Pororoca-Cabogó
De Sara Bononi
()
Sobre este e-book
Pororoca é vocábulo que advém do Tupi Guarani e quer dizer estrondo, estouro, rebentação. Considerada como a devolução da água doce despejada no mar pelo rio Amazonas, a pororoca provoca estrondo tal, que toda a floresta, como prenúncio, fica silenciosa, aguardando a passagem imponente de suas ondas que podem alcançar altitude de até seis metros, a uma velocidade que pode variar de quinze a trinta quilômetros por hora. Sua causa deve-se à mudança das fases da lua, principalmente nos equinócios quando aumenta a propensão da massa líquida dos oceanos, proporcionando grande barulho. Pode-se prever a pororoca com duas horas de antecedência, pois a força da água vinda da cabeceira provoca um barulho muito forte e inconfundível.
Forte e inconfundível é também a poesia de Sara Bononi, com seus versos em vazantes de invulgar beleza, a fluírem velozes e contínuos, em direção ao rigor de todas as aridezes de novidade literária, e o vigor de sua escrita atende ao chamado dessas securas, e as dessedenta bem, porque "já não há tempo/para olhar sem nitidez."
A autora traz aqui, para compor o título de sua obra, a surpreendente junção dos vocábulos "Pororoca-cobogó", sugerindo-nos o encontro das águas em poesia respiratória, "por todos os poros" do existir, de modo a "caber em onda/depois de correr vento,/implodir manhã lume de lua,/magia em descompassada rima, Odoyá,/ cabelos da menina."
Como um murmúrio convicto de que "o desandar também é caminho", a poesia de Sara embala cactos sob um sol vigilante da "saudade cultivada junto ao vaso de jasmim", feito cicatriz silenciosa e rítmica, a respirar pelos pulmões de cada verso:
"Ser impossível tristeza,/promessa em mármore/reescrita em pegadas na areia,/para em todo verão/ ter chance de sê-la."
Relacionado a Pororoca-Cabogó
Ebooks relacionados
Quando a Alma Fala Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEntre nuvens e voos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPoética Extemporânea Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPoesias Cotidianas: a realidade em versos e rimas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMeio Tempo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEnigmas do infinito Nota: 0 de 5 estrelas0 notasManuscritos de água Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEmbarque Imediato Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBroquéis Nota: 0 de 5 estrelas0 notaso avesso da lâmpada Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHomens de Concreto Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNenúfares Sob O Luar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAmante da lembrança: Poesia e reflexão Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDe sombras e eternidades Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRetalhinhos poesia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasInsulares Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLágrimas De Palavras Nota: 0 de 5 estrelas0 notasInsólida Clepsidra Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTrilogia do Poema Bruto Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPoemas e Contos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasProspectivas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEntre Sombras E Silêncios Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAlter Ego De Um Poeta Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEquilibrismo poético Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRéstia: Um movimento na penumbra Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEcos (de)mentes Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Cântaro Das Horas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPequena voz: anotações sobre poesia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCrônicas E Misturas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasToalha de flores Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Poesia para você
Pra Você Que Sente Demais Nota: 4 de 5 estrelas4/5Eu tenho sérios poemas mentais Nota: 5 de 5 estrelas5/5Tudo que já nadei: Ressaca, quebra-mar e marolinhas Nota: 5 de 5 estrelas5/5Se você me entende, por favor me explica Nota: 5 de 5 estrelas5/5Alguma poesia Nota: 4 de 5 estrelas4/5o que o sol faz com as flores Nota: 4 de 5 estrelas4/5meu corpo minha casa Nota: 5 de 5 estrelas5/5Tudo Nela Brilha E Queima Nota: 4 de 5 estrelas4/5Todas as flores que não te enviei Nota: 5 de 5 estrelas5/5Sonetos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSede de me beber inteira: Poemas Nota: 4 de 5 estrelas4/5Poesias para me sentir viva Nota: 4 de 5 estrelas4/5O Profeta Nota: 5 de 5 estrelas5/5Desculpe o exagero, mas não sei sentir pouco Nota: 5 de 5 estrelas5/5Marília De Dirceu Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs palavras voam Nota: 5 de 5 estrelas5/5Reunião de poesia: 150 poemas selecionados Nota: 4 de 5 estrelas4/5Para não desistir do amor Nota: 5 de 5 estrelas5/5Antologia Poética Nota: 5 de 5 estrelas5/5Jamais peço desculpas por me derramar Nota: 4 de 5 estrelas4/5Bukowski essencial: poesia Nota: 5 de 5 estrelas5/5Melhores Poemas Cecília Meireles (Pocket) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasWALT WHITMAN - Poemas Escolhidos Nota: 3 de 5 estrelas3/5Coisas que guardei pra mim Nota: 4 de 5 estrelas4/5Laços Nota: 5 de 5 estrelas5/5Os Lusíadas (Anotado): Edição Especial de 450 Anos de Publicação Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAristóteles: Poética Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Odisseia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTodas as dores de que me libertei. E sobrevivi. Nota: 4 de 5 estrelas4/5
Categorias relacionadas
Avaliações de Pororoca-Cabogó
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Pororoca-Cabogó - Sara Bononi
Sumário
Pororoca-Cobogó
O Estrondo Respiratório das Águas em Poesia
Sobre a autora
Pororoca-Cobogó
– conjugação da inclinação natureza que, na busca por ser maior e eterna, POROROCA-se em rio-caminho-mar. Aqui somada à capacidade humana e somente humana de criar beleza, aconchegar, tal qual COBOGÓ - peça arquitetônica de design brasileiro, utilizada em construções para diminuir a entrada de luz sem impedir a passagem de ar. Também chamado de elemento vazante.
Dedico
A tudo que chora, sorri, restaura alegria e ainda aqueles que matam, mataram meus sonhos reconstruíveis.
A tudo que me causa poesia.
Aquele que aduba o meu cotidiano com alegria e indagações inusitadas e, nas entrelinhas dá-me pistas de onde encontrar as cores de minha poesia, meu menino Heitor.
O Estrondo Respiratório das Águas em Poesia
Cobogó é uma espécie de tijolo perfurado ou elemento vazado, feito de cimento, utilizado na construção de paredes ou fachadas perfuradas, com a função de quebra-sol ou para separar o interior do exterior, sem prejuízo da luz natural e da ventilação.
Pororoca é vocábulo que advém do Tupi Guarani e quer dizer estrondo, estouro, rebentação. Considerada como a devolução da água doce despejada no mar pelo rio