologia diferenciada de povo para povo e também no recorte temporal e geográfico: os assírios descartavam a população imprópria para o trabalho, matavam os velhos e cegavam todos os escravos do sexo masculino; os gregos formavam as Criptias, com objetivo duplo - reduzir o número de seus escravos, quando começavam a se tornar relevante e treinar seus jovens guerreiros na arte de matar os inimigos; outros povos previam o sistema de alforria em troca de pagamentos, com os quais o escravo ou a escrava podia comprar a sua liberdade.

    A mais acirrada e longa atividade escravista da Terra teve como palco o continente africano. Não é desconhecido do mundo atual o sistema econômico sustentáculo da África Subsaariana, assim como de outros povos, incluindo os primitivos habitantes das Américas Pré Colombianas. Esses povos tinham no sistema escravista a forma de sustentar os grandes impérios encontrados em seu território por ocasião do início da colonização do mundo pelas nações europeias. As interferências de povos estranhos na África, primeiro os Islamitas e posteriormente os europeus, provocou uma radical modificação no seu sistema escravista. Antes dessas interferências a escravidão era feita de forma doméstica e o escravo (a) se tornava um membro da família extensiva onde era escravizado. Com a possibilidade de transformar esses escravos em mercadoria, as atividades mudaram de objetivos e os próprios africanos capturavam seus adversários para vendê-los aos compradores islâmicos e europeus.

    A África foi berço de grandes reinos e impérios, principalmente no Nordeste africano. Outra afirmação coerente é ter sido desde a formação dos povos primitivos do continente, uma colcha de retalhos composta por tribos com etnias diferentes e intoleráveis umas com as outras. As guerras eram constantes e tinham entre outros objetivos, o apresamento de escravos, inicialmente aplicados como mão de obra nas comunidades formadas pelas famílias extensas, sem qualquer objetivo de comércio.

    A prática do comércio escravista foi introduzida pelos povos estrangeiros. Ao longo do tempo mudaram os senhores, desde os povos do Islã, remontando aos idos do meado do Século VII da nossa era, até o momento da migração do eixo econômico dos sítios italianos, abastecidos pelos navegantes mulçumanos e pelas rotas orientais dominadas por Constantinopla, para a costa Ocidental da Europa, margem Oriental do Oceano Atlântico. Desse marco histórico, provocado pela queda dos muros de Constantinopla e consequente bloqueio comercial pelos exorbitantes impostos exigidos pelo novo senhor de todas as rotas orientais, os europeus, mais exatamente os portugueses, financiados pelos remanescentes da Ordem dos Templários e em seguida pelos espanhóis, ingleses, holandeses e franceses estabeleceram seus postos de aquisição de escravos por toda a costa africana, tanto a costa Ocidental quanto a Oriental. Vale notar serem os reinos e impérios africanos muito bem vigiados e defendidos. Possuíam exércitos permanentes e fortes, além de terem uma excelente defesa natural. Os estrangeiros evitavam adentrar o continente, se limitando às rotas estabelecidas pelos governos africanos, as quais levavam a cruzar o insano deserto do Saara.

    O sistema comercial era praticado com base nos postos de intercâmbio denominados de Feitorias. A forma de comércio era ainda a primitiva - O Escambo. Os africanos capturavam os escravos e os trocavam nas feitorias por produtos escassos na África e de grande necessidade e outros para satisfazer o luxo das coortes africanas. Esses produtos variavam

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