Réstia: Um movimento na penumbra
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Sobre este e-book
A segunda parte (avulsos) traz poemas menos densos e não se prendem ao teor do trecho de onde fora extraído o título), mas se enamora com a atmosfera respirada por Pessoa em tempos de desassossego. Portanto, os poemas se destinam a leitores que não se sentem atraídos por um livro denso com mais de 500 páginas, um convite para entrar no universo encantador no Livro do desassossego.
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Réstia - Arão A. Gomes
PREFÁCIO
Pode-se dizer que Arão Araújo Gomes criou, para o Bernardo Soares, e no Brasil (mais precisamente – no Sergipe!), uma espécie de quase-heterônimo para esse que já era um semi-heterônimo do Pessoa. E i sso, sem falar em Vicente Guedes que, na inacabável discussão acerca do Livro do Desassossego - e este é foco desta obra de Arão - figura como seu coautor e, mais que isso, como o iniciador da escrita do Livro que, como uma herança ou como uma tocha olímpica (que se passa para um nunca mais acabar), vai desembocar nas mãos do Soares, já que o Guedes pressente que a tuberculose pode dar cabo de si, antes mesmo que consiga encerrar sua grandiosa tarefa.
Se nos enredarmos na selva ficcional de Fernando Pessoa, seria possível ainda assacar que Soares teria sido uma simples mutilação
da personalidade de Pessoa (como este afirma) que, aliás, já conta, depois de vasculhada a contento a sua arca, com 136 autores! Aos quais se acrescenta, agora e aqui, um outro – este que é da lavra de Arão: esse ser
meio passageiro entre um e outro dos semi-heterônimos do Pessoa, pois que é ele quem redige o livro a que refiro: Réstia... Um Movimento na Penumbra.
De maneira que, esticando mais um pouco esse drama em gente
pessoano, diríamos que o poeta sergipano se torna, aqui, um ajudante
do ajudante de guarda-livros
que foi Bernardo Soares e que foi Vicente Guedes. E que, para que se saiba, ele se sai muito bem nessa íngreme (e deleitosa) empreitada poética!
Arão se insere, assim, nessa intrincada genealogia (quase digo arqueologia) quando se põe a escarafunchar, a perscrutar e a desenfeitiçar o que se asila nas brechas, nos buracos, nos interstícios da escrita do Livro. Pois que os fragmentos de que este é feito criam propositadamente pontos de abertura, saltos para outra coisa que não foi registrada e que ficou à margem, ao deus-dará – na penumbra
, como o título de Arão elucida.
O empenho de seu autor é, então, o de procurar, a seu modo, expandir aquela respiração ali contida e segredada, aquela alma apertada (como diz o Herberto Helder), aquele grito de socorro, a agonia, a aflição que entre as palavras foram depositadas e que agora nos acenam. Porque há na escrita do Livro do Desassossego, como em qualquer obra aliás, haustos pedintes, enviesados com vontade de voz outra, imperscrutáveis, ecos mendicantes do impossível – e a nós, leitores-criadores, nos cabe atendê-los. Pois não é assim que a literatura se faz?!
O escritor é acima de tudo um leitor, aquele que crê que vem para continuar, para puxar, para expandir, para reatualizar, para, enfim, dialogar, com a outra escrita, na medida em que a pratica como sua. Os escritores somos todos, sem dúvida, ajudantes, auxiliares dos guardadores-de-livros, guardiães de coleções de escritas, preservadores ambulantes da existência das obras. Em nós, a biblioteca ganha voz, torna-se vida de novo e de novo, para todo o sempre. Somos os perpétuos intérpretes dos livros, os que os retêm em outros diapasões para disseminar seus tons - dos mais óbvios aos mais obscuros. Somos os que esticam (para dividir e comungar) ainda e ainda mais o Verbo.
E, neste caso, Arão cria um poeta que olha de soslaio, que conhece uma vida entre parênteses (a tal vida que se leva morrendo), cuja poesia está sempre por um triz, no entremeio, à parte, namorando as