Tratado Sobre O Fim Do Amor.

De Stefano Manzolli

O QUE ACONTECE COM O AMOR QUANDO ELE ACABA? ALIÁS, O AMOR ACABA? tratado sobre o fim do amor é, sobretudo, um tributo aos amores. amores que precisam ficar pelo caminho para que possamos correr livre, voar alto, semear memórias pelo mundo e voltar mais forte. ambientado em paris, está escrito em duas partes - que podem ser lidas juntas ou separadamente.a primeira, o livro das solidões , relata a luta deste casal brasileiro de mestrandos em literatura em permanecer juntos, embora tenham certeza de que foram feitos para acabar. e quem nunca viveu um amor predestinado ao fracasso? escrita em prosa poética, o convite é para saborear aos poucos esta história de (des)amor.a segunda parte do livro, framboesa , é, na verdade, um final alternativa para o livro das solidões , escrito pelo próprio personagem principal. irreverente e saudosista, descreve fatos que jamais poderiam acontecer, a não ser nestas páginas e no futuro do pretérito. deliciando-se com o fazer literário, mistura vozes, técnicas de escrita e plataformas de conteúdo, enquanto trata do amor com a complexidade que merece.um livro urgente para quem precisa falar do (des)amor.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 14 de jul. de 2022

Pré-visualização do livro

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stefano manzol i

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tratado sobre o fim do amor, stefano manzolli

– este livro é um tributo aos meus amores: aos que me formaram, aos que, em mim, fizeram residência permanente e eterna e aos que precisaram ficar pelo caminho, para que eu pudesse correr livre, voar alto, semear memórias pelo mundo e voltar mais forte.

muito obrigado, este livro é vosso.

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tratado sobre o fim do amor, stefano manzolli

s. @ofimdoamor_

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o livro das solidões.

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2010;

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1990;

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2018;

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2017;

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2016;

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2014;

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2012;

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2011;

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2010;

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2014;

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framboesa.

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último dia de viagem. ainda preciso absorver tudo que (me) descobri nestas terras geladas. mas depois de três meses de escrita intensa e de entrega com o coração aberto, me sinto vivo, em labaredas e preparado para publicar meu mais novo

livro das solidões.

12:44 - 17 Jan 2019

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tratado sobre o fim do amor, stefano manzolli o livro das solidões.

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tratado sobre o fim do amor, stefano manzolli

– eles ainda não haviam percebido que iriam embora.

que, em algum momento, toda essa história seria apenas pedra de calcário na calçada da memória. eles ainda (e apenas) corriam.

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tratado sobre o fim do amor, stefano manzolli

2010;

luxembourg, estação do rer b. paris.

um grito.

esta história definitivamente começa: alguém grita à saída da estação de metrô.

e esse grito soa assim:

.

maior do que a letra

(qualquer letra!)

poderia conter.

é um grito largo,

arredio,

amargo,

– 8 –

tratado sobre o fim do amor, stefano manzolli selvagem,

grotesco.

é gutural,

rasgado,

doído,

eclipsado.

é um grito digno de abrir uma história.

ou melhor, de abrir qualquer história.

e ele grita.

o mendigo distinto

(com as calças rasgadas

na parte traseira das coxas)

grita.

o mendigo sujo de graxa,

de terra que veio com a neve,

de vida,

grita.

– 9 –

tratado sobre o fim do amor, stefano manzolli numa estação quase cheia,

o grito bate nas paredes,

ecoa nas catracas,

reflete em todos nós

e infesta os cantos vazios.

até os ratos tremem

dentro de suas tocas

com o grito.

mas o grito não fede como o homem, pelo contrário:

o grito paira como um anjo.

e ficamos parados para ouvi-lo acabar (quando quisesse acabar).

se durasse a eternidade?

esperaríamos.

e o grito gritou-se,

enquanto era hora de sê-lo

e foi

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tratado sobre o fim do amor, stefano manzolli (subitamente)

embora.

o grito.

o homem.

eles.

foram todos embora.

essa história,

que é de amor,

começa com:

.

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tratado sobre o fim do amor, stefano manzolli

1990;

era uma vez um reino,

ele dizia,

um reino azul.

todas as noites, a mesma história: o rei de barbas ruivas em um grande castelo de gelo nesse estranho e longínquo reino azul.

e por que azul, papai?

– pergunta.

o pequeno menino (que brincava de seu jogo preferido [fingir que seus dedos eram formigas pequenininhas subindo e descendo pelo braço do pai]) não entende exatamente a lógica da narrativa. ainda assim, tem uma parte de si que é apaixonada por esse reino azul e gelado.

– 12 –

tratado sobre o fim do amor, stefano manzolli é azul, pois a água que ainda não congelou e o próprio céu sem nuvens estão refletidos na superfície polida da cidade feita de gelo.

– responde, achando graça em sua própria anedota.

o menino não dorme, atento, enquanto a trama não é interrompida pela chegada do rei de barbas ruivas. e o pai, que acha graça em testar-lhe a resistência, persiste em inventar prelúdios, antes-salas e micro-enredos dentro da história, antes de chegar a majestade.

e poderia assim fazer por horas, mas subitamente percebe-se ele-mesmo, que deveria fazer dormir, morrendo de sono.

foi quando chegou o rei de barbas ruivas.

– diz rendido, esperando que o menino logo durma.

sim, os dois

(logo após a chegada do triunfante herói) dormem.

de madrugada, de volta ao seu quarto, o pai demora-se à porta para ter certeza que o filho realmente descansa. nesta noite,

– 13 –

tratado sobre o fim do amor, stefano manzolli aliás, neste instante, um feixe de farol de carro invade o quarto pela fresta da janela e o homem acha simbólico o fato do filho ter herdado os cabelos ruivos do avô.

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tratado sobre o fim do amor, stefano manzolli

2018;

era uma banda de