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À procura de Lainey
À procura de Lainey
À procura de Lainey
E-book303 páginas3 horas

À procura de Lainey

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Sobre este e-book

Um viciante livro de suspense psicológico, cheio de reviravoltas de cortar a respiração e um final surpreendente e inesperado.

O pior pesadelo de um pai: ter o seu filho roubado quando não está a olhar. Até onde iria para recuperar o seu filho ou filha?

Uma menina de oito anos é raptada por traficantes sexuais.

Uma mãe perturbada, consumida pela culpa por ter tirado os olhos da sua filha.

Um homem próximo de ambas… culpado como o pecado.

A vidente CARISSA Jones é uma vez mais trazida para um caso… desta vez envolvendo o sórdido e aterrorizante mundo do tráfico de menores.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento22 de nov. de 2019
ISBN9781071515839
À procura de Lainey
Autor

Kristen Middleton

New York Times and USA Today bestselling author Kristen Middleton (K.L Middleton) has written and published over thirty-nine stories. She also writes gritty romance novels under the name, Cassie Alexandra.

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    À procura de Lainey - Kristen Middleton

    À procura de Lainey

    KRISTEN MIDDLETON

    Direito Autoral ©2017 por Kristen Middleton

    Capa por Book Cover By Design

    Todos os direitos reservados.

    Sem limitação dos direitos sobre direito autoral reservados acima, nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, armazenada sob qualquer forma ou meio (eletrónico, mecânico, fotocópia, gravação, ou qualquer outro tipo) sem a prévia permissão por escrito por parte da dona do direito autoral e a editora deste livro.

    As personagens e eventos descritos nestes livros são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é pura coincidência, e intencional por parte da autora. A autora reconhece os donos de marcas comerciais de vários produtos referenciados nesta obra de ficção, que foram usados sem permissão. A publicação / uso destas marcas registadas não está autorizada, associada com, ou patrocinada pelos donos das referidas marcas comerciais.

    Dedicado a todas as vítimas de tráfico humano e abuso de menores. Ainda que esta história seja ficção, o seu sofrimento é real e desolador. Para saber mais, ou se é uma vítima, por favor visite:

    https://humantraffickinghotline.org/audience/getting-started

    Capítulo 1

    Lainey

    Sexta-feira, 24 de novembro

    20:45

    ––––––––

    "POSSO IR VER as Barbies?" perguntou Lainey Brown, de oito anos, à sua mãe.

    Beth, que vasculhava intermináveis filas de Legos à procura de uma prenda para o filho do seu namorado, empurrava o carrinho devagar pelo corredor. Hoje não. Estamos à procura de um presente para o Mason, e tenho a certeza que ele não quer nada disso, respondeu ela, sorrindo. "Porque é que não me ajudas a escolher algo para ele? O Mike disse que ele adora Legos. Só não sei qual escolher."

    Não sei de quais é que ele gosta, respondeu Lainey, amuada. E não quero ir à sua festa de anos estúpida.

    As suas palavras surpreenderam Beth. Não soava à Lainey, de todo. Claro, ela estava cansada, provavelmente. Normalmente, a sua filha ia para a cama às 21h. Isso não é nada simpático de se dizer.

    "Ele não é simpático. Puxou-me o cabelo ontem à noite, e depois chamou-me bebé quando lhe disse que doeu. Mas... doeu mesmo. Muito." Fez beicinho.

    Beth tinha que admitir que Mason, que fazia onze anos dentro de dois dias, era um pequeno estafermo. Mas também era o filho de Mike e as duas crianças precisavam de se dar bem.

    Lamento que te tenha magoado. Ignora-o quando ele começar com essas coisas.

    Já tentei, foi aí que ele me puxou o cabelo.

    Beth olhou para o cabelo louro, longo e brilhante de Lainey. Não gostava da ideia de Mason, ou qualquer outra pessoa, a puxá-lo. Se ele fizer algo parecido novamente, diz-me a mim ou ao Mike.

    Ela ergueu as sobrancelhas. Mas tu disseste que eu não devia fazer queixinhas.

    Isto é diferente. Quando alguém te magoa, quero que venhas dizer alguma coisa.

    OK. Lainey suspirou. Quando vamos para casa?

    Assim que eu encontrar alguma coisa.

    Lainey apontou. "O corredor das Barbies é do outro lado. Posso ir vê-las?"

    Talvez devesse dar uma Barbie a Mason, cogitou Beth para consigo, já que ele é tão obcecado por cabelos louros. Está bem. Mas, lembra-te, estamos a comprar uma prenda para outra pessoa.

    Eu sei, disse Lainey, já a fugir apressadamente.

    ––––––––

    LAINEY DOBROU a esquina e começou a procurar a boneca que vira na televisão. Aquela com o cabelo que se podia crescer, pintar e cortar como quiséssemos. Não demorou a encontrá-la. Esticando-se, agarrou na Barbie e olhou para ela, desejando levá-la para casa. Uma menina na escola, Kylee, disse que a tinha comprado recentemente e Lainey também queria muito uma. Sonhava com todas as diferentes maneiras de mudar a cor do cabelo da boneca, e desejava que a mãe lha comprasse.

    Tenho que lhe pedir.

    Respirou fundo e voltou ao corredor dos Legos. "Mãe, podemos levar isto, por favor, por favor?" suplicou Lainey, esperando que a mãe cedesse, como às vezes fazia.

    Beth olhou para a caixa e resmungou. Eu disse-te que não podemos. Em breve será Natal. Talvez a recebas aí.

    Ela olhou para a boneca com ensejo. Mas e se esgotam?

    Duvido que esgotem. Terás que esperar, Lainey.

    Apertando os lábios, Lainey voltou ao corredor das Barbies batendo com os pés. Quando ia pousar a boneca na prateleira, reparou numa cara familiar dirigindo-se a ela. Quase não o reconheceu por causa da roupa. Normalmente, ele vestia-se melhor; hoje parecia o seu professor de ginástica, o Sr. Grayson, com calças de treino e uma sweater com capuz. Também tinha óculos de sol e um boné. Estava estranho.

    Surpresa de o ver na loja, Lainey sorriu e ia perguntar o que estava ali a fazer, mas ele levou o dedo aos lábios.

    Confusa, viu-o pegar num lenço branco e dirigir-se a ela. Oh, olha, tens uma coisa no nariz, sussurrou ele, aproximando o lenço da cara dela. Fica quieta.

    A última coisa de que Lainey se lembrava antes de se apagar foi que o lenço estava húmido e cheirava mal.

    ––––––––

    BETH ESTAVA A FICAR frustrada.

    Apesar de haver muitos Legos por onde escolher, a maioria dos conjuntos estavam acima das suas possibilidades. Mãe solteira com um orçamento apertado, estava habituada a usar o seu dinheiro de forma frugal. Mas ela queria comprar algo que Mason gostasse, e os Legos eram a única coisa que ela tinha a certeza que o agradaria. Adicionalmente, dar-lhe-ia algo com que se ocupar em vez de estar sempre a pegar com Lainey.

    Quando é que estas coisas ficaram tão caras? resmungou ela, entredentes.

    Não que tivesse comprado muitos no passado... Lainey era a sua única filha e esta nunca tinha apreciado muito essas construções.

    Após mais alguns minutos de busca, Beth decidiu-se por um conjunto que custava mais trinta dólares do que ela tinha planeado gastar, e atirou-o para o carrinho. Eram 21h; já quase passava da hora de dormir da Lainey. Eram horas de ir para casa.

    Lainey! chamou alto. Vamos.

    Não houve resposta do outro corredor.

    Suspirando, Beth empurrou o carrinho, dobrou a esquina e reparou que ela não estava lá. Beth tentou o corredor seguinte, e o outro ainda. Infelizmente, não havia sinal da sua filha.

    Lainey? chamou mais uma vez, mais irritada do que outra coisa. Isto já tinha acontecido antes. Lainey tinha uma tendência de deambular, ainda que normalmente não para muito longe.

    Beth deu meia volta e passou por todos os corredores de brinquedos, perguntando-se se Lainey estaria a irritá-la de propósito por estar zangada por causa da boneca. Não costumava fazer partidas destas, mas estava a ficar geniosa, e claramente estava chateada desde o início.

    Desculpe, disse Beth a uma empregada que passava, com uma esfregona. Viu uma menina a passar por aqui? Tem oito anos, cabelo louro comprido, tem um casaco azul claro.

    A mulher fez uma careta. Não. Há quanto tempo desapareceu?

    Há poucos minutos, respondeu Beth, sentindo a palavra ‘desaparecer’ dar-lhe a volta ao estômago.

    "Vou ativar o Código Adam," disse a mulher, e saiu a correr.

    Lainey! gritou Beth, abandonando o carrinho. As palavras ‘Código Adam’ ecoavam na sua cabeça.

    Onde estava ela?

    Em pânico, passou pelos videojogos e dirigiu-se ao equipamento de campismo. Lainey!

    Silêncio.

    Beth deu meia volta e correu na direção oposta, chamando freneticamente pela sua filha.

    No altifalante, um empregado anunciava um Código Adam, e foi aí que a histeria se instalou.

    Capítulo 2

    Hawk

    ––––––––

    RAPTÁ-LA na loja fora arriscado, mas também brilhante, no que dizia respeito a Hawk. Ninguém suspeitaria dele como raptor de Lainey, e ele fora especialmente cuidadoso com o seu disfarce. No fim, iriam pensar que era um pervertido qualquer. Em vez disso, era um tipo prestes a ganhar um monte de dinheiro.

    Oh, vejam só a pobrezinha, disse um empregado mais velho que recolhia carrinhos de compras. A senhora sorriu, afável. Deve estar estourada.

    Hawk não olhou diretamente para a mulher e manteve a cabeça baixa para evitar as câmaras de segurança. A última coisa que queria era conversar com uma velha intrometida. Sim. Dia cheio, respondeu ele, afagando as costas de Lainey afetuosamente.

    Oh, quem dera ser assim pequenina, disse a mulher com um sorriso saudoso. E exausta por brincar muito...

    Pode crer, respondeu ele. Tenha uma boa noite.

    Obrigada. Vocês também.

    Com a Lainey ao colo, saiu para a escuridão. Segundos depois, os pneus de um Tahoe preto chiaram quando o veículo parou junto deles. O passageiro saiu de um salto e abriu a porta de trás.

    Hawk colocou Lainey lá dentro rapidamente, e entrou também. Vamos, disse, reparando num empregado do Walmart a aproximar-se da porta da frente.

    O passageiro fechou a porta e saltou para a frente. Um minuto depois, estavam na AE36 em direção a norte.

    Capítulo 3

    Beth

    ––––––––

    LAINEY NÃO ESTAVA em parte nenhuma, e quando a polícia chegou à loja, Beth estava um caco.

    Minha senhora, tem fotografias recentes da sua filha? Perguntou o detetive Jason Samuels com a sua voz grave depois de recolher o seu depoimento. Tinha cabelo castanho ondulado, olhos azuis claros e um nariz adunco. Beth achou que ele se parecia um pouco com o Mel Gibson em novo.

    Sim, tenho várias no meu telefone, respondeu ela, com as mãos a tremer enquanto o tirava da carteira. Posso enviar-lhas.

    Ok. E deu-lhe o seu número.

    Beth enviou-lhe duas fotografias recentes, enquanto sentia o coração apertado. Lainey era tudo para ela, e a ideia de alguém magoar a sua menina era demasiado horrível de imaginar.

    Vou publicar as fotos. Já foi emitido um Alerta Amber nacional, disse Samuels, deslizando pelo seu telefone, e carregando em botões.

    Perante a menção do Alerta Amber, Beth foi-se abaixo. Era sério. Era real. Era assustador. A sua filha não estava apenas perdida. Estava desaparecida. Não acredito que isto aconteceu, gritou, com os olhos cegos pelas lágrimas. "E eu estava mesmo ali. Mesmo ali!"

    Estava no corredor ao lado do dela. Ninguém poderia imaginar que alguém seria suficientemente corajoso para... para fazer uma coisa destas.

    Ele ia dizer ‘raptar’, pensou ela tristemente. Alguém tem a minha querida menina.

    Espero encontrar a sua filha rapidamente, e que isto acabe depressa, disse Samuels num tom mais gentil. Contactou o pai de Lainey?

    Sim, respondeu ela, pegando em alguns lenços de papel da caixa que estava na mesa. Estavam na sala de intervalo dos funcionários do Walmart, localizada nas traseiras do armazém. Tom está a caminho.

    O detetive anuiu e voltou ao seu telefone.

    A porta abriu-se e o diretor da loja, Don Timberland, entrou apressado. Detetive, temos o registo das câmaras de segurança.

    Obrigado, disse Samuels, guardando o telefone no bolso do casaco. Olhou para Beth. Preparada?

    Ela anuiu.

    Os três percorreram a loja até ao escritório do diretor, onde se encontraram com a parceira de Samuels, a Detetive Anna Dubov. Dubov estava na casa dos trinta, tinha cabelo curto e escuro, e olhos castanhos e amáveis.

    "E tu, ouviste alguma coisa?" Perguntou Dubov a Samuels enquanto o diretor se sentava à secretária.

    Não. Espero que as filmagens nos ajudem a perceber o que aconteceu, respondeu ele, enquanto se reuniam à volta da mesa do diretor.

    Ajudam, disse o diretor. Parece que alguém a agarrou quando não estava a reparar.

    Samuels olhou-o duramente.

    Oh, desculpe, respondeu Don, embaraçado.

    É... ele? disse Beth com voz rouca quando viu o estranho a aproximar-se da sua filha no vídeo. Parecia ser um homem de estatura média, com uma camisola escura com capuz, um boné de basebol, e óculos.

    Parece que sim, disse Samuels, olhando para o vídeo com atenção. Vê como ele mantém a cabeça baixa e evita as câmaras? Quase como se soubesse onde estão.

    Pode ser um empregado, disse Dubov.

    Não. Nenhum dos meus empregados faria uma coisa destas, disse Don, fazendo uma careta.

    Dubov olhou para ele. Ex-empregado descontente?

    Ele encolheu os ombros. Talvez.

    O homem está vestido como um terrorista, disse Beth, odiando o traste que levara a sua filha. Raiva e terror inundaram cada fibra do seu ser enquanto via a cena a desenrolar-se. Quando o raptor cobriu a boca de Lainey com um tecido e ela desmaiou, Beth gemeu de desespero. Oh, a minha pobre menina.

    Foi assim que a conseguiu levar tão silenciosamente, disse Dubov com tristeza.

    Os olhos de Beth observaram com terror o homem a pegar na sua filha e a levá-la. Como faria um pai à sua filha adormecida. Virou-se e agarrou o braço de Samuels. "Vocês têm que a encontrar. Por favor, Detetive, soluçou. Salve-a."

    Faremos todo o possível, respondeu ele numa voz solene. Prometo.

    Não acredito que isto está a acontecer, disse Beth, sentindo que as paredes se fechavam à sua volta. Largou o braço do detetive. Que tipo de monstro maldoso levaria uma menina pequenina assim?

    Um pedaço de merda doente, disse Dubov, fulminando o computador com o olhar.

    Temos aqui mais registos, disse o diretor, clicando noutra imagem. Mostrava o raptor a interagir com uma empregada mesmo antes de sair pela porta da frente.

    Aquela é a Glória, disse o diretor. Falei com ela. Ela disse que não conseguiu ver bem a cara dele.

    Ele manteve a cabeça baixa. Outra vez, disse Samuels, desapontado. Mas pode ser que ela se lembre de alguma coisa. Vamos pôr a Glória a falar com o desenhador.

    Mais alguém o viu? perguntou Beth, desejando que Mike estivesse ali. Ele estava no Colorado, numa convenção de arte. Ele e o seu irmão Mitch eram donos de uma galeria de arte no Minneapolis.

    Ainda estamos a interrogar todas as pessoas da loja, disse Samuels. E as câmaras do exterior? Alguma registou alguma coisa?

    Sim. Temos aqui algo. O raptor teve ajuda, definitivamente, disse o Sr. Timberland, clicando noutra imagem.

    O grupo viu um Tahoe novo a parar abruptamente em frente ao raptor. Um homem alto e espadaúdo com roupa escura e um boné de basebol saltou do veículo e ajudou a meter Lainey lá dentro.

    Há outro ângulo? perguntou Samuels.

    Sim, disse o diretor, mostrando mais dois vídeos.

    Infelizmente, não davam mais informação sobre o SUV ou quem estava lá dentro. A matrícula tinha sido removida, e a câmara não captava o condutor de forma a conseguir uma boa descrição.

    Já fizeram isto antes, disse Samuels, olhando para Dubov. Parece demasiado organizado.

    A parceira anuiu, com um olhar preocupado.

    Beth sentiu que escondiam algo, e isso preocupou-a ainda mais.

    O que querem com ela? Não tenho dinheiro. Se estão atrás de um resgate, definitivamente levaram a criança errada, disse ela, olhando um e outro detetive alternadamente.

    Podem querer vendê-la, sugeriu o Sr. Timberland, encostando-se à sua cadeira de couro castanho, velha e gasta. Cruzou os dedos sobre a sua barriga. Não sei quanto a vocês, mas vi um documentário no Canal História sobre tráfico sexual. Há muito, mesmo nos Estados Unidos. E os pais não estão a vigiar os filhos suficientemente bem, o que lhes facilita o trabalho. Se eu fosse pai, nunca tiraria os olhos dos meus filhos. Sem ofensa, Sr.ª Brown.

    Os dois detetives repreenderam-no com o olhar.

    Beth susteve a respiração e levou a mão à boca. Acha que é possível que vendam a Lainey? Olhou para Samuels. É possível?

    Ele pousou uma mão no seu ombro. Claro, não podemos excluir nada. Na verdade, não sabemos ao certo o que se passa. Olhou duramente para o diretor. E não devemos tirar conclusões precipitadas.

    O Sr. Timberland encolheu os ombros e virou a sua atenção para o computador.

    E o pai de Lainey? perguntou Dubov. Poderia tê-la levado?

    Não. Claro que não, respondeu Beth. Tom é um bom homem, e pode ver a Lainey quando quiser. Não precisa de a raptar.

    Poderia alguém raptá-la para se vingar dele por algum motivo? perguntou ela, sentando-se na borda da secretária.

    Beth suspirou Não imagino quem o faria. Tom também não tem dinheiro. Nem inimigos. Pelo menos, que eu saiba.

    O que é que ele faz? perguntou Samuels.

    É mecânico, respondeu ela. Trabalha na Donelly’s Auto Body, em St. Paul.

    Sei onde é. Então vocês estão separados? perguntou Samuels, escrevendo mais coisas no seu bloco de notas.

    Divorciados. Há dois anos, respondeu ela.

    Como está a vossa relação? perguntou ele.

    Está bem. Quer dizer, por vezes discutimos sobre a educação de Lainey. Mas nada de mais. Ele é boa pessoa. Ama a Lainey tanto quanto eu.

    Tem a custódia total? perguntou Samuels.

    É partilhada, respondeu Beth.

    Samuels ficou em silêncio por uns segundos, anotando coisas. Quando terminou, olhou para o diretor. Sr. Timberland, pode deixar-nos a sós uns minutos com a Sr.ª Brown?

    O homem levantou-se. Claro. Tenho que fazer as minhas rondas de qualquer forma. Leve o tempo que precisar.

    Obrigado, disse Samuels.

    Ele anuiu e saiu do escritório, fechando a porta atrás de si.

    Há algo que devamos saber sobre o seu ex-marido, Sr.ª Brown? perguntou Samuels.

    Não percebo o que me pergunta, respondeu Beth, confusa.

    Desculpe a pergunta, mas... se é tão boa pessoa, porque se divorciaram? perguntou.

    Ela limpou a cara com um lenço. Não vejo como é que a razão do nosso divórcio é relevante para o desaparecimento de Lainey.

    Nesta altura, tudo é relevante. Ela está desaparecida e não queremos deixar pormenores por explorar, disse Dubov suavemente.

    Beth suspirou. Separámo-nos porque discutíamos sobre dinheiro a toda a hora, e era demasiado extenuante para todos. Quanto a mim, ele gastava dinheiro de forma estúpida. Tom não concordava comigo.

    O que quer dizer?

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