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A casa de Circe
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A casa de Circe
E-book51 páginas32 minutos

A casa de Circe

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Sobre este e-book

Romance juvenil que mistura suspense e mistério, em diálogo com personagens da mitologia grega. Uma casa ocupada por gatos é o palco de ação da história, protagonizada por um casal sem filhos que se muda para o imóvel. Acontecimentos pra lá de intrigantes perturbam a rotina dos dois, forçando-os a atuar como detetives nessa curiosa trama.Muitos, portanto, são os cães, gatos e até papagaios que se destacam nas Mil e Uma Noites, por exemplo, ou na literatura brasileira. Nenhum deles, no entanto, se compara com os que Natalício Barroso, autor de A Vida Amorosa de Marco Polo e O Leão de Ouro, retratou neste livro intitulado A Casa de Circe. Baseado na lenda grega segundo a qual uma feiticeira que morava em uma das muitas ilhas do Mediterrâneo tinha o hábito de transformar os marinheiros em animais selvagens ou domésticos, Natalício simplesmente adaptou esta lenda antiga para os tempos atuais. Transformou a ilha de Eeia, na qual morava Circe, em casa, e Circe, a feiticeira, em uma instituição comercial. Os animais, neste caso, são os personagens principais, e não os seres humanos. Agindo assim, Natalício inverte a situação. Em todos os livros nos quais os animais são inseridos, sempre são apresentados como coadjuvantes. Na Casa de Circe, os coadjuvantes são os seres humanos e não eles, os bichos. O que torna esta narrativa única, ou quase única, em seu enredo cheio de surpresas.
IdiomaPortuguês
EditoraArmazém da Cultura
Data de lançamento13 de jul. de 2021
ISBN9788584920235
A casa de Circe
Autor

Natalício Barroso

Natural de Itapipoca, antiga Vila da Imperatriz, no alto da Serra de Uruburetama no Ceará, foi estudante da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Ceará e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, funcionário público da Fundação Biblioteca Nacional e do Instituto Municipal de Arte e Cultura – RioArte, no Rio de Janeiro. Jornalista, escritor e leitor assíduo dos clássicos escreveu O livro dos clássicos e A tralha grega e outras tralhas sobre literatura grega e latina.

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    A casa de Circe - Natalício Barroso

    CAPÍTULO 1

    Meu reino não é deste mundo! A frase pode não ser boa, mas como foi com ela que Jesus Cristo se defendeu de Pilatos quando este quis saber como, sendo ele o rei dos judeus, não se desvencilhava daquela situação vexaminosa na qual se encontrava, foi a que me pareceu mais conveniente naquela circunstância.

    Minha mulher e eu estávamos nos mudando. Tínhamos saído de um apartamento até razoável onde moramos por doze anos e, como o apartamento foi pedido, tivemos que ir embora. De início, fomos para um lugar distante, mas, como o local não era adequado, tivemos que nos mudar de novo. Assim, fomos ver aquela casa que, por fora, era ótima mas, por dentro, nos deixou confusos. E por uma razão muito simples: havia muitos gatos em torno dela. Jesus Cristo, quando disse que o reino dele não era deste mundo, deve ter pensado como eu quando vi aqueles gatos. Meu reino não é deste mundo! – disse eu para minha mulher porque, diante da quantidade de gatos que estava vendo, aquilo ali não era só um criadouro, era um verdadeiro reino ao qual, naturalmente, eu não pertencia. Por isso pensei na frase de Cristo assim que subi a escada até a casa onde eu e a minha mulher haveríamos de morar algum tempo depois.

    A primeira vez em que vimos aquela casa, no entanto, jamais imaginamos que ela pudesse ser assim, tão cheia de gatos. Na segunda vez, quando entramos, foi que demos com essa calamidade. A casa, em si, é fabulosa. A presença dos gatos, porém, é preocupante. Disse isso para minha mulher. Ela sorriu. O próximo passo (já que ela não se preocupou com o que viu) foi alugar a casa. A imobiliária, para a qual nos dirigimos, naturalmente, não estava nem um pouco preocupada com os gatos. Para ela havia uma casa para alugar, apenas. O resto não era mais preocupação dela. Mas do inquilino. Foi assim que chegamos nesse lugar e começamos a mudança. O que eu não sabia nem minha mulher (ainda que ela já tivesse chamado a minha atenção para isso) era que as portas da nova casa eram muito estreitas. A única alternativa, portanto, foi apelar para a vizinha, que morava em baixo, para que a geladeira, pelo menos, e a máquina de lavar, pudessem subir pelos fundos da casa dela. A vizinha, felizmente, aceitou a nossa proposta e, com a ajuda de algumas pessoas (para não dizer de algumas notas preciosas) a geladeira e a máquina de lavar subiram e, felizmente, foram postas em seu devido lugar.

    Depois de instalados, passamos a pôr os outros móveis no lugar também.

    Acostumados a morar em apartamento, a vida daqueles

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