Entre Linhas e Imagens: Tornando a Literatura Infantil Acessível às Crianças com Deficiência Visual
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Pré-visualização do livro
Entre Linhas e Imagens - Ana Cristina Teixeira Prado
Audiodescrição da capa
Na capa frontal, sobre fundo branco, no cabeçalho, centralizado em letras pretas, Ana Cristina Teixeira Prado
. Abaixo, em letras vermelhas, ENTRE LINHAS E IMAGENS
. Sob o título, duas fotos lado a lado. A da esquerda é a foto 14 do livro no formato acessível, CHUVA!
: nas extremidades superiores, duas nuvens cinzentas. Pingos em volta da boneca de cabelos
longos cinzas, com laço amarelo na Maria Chiquinha. Ela usa vestido ama-
relo de poá branco com alças vermelhas também de poá branco. Segura
um guarda-chuva de pano na mão esquerda e está sobre a faixa estreita
de grama com quatro flores amarelas e quatro cor de rosa intercaladas. A
outra foto é a número 5, do livro no formato acessível, O CARACOL
: um
grilo verde com as patas traseiras flexionadas sobre as flores. O caracol está
no gramado próximo a uma das três folhas secas. Abaixo, em letras pretas
"TORNANDO A LITERATURA INFANTIL ACESSÌVEL ÀS CRIANÇAS
COM DEFICIÊNCIA VISUAL. No rodapé, em letras pretas,
Appris editora".
Na primeira orelha, foto da autora, até a cintura, diante de uma parede na
cor laranja com formas abstratas em preto. Ela tem pele branca, cabelos
curtos castanho claros com mechas loiras, sobrancelhas delineadas e olhos
verdes. Está com batom marrom e sorriso aberto. As orelhas estão adorna-
das com brincos pendentes em forma de losango cravejados de pedrinhas
pretas com o contorno dourado. Usa roupa preta com estampa em bege e decote com babado em V
. Abaixo em letras vermelhas, Ana Cristina Teixeira Prado
. Em letras pretas, Mestre em Diversidade e Inclusão, especialista em Psicomotricidade, Educação Inclusiva e Língua Portuguesa e graduada em Letras. Membro da Coordenação de Educação Inclusiva da Fundação Municipal de Educação de Niterói e coordenadora do Programa de inclusão de estudantes com deficiência visual, deficiência múltipla associada à deficiência visual e surdocegueira. Orcid: 0000-0002-6263-219
.
Na lombada, em letras pretas, Ana Cristina Teixeira Prado
. Em letras
vermelhas, ENTRE LINHAS E IMAGENS
. Em preto, editora Appris
.]
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO PSICOPEDAGOGIA
Dedico às crianças grandes e pequenas que sonham conhecer o mundo,
desvendando os seus segredos e desvelando os seus mistérios por meio da leitura das mais belas histórias infantis.
AGRADECIMENTOS
A quem agradecer? Muitas pessoas ajudaram, direta e indiretamente, na tessitura desta obra. Talvez minha memória não dê conta de tanta gente, mas uma coisa posso garantir: os que aparecem aqui, não os coloco numa ordem de importância, apenas destaco a contribuição de suas interações para a minha vida, o meu aprendizado e as minhas emoções.
À minha família, obrigada por estar sempre presente nos meus amanheceres e anoiteceres!
Aos meus pais, que visualizaram em mim, ainda menina, o desejo de tecer sonhos!
Ao meu pai, obrigada por morar em mim e por me deixar a mais valiosa das heranças: histórias lindas de viver!
Aos meus sobrinhos, Brás e Nuno, meus ainda pequenos grandes amores, obrigada pela sua existência! Mesmo distantes, vocês me sustentam.
À amada Belinha, minha filha pet, obrigada por me trazer tanta alegria ao coração!
Ao Zé Carlos, meu companheiro de vida, obrigada por tudo! Não encontro palavras para expressar a minha gratidão.
Aos queridos amigos Giovana Ferroni, Fábio Ruza e Tereza Villela, obrigada por ouvirem as dores e as delícias que experimentei no decorrer do desenvolvimento deste livro! Vocês acalentaram o meu coração.
Às queridas Ana Fátima Berquó e Cida Leite, por traduzirem as imagens desta publicação em palavras, possibilitando o acesso pleno de todos!
À querida Laura Borges, obrigada por ter dado forma às linhas que teceram este livro e por tê-las colorido! O seu tear é mágico!
Às queridas Andrea Colares e Renata Coutinho, amigas de prosa e verso, obrigada por fazerem do mundo um mundo menor! Agora ele cabe num abraço.
Aos amigos de longe e de perto, de longa e curta data, obrigada por acreditarem em mim!
À Rede Pública Municipal de Educação de Niterói, agradeço a acolhida e a credibilidade neste trabalho!
Às professoras tecelãs, participantes desta pesquisa, que durante as «oficinas de tear», estiveram comigo tecendo as linhas que o afeto teceu o linho!
À Coordenação de Educação Inclusiva da Fundação Municipal de Educação de Niterói, minha equipe de trabalho mais que especial, obrigada pelo apoio e incentivo incondicionais!
À querida Prof.ª Dr.ª Dagmar de Mello e Silva, amiga de caminhada, agradeço pela escuta sensível, pelo olhar atento e pelo coração generoso! Sem a sua delicadeza, nada disso seria possível!
À querida Prof.ª Dr.ª Rejany Dominick, obrigada pela revisão cuidadosa! As suas considerações trouxeram robustez para esta obra.
Às Prof.as Dr.as Jacqueline Barros e Silmara Marton, obrigada pela leitura atenta e pelas contribuições valiosas!
Aprendo com abelhas do que com aeroplanos.
É um olhar para baixo que eu nasci tendo.
É um olhar para o ser menor, para o insignificante que eu me criei tendo.
O ser que na sociedade é chutado como uma barata – cresce de importância para o meu olho.
Ainda não entendi por que herdei esse olhar para baixo.
Sempre imagino que venha de ancestralidades machucadas.
Fui criado no mato e aprendi a gostar das coisinhas do chão.
Antes que das coisas celestiais.
Pessoas pertencidas de abandono me comovem: tanto quanto as soberbas coisas ínfimas.
(Manoel de Barros)
APRESENTAÇÃO
Não se pode refletir ou argumentar sobre direitos humanos sem trazer à discussão o direito à educação e tudo mais que essa perspectiva implica, uma vez que pode ser considerada indispensável ao desenvolvimento e à efetivação dos demais direitos. Garantir o direito fundamental à educação é muito mais abrangente e mais complexo do que garantir vagas em escolas públicas e privadas para alunos que apresentam alguma deficiência ou dificuldade específica; é modificar o olhar, acreditar na potencialidade humana, desenvolver a empatia e a alteridade. Essas são questões fundamentais presentes nos discursos sobre igualdade que permeiam as narrativas políticas, jurídicas, acadêmicas e educacionais.
Falar de inclusão é reconhecer a subjetividade humana, que todos temos condições de atingir a um determinado objetivo se as dificuldades forem banidas, se as escolas e profissionais envolvidos puderem oferecer o básico: acessibilidade. Essa questão pode impregnar a prática de desafios, que só fazem sentido se forem transpostos dia a dia. Alunos com e sem deficiência devem fazer uso do mesmo direito de acesso ao currículo de acordo com suas especificidades. As trajetórias individuais fazem com que tenhamos, todos, inúmeras possibilidades na vida e também muitas limitações. Limitações essas que não são barreiras próprias de cada indivíduo, são barreiras sociais, que devem ser destruídas em trabalho conjunto, compartilhando ideias, vontades, saberes, experiências e resultados.
Este livro trata de assuntos primordiais para todos aqueles que se permitem acreditar que mudanças são não só possíveis, mas necessárias na educação. A partir de uma leitura leve e assertiva, somos levados a refletir sobre a importância da formação continuada desenvolvida a partir da prática, sempre fundamentada em construções teóricas importantes e consistentes sobre a relevância dos textos legais que asseguram e legitimam políticas públicas de acessibilidade e inclusão; a contextualizar o conceito de normalidade; e a refletir sobre as possibilidades de estudantes não só com deficiência visual, mas de todos os usuários do sistema público educacional brasileiro.
É nesse sentido que esta obra se apresenta como objeto de reflexão sobre os limites e desafios sociais que obstam a afirmação e a concretização do direito social, humano e universal à educação. Mais do que um livro, é um ato de coragem. Nos dias de hoje, mostrar que é possível fazer diferente, questionar o discurso da normalidade, ressaltar o respeito às diferenças e aos ritmos diferenciados de aprendizado são atitudes de resistência. No entanto, essa é uma afirmativa redundante ao se tratar da autora Ana Cristina Teixeira Prado, que tem a palavra resistência como parte do seu sobrenome. Não se trata de reconhecer o brilhantismo no modo de narrar sua trajetória e suas experiências, trata-se de reconhecer o que foi feito a partir de tudo que ela vivenciou como pessoa com deficiência, de tudo que ela se permitiu realizar, mas, principalmente, de tudo que não se permitiu, o que a transformou na mulher, na profissional e na escritora que é hoje.
Espero que a leitura deste livro possa trazer reflexões para todos os seus leitores, assim como trouxe para mim, potencializando o exercício crítico de pensamento, tão caro à autora. Ao final da leitura, reitero minha crença na condição humana, no respeito às diferenças, no olhar respeitoso e na possibilidade de seguirmos para lugares diferentes daqueles que nos foram traçados pelas condições sociais, intelectuais, físicas, familiares, linguísticas etc.
Andrea Pierre
Mestre e doutora em Educação pela Universidade Federal Fluminense – RJ
Coordenadora de Educação Inclusiva no município de Niterói – RJ
PREFÁCIO
Levei um tempo para produzir esta escrita. Confesso que fiquei angustiada frente a essa tarefa tão desafiadora: transformar em enunciado aquilo que é da ordem dos sentidos. Diante da tela branca e de minha imobilidade para dar contornos ao texto, as palavras saltavam como palavras-passantes ou palavras-éclair, que relampejam, iluminam brevemente, mas se esvaem. Palavras que insurgem como reminiscências a escapar de um baú de memórias, onde a cada peça extraída suscita uma lembrança. Algumas produzem tremores, outras, suspiros… Tem aquelas que até oferecem um fôlego novo, parece que vão engatar, mas, fugidias, não se conectam umas com as outras. Se, por um lado, eu tinha um texto feito de sentidos, por outro, não conseguia dar materialidade a uma presença, algo imanente, mas que não conseguia alcançar.
Estranha essa sensação… Logo eu que gosto tanto da escrita liberta de amarras, quando tenho a chance de soltar o verbo de sua passividade temporal, deixo que as palavras escapem e fiquem à deriva, sem um ancoradouro que possa ampará-las e me vejo silenciada sem saber por onde começar.
Talvez porque definir ou qualificar o trabalho de Ana seja um exercício inútil, posto que não há precisão descritiva que dê conta dessa tarefa, o trabalho de Ana consegue trilhar por percursos estéticos que faz da soberba das análises, dos enquadres da escrita, dos compassos que são impostos ao texto, um espaço/tempo de afetos. Ela faz isso com maestria, porém, sem se deixar perder dos cânones acadêmicos que exigem o registro da pesquisa, produzindo a síntese de denominadores comuns que colocam texto e produção de sentidos em territórios afins. Antes de ser professora, pesquisadora e mestre, Ana é poeta, no sentido lato da palavra, porque faz da pesquisa poesia e invenção.
Para quem ler este livro, acredito que essa será uma experiência que se iguala aos momentos da vida que sentimos a pulsação do mundo, pois os registros aqui postos transformam aquilo que figura como natureza morta, em vida. Com Ana tenho aprendido a ver a brisa do mar, enxergar o carinho da criança, olhar para o cheiro das flores… enfim aprendi o que os meus olhos não alcançam.
Trata-se de um voo de muitos pousos; o pouso do testemunho em seu limite ético, que vincula a testemunha à experiência vivida, onde uma vida tem muito a dizer a outras vidas, o pouso que abriga as aporias das professoras frente ao estranho para produzir deslocamentos de um estado de estar consigo próprio para afirmar possibilidades de estar com quaisquer outros, o pouso que liberta as imagens das figurações determinadas pela visão, dando a ver com sons, cheiros, texturas; criando sensações