Aonde o Sol não vai
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Sobre este e-book
Sem êxito em sua área de formação, luta para sobreviver na cidade de Vitória pulando de um emprego para o outro. Mulherengo incorrigível, fanático por futebol, politicamente incorreto e sonhador, lança mão do
seu suposto repertório cultural para denunciar as injustiças sociais presenciadas no quotidiano.
O autor Fernando Fardin — marcadamente rodriguiano — construiu uma narrativa vibrante, irônica e recheada de referências históricas.
O leitor experimenta inúmeras sensações percorrendo
as páginas de Aonde o Sol não Vai, exceto uma, em absoluto — a indiferença
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Pré-visualização do livro
Aonde o Sol não vai - Fernando Fardin
Textos: © Fernando Fardin
Edição: Cláudia Rezende
Revisão: Felícia Scabello
Capa, projeto gráfico e diagramação: Deborah C. G. Rodrigues
Fotografia capa: Marcio Martins Pereira via shutterstock
Catalogação na Publicação (CIP)
Fardin, Fernando
F221a Aonde o sol não vai / Fernando Fardin. - Belo Horizonte : Páginas Editora, 2021.
ISBN 978-65-5079-118-6
1. Ficção brasileira – Contos I. Título.
CDD: B869.3
Bibliotecária responsável: Cleide A. Fernandes CRB6/2334
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada, reproduzida ou armazenada, por qualquer meio ou forma, sem a permissão do autor.
Os contos tratados neste livro são inteiramente ficcionais e não pretendem reproduzir pessoas, fatos ou lugares reais.
Belo Horizonte — 2021 — 1ª edição.
www.paginaseditora.com.br
contato@paginaseditora.com.br
A opinião deixou de ser um ato pessoal, uma posição solitária, um gesto de orgulho e desafio. É o jornal, é o rádio, é a televisão, é o anúncio, é o partido que pensa por nós. Há sujeitos que nascem, envelhecem e morrem sem ter jamais ousado um raciocínio próprio. Há toda uma massa de frases feitas, de sentimentos feitos, de ódios feitos.
Nelson Rodrigues
Dedico este livro à Gabriela, minha primeira leitora, esposa e musa inspiradora.
O PÍCARO GENARO
Diante desses escritos a seguir, ao atento leitor, se bom conhecedor das Letras nacionais, será difícil não os comparar com obras forjadas por um Stanislaw Ponte Preta (pseudônimo de Sergio Porto) ou por um Luís Fernando Verissimo, dois ícones do bom e irreverente humor. De fato, a partir do título, pretende-se o autor ser não um literato beletrista, com texto de urdidura complicada, repleto de efeitos estéticos, de inovações linguísticas. Não.
Aqui, fazendo muito jus à formação de seu personagem (graduado em História), quer Fernando Fardin narrar histórias — verdadeiras ou ficcionais — ocorridas no espaço geográfico da ilha flúvio-marinha (antes, Ilha de Santo Antônio), em que situada Vitória, capital do Estado do Espírito Santo; essa é apenas um local, pois as histórias bem poderiam dar-se em qualquer lugar do mundo capitalista e de livre manifestação de pensamento.
Para tamanha empresa, o autor utiliza-se de um alter-ego denominado Genaro; esse, em tom sempre coloquial, por vezes mais sugerindo do que descrevendo, com interessantes e hilárias situações vai enredando o leitor, tornando-o curioso do que há por vir; e situações, outras, inusitadas, surgem. Logo, uma vez iniciada a leitura, penoso é abandoná-la.
A linguagem utilizada é legível por qualquer um minimamente letrado. Ao todo, são doze (12) narrativas, todas elas contendo lugares-comum, bordões, expressões idiomáticas, enfim, um vocabulário próprio das pessoas simples e incultas aqui retratadas. A própria menção a estudiosos eruditos (Splenger, Eric Hobsbawn, p.ex.) é já uma ironia, um arremedo a denotar a falsa erudição do pícaro Genaro Caliman.
O pícaro — devemos dizer— é personagem de condição social humilde, sem ocupação certa, vivendo de inesgotáveis expedientes, a maioria dos quais escuso; que, para conseguir o que quer, se utiliza de ardis, astúcia, cinismo; burlão invencível, sem escrúpulos e sem remorsos. Por isso, tão querido como o Leonardo Pataca de Memórias de Um Sargento de Milícias
(Manoel Antônio de Almeida); quais os folclóricos João Grilo, de Auto da Compadecida
(Ariano Suassuna) e Pedro Malazartes (contos populares). E com esse tipo cria o povo uma inexplicável empatia, haja vista o famoso Didi
, personagem de Renato Aragão.
Em tempos de bipolaridade extremada em quase todo setor, de discursos de ódio, nada melhor do que rir, rir e rir, enfim, numa catarse terapêutica, desopilar a bílis. E Fernando Fardin retira de nossas costas o pesado fardo da vida hodierna e, vendo nessa o lado engraçado, torna-a mais suportável, mais leve. Fã confesso de Nelson Rodrigues, talvez prefira representar a vida como ela é
; porém, não só no aspecto dramático, mas também a outra face da moeda: a cômica.
Contos ou crônicas — alguém já o dissera — é ponto de vista do autor: se esse disse que é conto, conto é, proferiu o sempre doutor, mais que mestre, Mário de Andrade.
Basta a leitura de O Faturista, na abertura do livro, e já se terá uma constatação do acima exposto: um controlador dos negócios contábeis em clínica de patologias coloproctológicas reporta as suas venturas e desventuras no nada fácil ofício de contabilizar cirurgias do aparelho digestório terminal (intestino grosso, ânus e reto).
No início do ano 2020, dois dos textos, sob formato e-book, já foram publicados na plataforma Kindle, no site da Amazon. São eles:
1) O aniversário na casa de tolerância, que é hilário e dramático: um literato, um médico e o irreverente Genaro Caliman — inseparáveis amigos — comemoram em bordel carioca o natalício de um deles, assim protagonizando seguidos conflitos gerados por dureza
financeira.
2) O investidor da cafeteria, em que, atraído pela possibilidade de sucesso no mercado financeiro, um indivíduo comum (sempre o Genaro), ladeado por bonita garçonete de cafeteria, já no seu primeiro pregão, é logo apresentado à elevada volatilidade da Bolsa de Valores. É um bem risível deboche contra toda uma parafernália imposta pelo capitalismo financeiro.
Em Marmita Azeda um empregado de condomínio reclama da sofrível qualidade da refeição que, diária, lhe é servida. E, assim, entre doses de humor e garfadas, expõe o fosso (ou a fossa) divisor das classes socioeconômicas.
Outra vez com deboche, sarcasmo, em O Milionário Solidário mostra um recluso obediente consoante a correta política de isolamento social
ante disseminação virótica, enquanto, ele abastado, indignado assiste a toda uma série de hipocrisias.
Para contar desventuras de ex-desempregado agora enturmado por necessidade funcional, em O Libertador recorre a imagens que propiciam um divertido passeio pela História do mundo ocidental, não só a do Brasil. O final é inusitado.
Em O Porteiro da Cidade Alta é a vez de um ex-funcionário de desentupidora de esgoto, então demitido, descobrir o metafórico esgoto social
em que está mergulhado o lumpemproletariado: em contrapartida ao crescente enriquecimento do síndico praticante de exploração humana em nível predatório, constata