Enigma

De Neusa Duarte Knorr

Neusa Duarte Knorr preparou-se amorosamente, como mulher e escritora, da mesma maneira cuidadosa com que criou o texto vibrante de seu Enigma. Ao longo dele, a autora nos fornece pistas para desvendarmos os segredos da obra – feito cortinas que se abrem para mostrar o espetáculo que é sua vida, ficcional ou real. Rica em ações, e sobretudo no conhecimento literário que nos apresenta. [...] Até aqui, na jornada do livro, temos três das quatro estações do ano (da vida?). Eis que Neusa Duarte Knorr nos surpreende e nos oferece o Outono do livro (ou da vida?) – para que possamos pensar, nos questionar; ou, nas páginas finais, em branco, narremos o que nos representa este eito de tempo e de lavoura do mundo. É uma provocação a que nós, leitores, em pensamento ou em texto, abramo-nos ao nosso íntimo confessionário. Um espetáculo existencial, onde somos o palco, o texto, o diretor – sobretudo ator e, também, plateia. Seguros ou inseguros, novatos ou veteranos – mas com a plena certeza de que o aplauso será reconfortador. E o par de lágrimas da personagem principal deste Enigma, será de júbilo e contentamento. Testemunho de vida e de bons presságios. Rossyr Berny - editor

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 15 de set. de 2021

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Prefácio

Neusa Duarte Knorr preparou-se amorosamente, como mulher e escritora, da mesma maneira cuidadosa com que criou o texto vibrante de seu Enigma. Ao longo dele, a autora nos fornece pistas para desvendarmos os segredos da obra – feito cortinas que se abrem para mostrar o espetáculo que é sua vida, ficcional ou real. Rica em ações, e sobretudo no conhecimento literário que nos apresenta.

E mais, divide o livro de maneira interessante e inovadora.

No subtítulo inaugural – Inverno –, romanceia em prosa confessional e autobiográfica. Permite que desçam seus véus, desde os céus dos sonhos até a realidade aos pés do leitor, que se delicia com sua inventiva literária:

O tempo passou tão rápido, tingiu de prata meus cabelos e desenhou com linhas o meu rosto. Tudo isso meu corpo sentiu. Fixei o meu rosto no espelho partido pelos anos.

Segue com Primavera, onde nos apresenta seus contos, valendo-se de narrativas breves, mas igualmente ricas em palavras e ideias contundentes. Performática e convincente a cada flor, cor, tom e sobretom. Mas colorida, sempre. No corpo ou na praça (...) quase encantada, em cada folha de suas árvores parecia ter um toque de magia. Os pássaros possuíam penas de ouro, salpicadas de brilhantes, a cabeça de alguns era de esmeralda.

Ousada e inventiva, em Verão, deixa visíveis e palpáveis as veias e artérias de seu corpo narrativo – feminino e universal. Humano, sobretudo. Então, é pela Poesia que sua entrega maior acontece, oferecendo ao leitor a preciosidade do diamante lapidado de cada verso:

"As palavras brotam e se

Transformam na escrita

Para o papel inerte

Tudo parece ganhar vida,

Harmonia, beleza,

Um tesouro inesgotável

Que mercador nenhum

Levará para o deserto

Esta chama que me queima

Que me inflama, que me dá asas!

É a plenitude da felicidade interior"

Até aqui, na jornada do livro, temos três das quatro estações do ano (da vida?).

Eis que Neusa Duarte Knorr nos surpreende e nos oferece o Outono do livro (ou da vida?) – para que possamos pensar, nos questionar; ou, nas páginas finais, em branco, narremos o que nos representa este eito de tempo e de lavoura do mundo.

É uma provocação a que nós, leitores, em pensamento ou em texto, abramo-nos ao nosso íntimo confessionário. Um espetáculo existencial, onde somos o palco, o texto, o diretor – sobretudo ator e, também, plateia. Seguros ou inseguros, novatos ou veteranos – mas com a plena certeza de que o aplauso será reconfortador. E o par de lágrimas da personagem principal deste Enigma, será de júbilo e contentamento. Testemunho de vida e de bons presságios

Rossyr Berny - editor

Dedico este livro ao meu amor maior, à minha grande paixão, Jesus Cristo, meu maior e melhor amigo, meu Mestre e meu Médico, razão pela qual me aventurei a escrever e publicar este livro!

Enigma

Enquanto me olhava no espelho, a imagem refletida se confundia com os meus pensamentos e propunha inúmeras dúvidas – quem sou eu? O tempo passou tão rápido, tingiu de prata meus cabelos e desenhou com linhas o meu rosto. Tudo isso meu corpo sentiu. Fixei o meu rosto no espelho partido pelos anos. Fluíram em minha mente recordações de um passado distante, das róseas manhãs que a garoa do tempo se encarregou de amarelar. Lembrei-me dos mais tenros ideais, agora publicamente envelhecidos em minhas faces enrugadas. Recordei-me do orvalho fresco da juventude, que escorria pelos dedos ágeis, agora qual água estagnada em minhas mãos trêmulas pelos ideais não realizados.

Senti-me velha! Estanquei de repente, espantada, assustada, mas decidida a recomeçar, a escrever este livro e narrar fatos inéditos e surpreendentes que aconteceram ao longo da minha vida.

A solidão atual da minha vida deu passagem ao tempo precioso que me resta para fazer em primeira mão esta revelação: o mestre Jesus, em suas andanças pela terra, contou com os apóstolos para divulgarem seus milagres e não deixou nenhum escrito. Depois veio a Bíblia. O que aconteceu comigo marcou a minha vida para sempre, como o fato mais importante, maravilhoso e surpreendente da minha existência, não resta a menor dúvida.

Resolvi escrever e relatar fatos da minha vida que passaram longe de ser comuns, para os quais até hoje busquei e não encontrei resposta. Por isso, depois de anos tentando escrever este livro, finalmente resolvi tentar, mesmo não tendo nenhuma experiência literária.

O Mestre Jesus revelou-me o seu infinito poder. Sim, o Messias!

Os fatos que vou revelar agora são impactantes e, para mim, milagres, os maiores entre tantos. Considero-me um ser com muita sorte. Sempre penso: Eu, uma simples mulher, tantas vezes pecadora – por que eu?

Estava em visita a uma amiga, no interior de São Paulo, com meus dois filhos pequenos. Ela era espírita e me levou para assistir a uma palestra. Na saída, estávamos sentadas em um banco no jardim quando um homem alto, moreno, de cabelos curtos, de calça jeans e jaqueta, acenou para mim. Eu me aproximei, então ele disse:

– Filha, se eu te disser quem sou, tu acreditas?

– Sim, eu acredito.

– Eu sou Jesus, estou vindo de Taubaté para te avisar que estão querendo te matar! Mas eu não vou deixar.

Depois de ter dito que acreditava, senti-me sair do chão, como acontece quando estamos dentro