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As Bases Inconsistentes Da Medicina Científica
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E-book631 páginas9 horas

As Bases Inconsistentes Da Medicina Científica

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Sobre este e-book

Como fundamento para este quarto tomo do livro da Ciência, é preciso saber que assim como a natureza do átomo praticamente foi toda ela superada e modificada – e por que não dizer anulada – pelas teorias da física quântico-ondulatória, e também pela física escalar eletromagnética, do mesmo modo pode-se dizer que as células, os germes, as bactérias, os vírus (a AIDS, as leucemias, os cânceres), também terão que ser superados e eliminados, porquanto toda a natureza molecular, macromolecular, celular, tecidual (DNAs, Genes, Genomas etc.) é pura forjação da cabeça humana mal pensante. Estas pretensas micro-entidades que constituiriam a base do corpo humano aparecem sim, se objetivam sim, em termos de holografia, mas elas não existem em si porque nunca ninguém as criou – nem o Ele deus persona das religiões, nem o deus acaso da ciência. Tais níveis microscópicos, e tais pretensas micro entidades só aparecem num total faz-de-conta, mas não existem em si, e estão na total dependência perceptual do cientista e observador pensante. Todas essas pretensas micro-entidades fazem parte de um vazio primordial que o pensamento preenche, molda, como bem entende, e justifica, como uma forma-nome pretensamente externa, sem que nada disso tenha qualquer fundamento existencial próprio. Nem atômico nem anímigo. O tema básico deste trabalho, e que é a quarta parte do livro Ciência, a Nova Religião, entre outras coisas sugere sim que há doentes, mas não há doenças. Não é o cérebro que adoece nas assim chamadas neuroses e psicoses (loucuras), mas é o pensamento mal utilizado quem aí se autoprojeta e vira pretenso órgão doente, ou senão vira doença tanto física quanto mental. O ego da psicanálise e da psiquiatria infelizmente é uma mentira que esconde o grande EU (Selbst). Ou melhor dito,é tão-somente uma roupagem nova (trapaça) para os velhos demônios do egotismo, egoísmo e egocentrismo humanos. Sem cérebro é impossível pensar, mas com o cérebro que a medicina científica aponta e descreve é mais impossível ainda. De todas as contribuições que a ciência moderna obsequiou à medicina, esta última deveria aproveitar o melhor da ciência e rejeitar o que, ao invés de ajudar, só destrói e mata. Como um exemplo disso, teríamos as maneiras científicas e laboratoriais de forjar diagnósticos, teríamos os malditos sorotestes, teríamos as vacinas, teríamos certos remédios que ao invés de salvar, intoxicam e matam, teríamos a mania científico-laboratorial de afirmar patogenias fantasmagóricas, quando estas são apenas uma má interpretação de coisas que no fundo não se compreendem. Por outro lado, aos fantasmas da patologia não se deve dizer sim, combatendo-os, nem se deve dizer não, negativando o impossível. Os fantasmas apenas devem ser bem enfocados, inteligentemente compreendidos e depois ignorados. É desse modo que eles desaparecem e deixam de prejudicar, roubando forças daquele que os afirma e os nega A maior parte das doenças apontadas pela medicina científica são fantasmas objetivados, previamente extrojetados por uma cabeça mal pensante e por uma conduta desastrada, que induz a provar o impossível, quando no fundo, no fundo não prova nada e acaba apenas concretizando fantasmagorias. O método científico de experimentação por meio do qual se forjam provas irrefutáveis para a medicina tem sido uma catástrofe. Ninguém se deu conta de como esse método mal deduz, e lamentavelmente induz através da execução desastrada do ato intencional e que pretenderia provar, quando em verdade nada se pode provar e sim apenas se materializam invencionices e extrojeções mentais. O lastimável dessa história toda é que não havendo doenças reais e sim apenas doenças fantasmagóricas, mesmo assim há doentes.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de jul. de 2013
As Bases Inconsistentes Da Medicina Científica

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    As Bases Inconsistentes Da Medicina Científica - Ernesto Bono

    Créditos

    FICHA CATALOGRÁFICA

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIP

    ______________________________________________________

    B712b      Bono, Ernesto

    As bases inconsistentes da medicina científica;

    ciência, a nova religião – 4a parte / Ernesto Bono –

    Porto Alegre, 2010.

    246 p. 14,8 cm x 21 cm

    1. Hereditariedade e evolução dos seres organizados.

    Posição filosófica. 2Título. Psicanálise, psiquiatria,

    psicologia. 3.Pseudociência. Ilusão científica I.

    CDU 575:576.3.000.141

    615.851.1:616.89 001.98

    ______________________________________________________

    TODOS DIREITOS RESERVADOS –é proibida a reprodução, salvo pequenos trechos, mencionando-se a fonte. A violação dos direitos autorais (lei nº 9.610/98) é crime (art.184 do Código Penal). Depósito legal no escritório de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional, sob o número de registro 509.069, livro 964, folha 364

    Blog e e-mail do Autor

    http://blogdoernestobono.blogspot.com/

    ebono.ez@terra.com.br

    Obras do Autor

    É A CIÊNCIA UMA NOVA RELIGIÃO? (Ou Os Perigos do Dogma Científico - 197l - Editora Civilização Brasileira S/A - RIO

    NÓS A LOUCURA E A ANTIPSIQUIATRIA - Editora Pallas S/A – Rio – Editora Afrontamento, Porto, Portugal - 1975 e 1976, respectivamente

    SENHOR DO YOGA E DA MENTE - Editora Record S/A – 1981 - Rio

    ECOLOGIA E POLÍTICA À LUZ DO TAO - Editora Record S/A - 1982 - Rio

    ANTIPSIQUIATRIA E SEXO - (A Grande Revelação) - Editora Record S/A - 1983 - Rio

    OS MANIPULADORES DA FALSA FATALIDADE - Fundação Educacional e Editorial Universalista FEEU - 1994

    A GRANDE CONSPIRAÇÃO UNIVERSAL, - Bonopel Edições - 1994 - Porto Alegre (edição restrita) e Zenda Editora LTDA - 1995 - São Paulo -2a Edição. – Zenda Editorial, 1999, 3a Edição – São Paulo

    O APOCALIPSE DESMASCARADO (Nem Anjos nem Demônios, Apenas ETs) – Editora Renascença – 1997 (edição restrita de 500 volumes) - Renascença - 1999 - Porto Alegre - 2a edição.

    AIDS, QUEM GANHA QUEM PERDE - Uma História Mal contada – Editora Rigel – 1999 – Porto Alegre

    CRISTO, ESSE DESCONHECIDO –3a Edição, Ed. Record S/A, 1979, Rio – Editora Renascença, 2000, Nova edição ou 4a Edição – Porto Alegre

    (Tradução) PERCEPÇÃO INTERPESSOAL - Dr. Ronald D. Laing, Phillipson, Cooper - Editora Eldorado - 1974 - Rio

    (Tradução) KUNDALINI, A ENERGIA EVOLUTIVA DO HOMEM - Gopi Krishna - 1980 – Editora Record S/A - Rio

    O LADRÃO E SALTEADOR DA MENTE HUMANA - primeira parte do inédito Parar Este Falso Mundo – (livro 1) – Clube de Autores – 2011 – São Paulo

    TRANSMUTAR ESTE FALSO MUNDO - segunda parte do inédito Parar Este Falso Mundo – (livro 2) – Clube de Autores – 2011 – São Paulo

    KUNDALINI, O FOGO ESPIRITUAL - terceira parte do inédito Parar Este Falso Mundo – (livro 3) – Clube de Autores – 2011 – São Paulo

    A FARSA DOS MEIOS DO CONHECIMENTO - quarta parte do inédito Parar Este Falso Mundo – (livro 4) – Clube de Autores – 2011 – São Paulo

    PRISÃO DO TEMPO – Clube de Autores – 2011 – São Paulo

    MANIPULADORES DA FALSA FATALIDADE – Clube de Autores – 2011 – Segunda Edição – São Paulo

    O DESAPARECIMENTO DE NOSSOS FILHOS – 2011 – Clube de Autores – São Paulo

    FILOSOFIA E SABEDORIA DE JESUS – Clube de Autores – 2010 – São Paulo

    SERÁ QUE A CIÊNCIA NOS ENGANA? - (Ciência, a Nova Religião, Primeiro Tomo) – Clube de Autores – 2010 – São Paulo

    CIÊNCIA, MAGIA LOGIFICADA – (Ciência, a Nova Religião, segundo tomo) – Clube de Autores – 2010 – São Paulo

    DISCURSO CONTRA O MÉTODO OU A ANTIDIALÉTICA – (Ciência, a Nova Religião, Terceiro Tomo) – Clube de Autores – 2010 – São Paulo

    AS BASES INCONSISTENTES DA MEDICINA CIENTÍFICA – (Ciência, a Nova Religião, Quarto Tomo) – Clube de Autores – 2010 – São Paulo

    UMA REVOLUÇÃO QUÂNTICA - Clube de Autores – 2010 – São Paulo

    JESUS, MESSIAS OU FILHO DO HOMEM? – Primeiro Volume - Clube de Autores – 2012 – São Paulo

    JESUS, MESSIAS OU FILHO DO HOMEM? – Segundo Volume – Clube de Autores – 2012 – São Paulo

    JESUS SEM CRUZ – Clube de Autores 2012 – São Paulo

    OS HERDEIROS DO FILHO DO HOMEM – Clube de Autores – 2012 – São Paulo

    TRES JÓIAS DO BUDISMO - Clube de Autores – 2012 – São Paulo

    ECOLOGIA E POLÍTICA À LUZ DO TAO – Segunda Edição – Clube de Autores 2012 – S.Paulo

    SENHOR DO YOGA E DA MENTE – Segunda Edição – Clube de Autores 2012 – São Paulo

    Esclarecimentos quanto à Nova Versão

    Para os que já leram a primeira edição de meu livro: "É a Ciência uma Nova Religião?" (ou os Perigos do Dogma Científico), ou tomaram conhecimento da mesma obra publicada pela Editora Civilização Brasileira S/A, Rio, em 1971. Esta edição foi reescrita pela terceira vez em 2001-2002. Ficou impecável. O livro original de É a Ciência uma Nova Religião foi desdobrado em quatro volumes, é totalmente novo quanto às respostas fornecidas, mantendo-se só semelhante quanto às perguntas feitas, originalmente.

    A presente versão da quarta parte do livro original da ciência..., a qual rebatizei com o título "As Bases Inconsistentes da Medicina Científica", foi muitíssimo ampliada, modificada, melhorada e corrigida. Só não foi atualizada porque a verdade está livre de atualizações temporais.

    Da edição anterior, praticamente só mantive o espírito da verdade que nela já estava manifesto, mantendo também as perguntas originais, respondidas agora com novas vivências, bem mais aprimoradas e bastante menos vulneráveis. Quanto ao tamanho da obra original, devo salientar que tecer um criticismo necessário e sadio contra o edifício científico, e que é da altura do Monte Everest, só podia resultar num alentado volume que tive que dividir em quatro tomos, o quarto dos quais o amigo leitor tem em mãos. O grande tamanho da obra original foi impossível evitar, daí sua partição em quatro livros...

    De mais a mais, quero chamar a atenção; que, em suas origens, quando da elaboração do grande livro original, efetivamente existiu um inquiridor – Bombastus cujo nome verdadeiro prefiro não citar porque hoje é figura importante e muito mais extremado do que o rapaz daqueles tempos – e que, dialeticamente, desafiou-me até as últimas conseqüências, no melhor dos sentidos, é claro; nunca, portanto, por inimizade ou por um espírito adverso gratuito. Bombastus era e é uma pessoa inteligentíssima e correta. Suas perguntas, interessantes e oportuníssimas, muito amiúde se aproximam da própria lógica extremada e autofágica que, nós, ainda bem jovens, desenvolvemos reciprocamente contra certos extremismos e dogmas da ciência moderna. Em alguns trechos, contudo, meu opositor ou Bombastus desempenhou o papel de um verdadeiro advogado do diabo; mais a favor do materialismo científico do que contra, o que torna a leitura do livro instigante e envolvente.

    Na atual versão desta quarta parte, modifiquei um pouco a redação original das perguntas feitas, mas só no que se refere à sintaxe e à construção das frases, não quanto ao desafio primordial em si. Acho ter conseguido dar uma certa melhorada, tornando o diálogo muitíssimo mais inteligível, fácil de assimilar. Também é verdade sim que acrescentei certas perguntas curtas, ou mesmo alguns trechos esparsos, de minha própria autoria, mas não com o propósito de atrair brasas para a minha sardinha. Bem ao contrário, esses acréscimos e retoques para melhor, em nada prejudicaram o espírito do diálogo que ocorreu de fato entre Bombastus e Teofrastus. Se antes a obra era boa e não poucos críticos reputaram a primeira versão ou edição total do livro de excelente, ou ainda, se ela representava uma verdadeira revolução cultural para o seu tempo, esta nova versão da segunda parte ganhou infinitamente mais, e vai inclusive fundamentar o que por aí está se chamando de a nova era. em sua autenticidade, esta última nada tem a ver com essa manobra suja, político-econômica e religiosa ou falsa nova era, e que está em total andamento para fazer prevalecer a nova ordem mundial.

    Por conseguinte, amigo leitor, por favor, não pense que todo o diálogo deste segundo tomo (ou quarta parte) foi inventado por mim. Não seria assim tão masoquista. E o desafio "ciência versus verdade" ou "intelectualismo puro versus sabedoria autêntica" simplesmente resultou nestes livros. Pelo menos 70% do conteúdo das perguntas foi efetivamente formulado por Bombastus, em diversos debates gravados, e que depois transcrevi.

    Antídoto ao Cientificismo

    Há uns quinze anos atrás, (mais ou menos em 1971), anunciei pelas páginas do semanário Pasquim o aparecimento de uma obra que considerei extraordinária, "É a ciência uma Nova Religião?", de Ernesto Bono. Era extraordinária, em primeiro lugar, porque ousava por em questão a própria ciência, ou seja, o conhecimento científico em si. Era o que se chama de corte epistemológico, um término para a arrogância científica.

    Na ocasião, escrevi sobre o autor e o livro, sendo que este foi publicado pela Editora Civilização Brasileira. Suas idéias tiveram boa penetração em círculos da cultura alternativa, de matizes diversos, em todo o Brasil, mas não obtiveram resposta no mundo universitário, isto é, na cultura oficial. Foi encarado, talvez, como um livro de contracultura, (não o sendo), o que o limitava a um gênero determinado. Em outras palavras: acabou sendo objeto de um preconceito pernóstico.

    Naturalmente, o silêncio sobre o livro permitiu também que ficassem em silêncio suas fantásticas denúncias. Em nosso mundo, o endeusamento da ciência tem conseqüências desastrosas que poderiam ser evitadas se houvesse um pouco mais de bom sentido em relação ao assunto. Tudo neste mundo, em verdade, é impreciso, indefinido, provisório, incerto, relativo etc. inclusive a ciência, que pretende não o ser.

    Ernesto Bono evidenciava o caráter limitado e, mesmo, ilusório do conhecimento científico. A universidade não podia tomar conhecimento dele. Sentia-se ou sentiu-se ameaçada.

    Na época (1970-1971), parecia que estávamos prestes a assistir a um grande despertar espiritual nos países do ocidente. Havia – ou parecia haver – um interesse crescente por valores de uma natureza superior. Tudo estava sendo posto em questão. Nossa cultura passava por uma revisão radical e a perspectiva de uma nova cultura parecia aberta. Não há dúvidas de que foi uma preciosa oportunidade histórica para a libertação das cadeias internas e para o crescimento individual.

    Passados todos estes anos, não houve, porém, nenhum grande despertar espiritual nos países do ocidente. Pelo contrário: mais uma vez prevaleceram e predominaram a obsessão egocêntrica, o fanatismo egolátrico e os valores da vida vulgar. Estamos inclusive num momento em que o progresso tecnológico e a prosperidade material consolidaram sua posição como valores supremos de nossa civilização, sem que nenhuma ameaça alternativa ou libertária coloque em questão a supremacia disso. Os interesses espirituais estão em segundo plano.

    É neste momento que Ernesto Bono informa ter acabado uma nova versão de seu livro, versão ampliada, corrigida, melhorada e rebatizada com o título mais sintético, "ciência, a nova religião".

    Os argumentos são fundamentalmente os mesmos da antiga versão, mas formulados, agora, com mais clareza e eficiência. (As respostas dele são praticamente imbatíveis).

    O que marca o trabalho intelectual desse autor é o seu desconcertante bom senso. Os complexos emaranhados verbais que caracterizam o pensamento ocidental, em todos os seus confusos desdobramentos, não fazem sentido para ele que, simplesmente, os despreza. Para Bono, a mediação intelectual do observador é um desvio (da mente), uma distorção. É uma complicação mental que ele denuncia, e não um refinamento, um requinte, uma elaboração superior, como se pretende, ingenuamente, em nossos círculos culturais mais respeitáveis. Apenas isso mesmo: uma complicação, inútil e doentia, como todas as complicações. Bono não se debate em cogitações vazias. Seus argumentos são diretos, certeiros: nascem da intuição pura, sem mediações inúteis ou distorcentes.

    As chamadas verdades científicas são aceitas pela maioria das pessoas, como um dogma religioso. Trata-se de um fenômeno generalizado de crendice ou superstição

    Essas pretensas verdades supersticiosas são inculcadas nos jovens, graças à inocência deles e falta de defesa e a tal processo monstruoso de deformação intelectual e espiritual, confere-se o nome de "instrução ou educação". Através de tal processo, nossas escolas e universidades geram a estupidez em escala social.

    A verdade é que já fomos longe demais. Os males causados pela concepção cientificista do mundo parecem irremediáveis. Mas talvez nem tudo esteja perdido. Um trabalho de regeneração talvez ainda seja possível. E ele só pode começar com a administração de antídotos poderosos como este "ciência, a Nova Religião".

    Luiz Carlos Maciel

    Prefácio

    Não é fácil traduzir em palavras a inconformidade e o fervoroso impulso que me levou a escrever um livro sobre tema tão delicado como o da inquestionável verdade científica.

    Como ousei levantar a voz contra a ciência moderna, deusa toda poderosa do mundo contemporâneo? Quem me deu esta autoridade de criticar a ciência? E que critério tenho eu para pretender denunciar aquilo que todos aceitam como absolutamente válido e verdadeiro? Balbuciaria eu, ora, por que não recorrer a novos paradigmas que facilitem a possibilidade humana de conhecer vivências autênticas e que inclusive facilitem profundas e acuradas pesquisas!?

    O que me levou, pois, a desendeusar certas obras humanas definitivamente consagradas? Teria sido mera vaidade, ou quem sabe uma tentativa de querer parecer diferente? Não serei um maniático ou um paranóide, como, numa linguagem moderna, costumam argumentar certos indivíduos radicais e desonestos, de mente petrificada? Ou quem sabe se não sou um ateu, um apóstata, um pagão, um demônio, um anticristo, a própria besta do apocalipse, como também certos fanáticos teriam dito outrora, numa linguagem antiga.

    Como neste livro discorro sobre ciência, humanismo, filosofia e, por vezes, sobre religiões, esses seriam os epítetos que me caberiam. Se meu enfoque abarcasse também a sociologia, a política, a economia etc., os mesmos desonestos de todos os tempos, possivelmente me batizariam com os termos de comunista, anarquista, fascista, nazista, burguesão, alienado, reacionário, retrógrado, místico, poeta, filósofo etc.

    No fundo, no fundo, esses hipotéticos contra-ataques pouco interessam, porque, por mais que o intentasse, eu não saberia detalhar os motivos profundos que me levaram a ousar tanto. Poderia dizer que fui impelido por um sentimento de simpatia e amor para com os homens; nesse caso, porém, poderia caber também, uma simples tentativa de auto-engrandecimento. De qualquer modo, não sei até que ponto minhas palavras poderão beneficiar ou prejudicar alguém. Simplesmente sei-e-sinto que alguma coisa tem que ser feita.

    Quem sou eu? Em termos de verdade profunda não passo de um sonho, de uma quimera, de um mero nome e sobrenome. Se a meu próprio respeito mal posso sugerir que EU SOU, que mais é preciso dizer e saber? E se ousei levantar-me contra a deusa toda poderosa do mundo moderno, é porque essa mesma deusa infelizmente agora transformada num poderoso conjunto de organizações industriais-comerciais, interesseiras e mesquinhas, como já tantas outras houve está oprimindo e aniquilando tudo aquilo que o indivíduo tem de melhor em si, ou seja, o EU SOU da mente primeva (subjetivismo) ou a autonatureza em sua condição original (ou objetivismo).

    E que autoridade tinha para escrever o que escrevi de modo crítico? Em verdade nenhuma, malgrado ainda nada impeça que se escreva o que bem se entenda, o mesmo não acontecendo, porém, com a publicação e difusão do que se escreve. Outrora, eu também confiei na ciência moderna bem diferente da ciência eterna e superior, supondo que ela fosse um empreendimento humano, sincero e desapaixonado, que finalmente iria devolver ao homem a paz de espírito e a prosperidade. Entretanto, a paz interna e externa (ou do mundo) nunca esteve tão afastada de nós. A prosperidade material, por sua vez, não passa de uma aparência, de uma grande ilusão para atrair os incautos. A ciência moderna só beneficia os governos e poderosos de todas as latitudes.

    Quando me dei conta de que a ciência moderna, pouco a pouco ia esmagando e sufocando o que de melhor havia (e há) em mim, um alerta íntimo e uma intuição espontânea sussurravam-me a todo momento e me diziam que nem tudo o que a ciência explicava e provava era válido e verdadeiro. E para não sucumbir ao canto da sereia científica, reagi e obriguei-me então a buscar. Objetivamente falando, investiguei com afinco, no intuito de comprovar se minha insatisfação tinha fundamento ou se não passava de um delírio. Valendo-me da intuição que cientificistas lucubradores consideram mera imaginação exaltada, ou servindo-me da apreciação arguta e da lógica extremada – ou uma lógica do pau na brasa, lógica cortante que também se autoconsome – eu comecei a passar em revista serenamente as pretensas provas materiais, supostamente irrefutáveis que a ciência apresentava. Quantos anos perdi buscando e rebuscando, em todas as fontes do patrimônio científico, aquilo que o homem pensante chama de verdade! Quanto sofrimento, angústia, vacilação! Com quanta confusão e contradição me deparei! Quanto tive que lutar contra a minha própria razão enganadora, até vivenciar o contrário; ou seja, que o movimento científico moderno, iniciado na renascença, era apenas mais uma tentativa de sufocar no homem aquilo que ele tinha (e tem) de bom e verdadeiro, sua própria autonatureza, seu caráter ou individualidade verdadeira, o SER em si. E não pensem que, antes de intentar qualquer crítica contra a ciência, não levei em consideração o esforço de certos homens abnegados e sinceros. Estes, de modo ingênuo, pretenderam libertar a humanidade das trevas, do fanatismo e do ignorante obscurantismo em que se encontrava, devido a outros homens mais, fanáticos e mal pensantes, que faziam parte de determinadas organizações religiosas. Entrementes, nessa minha busca, surpreendi e compreendi também que essas trevas, essas intransigências, essa maldade e fanatismos não eram devidos a um excesso de radicalismo clerical, que tanto caracterizou a Idade Média e a Renascença, mas sim a algo mais sutil, mais ladino e sagaz: ou seja, o ego-pensamento no homem – cuidado, não comparar este ego ou este lucubrador interior, incessante falastrão e enganador, com o fantasmagórico ego-pessoa, apontado pela psicanálise, psiquiatria e psicologia acadêmica. Este ego é como uma mancha, como um acréscimo espúrio que todo homem pensante traz e não traz em sua mente, em sua própria consciência absoluta. Claro que eu sempre soube que assim como houve religiosos bem intencionados, da mesma forma houve cientistas que, com as mesmas boas intenções, queriam fazer algo de bom pelo homem. O erro de ambos, contudo, era não se conhecerem suficientemente a si mesmo, em profundidade. Infelizmente, como já acontecera antes, no momento em que a suposta descoberta e a criação do cientista se transformavam em ciência organizada, os bons propósitos do esforço (ou da magia) desapareciam para dar lugar ao sectarismo, à limitação da ação (livre e original) e às sufocações da mente. Os mesmos erros que a humanidade extraviada cometia sob a opressão das organizações religiosas, isto é, não discernir, não entender, não compreender crítica e verazmente por conta própria agora se repetiam sob a influência e o predomínio da organização científica. Como se constatará mais adiante nestes escritos, é o homem em si que, mais uma vez, sozinho, se levanta contra os interesses pecuniários das organizações, com sua venda de prestígios. É a parcela sensível que se levanta contra o pretenso e falso todo pensante-pensado. E quem, como eu, já procurou aprofundar-se no verdadeiro conhecimento, epistemologia, e que nada tem a ver com as invencionices acadêmicas, esse também terá constatado que a organização, seja qual for, não interessa em nada; o que importa é o homem. O que interessa é o ser original feito homem, não a ciência moderna, coletânea de opiniões e provas capciosas de vários indivíduos, coletadas por outros mais. O que importa é a verdade intrínseca a todo homem, que é a sua autonatureza, e não as opiniões que esta ou aquela organização humana coleta, compila, e depois difunde e impõe.

    Este livro preocupa-se mais com o pretenso eu, mau conhecedor (ou ego), que com o suposto fato científico e conhecido. Sobre os pretensos fatos, todos opinam com facilidade e, por causa deles, até praticam atos cruéis ou inadequados a fundamentarem suas opiniões. Como ego-conhecedor ou opinador, contudo, todos se desconhecem por completo.

    Certos homens agrupando-se e constituindo a organização científica, acreditaram que, finalmente, estavam fundando algo que, daí por diante jamais enganaria a humanidade novamente. E dessa maneira, em conformidade a determinados métodos previamente estabelecidos, ou seja, graças ao discurso interior, à intencionalidade e às decisões catastróficas postas em prática acharam que a ciência moderna estava se estabelecendo sobre a verdade mais pura e mais fidedigna. No entanto, eles só não se deram conta que, quanto mais a ciência se enriquecia de opiniões e arremedos dialéticos, provados num nível meramente superficial, ladino e intelectual, mais o próprio homem ia perdendo seus poderes naturais, transformando-se numa marionete, escrava de suas próprias lucubrações e elaborações intelectuais. Tal situação e descuido conseguiram transformar nosso mundo atual num verdadeiro pesadelo, numa verdadeira alucinação coletiva, em nada mais leve e mais suave que tantas outras alucinações pelas quais a humanidade já passou várias vezes e em épocas diferentes. E o pior de tudo é que, atualmente, o conjunto de opiniões científicas, com suas provas enganadoras, nos subjuga a tal ponto que, mesmo que interferisse outra influência insólita qualquer, já não seríamos mais capazes de discernir ou de darmo-nos conta do engano, superando os condicionamentos.

    Em outras épocas, sob a prevalência de outros despotismos intelectuais e religiosos, que sufocavam a livre expressão da inteligência humana, alguns homens atentos e esclarecidos ainda pressentiam em seu íntimo que um dia a verdade voltaria a brilhar em toda a sua plenitude. Depois, porém, surgiu uma pretensa ciência modificada (ou ciência moderna), que tentou libertar o homem de certos condicionamentos anteriores. Esta, em seu começo, sugeria ao homem e depois provava-lhe que ela era a única fonte válida e eficaz para compreender os enigmas da vida. Tanto se empenhou que conseguiu inclusive demonstrar e provar que, fora dela, ou fora da ciência, não havia outra interpretação para isto que chamamos natureza, mundo, universo. A verdade, portanto, era exatamente aquela que ela apresentava e dizia ter provado. E o homem mal pensante, esse eterno bobo e incauto, saindo de um círculo vicioso (ciência aristotélica e escolástica) caía em outro muito pior.

    O extravio do homem nos tempos atuais é tão grande que ele perdeu toda sensibilidade, toda intuição, toda capacidade de questionar-se a si mesmo, para depois interpretar adequadamente o meio. Perdeu a possibilidade de vislumbrar algo novo, algo diferente que consiga esclarecer e apaziguar essa imensa ânsia de conhecer que traz em sua mente, lamentavelmente ego-personificada. Em verdade, o homem nunca se compreendeu a si mesmo e, por isso, nunca fez uso da verdadeira sabedoria. Apenas repetiu com seu raciocínio vulgar tudo aquilo que sempre lhe incutiram na cabeça, num ridículo e lamentável condicionamento mental. Antes, falsos religiosos, com suas crenças e falácias, condicionavam, e matavam o homem original. Hoje, cientificistas ignorantes e materialistas fazem o mesmo.

    O homem escapou da tirania religiosa, política e até mesmo filosófica de antigamente, para deixar-se enlaçar agora pelo mais perigoso despotismo intelectual de todos os tempos: a tirania do absolutismo científico, próprio de cienticistas obtusos e de governantes, políticos aproveitadores e mal intencionados. Obviamente, não incluo nesta minha denúncia os cientistas verdadeiros. Tal visão científica das coisas, e que nada tem a ver com a ciência eterna, não só escravizou o homem, mas também, e principalmente, distorceu e deturpou a simplicidade e a beleza espontânea que existiam e ainda existem em seu meio ambiente. E estas estão sempre prontas a se revelarem a quem as saiba ver-e-sentir, sem tanto pensar.

    A ciência moderna, a partir de suas teses e antíteses pretensamente impecáveis e provadas, através de sua metodologia capciosa em cinco tempos, conseguiu reconstruir artificialmente a própria vida objetivada, reconstruções e distorções essas que já tinham ocorrido ao longo dos séculos, mas não de maneira tão lamentável. Ela conseguiu elaborar uma vida artificial, praticamente infernal, o nosso mundo-cão cotidiano, chegando ao cúmulo de conseguir provar que essa é a única e verdadeira vida, fora da qual não existe outra, a não ser a aniquilação ou o nada que a ciência preconiza. E não só provou, mas induziu a que o homem de todas as latitudes passasse a pensar única e exclusivamente pelo prisma científico, tudo isso resultando numa percepção absurda que atormenta os seres humanos. Sim, porque o que pensamos, isso acabamos mal vendo e percebendo. Por conseguinte, este livro procura também desmascarar o tão exaltado homem de laboratório, forjador de falsas provas forçadas.

    Tanto o entender dos verdadeiramente inteligentes como o atuar mágico (ou a espontaneidade), intrínseco a todos os seres e coisas da natureza, e que também corresponde à atuação natural do universo, ainda livre de leis físico-matemáticas, foi sufocado e aparentemente suplantado pelo pensamento lógico e pelo atuar intencional, restrito, matemático e artificial dos fazedores de ciência. E tudo isto resultou em determinismo.

    Na verdadeira natureza (autonatureza) tudo é livre e espontâneo, e os fatos, aparentemente se desenrolam sem que se leve em conta os como e os porquês do racionalismo humano. Na verdadeira natureza ou universo prevalecem a mais pura liberdade, espontaneidade, harmonia e paz. Na natureza mágica, já deturpada e desvirtuada pelo homem antigo, passaram a prevalecer a lei da retribuição (ou carma) e a lei da geração condicionada, lei dos engendramentos psicofísicos ou lei da causalidade, também conhecida como lei da interdependência, assim enunciada: isto sendo em pensamento, aquilo aparece, se sobrepõe, se objetiva, se concretiza, desde que para tal se faça alguma coisa propositadamente, se execute o ato intencional. isto não sendo pensado, aquilo não surge, não aparece, não se sobrepõe porque aí também não se executa o ato intencional.

    Essa lei da geração condicionada explica porque os mecanismos inferenciais tiveram tanto sucesso na ciência, mormente quando a ciência acrescentou a eles as suas cinco etapas metodológicas: (1) a observação impessoal, (2) a elaboração da hipótese, (3) a experimentação laboratorial e reprodução do fenômeno, (4) o equacionamento quantitativo-matemático do resultado alcançado, e finalmente (5) a prova final de todas essas lorotas. Isso se enquadra completamente na lei da geração condicionada ou dos Engendramentos Psicofísico ou: isto sendo em pensamento, aquilo aparece, se sobrepõe, se objetiva, se materializa, desde que para tal se execute o ato intencional da experimentação laboratorial. E isso está ligado ao mecanismo inferencial em que partindo-se de pretensos sinais, se alcance o mentiroso objeto escondido.

    Explicando essas sugestões em outros termos, certos homens inconformes, sem saber exatamente o que estavam fazendo simplesmente puseram tal lei em funcionamento como nunca se havia visto antes. Tudo começou assim: inicialmente surgiram e intrometeram-se alguns inimigos da humanidade e inimigos do que é natural, que, não satisfeitos com o atuar espontâneo e natural da vida e do universo, começaram a elaborar invencionices, e dogmas compactos e irremovíveis, de tipo religioso, numa absurda tentativa de dar um sentido único àquilo que não aceita condutas e direções fixas. Portanto eles se serviram do desvirtuamento de revelações superiores, valeram-se de argumentos infantis e fantasiosos, e do medo, que muito favoreceram a eles mesmos, permitindo-lhes que se agrupassem em poderosos organizações religiosas mal intencionadas. Depois, vieram outros que, pretendendo combater as superstições ou o pensamento mágico do homem e, inclusive, o atuar natural e espontâneo da natureza, recorreram ao pensamento lógico-racional, exclusivamente, sem compreendê-lo a fundo, alegando que ele era o único meio de que a mente dispunha para alcançar a verdade fora e dentro do homem. Desconheciam, portanto, quem era esse suposto pensador lógico (ego) que tanto desejava que a lógica prevalecesse sobre a liberdade das coisas e seres. Como resultado final, a lógica-razão acabou convertendo-se em dona absoluta da vida e da morte. Contudo, ela não passa de um ardil, de uma sombra caduca transformando seus frutos nos piores dogmas de todos os tempos, completamente irremovíveis e fazendo de certos cientistas seres cegos, radicais e intransigentes.

    Exprimindo-me de outra forma, certos falsos religiosos antigos, pretendendo subjugar o saber-sentir-intuir, livre e espontâneo dos seres humanos, sem qualquer prova, elaboraram o dogma gratuito e infundado, gerador de temor e falsas submissões. Mais tarde, esse sentir-saber-intuir ou atuação mágica da natureza também acabou sendo suplantado e substituído pelo pensamento lógico e o atuar mesquinho (intencional) de alguns, que anelando tudo explicar, pretenderam estabilizar dentro de esquemas fixos e fechados, (resultando em determinismo, entropia), aquilo que não aceita nem limitação, nem petrificação, nem esquemas. Elaborou-se, portanto, o dogma científico, também infundado como os anteriores, porém desta vez com provas, as quais, se pesquisadas a fundo, são meras fantasmagorias convincentes. E assim o homem enveredou uma vez mais pela senda do extravio e do obscurantismo, num verdadeiro retrocesso mental, apesar do aparente progresso material. O mundo-cão que o homem lógico-racional reconstruiu sobre a vida real é um verdadeiro campo de concentração. Uma monstruosa engrenagem da qual somente os canalhas ultra-refinados sabem tirar proveito.

    Quem limita a vida à ciência pretensamente pura ou quem passa a fazer parte apenas do círculo do pensamento científico-racional é como se entrasse no inferno de Dante, em cujo pórtico dizia ele estar escrito: abandonai toda esperança, vós que entrais…

    E a propósito ainda dessa inscrição, Mortimer Taube, em seu livro "Computers and Common Sense", também disse muito apropriadamente:

    Você conhecerá a verdade, e a verdade o tornará livre; é uma fé inabalável que me faz crer que o processo de investigação racional e o aumento da difusão do conhecimento são os objetivos mais nobres do homem. É como conseqüência desta fé que julgamos necessário denunciar o grau de corrupção que reveste atualmente as palavras ‘ciência’ e ‘cientista’. Pode ser que essas palavras sejam um dia reabilitadas e recuperem seu significado tradicional, mas esta possibilidade é duvidosa.

    Tendo, portanto, surpreendido esse logro ou engano em que o homem outra vez caíra, e tendo feito uma tentativa de revisão crítica do conhecimento científico, como aconselhava Whitehead, decidi resumir aqui minhas peneirações em palavras. Mas para dar um toque crítico e contrário às minhas denúncias e conclusões não definitivas, recorri à ajuda muito oportuna de um amigo, colega de estudos, humanista e buscador da verdade. Ele também já compreendera que a ciência moderna, não obstante as boas intenções e honestidade de alguns, estava sufocando toda e qualquer outra manifestação humana que não promanasse da ciência estabelecida e consagrada. Ernesto Bono

    Intróito da Quarta Parte

    "...Os modos de agir do pensamento (ou suas leis) não podem ser assemelhados às leis naturais; As normas do pensamento deveriam ser obedecidas, e não são leis que têm que ser negligenciadas, por conveniência. E o bom físico é obrigado a aceitar as leis do pensamento antes de poder entender e aceitar a lei natural. "

    sir Arthur S. Eddigton (Realyty, Causation, Science and Mysticism)

    ...Porém, ao apreender (captação sensorial, de fora para dentro), a mente experimenta também sensações que, em rigor, são unicamente qualidades dela mesma. A mente projeta essas sensações de forma tal a revestir os corpos adequados que se encontram na natureza externa. Assim, percebemos os corpos como se possuíssem qualidades que em verdade não lhes pertencem, qualidades que são de fato pura criação da mente. Assim, a natureza ganha um prestígio, que em verdade deveríamos reservar para nós mesmos: a rosa por seu perfume, o rouxinol por seu canto e o sol por seu esplendor. Os poetas enganaram-se invertendo as coisas. Deveriam dirigir suas poesias a si mesmos, e deveriam convertê-las em odes de felicitação pela excelência da mente humana. Em verdade a natureza (que a ciência descreve) é coisa triste, pois não tem sons, nem cheiros, nem cores, nem sensações substanciais ou significativas; a natureza científica é apenas um rodar apressado de energia-matéria, sem fim e sem sentido...

    sir Arthur S. Eddigton (Realyty, Causation, Science and Mysticism)

    "...Estamos já muito afastados do ponto de vista que identifica o real com o concreto..."

    ...A matéria, com todo o resto que se encontra no mundo físico externo, ficou reduzida a um simbolismo obscuro...

    A mente é o primeiro e o mais direto objeto de nossa experiência; todo o resto é apenas inferência remota...

    ...Esses contornos de espaço, tempo e matéria, de luz, cor, coisas concretas, que nos parecem tão vividamente reais, são profundamente pesquisados por todos os recursos da ciência física, e, no fundo, os cientistas acabaram por encontrar apenas símbolos. Sua substância ou pasta material transformou-se em sombras...

    sir Arthur S. Eddigton (Realyty, Causation, Science and Mysticism)

    As Teorias Biológicas, a Evolução das Espécies e a medicina moderna

    Pois é, amigo Bombastus, não te pareceu simplesmente sensacional o intróito que eu fiz para esta quarta parte do livro? E dizer que essas palavras foram escritas entre os anos 1920-1930 por um astrônomo e cientista verdadeiro, sir Arthur Eddington – igual a David Böhm, A.N.Whitehead, Fritjoff Capra e outros – em plena euforia do relativismo einsteniano, das teses da teoria quântico ondulatória de Schrödinger e Max Planck, do implante das leis da incerteza e das probabilidades de Heisenberg.

    Lembro-me que em determinada ocasião, eu fui convidado para fazer uma palestra numa faculdade de ciências biológicas da Universidade Federal do Paraná, se não me falha a memória. E lembro também de ter trazido a baila esses dizeres do sir. Arthur S. Eddington. Os jovens universitários que me ouviam, entraram em órbita e acabaram se irritando porque não tinham entendido absolutamente nada daquilo que eu havia lido, relacionado aos dizeres de Arthur Eddington, e muito menos haviam entendido meus esclarecimentos e explicações. Parecia que eu tinha falado em grego, contando coisas da sabedoria budista-tibetana, para jovens alienados e futebolistas, quando em verdade me exprimi em palavras comuns. Senti-me profundamente constrangido e até um tanto e quanto envergonhado. No caso, a emenda tinha saído pior que o soneto.

    De fato, poucas pessoas entendem algo quando a ciência é enfocada pelo lado da possibilidade de conhecer em si, ou seja, de como tal conhecimento funciona, ou como a epistemologia e a gnoseologia o enfocam e o entendem. Ou ainda, quando tal pretensa possibilidade de conhecer é esmiuçada em sua maneira de atuar e de supostamente arrancar segredos da natureza e alcançar grandes verdades físicas.

    Como declara o notável cientista, astrônomo e matemático, sir Arthur Eddington, um cientista, antes de se meter a forjar leis pretensamente científicas, deveria conhecer as leis de seu próprio pensamento e do pensamento dos demais, porquanto sem a presença da mente ou a sem a intromissão do pensamento não pode se levantar e se implantar uma lei científica realmente autêntica e válida. Se um cientista se autoconhecesse e conhecesse as leis do pensamento, dar-se-ia conta de que em seu íntimo mental existem alguns princípios gnoseológicos válidos, como o saber-sentir-intuir-atuar-amar e outros princípios enganadores por natureza, como a lógica-razão, a memória-raciocínio-imaginação, a comparação, a inferência etc. Estes assim ditos enganadores são comandados por essa coisa mais sutil e mais profunda ainda chamada ego-ignorância ou avidya primordial, conforme os orientais.

    Se tal fizesse, o cientista saberia que só há uma maneira de bem conhecer que é através do sentir ou do saber-sentir-intuir, ou "prajña, jñana" segundo os orientais, e não através do mero pensar ou da lógica-razão ou ainda da memória-raciocínio-imaginação.

    A mente em seu saber-sentir-intuir é intemporal e é válida porque só prevalece aqui e agora. Contrariamente, o mero pensar ou raciocinar é temporal, está no tempo, cria o tempo, é o próprio tempo dito físico (memória) e inclusive é o espaço (imaginação). O pensamento, como uma ressonância do saber-sentir-intuir, só surge a partir do segundo momento existencial em diante, daí ele ser quase ineficaz e muitas vezes falso. Este mal pensar, quando se propõe traduzir as coisas externas sem um pouco de alerta prévio e precaução, sempre as desvirtuará, envolvendo-as com véus absurdos, ou senão acabará se deparando com a aparência ou com a ilusão (maya), porquanto ele é primordialmente só ignorância ou "avidya".

    E como diz sir Arthur Eddington, todos nós percebemos corpos externos como se possuíssem qualidades próprias que em verdade não lhes pertencem, qualidades que são de fato pura criação de nossa mente ou do pensamento em nós. O que chamamos fato externo ou fenômeno científico ganha um prestígio que em verdade deveríamos reservar para o pensamento em nós mesmos, como é o caso: da rosa por seu perfume, o rouxinol por seu canto e o sol por seu esplendor. Os poetas enganaram-se invertendo as coisas. Pois geralmente se metem a louvar o que parece ser externo, quando o dado externo, sem a mente interior ou até mesmo o pensamento, não tem significado algum.

    A natureza bruta pretensamente descoberta e descrita pela ciência moderna é triste, pois não tem sons, nem cheiros, nem cores, nem sensações substanciais e significativas. De acordo com o enfoque científico, o mundo exterior é apenas um rodar apressado de energia-matéria, sem fim e sem sentido. Entrementes, meu caro Bombastus, até o rodar apressado de energia-matéria ou esta visão sombria e definitiva relacionada à natureza e que a ciência moderna nos oferece não é verdadeira em si, porquanto quem informa e assenta tudo isso é o enganador pensamento no homem e não a autonatureza. E este pensamento no homem é uma vitalidade degradada, secundária, caduca, mas que pretende ser grande coisa. O saber-sentir-intuir não pode se defender do pensamento ladrão-e-salteador. E não tem como, a não ser que se transforme em oposto ao pensamento, em seu contrário. E isso, naquilo que é verdadeiro e absoluto, não acontece.

    Conforme ainda declara Eddington a pasta material ou as fezes dos materialistas ficou reduzida a um simbolismo obscuro. Todos os contornos de espaço, tempo, matéria, luz, cor, coisas concretas, que nos parecem tão vividamente reais, são profundamente pesquisados por todos os recursos da ciência física, e no fundo, os cientistas acabaram por encontrar apenas estorietas matemáticas, comprimentos de ondas energéticas e símbolos. A substância ou a pasta material transformou-se em sombras. E, no entanto, as fantasmagóricas e idiotas moléculas da química e da bioquímica, com seus DNAs, cromossomas, genes e genomas, peptídeos, pretensamente presentes numa célula e num corpo vivo, continuam tendo uma importância que de nenhuma maneira lhes cabem. Da célula, então nem se fala. É pura aparência e faz-de-conta. Por conseguinte, o autoconhecimento deveria ser a meta mais objetiva de nossa experiência, porquanto todo o resto não passa de péssimas traduções da inferência remota. E a ciência moderna só e sempre lida com sinais inferenciais e nada mais.

    Em livros anteriores ("A Ciência nos Engana, Ciência, a Magia Logificada e Discurso Contra o Método ou a Antidialética"), eu denunciei que nunca houve uma criação da vida propriamente dita, no tempo e no espaço, nem da parte do Ele, Deus-pessoa bíblico, nem da parte do Deus-acaso da ciência. Por conseguinte, o universo, o mundo, a vida, não tendo sido criados ontem, não podem se estender até o hoje de 24 horas, nem durarão até amanhã.

    A vida, com ou sem mundo, com ou sem universo, simplesmente surge aqui e agora, a partir de algo ou alguém mais significativo como a consciência-ser, a mente pura, como Eu Sou, e por que não dizer, a partir do deus vivo no coração de tudo e de todos. Essa manifestação primeva do aqui e agora se renova de momento a momento, portanto atrás dela nunca há algo escondido que o cientista possa descobrir. Tampouco é possível equacionar a natureza com leis científicas, porque nada dura, tudo muda de instante a instante. Aquilo que o cientista diz descobrir, em realidade ele mesmo o forja, o engendra com seu pensamento e modo de agir intencional. As leis estabelecidas pela ciência são secundárias, são totalmente dependentes do pensador e são frutos da lei da geração condicionada, da lei da interdependência e lei do carma.

    E mais amigo, tudo aquilo que depender de algo mais para se fundamentar, para existir como tal, isso não existe em si, isso só aparece numa total interdependência. A coisa externa e até mesmo uma pessoa dependem do sujeito observador, e este pretenso observador depende daqueles. Tomados isoladamente e de modo separado, tal conjunto, sujeito e objeto, objeto e sujeito não é absolutamente nada.

    Um objeto ou uma coisa ou até mesmo um ser objetivado que apresentar propriedades, qualidades que ao mesmo tempo se contradizem, como o quente e o frio, isso não é um objeto único e sim são vários objetos, são objetos em séries descontínuas.

    Não existem espaço e tempo físicos. Estes são apenas fruto da memória-raciocínio-imaginação. Já veremos o porquê.

    Um objeto não dura no tempo, muda a todo instante. Um objeto passa a ser outro objeto quando achamos que está se deslocando no espaço. Não há movimento ou deslocamento e tampouco há um ficar parado ou inércia.

    Não existe pasta material ou matéria constituída de átomos; há apenas presenças ou formas que se colocam diante de nós e que se concretizam, por causa da nossa ação intencional (ego). Estas presenças tornam-se aparentemente impenetráveis e passam a ter propriedades e qualidades por outros motivos que não uma essência atomística própria.

    A vida estudada pela ciência, e que os homens comuns reconhecem, é fruto da uma geração condicionada.

    A autonatureza, que a consciência manifesta sem ser reconstruída pelo pensamento, é geração totalmente incondicionada.

    Geração condicionada é sempre aquilo que o pensamento reconstrói e a execução do ato intencional concretiza, consubstancia, densifica, torna impenetrável. Isso se nos apresentará como um objeto material, estendendo-se no espaço. É, portanto, o enganador e mentiroso "res extensa" (realidade que se estende) de Descartes.

    Nos dados da geração condicionada, nada tem essência própria, nem anímico-espiritual nem atômico-material. Aí tudo é vazio-pleno e perfeitamente manipulável pelas forças da mente-ego já personificada.

    Nenhuma pretensa e enganadora bioquímica cerebral (ou a assim dita memória-raciocínio-imaginação) pode conhecer o pensamento em si, a inteligência, a criatividade mental, o discernimento, etc. Essa bioquímica cerebral a tudo conhecer e a tudo decifrar é embuste completo.

    Nada pode durar mais do que um momento. Tudo o que pudesse durar mais do que um momento, tornar-se-ia algo eterno, sempre igual, inalterável, estático e irremovível. Tal suposta presença constante seria igual à não-existência, seria igual a nada.

    Não há células, não há neurônios, organelas, mitocôndrias, aparelho de Golgi etc e muito menos núcleos celulares, cromossomas, DNAs, genes, genomas, peptídeos.

    Os componentes ou elementos do sangue, as moléculas bioquímicas desse fluxo vital e do próprio corpo são uma mentira grotesca ou uma aparência velhaca a enriquecer laboratórios.

    Nunca houve evolução das espécies porquanto o palco-mundo onde essa evolução poderia ter acontecido ou ter-se desdobrado nunca existiu. No lugar desse engodo, só pode existir a manifestação do agora, a novidade do momento.

    Em vez de evolução das espécies, dão-se ocorrências, fatos isolados, onde presente está tudo aquilo que tal fato necessitar. Tal fato é seu próprio espaço, seu próprio tempo, seu próprio conteúdo.

    No domínio das aparências (maya) ou da geração condicionada, tudo é regido pela lei da geração condicionada. isto sendo, em pensamento, aquilo aparece, aquilo se objetiva, aquilo se superpõe, aquilo acontece, aquilo se concretiza se para tal executarmos o ato intencional ou propositado. isto não sendo pensado, aquilo não aparece, não se objetiva, não se superpõe, porque além de aí não se pensar também não se executa o ato. Ou senão também é regido pela lei da interdependência: sou eu que te vejo, e vendo-te, me vejo, e vendo-me, te faço... Ou melhor: sou eu, ego que te vejo, que te enxergo, e vendo-te, me vejo, porque eu tu não somos dois, somos um, ou melhor ainda, somo não-dualidade e estamos interligados por um cordão umbilical invisível e especial. E vendo-me, te faço, porque eu, ego, passo a agir de modo intencional e quero te possuir ou senão te rechaçar.

    Não há doenças e sim doentes; portanto, está na hora de devolver a este aforisma antigo o seu verdadeiro significado, sua importância, seu verdadeiro valor, já que a medicina moderna simplesmente o ignorou e o excluiu. No lugar de tal verdade, a medicina preferiu assentar os fatores patogênicos externos, as pretensas moléculas químicas patogênicas, os supostos germes avassaladores, os vírus tenebrosos totalmente criados pelo pensamento do homem, não importa se do próprio paciente ou se do médico.

    Todos esses horrores aparentes que parecem agredir o homem são frutos do ego-pensamento, o qual manipula a lei da geração condicionada contra si mesmo.

    Nós só podemos conhecer e reconhecer o que está fora de nós, graças ao conteúdo de nosso fundo mental ou campo de consciência sensorial. Daquilo que fomos ensinados a conhecer e a reconhecer de modo totalmente condicionado, isso depois enxergamos externamente falando como mundo, como objeto, como coisa, como ser, enxergamos tudo isso numa falsa natureza dependente e recriada pelo homem.

    BOMBASTUS: Não é fácil refutar essa tua nova maneira de encarar as coisas e esse teu criticismo extremado e autofágico, que dizes simplificador e higienizador... Mesmo assim pergunto o que tens a dizer a respeito da teoria celular e teoria genética?

    TEOFRASTUS: Que, apesar dos bilhões e bilhões de provas forjadas, montadas, sustentadas e apresentadas pelo ego-pensamento do senhor biólogo, médico e outros afins, a célula em si não existe. isto é, ela simplesmente não é existência, não existe na verdadeira natureza, na autonatureza, livre das superposições pensantes-pensadas e da convergência de causas e condições. Tal célula só se apresentará em total dependência. Ou melhor, só aparecerá como dado sobreposto e reconhecível. para alguém que pensa de modo precário e atua pior. Ou melhor ainda, a célula apenas se faz presente como um elemento subjetivo-objetivo ou psicofísico do campo de consciência sensorial do senhor biólogo, do médico e de outros mais que pensam e atuam como eles... Se faz presente como coisa separada, objetivamente real e material, e no entanto, ela nada é.

    Amigo Bombastus, antes de continuar nesta temática celular e que reputo importantíssima e gravíssima, deixa-me abrir um vasto parêntese, e que me ajudará a esclarecer melhor minhas denúncias contra a célula.

    Se esta célula ou pretenso tijolo do corpo vivo fosse igual a uma estrela do céu, e que mesmo assim, quando olho para cima ela se me apresenta como tal – (não sendo tal estrela absolutamente nada ou sendo ela um mero símbolo) – nessa minha percepção errônea não haveria qualquer problema. Tal estrela ou não-estrela seriam apenas uma ilusão ou um engano a mais de minha parte.

    A célula, contudo, é um portentoso fantasma que de tijolo não tem absolutamente nada. Tampouco é a base do corpo vivo, ou a razão de ser e de existir desse mesmo corpo. Essa reconstrução ou fantasma, mesmo assim, se faz presente ou aparece

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