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Três Jóias Do Budismo
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Três Jóias Do Budismo
E-book256 páginas5 horas

Três Jóias Do Budismo

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Sobre este e-book

A doutrina budista se caracteriza por sua alta sabedoria e por sua profunda religiosidade psicológica e epistemológica, como nunca se havia visto antes, sem apelar para um Deus exterior. Sidharta Gautama, o Buda, foi (e é) de fato um homem e um Ser excepcional. Certos seguidores do budismo transformaram Buda no próprio Deus. Juntamente com Laotsé e Chuangtsé, mestres chineses, Buda foi um dos primeiros que nos alertou a respeito da utilização inconveniente do pensamento. Denunciou os excessos da lógica-razão, que ao invés de aclarar, confundem. No lugar do Deus externo, ou até mesmo deuses, ele colocou o querido EU, Senhor e Mestre da Mente, do Coração e da Consciência, e também enfatizou o Dharma ou LEI, se manifestando e dirigindo tudo. . Denunciou como nenhum outro a triste ronda das experiências condicionadas e repetidas (Samsara), que é uma verdadeira prisão e não leva a parte alguma. Só incrementa a dor e a agonia do homem. Como nenhum outro Mestre, para os seres humanos em busca da Libertação, decifrou e aclarou o significado profundo do carma e das reencarções, transformando-as porém em vidas sucessivas, sem ego anímico reencarnante. Alertou sobre o pensamento exacerbado e deixou claro que ele era o causador de todos os males e das respostas cármicas negativas que avassalam o mundo. Com comentários, ampliações e adaptações ao entendimento da filosofia e da psicologia ocidental, o livro As Três Jóias do Budismo discorre sobre as melhores passagens da doutrina budista em si, principalmente certas partes canônicas ligadas ao Budismo Theravada ou Pequeno Veículo, (Primeira Jóia). Também discorre sobre o Dhammapada , (a Terceira Jóia do budismo). Esta obra é uma verdadeira preciosidade. Uma espécie de Sermão da Montanha muito mais ampliado. Este Dhammapada é transcrito em sua totalidade, com comentários e esclarecimentos.quando se fazem necesário Fala também e principalmente sobre os ensinos do Grande Veículo (ou Mahayana), centralizando-se na Sabedoria das escolas de filosofia e sabedoria mística tipo Madhyamika, Vijñanavada, Yogacara, Sautrantika etc. Este trabalho finalmente inclui uma pequena grande preciosidade da literatura místico-mundial chamada A Voz do Silêncio (a Segunda Joia), totalmente burilada e até mesmo remanejada, para tornar seu entendimento bem acessível e fácil.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de fev. de 2013
Três Jóias Do Budismo

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    Três Jóias Do Budismo - Ernesto Bono

    Blog e e-mail do Autor

    http://blogdoernestobono.blogspot.com/ ebono.ez@gmail.com

    Obras do Autor

    É A CIÊNCIA UMA NOVA RELIGIÃO? (Ou Os Perigos do Dogma Científico - 1971 - Editora Civilização Brasileira S/A - RIO

    NÓS A LOUCURA E A ANTIPSIQUIATRIA - Editora Pallas S/A – Rio – Editora Afrontamento, Porto, Portugal - 1975 e 1976, respectivamente

    SENHOR DO YOGA E DA MENTE - Editora Record S/A – 1981 - Rio

    ECOLOGIA E POLÍTICA À LUZ DO TAO - Editora Record S/A - 1982 - Rio

    ANTIPSIQUIATRIA E SEXO - (A Grande Revelação) - Editora Record S/A - 1983 - Rio

    OS MANIPULADORES DA FALSA FATALIDADE - Fundação Educacional e Editorial Universalista FEEU - 1994

    A GRANDE CONSPIRAÇÃO UNIVERSAL, - Bonopel Edições - 1994 - Porto Alegre (edição restrita) e Zenda Editora LTDA - 1995 - São Paulo -2a Edição. – Zenda Editorial, 1999, 3a Edição – São Paulo

    O APOCALIPSE DESMASCARADO (Nem Anjos nem Demônios, Apenas ETs) – Editora Renascença – 1997 (edição restrita de 500 volumes) - Renascença - 1999 - Porto Alegre - 2a edição.

    AIDS, QUEM GANHA QUEM PERDE - Uma história Mal contada – Editora Rigel – 1999 – Porto Alegre

    CRISTO, ESSE DESCONHECIDO –3a Edição, Ed. Record S/A, 1979, Rio – Editora Renascença, 2000, Nova edição ou 4a Edição – Porto Alegre

    (Tradução) PERCEPÇÃO INTERPESSOAL - Dr. Ronald D. Laing, Phillipson, Cooper - Editora Eldorado - 1974 - Rio

    (Tradução) KUNDALINI, A ENERGIA EVOLUTIVA DO HOMEM - Gopi Krishna - 1980 – Editora Record S/A - Rio

    O LADRÃO E SALTEADOR DA MENTE HUMANA - Parar Este Falso Mundo – (livro 1) – Clube de Autores – 2011 – São Paulo

    TRANSMUTAR ESTE FALSO MUNDO - Parar Este Falso Mundo – (livro 2) – Clube de Autores – 2011 – São Paulo

    KUNDALINI, O FOGO ESPIRITUAL - Parar Este Falso Mundo – (livro 3) – Clube de Autores – 2011 – São Paulo

    A FARSA DOS MEIOS DO CONHECIMENTO - Parar Este Falso Mundo – (livro 4) – Clube de Autores – 2011 – São Paulo

    PRISÃO DO TEMPO – Clube de Autores – 2011 – São Paulo

    MANIPULADORES DA FALSA FATALIDADE – Clube de Autores – 2011 – Segunda Edição – São Paulo

    O DESAPARECIMENTO DE NOSSOS FILHOS – 2011 – Clube de Autores – São Paulo

    FILOSOFIA E SABEDORIA DE JESUS – Clube de Autores – 2010 – São Paulo

    SERÁ QUE A CIÊNCIA NOS ENGANA? - (Ciência, a Nova Religião, Primeiro Tomo) – Clube de Autores – 2010 – São Paulo

    CIÊNCIA, MAGIA LOGIFICADA – (Ciência, a Nova Religião, segundo tomo) – Clube de Autores – 2010 – São Paulo

    DISCURSO CONTRA O MÉTODO OU A ANTIDIALÉTICA – (Ciência, a Nova Religião, Terceiro Tomo) – Clube de Autores – 2010 – São Paulo

    AS BASES INCONSISTENTES DA MEDICINA CIENTÍFICA – (Ciência, a Nova Religião, Quarto Tomo) – Clube de Autores – 2010 – São Paulo

    UMA REVOLUÇÃO QUÂNTICA - Clube de Autores – 2010 – São Paulo

    JESUS, MESSIAS OU FILHO DO HOMEM? – Primeiro Volume - Clube de Autores – 2012 – São Paulo

    JESUS, MESSIAS OU FILHO DO HOMEM? – Segundo Volume – Clube de Autores – 2012 – São Paulo

    JESUS SEM CRUZ – Clube de Autores 2012 – São Paulo

    OS HERDEIROS DO FILHO DO HOMEM – Clube de Autores – 2012 – São Paulo

    TRES JÓIAS DO BUDISMO - Clube de Autores – 2012 – São Paulo

    ECOLOGIA E POLÍTICA À LUZ DO TAO – Segunda Edição – Clube de Autores 2012 – S.Paulo

    SENHOR DO YOGA E DA MENTE – Segunda Edição – Clube de Autores 2012 – São Paulo

    SUMÁRIO

    PREFÁCIO

    PRIMEIRA JÓIA E APRESENTAÇÃO

    ALGUMAS PRECIOSIDADES DOS LIVROS BUDISTAS, CONSAGRADOS OU CANÔNICOS

    A DOUTRINA BÁSICA DE BUDA

    A Primeira Nobre Verdade

    A Segunda Nobre Verdade

    A Terceira Nobre Verdade

    A Quarta Nobre Verdade

    AS OITO ATITUDES OU O ÓCTUPLO CAMINHO

    A Reta Palavra

    A Reta Ação

    A Reta Conduta ou Ocupação

    O Reto Esforço

    A Reta Atenção ou o Reto Discernimento

    A Reta Concentração ou Meditação

    A Reta Aspiração

    Reta Visão ou Reta Compreensão, ou ainda Reta Percepção

    PRIMEIRA VERSÃO DO "PRATITYASAMUTPADA" PARA O NOSSO TEMPO

    Dodécupla Cadeia

    EXPLICANDO O PRATITYASAMUTPADA

    A ASCESE DO BOM BUSCADOR

    A PROPÓSITO DA FÉ

    SEGUNDA JÓIA E APRESENTAÇÃO

    A VOZ DO SILÊNCIO

    FRAGMENTO PRIMEIRO

    Sutra 1 a sutra 82

    FRAGMENTO SEGUNDO

    Os Dois Caminhos

    Clama a voz dos buscadores, dos candidatos

    O Mestre então responde (sutra 9 a sutra 64)

    Pergunta então o discípulo

    O Mestre então responde (sutra 9 a sutra 64)

    FRAGMENTO TERCEIRO

    Os Sete Portais (sutra 1 a sutra 89 )

    TERCEIRA JÓIA E APRESENTAÇÃO

    DHAMMAPADA (ou Palavras da Boa Doutrina

    Capítulo 1 – Versículos Gêmeos

    Capítulo 2 – Estado de Alerta e Vigilância

    Capítulo 3 – A Mente

    Capítulo 4 – As Flores

    Capítulo 5 – O Insensato

    Capítulo 6 – O Homem Inteligente

    Capítulo 7 – O Arhant

    Capítulo 8 – Os Mil

    Capítulo 9 – O Mal

    Capítulo 10 – A Violência

    Capítulo 11 – A Velhice

    Capítulo 12 – Si Mesmo ou o UNO em Renovação

    Capítulo 13 – O Mundo

    Capítulo 14 – Buda

    Capítulo 15 – A Felicidade

    Capítulo 16 – O Prazer

    Capítulo 17 – A Ira

    Capítulo 18 – A Impureza

    Capítulo 19 – Estar Dentro do Dharma

    Capítulo 20 – O Caminho

    Capítulo 21 – Temas Diversos

    Capítulo 22 – Decaindo ou Mundo de Sofrimentos

    Capítulo 23 – O Elefante

    Capítulo 24 – A Sede Insaciável

    Capítulo 25 – O Religioso [Bhikkhu]

    Capítulo 26 – O [Verdadeiro] Brâmane

    PREFÁCIO

    Chamar este livro de Três Jóias do Budismo é quase uma redundância, porque todo o Budismo em si é uma verdadeira maravilha ou Jóia.

    O budismo clássico ou canônico, e que encerra os ensinos espirituais e as palavras de Buda em inúmeros livros milenares já é uma coisa extraordinária. O sapientíssimo e grande Mestre Buda ensinou durante quase cinqüenta anos, e é de se crer, então, que tudo o que ele dizia acabava sendo registrado em pergaminhos, papiros, livros (pitakas)

    Além desse budismo clássico ou canônico, apareceram depois discípulos notáveis ou verdadeiros Mestres que ampliaram o alcance da doutrina budista ainda mais. Vou citar só três que foram verdadeiros fenômenos em sabedoria transcendental. Há muitos outros mais.

    No começo da era cristã, o Budismo passou a apresentar duas correntes, a clássica e canônica ou Hinayana, com seus monges de mantos amarelos e sanghas ou congregações, totalmente fiel aos ensinos básicos de Buda, o que é muito justo. E surgiu também o bloco budista filosófico-sapiencial chamado Mahayana ou grande veículo. Neste último foi incluído o grande filósofo e mestre Nagarjuna que criou a notável escola budista Madhyamika. Fantástica pela sua profunda sabedoria e pelo seu agudo criticismo. Além de Nagarjuna, temos também os irmãos Asanga e Vasubandhu que criaram um budismo profundamente psicológico chamado Yogacara-Sautrantika. E a psicologia e sabedoria dos dois irmãos ia muito além de qualquer escola moderna de psicologia e psicanálise.

    A primeira jóia do budismo transcreve, compila e comenta alguns poucos dizeres e ensinos clássicos do grande Sidharta Gautama, o venerável e adorável Buda. A obra canônica que contém tudo o que Buda disse e ensinou é imensa. É muitíssimo maior que o Novo Testamento e os Quatro Evangelhos. Ficou registrada numa linguagem normal para aquele tempo, mas hoje, lamentavelmente de difícil entendimento. O leitor devoto que quiser assimilar algo dos notáveis ensinos de Buda tem que se aprofundar em sua mente e aguçar muito o entendimento para acabar compreendendo alguma coisa.

    ATENÇÃO: As palavras do Buda ou do texto canônico aparecem digitadas em negrito. Meus pequenos acréscimos e comentários aparecem em letra comum ou letra padrão e entre colchetes [ ] ou entre parênteses ( ). Não alteram os dizeres budistas primordiais.

    Vejamos agora alguma coisa do Budismo canônico ou a Primeira Jóia do Budismo:

    (1) [Disse Buda um dia: monges amigos, compreendei]: O Não-ego [ou o REAL] escapa da intelectualização vulgar. A Verdade em Si é só VER ou Reto Perceber. Jamais é algum ego-[pensamento pretensamente cerebral] metido a conhecedor e perceptor. Todo aquele que simplesmente conhece [e reconhece, mal pensando], esse sempre se enlaça com a ignorância-desejo. Mas para aquele que Vê com correção – [e aqui nenhum fruto da intelectualização prevalece] – esse mesmo VER, nele, é EXISTIR!"

    (2) [O Santo e Sapientíssimo Buda em outra ocasião também ensinou, dizendo]: "…Existe, ó irmãos, Aquele Domínio em que não se dão nem [as noções ou os pensamentos de] infinitude do espaço, [nem se dão as noções] de infinitude da consciência, nem se dá o prevalecimento conceitual do nada, nem ocorre o prevalecimento conceitual do conhecimento e do não-conhecimento. Aí tampouco se dá [o reconhecimento discursivo do] Sol e da Lua [pretensamente materiais ou meramente objetivados].

    [Ó irmãos, em tal Domínio], dá-se, isto sim, a comunhão direta [do 'Isto-objeto' com o autêntico Sentir-EU', sem a mediação do mal pensar]. Eu vos digo, ó irmãos, que nesse Domínio não se entra e não se sai, que aí não se permanece, [porque tudo se renova], que aí não se renasce nem nada aí decai. Isso [ou essa Maravilha] jamais pode ficar fundamentado por meio do intelecto, e em tal Domínio não prevalece qualquer atividade [discursiva da mente]. Tal Domínio, não pode ser objeto do pensamento [nem em objeto se transforma]. Tal Domínio, ó irmãos, é exatamente a Libertação do Homem, o fim do sofrimento, [é a anulação da morte, que o Mestre chama Nirvana e outros mais chamam Reino de Deus, Tão, Satori, Nirvikalpasamadhi, Éden Primordial, Jardim de Alá]!"

    (3) [E Buda, o grande Iluminado, ainda acrescentou]: "…Existe, ó irmãos, o Não-Nascido, o que Não-Vem-a-Ser, o Não-Feito, o Não-Composto, Aquilo de que nada depende… Irmãos, se não existisse o Não-Nascido, o que Não-Vem-a-Ser, o Não-Composto, o Não-Feito, não se perceberia neste mundo [pretensamente material, mas em verdade sempre pensado, humano e reconhecível] uma saída, um escape para aquele homem que diz ter nascido, para aquela pessoa-ego que acha que vem-a-ser [em pensamento], para o feito [de modo proposital], para o que é composto… E visto que existe, ó irmãos, o Não-Nascido, que existe O que Não-Vem-a-Ser, [ou O QUE nem começa nem acaba], que existe O Não-Feito, que existe O Não-Composto, por esse mesmo motivo, constata-se uma SAÍDA, um ESCAPE para o [Homem] que diz ter nascido, para o [o homem-ego] que vem-a-ser [em pensamento], para o feito [de modo intencional], para o composto…"

    Em continuação, vamos ver agora alguma coisa do Budismo derivado ou Mahayana (Grande Veículo}. E para tal vou copiar, transcrever, compilar e comentar dois ou três versículos soltos do livro A VOZ DO SILÊNCIO, para que se tenha uma pálida idéia dos ensinos do Budismo Mahayana ou até mesmo Budismo Tibetano.

    Aquele que anela ouvir a Voz do Silêncio, o Som Insonoro [ou a voz da Sunyata, do Sunya ou do Vazio-Pleno, Buda Espiritual], e quer compreender este Som a fundo, esse tem que mergulhar na natureza da concentração-meditação [que em língua pali e sânscrita se escreve "dhyana" ou "dharana" ou concentração-meditação].

    Tendo-se tornado indiferente às impressões de objetos que a falsa percepção [fisiológica] parece captar, [de fora para dentro, ou do mundo para os órgãos sensoriais], o discípulo tem que encontrar em si mesmo o (o falso) rei [ou o Raja] dos Sentidos, aquele que produz os pensamentos [estruturantes e discursivos], (ou seja) aquele que introduz na MENTE [Pura do Discípulo-EU] a Primordial Ilusão, [que é a ignorância-ego-pensamento, ignorância que passa a vigorar através da falsa percepção, principalmente].

    A mente [personificada ou ego-mente] é a grande assassina do REAL [ou da Autonatureza, ou também da Mente Pura ou Consciência-EU]. Que o bom discípulo destrua, pois, a Primordial Ilusão[Avidya}, a destruidora da Vida!

    E finalmente vejamos agora algumas palavras do livro DHAMMAPADA, a monumental jóia sapiencial do Budismo Hinayana e do Theravada. Este Dhammapada, em minha compilação, constitui exatamente a Terceira Jóia do Budismo. Se ele fosse mais difundido como um manual de boa conduta e de sabedoria perfeita, o mundo seria totalmente outro.

    Tudo o que somos [que os budistas chamam dharma ser, existir] ou a nossa condição humana é o resultado do que temos pensado; o homem fundamenta-se em seus próprios pensamentos, foi feito pelo seus pensamentos. [Ou a nossa condição ego-humana, totalmente refeita, reconstruída, extremamente complexa e aparente, é o resultado do que temos pensado, foi feita pelos pensamentos]. E se um indivíduo fala e atua com idéias malignas, a dor segui-lo-á como a roda acompanha os passos do boi que puxa a carreta.

    [Ou também: O dharma que nos caracteriza ou a nossa condição ego-humana é o resultado do que temos pensado e temos feito, posto que sempre se reconhece o que pensamos. O que somos é o resultado do que temos pensado, ou senão é o resultado da lamentável e enganadora preexistência espaço-temporal própria que a mente ego-personificada forja ou recria. A condição ego-humana fundamenta-se em nossos próprios pensamentos e atos, foi feita pelos pensamentos que nos caracterizam. E se uma pessoa-ego fala e atua com idéias malignas, a dor segui-lo-á como a roda acompanha os passos do boi que puxa a carreta].

    Tudo o que somos [dharma] ou a nossa condição humana é o resultado do que temos pensado; o homem fundamenta-se em seus próprios pensamentos, foi feito pelos pensamentos [ou a nossa condição ego-humana é o resultado do que temos pensado e agido em consequência, foi feita pelos pensamentos]. E se um indivíduo fala e atua com idéias benevolentes, a felicidade acompanhá-lo-á como a sombra que nunca o abandona.

    Ele abusou de mim, ele me agrediu, ele me subjugou, roubou o que era meu, – aqueles que albergarem em si mesmos, e de modo constante, sentimentos rancorosos como esses, – [como, aliás fazem certos notórios personagens ditos religiosos] – nunca deixarão de ser agressivos, [mau, hipócritas e injustos].

    Ele abusou de mim, ele me agrediu, subjugou-me, roubou o que era meu", – aqueles que deixarem de abrigar em si mesmos sentimentos de rancor como esses, libertar-se-ão do ódio, posto que em nenhum tempo o ódio se extingue com o ódio; o ódio só se extingue com o amor ou com a benevolência; e esta é uma Lei antiga ou é o próprio Dharma budista.

    Ernesto Bono

    PRIMEIRA JÓIA E APRESENTAÇÃO

    Sakhya Muni ou Sidharta Gautama (príncipe) e depois Buda (Liberto, Iluminado, Realizado) existiu de fato e nasceu na Índia ou nas fronteiras do Nepal, mais ou menos 620 anos antes de Cristo e morreu (ou retirou-se do mundo) nas proximidades do ano 543, em Kusinagara, na província de Udh.

    Sidharta Gautama, depois de sua incomparável Iluminação surpreendeu-se com o Nirvana e ao conquistá-lo, transformou-se no próprio – Vida pura, incondicionada, totalmente livre e harmônica. Em suma, Sidharta Gautama, totalmente realizado voltou a ser Sat-Chit-Ananda ou Ser-Cosciência-Felicidade. Os mestres precursores e posteriores da Índia chamam o Nirvana de Buda de Nirvikalpasamadhi.

    Antes de retirar-se deste falso mundo material, tornou-se um Sábio Superior e Mestre da boa religiosidade – Religar – da filosofia suprema, da sabedoria excelsa, da ciência máxima, da epistemologia e gnoseologia corretas, um perfeito avatar do autoconhecimento. Nenhum outro Mestre conheceu a Mente ou o Espírito-EU como Buda. E Ele obsequiou ao homem a suprema possibilidade da Libertação, Redenção e Iluminação.

    Foi o grande descobridor da Lei dos engendramentos humanos superpostos, ou da Lei da Geração Condicionada que em termos budistas se chama Pratityasamutpada: Isto sendo, aquilo é; isto não sendo, aquilo não é.

    Em termos modernos, tal lei também pode ser exprimida assim: "Isto sendo, em pensamento, aquilo aparece, aquilo se sobrepõe, aquilo é ou passa existir, aquilo se objetiva e se superpõe como dado pensado, sempre que para tal o homem execute o ato intencional ou proposital. Isto não sendo pensado, aquilo não aparece, não surge, não se sobrepõe, porque aí além de não se pensar a respeito, também não se executa o ato intencional.

    Essa Lei é a que rege as reconstruções mundanas, os pequenos milagres, e principalmente os engendramentos da ciência moderna que ela chama de descobertas. Rege principalmente tudo o que é feito, tudo o que é composto, tudo o que parece ter começo, meio e fim. Ou melhor, o dado eternamente dependente e falsamente substancial (material), e que parece ser espaço-temporal e pareceu ter tido um começo, e também parece ter um meio e fim. Para a visão budista, nunca houve criação de nada. Tudo se Manifesta de modo Incondicionado ou também, o que é pior, de modo condicionado ou dependente. Há, portanto, uma Geração Incondicionada e outra, falsa, condicionada.

    Amigos esta Lei da Geração Condicionada é a mais importante lei da vida condicionada e do mundo reconstruído. Todas as demais leis da ciência, da justiça e religiões são secundárias ou banalidades, salvo o Dhamma budista e o Amor universal.

    Buda ensinava que a vida em si era não-material ou Çunya, ou era um Vazio-Pleno. Nada a ver com o nada ou o com o niilismo. Çunya é uma vida de pura vitalidade, livre de substância ou complicações materiais. A Verdadeira Vida ou o Divino Espírito-EU é totalmente incondicionado. Manifesta-se sem laços, sem impedimentos e sem leis estúpidas atravancando a Manifestação Primeva ou Autonatureza, (Geração Incondicionada).

    O Homem Verdadeiro também faz parte dessa Manifestação Primeira, mas algo anômalo parece acontecer em sua Mente, e por causa disso se extravia.

    Além de Saber-Sentir-Intuir-Atuar-Amar (pulsações primevas), o homem a modo de dizer se perde, se confunde, se extravia porque começa a mal pensar. E esses maus pensamentos são reflexos caducos da Vida Pulsátil Verdadeira.

    E esse mal pensar começa então a

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