Pelo sim, pelo não: poemas em prosa, contos em poesia
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Pelo sim, pelo não - Luiz Eduardo Castro Neves
FOLHA DE ROSTO
folha.jpgCRÉDITOS
Copyright © 2011 by Luiz Eduardo de Castro Neves
REVISÃO Fabbio Cortez
CAPA E PROJETO GRÁFICO Elisa Janowitzer
FOTO DO AUTOR Mirelle Benchimol de Castro Neves
PRODUÇÃO PARA EBOOK Fábrica de Pixel
CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte.
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
N425P
Neves, Luiz Eduardo de Castro
Pelo sim, pelo não: poemas em prosa, contos em poesia / Luiz Eduardo de Castro Neves. - Rio de Janeiro: Outras Letras, 2011. – 150p.
ISBN 978-85-88642-39-3
1. Poesia brasileira. 2. Conto brasileiro. 3. Crônica brasileira. I. Título.
Impresso no Brasil.
[2011]
Todos os direitos desta edição estão reservados à
Outras Letras Editora Ltda.
Rio de Janeiro | RJ
Tel./Fax: 21 22676627
outrasletras@outrasletras.com.br
www.outrasletras.com.br
Associada à Libre
www.libre.org.br
img1.jpgCIDADES
CIDADES
LOCALIZAÇÃO
LOCALIZAÇÃO
Em Santa Maria Madalena,
como deveria ser em outras cidades,
o cemitério fica localizado
no final de um rua sem saída.
ESTRELAS
ESTRELAS
Na cidade escurecida,
vejo as estrelas,
são tão belas.
Formam teias,
fazem telas.
Quero tê-las,
mas que ideia.
Já me esqueço
que as cidades,
se aqui são favelas,
iluminadas por candeias,
respirando à luz de velas,
se exibem para as estrelas,
como estrelas que são elas.
FIM DO MUNDO
FIM DO MUNDO
Por uma estrada desconhecida,
em uma cidade do interior,
resolvi chegar até o fim do mundo.
Tudo o que consegui achar
foi uma placa de propriedade privada.
DEFINIÇÃO
DEFINIÇÃO
Cidade pequena é aquela que tem uma rua principal.
PRAÇA PÚBLICA
PRAÇA PÚBLICA
Chega a uma praça pública. Finge sentar-se. Pega, com cuidado, um violão imaginário que retira de uma caixa inexistente. Aos poucos, as pessoas começam a se juntar a sua frente. Toca os primeiros acordes e canta sem que de sua boca saia qualquer som. O público se põe em silêncio para melhor apreciar o espetáculo. Começa o solo. Seus dedos deslizam com velocidade pelas cordas do violão e a plateia, enfim, se convence de seu talento.
Mas, de repente, acontece o que ninguém podia imaginar: erra uma nota. Para os que não haviam percebido, seu rosto deixa transparecer a confirmação.
Muitos vão embora reclamando, outros permanecem em silêncio. Ele reconhece o valor de seu público e dá o melhor de si.
Compensa o erro, fazendo uma de suas melhores apresentações. No final, é ovacionado, dá um bis emocionante e corre o chapéu. As pessoas abrem suas carteiras vazias e, generosamente, contribuem com o dinheiro que não têm.
ZOO (LÓGICO)
ZOO (LÓGICO)
A mãe teve dificuldade de explicar para o filho qual seria a diferença entre as jaulas dos animais e as portas com cadeados e janelas com grades que protegiam a casa onde moravam. Disse que, ao contrário dos animais, os homens é que ficavam com a chave da sua própria casa, de forma a trancar os demais homens do lado de fora.
O garoto fingiu entender.
MORCEGO CONSCIENTE
MORCEGO CONSCIENTE
Se os recursos usados por Bruce Wayne para brincar de super-herói fossem utilizados em programas sociais, seria desnecessária a existência de Batman em Gotham City.
AUSÊNCIAS
AUSÊNCIAS
AUSÊNCIA DE JOÃO
AUSÊNCIA DE JOÃO
João partiu para não mais voltar:
– Vou à feira, trago pão
e leite, se o dinheiro der.
Não deu.
Ou se deu, nunca se soube:
João partiu sem explicar.
Deixou conta no açougue,
cinco filhos, poucos bens
e uma lembrança que não sai
dos olhos de minha mãe,
tão distantes quanto o pai.
Mãe vivia no portão.
Olho fixo no fim da estrada
que levava a tanta coisa
e que um dia, sem explicação,
sem licenças ou desculpas,
veio a levar João.
– Por onde andará João,
que não me leva com ele,
que não me dá satisfação?
E, como se ouvisse sua prece,
João fechava a sua visão
e com ela partia
para as cidades que escondia
para sua vida sem sertão.
Ia mãe pelo mundo,
acompanhando os passos do anfitrião.
Perdia empregos mas não a ambição.
E, em sua imaginação,
conhecia as mulheres com quem ele se deitava,
fazia filhos e ela se chateava,
mas nem por um minuto se desligava
de seu velho João.
E, quando mais tarde,
se via acordada
pelo choro da fome,
pelo toque da mão,
tão logo estava
de volta ao tanque,
de frente ao fogão.
Pois um dia a procurou um advogado
dizendo que melhoraria sua situação.
Que contaria ao juiz
a ausência de João
e conseguiria uma pensão.
Começou o juiz:
– É verdade que João Américo da Silva,
sujeito trabalhador e honesto,
partiu de sua vida
há cerca de trinta anos,
deixando filhos e pouca comida,
sem que se possa saber ao certo
onde se encontra esse cidadão?
Já ia acenar, como