Mistério e Suspense na Mansão Cavendish
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Mistério e Suspense na Mansão Cavendish - Waldon Volpiceli Alves
Mistério e Suspense na Mansão Cavendish
Essa é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais terá sido mera coincidência.
- Senhoras e Senhores. Bom dia, diz uma voz masculina.
Era manhã na região de Calçoene, cidadezinha do Amapá. Todos estavam reunidos na mansão Cavendish, um pouco afastada da cidade, um grande casarão antigo, estilo século 19, que lembrava a arquitetura de sedes de grandes fazendas antigas. Uma grande porta que leva a um grande salão e, no meio, uma grande escada que dá em um grande corredor no segundo andar que leva, à direita e à esquerda, aos quartos. Do lado direto de quem entra na porta principal estava a porta da cozinha. Por fora, uma pintura de cor escura, dava um ar mais velho ao casarão. Na frente da grande porta uma grande escada que levava para fora. Em cima dessa escada um telhado, que cobria metade da escada, com uma grande janela central, a janela do segundo andar do casarão, onde ficavam mais quartos. Um pouco mais à frente do casarão uma estrada de terra. Poucas árvores na frente, mas dos dois lados muitas, indicando que ali estava a floresta. Para chegar às escadas principais uma trilha, feita de pedras de basalto.
- Senhoras e Senhores, atenção.
Quem diz essa frase, e também a outra, é o advogado Adolfo Perez que representa o dono da mansão. O dono é Henry Cavendish, um senhor inglês que acabou de falecer aos 86 anos. Ele havia chegado ao Brasil nos anos 60 e feito fortuna com criação de gado e búfalo, mas na sua velhice, seus negócios começaram a piorar e a única coisa de valor que restou foi a sua mansão, sede de sua fazenda e também o grande terreno envolta.
- A leitura do testamento ocorrerá nesse momento.
O advogado Adolfo Perez abre a pasta. Ele está em frente a uma grande mesa redonda, onde se encontra o mordomo da mansão, Álvaro Lopes e algumas poucas pessoas, domésticas, jardineiros e peões que trabalhavam esporadicamente na fazenda, sem vínculos mais fortes com ela. Henry era solitário, tinha tido uma filha, de nome Elizabeth Cavendish Stanton, mas esta faleceu de doença quando era criança o que o entristeceu muito. Sozinho, na velhice, não tinha ninguém. Estrangeiro, era afastado de possíveis parentes que moravam na Inglaterra e, com os quais, não tinha contato. Foi o próprio Henry quem redigiu seu testamento, organizado por seu mordomo.
- Começarei a leitura, diz o advogado Adolfo Perez.
- Eu, Henry Cavendish, no pleno exercício de minhas faculdades mentais, deixo todos os meus bens a....
Nesse meio tempo o mordomo Álvaro Lopes sorri, pois acredita que será o beneficiário da herança.
- a.... Elizabeth Cavendish Stanton.
O mordomo estranha e protesta:
- Está errado. Elizabeth Cavendish era a filha dele e faleceu a décadas. Absurdo. Esse testamento está errado.
O advogado Adolfo Perez declara:
- Sinto muito, mas está certo. É esse o nome.
O mordomo retruca:
- Mas esse nome é da filha dele. Ela faleceu, portanto não pode herdar nada. Esse testamento não tem validade.
O advogado continua a leitura e declara:
- Espera. Há um número aqui, um número de CPF. Esse número, diz o testamento, corresponde ao número de CPF da herdeira dos meus bens. É a ela que deve ir tudo o que deixei.
- Mas quem é essa? Pergunta o mordomo.
- Não sei, mas cabe a mim descobrir, pois essa é a herdeira dos bens do falecido Henry Cavendish, diz o advogado. E é o que farei, descobrirei quem ela é realmente.
- Elizabeth, acorda. Já são 6 da manhã.
- Só mais um pouco.
- Não, não dá. Temos que começar o trabalho.
Quem tentava acordar Elizabeth era uma amiga, no orfanato Frei Galvão, na grande São Paulo, dirigido pelas freiras carmelitas. Era um grande orfanato, quase da extensão de um quarteirão. Cada interna tinha uma cama, mas o quarto era grande e coletivo. Várias camas enfileiradas, como carteiras de um colégio. Cada moça tinha, além da cama, roupas próprias, simples, normalmente vestidos. Não tinham armários individuais, mas poderiam colocar suas roupas em malas perto da cada cama. Estavam em camas coletivas. Do lado do