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O Desaparecimento De Nossos Filhos
O Desaparecimento De Nossos Filhos
O Desaparecimento De Nossos Filhos
E-book363 páginas5 horas

O Desaparecimento De Nossos Filhos

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Sobre este e-book

Para quem tomou conhecimento de minha obra já editada pela FEEU de Porto Alegre, “Manipuladores da Falsa Fatalidade”, cuja segunda edição (2011) foi lançada pelo Clube de Autores de São Paulo, quero alertar que este livro pode ser considerado uma continuação do livro “Manipuladores”. Tanto no livro “A Grande Conspiração Universal” como no tomo “Manipuladores da Falsa Fatalidade”, eu apenas deixo subentender o que poderia ter acontecido com alguém de minha família, que se ausentou, ou então, se quiserem, de alguém que simplesmente morreu. Jurei para mim mesmo que não voltaria a escrever outra obra sobre ufologia, devido às agressões que se levantaram contra mim na Internet, da parte de alguns. E aqui, no entanto, volto a abordar o tema, devido a certos detalhes que deixei fora, ligados àquilo que me sucedeu e aconteceu principalmente para alguém muito querido e que lamentavelmente já se foi. Antes de tudo, é bom enfatizar que o livro reproduz algumas entrevistas que me foram feitas por pessoas inteligentes, e que quiseram saber detalhes sobre minha vida, de como vivo e escrevo. Se vivo à custa do que escrevo É óbvio que não; porque, a não ser um Jorge Amado e um Paulo Coelho, no Brasil nunca se viu um escritor viver graças ao que escreve. Sobrevivo, isto sim, devido à minha própria profissão de médico. E mais, eles quiseram saber como a ufologia havia entrado na minha vida, e também o porquê do meu posicionamento anticientífico, antipsiquiátrico, anti-igrejas (ortodoxia cristã), e inclusive saber a respeito de minhas “revoluções” culturais, filosóficas, religiosas, científicas etc. De onde elas saíram. De onde brotou tanta novidade. Em suma, esta obra é quase um mini diário de minha própria vida. Talvez interesse a alguns. O livro faz revelações sobre o comportamento de alguns ETs nefastos, no nosso meio e inclusive no mais além, os quais geralmente se nos apresentam como espíritos de luz, anjos, arcanjos, espíritos protetores e tudo o mais. De certa maneira, tudo isso já foi abordado em outras obras de minha autoria.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de ago. de 2011
O Desaparecimento De Nossos Filhos

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    O Desaparecimento De Nossos Filhos - Ernesto Bono

    Primeira Apresentação

    UM ESCRITOR REVOLUCIONÁRIO: SUA FORMA DE SER E DE ESCREVER

    O presente artigo apresenta alguns aspectos pertinentes à produção literária de um escritor revolucionário e controvertido: Ernesto Bono. Médico psicoterapeuta e introdutor no Brasil de uma Antipsiquiatria própria (1970), além de crítico da ciência, dos modelos tradicionais do conhecimento, e estudioso das filosofias e religiões orientais. Aqui relatarei então seu estilo, método e dissabores relacionados à paixão de sua vida: escrever sobre os seus ideais e vivências.

    INTRODUÇÃO

    É através da palavra que se transmite a ideologia do grupo social, diz Lane, mas é também por meio dela que contestamos tal grupo e alcançamos transformações. Sim, pois, a palavra é uma arma de poder. (Lane, 1985, p.38).

    Com esse intuito, Ernesto Bono tem incansavelmente procurado, através de seus livros provocar questionamentos e reflexões a um público (brasileiro) nem sempre aberto à mudanças.

    Atendendo a uma solicitação da disciplina de Socialização e Linguagem, do Curso de Mestrado em Psicologia Social e da Personalidade, apresentarei os resultados de uma entrevista realizada com um escritor, originalmente nascido na Itália, mas naturalizado brasileiro, conhecido nos meios espirituais e alternativos, alvo de críticas, mas também de profundas reflexões. Esta entrevista objetiva seu modo de produção textual, tendo em vista sua obra sobremaneira respeitável.

    Num encontro de quase duas horas, pudemos conhecer não só seu modo de escrever e traduzir em palavras seus anseios e intuições, como principalmente seu modo de pensar e agir.

    Atendendo aos objetivos deste trabalho, aqui serão apresentados apenas os aspectos pertinentes ao seu estilo literário, métodos e formas de escrever, bem como algumas e opiniões a respeito do ato de expressar-se pela escrita.

    Segundo Vygotsky, a linguagem reproduz uma visão de mundo. (1973, p. 58); isso nos ficou muito claro ao conhecer o autor de livros revolucionários para a ciência, a psiquiatria e as religiões.

    Ernesto Bono expressa em suas obras sua própria maneira de ser: contestador, irreverente, irônico, erudito, místico e idealista.

    METODOLOGIA

    A entrevista foi realizada na casa do autor, durante aproximadamente duas horas. Foi gravada em fita cassete e após, transcrita.

    O diálogo da entrevista transcorreu de forma aberta, sendo-lhe solicitado inicialmente apenas que transmitisse como manifestava seu modo de escrever. O entrevistado enfatizou seu estilo literário e o descreveu em suas quinze obras, relatando brevemente o conteúdo das mesmas e os percalços que tem encontrado para editar suas obras inéditas. Foram-lhe solicitados maiores detalhes a respeito de sua maneira de produzir, a fim de que alcançasse mais especificamente o intuito da entrevista: conhecer como era seu modo de escrever e quais ensinos eu poderia extrair daí para o meu próprio percurso como escritora.

    Apesar de não ser um escritor muito conhecido nos meios literários e acadêmicos, justamente por suas idéias antagônicas ao academicismo e à ciência materialista, decidi identificá-lo aqui, já que a compreensão de seu estilo e seu modo de produção ficou facilitado. Verifiquei que sua forma de escrever lhe é muito peculiar e está diretamente relacionada com sua maneira de ser, o que torna interessante a sua identificação.

    O entrevistado foi escolhido por ter produzido diversas obras, por ser, de certo modo, reconhecido nacionalmente – principalmente nos meios espirituais e alternativos – e ser de fácil acesso à entrevistadora... Atualmente possui seis obras editadas (1986) e duas traduções, e mais treze obras inéditas à espera de um editor. Seu livro mais vendido foi Cristo, Esse Desconhecido, Editora Record, 1978. As demais obras editadas dele são: É a Ciência uma Nova Religião? (ou Os Perigos do Dogma Científico), Editora Civilização Brasileira, 1970, esgotado. Nós a Loucura e a Antipsiquiatria", Editora Pallas, 1974 e Editora Afrontamento, Portugal, 1975, esgotados. Senhor do Yoga e da Mente, Editora Record 1980, esgotado. Ecologia e Política à Luz do Tao, Editora Record, 1981, esgotado. Antipsiquiatria e Sexo (ou A Grande Revelação), Editora Record, esgotado. Tradutor do livro Kundalini de Gopi Krishna, Editora Record e Percepção Interpessoal, de Ronald Laing, Editora Eldorado. – (Depois desses editou mais 15 livros).

    Ernesto Bono chegou ao Brasil com 12 anos de idade, Formou-se em Medicina. Trabalhou no Hospital Psiquiátrico São Pedro, de Porto Alegre, por vinte e dois anos e continuou trabalhando em consultório particular, como psiquiatria, (psicoterapeuta, médico geral e medicina do trabalho). Aposentou-se recentemente de suas atividades hospitalares.

    Desenvolveu vários cursos e grupos de estudos sobre Antipsiquiatria, Filosofias Orientais, Cristianismo revisado, Parapsicologia, Magia, Ufologia etc.

    RESULTADOS E DISCUSSÃO

    O nosso entrevistado, em seus livros, possui um estilo literário variado; Sempre se preocupa de produzir textos envolventes, criativos, com beleza e movimento, evitando causar enfado no leitor. A maioria de suas obras são consideradas ensaios. Só que estes possuem muitas partes em forma de crônicas, reportagens expositivas, ficção, poesia, colóquio e por vezes diálogos platônicos. Escreve numa linguagem psicológica, crítica, filosófica, intimista, religiosa e, por vezes, expositiva e erudita.

    E.B. exprime-se com muito orgulho a respeito de seus livros, e notas-se que realmente gosta do que faz. Afirma que escrever um livro é muito desgastante. O cansa muito e por isso ele não sentaria meses e meses em frente de uma máquina de escrever – hoje computador – para registrar bobagens. Em cada livro, pretende sempre transmitir sabedoria, reflexões, meditações, questionamentos, tentando levar mais luz ao conhecimento humano sobre a vida.

    Seu talento como escritor nasceu aos poucos e diz que neste aspecto foi naturalmente autodidata. Começou a redigir ainda bem jovem, e publicou seis artigos no Correio do Povo de Porto Alegre, na década 1950-1960. Antes de entrar na medicina, se aplicou muito ao estudo da ciência e cultura geral. Quando passou a freqüentar a Faculdade de Medicina, além de se aplicar às disciplinas básicas do curso, pesquisou muito também sobre os fundamentos da medicina oficial. E tentou provar para si mesmo o quanto eram falsas certas teses básicas da medicina moderna. Parece-me que esta atitude crítica perpetuou-se e constitui hoje a sua marca registrada.

    Bono critica tudo o que faz parte do mundo convencional; tenta substituir dados conhecidos e consagrados, e que ele chama de vacas sagradas, para tentar colocar em seu lugar verdades novas, ou senão recolocar teses muito antigas trazidas pelas mensagens dos sábios de outros tempos e milenares.

    Movido por esta sede transformação, sua forma de escrever reproduz esta intenção, Segundo o que o entrevistado diz, tudo começa com um impulso interno, uma vozinha interior que o leva a desenvolver determinado tema. Não qualquer tema, mas temas sempre relevantes para a humanidade.

    Quando começa a escrever, ele não sabe exatamente o que vai dar, nem como vai terminar. Conta que as palavras vão saindo aos borbotões, numa enxurrada de frases e revelações. Geralmente parte do aprofundamento de leituras variadas, fixando-se num tema importante: e aí lhe saltam aos olhos as falhas, mentiras e tolices desse tema consagrado.

    A partir desse novo enfoque, acaba reescrevendo tais assuntos, conforme a visão que teve, ou também conforme poderia ter sido a visão dos mestres antigos, tipo Laotsé, Chuangtsé, Cristo, Buda, Krishna, Nagarjuna, Bodhidarma, Platão, Plotino etc. No entanto, preocupa-se em não fazer críticas gratuitas. Quando se permite, as faz com toda a fundamentação necessária, buscando recolocar a Verdade em seu devido lugar. Diz que também costuma aproveitar de sua experiência pessoal.

    Trabalhou muitos anos numa instituição psiquiátrica, lidando diariamente com a loucura humana e, por que não dizer, com a loucura médica bem comportada, o que lhe deu subsídios para contestar a Medicina, a Psiquiatria, a Psicanálise e a Ciência vigente.

    O que nos parece inspiração, E.B. simplesmente chama de vozinha interior ou impulso. Essa é, pois, uma forte motivação que o leva a escrever. Esclarece inclusive que seu modo de se exprimir não tem nada a ver com psicografia espírita, com canalizações, incorporações ou coisa parecida. E como se a Sabedoria Universal tomasse conta de mim e exigisse: Me resgata, faze alguma coisa por mim, corrige o que fizeram contra mim, emenda algumas coisas que estão por aí!"

    A produção de E.B. é irregular, apesar de intensa. Às vezes escreve várias horas por dia e em outras ocasiões senta-se e redige só meio parágrafo. Diz que jamais sacrifica o seu viver cotidiano para escrever. Como diz, de modo injusto não tem sido editado. Por isso que nos últimos anos tem escrito livremente, sem a pressão das editoras, e isso o deixa livre para produzir em seu ritmo próprio.

    Refere que é comum interromper seu trabalho literário diário para a arrumar a casa ou fazer compras. E quando volta, retoma o assunto no ponto em que parou. Ao terminar a obra, ainda falta a montagem, a vozinha então lhe diz: Isto vai no começo, isto no meio e isto no fim. O livro está pronto. É exatamente assim. E então, de repente, surge a obra que ele reputa maravilhosa. O interessante é que nosso autor, até então, não se preocupava com a estrutura do livro; simplesmente ia escrevendo.

    E.B. redige obras há mais de vinte e cinco anos (1991), e também diz que hoje conhece bem as mandingas literárias. Logo após ter redigido o livro bruto, começa a lapidação. Corrijo inicialmente os erros gramaticais; depois dou os retoques literários e faço os acréscimos que cabem. Só passo o livro a limpo após umas três ou quatro buriladas, não antes!

    Uma das dificuldades deste autor, ocorre na hora de dar o título definitivo à obra. Não se satisfaz tão facilmente, pois tem que pensar na expectativa do mercado do livro. O título tem que agradar ao ‘marketing’ e ser bem vendável. Diz ele: Hoje se compra mais pelo título e capa que pelo conteúdo!"

    Refere que quando alguém resolve utilizar um título que não agrada, que não era atraente para o público, isso se refletia negativamente nas vendas. E isso aconteceu exatamente com o seu último livro editado: Antipsiquiatria e Sexo" (A Grande Revelação), que ele considerou uma obra prima e uma verdadeira revolução em psiquiatria e psicanálise, mas que infelizmente, talvez por causa do título, passou em branca nuvens.

    Após concluída a obra, gosta de mostrá-la aos amigos para coletar as informações, as opiniões e as críticas que eles possam fazer.

    Nos últimos anos, sua produção tem sido intensa, mesmo sem os favorecimentos e reconhecimentos de uma editora. Escreve pelo menos um livro por ano. Sente uma grande necessidade de escrever. O impulso secreto que o leva a redigir é: uma curiosidade natural por tudo o que não é acadêmico, ou senão, pelo insólito, por tudo o que não é cotidiano, corriqueiro. É assaltado por uma insatisfação natural que lhe permite lutar contra os dogmas religiosos, contra a intolerância, contra as leis e normas científicas, contra a injustiça e a maldade, daí surgir esse impulso forte que o leva a protestar por meio da escrito e do papel.

    CONCLUSÃO

    Pude constatar, a partir das palavras do entrevistado, que seu modo de escrever está diretamente relacionado com sua maneira de ser e pensar. Este autor não possui uma metodologia estruturada ou uma técnica para transmitir suas idéias ao papel, o que é, de certa forma, compatível com seus posicionamentos anti-acadêmicos, totalmente contrários ao formalismo. Escreve geralmente movido por uma intuição ou inspiração que diz estar ligada a uma Sabedoria Universal inerente.

    Sua fonte de produção, portanto, não é apenas o intelecto, mas sim seu ser, seu organismo como um todo. Isso, infelizmente, não pode ser ensinado numa universidade.

    Seu estilo variado e seus temas ecléticos revelam uma total ausência de comprometimentos com os meios científicos ou com qualquer outra instituição. Daí ser E.B. um verdadeiro livre pensador que busca expressar suas idéias através do papel.

    Por sua irreverência e criticismo, e como revolucionário que é, ele tem sido ameaçador demais para alguns grupos, e, por causa disso, tem que suportar o peso do ostracismo avassalador e do injusto descaso.

    O que de mais proveitoso tiramos em sua exposição é a sua garra, a sua motivação e até mesmo a sua paixão por temas que reputa importantes para entender a vida. Pessoalmente, acredito ser este forte interesse e esta dedicação aquilo que move a ação humana e seu intento, além de E.B. ter um compromisso incondicional com seu próprio íntimo, com seus valores e seus ideais, que talvez sejam universais. Seja através da ciência, ou seja através da contracultura, o escritor deve ser, acima de tudo, livre.

    É por meio da constante reflexão e da meditação que podemos ultrapassar a ideologia vigente e contestá-la com justiça. Ao que me parece, Bono não pretende aniquilar as ideologias dominantes, ou quem sabe substituí-las pelas suas. Seu intento maior é provocar questionamentos e abalar as verdades consagradas, tidas como absolutas e definitivas, e inclusive incentiva a que cada um busque a sua.

    E tudo isso através do que? Da palavra. É esse o poderoso instrumento que possuímos e, se soubermos usá-lo com argúcia e sabedoria, sem qualquer dúvida, removeremos montanhas!

    Porto Alegre, setembro de 1991

    Gisele Monza da Silveira

    ARTIGO DE LUIZ CARLOS MACIEL

    Amigos, este artigo foi escrito por Luiz Carlos Maciel, no Pasquim-Sul número 13, como uma espécie de Introdução para a nova versão do meu antigo livro Ciência, a Nova Religião. Aproveito, pois, a oportunidade para incluí-lo também neste meu Resumo, pois se encaixa como uma luva...

    ANTÍDOTO AO CIENTIFICISMO

    Há uns quinze anos atrás, mais ou menos (1971), anunciei pelas páginas do semanário Pasquim o aparecimento de uma obra que considerei extraordinária, É a Ciência uma Nova Religião? de Ernesto Bono. Era extraordinária, em primeiro lugar, porque ousava por em questão a própria Ciência, ou seja, o conhecimento científico em si.

    Era o que se chama de corte epistemológico, ou um fim para a arrogância científica.

    Na ocasião, escrevi sobre o autor e o livro, que foi publicado pela Editora Civilização Brasileira. Suas idéias tiveram boa penetração em círculos da cultura alternativa, de matizes diversos, em todo o Brasil, mas não obtiveram resposta no mundo universitário, isto é, na cultura oficial. Foi encarado, talvez, como um livro de contracultura, (não o sendo), o que o limitava a um gênero determinado. Em outras palavras: acabou sendo objeto de um preconceito pernóstico.

    Naturalmente, o silêncio sobre o livro permitiu que se silenciasse também sobre as suas denúncias. Em nosso mundo, o endeusamento da Ciência tem conseqüências desastrosas que poderiam ser evitadas se houvesse um pouco mais de bom sendo em relação ao assunto. Tudo neste mundo, em verdade, é impreciso, indefinido, provisório, incerto, relativo etc. inclusive a ciência, que pretende não ser.

    Ernesto Bono evidenciava o caráter limitado e, mesmo, ilusório do conhecimento científico. A universidade não podia tomar conhecimento dele. Sentia-se ou se sentiu ameaçada.

    Na época (1970-1971), parecia que estávamos prestes a assistir a um grande despertar espiritual nos países do Ocidente. Havia – ou parecia haver – um interesse crescente por valores de uma natureza superior. Tudo estava sendo posto em questão. Nossa cultura passava por uma revisão radical e a perspectiva de uma nova cultura parecia aberta. Não há dúvidas de que foi uma preciosa oportunidade histórica para a libertação das cadeias internas e para o crescimento individual.

    Passados todos estes anos, não houve, porém, nenhum grande despertar espiritual nos países do Ocidente. Pelo contrário: mais uma vez prevaleceram e predominaram a obsessão egocêntrica, o fanatismo egolátrico e os valores da vida vulgar. Estamos inclusive num momento em que o progresso tecnológico e a prosperidade material consolidaram sua posição como valores supremos de nossa civilização, sem que nenhuma ameaça alternativa ou libertária coloque em questão a sua supremacia. Os interesses espirituais estão em segundo plano.

    É neste momento que Ernesto Bono informa ter acabado uma nova versão de seu livro, versão ampliada, corrigida, melhorada e rebatizada com o título mais sintético, CIÊNCIA, A NOVA RELIGIÃO.

    Os argumentos são fundamentalmente os mesmos da antiga versão, mas formulados, agora, com mais clareza e eficiência. (E as respostas são praticamente imbatíveis).

    O que marca o trabalho intelectual desse autor é o seu desconcertante bom senso. Os complexos emaranhados verbais que caracterizam o pensamento ocidental, em todos os seus confusos desdobramentos, não fazem sentido para ele que, simplesmente, os despreza. Para Bono, a mediação intelectual é um desvio (da mente), uma distorção. É uma complicação mental que ele denuncia, e não um refinamento, um requinte, uma elaboração superior, como se pretende, ingenuamente, em nossos círculos culturais mais respeitáveis. Apenas isso mesmo: uma complicação, inútil e doentia, como todas as complicações. Bono não se debate em cogitações vazias. Seus argumentos são diretos, certeiros: nascem da Intuição Pura, sem mediações inúteis ou distorcentes.

    As chamadas verdades científicas são aceitas pela maioria das pessoas, como um dogma religioso. Trata-se de um fenômeno generalizado de crendice ou superstição

    Essas pretensas verdades supersticiosas são inculcadas nos jovens, graças à inocência deles e falta de defesa e a tal processo monstruoso de deformação intelectual e espiritual, confere-se o nome de instrução ou educação. Através de tal processo, nossas escolas e universidades geram a estupidez em escala social.

    A verdade é que já fomos longe demais. Os males causados pela concepção cientificista do mundo parecem irremediáveis. Mas talvez nem tudo esteja perdido. Um trabalho de regeneração talvez ainda seja possível. E ele só pode começar com a administração de antídotos poderosos como este CIÊNCIA, A NOVA RELIGIÃO.

    Luiz Carlos Maciel

    PREÂMBULO

    Embora a palavra preâmbulo possa significar também prefácio, o que vou reproduzir a seguir, não corresponderá exatamente a um prefácio do livro, mas sim a uma espécie de sinopse, por meio da qual vou discorrer sobre meu trabalho e obra.. Neste preâmbulo, falo de tudo aquilo que já fiz até hoje, como pensador (ou anti-lucubrador), como palestrante e como escritor.

    Pareceu-me, então, de bom alvitre incluir no começo deste livro uma entrevista que um amigo meu, Nelson Agostinho, residente em São Paulo, me fez três anos atrás (isto é, em 1988). Pelo espírito de tal entrevista, qualquer um verá como eu era e como fiquei, depois que a fatalidade me atingiu em cheio, roubando-me uma filha...

    Alguns chegaram a dizer que, por causa disso, como escritor, eu piorei, quando isso não é verdade.

    Por outro lado, um querido amigo, professor e mestre – e que me ajudou para que quatro dos meus livros fossem publicados pela renomada editora Record, e graças a isso, lhe sou imensamente grato – quando tomou conhecimento de meu livro Manipuladores da Falsa Fatalidade (primeira edição pela FEEU Porto Alegre), e leu tal obra, simplesmente se ressentiu ou se escandalizou, porque eu tinha ousado criticar a Lei da Carma, sacramentada na Índia, no extremo Oriente, e também pelo espiritismo e espiritualismo ocidental..

    Gostaria que esse querido amigo, mestre e irmão soubesse que eu não me tornei um infiel ou um herege por ter escrito tal obra.

    A Lei do Carma continua prevalecendo, sim, mesmo que o criador de tal Lei não tenha sido Deus ou o Absoluto ou Brahmán. Assim eu ouso me exprimir, aproximando-me mais do Budismo que do o Orientalismo em geral e espiritualismo Ocidental.

    Por conseguinte, assim como se levantou uma Lei – a Lei da Geração Condicionada – a qual segura e rege as intromissões e recriações do Demiurgo e do ego-pensamento humano, evitando assim desvirtuar de fato a Verdadeira Natureza.

    Por causa dessa Lei e por causa da própria Lei Geração Condicionada, secundária e superposta, só nas aparências, a Autonatureza, para o raciocínio pretensamente perceptor, ficou em segundo plano ou escondida. E cedeu lugar a uma falsa natureza distorcida e recriada pelo Demiurgo e pelo ego humano. Devido à lógica-razão, Ciência moderna só tem aumentado as distorções e as aparências que caracterizam tal falsa natureza.

    Em face do pensamento errôneo, assim como teve que se levantar a Lei da Geração Condicionada, do mesmo modo também se levantou a Lei do Carma, e que prevalece toda vez que um ego ladrão e salteador se introduz na Mente do Homem e passa a atuar de modo intencional.

    É bom que se saiba que a Lei do Carma vinga toda vez que o falso ente-ego se sobrepõe ao verdadeiro SER ou querido EU.

    Não há uma Lei Divina ou cármica que dirige e castiga a mente-ego no homem, e suas maneiras de mal agir e pior pensar. Mas, há isto, sim, um ego-carma que tem que colher as conseqüências de tudo o que ele (pensa e faz ou) planta ao longo das diversas vidas impostas pela ignorância e pelo ego-desvario.

    Não há uma Entidade Superior (Deus) castigando o ego por meio do Carma. Há um ego-carma que se segura e se castiga a si mesmo quando ele passa das medidas.

    Nos Manipuladores da Falsa Fatalidade, escrito depois da transferência ou do falecimento de minha filha, eu inclusive ousei dizer que no além havia canalhas trevosos que, para proveito próprio, manipulam para pior as respostas cármicas dos indivíduos. Ou senão inventam uma fatalidade descabida e a aplicam em certos seres humanos, roubando-lhes Vitalidade e até mesmo o corpo (cascão) para que, graças à essa torpe manobra, tirarem proveito e se reforçarem. Ou senão consigam retornar ao meio terrestre, sem precisar reencarnar.

    Quantos figurões do além, para não precisar reencarnar, roubam o corpo alheio, o esvaziam e penetram no mesmo como se fossem proprietários daquilo que roubaram. Os roubados e esvaziados geralmente são os jovens que, aliás, também são os que mais desaparecem. Os corpos sutis (alma, perispírito, corpo astral, mental, causal etc.) desses jovens raptados são mandados para mundos astrais especiais, que lá ficam até que se dê o retorno.

    Amigos, neste livro, além de restringir-me às minhas habituais explanações, criticismos, reflexões, aprofundamentos e meditações, também denuncio aquilo que vem acontecendo à humanidade em geral, especialmente aos mais jovens, e aí vou até as últimas conseqüências.

    Neste esboço de denúncia, incluo o falecimento de minha filha A.B. que, por assim dizer, foi acidentada, tendo sido ela incluída, sem o querer, numa gigantesca e dolorosa conspiração universal, tratada em outros livros já publicados. Neste resumo, também vou apelar para toda a minha argúcia e capacidade para demonstrar e deixar bem evidente que a MORTE de todos, malgrado roube a presença de entes queridos que no nosso meio viviam, não é exatamente aquilo que se costuma dizer.

    Saliento inclusive que todos nós, inapelavelmente somos vítimas de entidades malignas do além – não necessariamente de pretensos desencarnados obsessores – e que manipulam a falsa fatalidade. Por conseguinte, se assim é, urge pois que tais manipuladores sutis sejam entendidos em profundidade, que sejam desarmados de alguma maneira, e, se possível, desvitalizados . Já veremos o que isso significa. Portanto, antes que continue me espraiando pelas 200 e tantas páginas do presente trabalho, parecendo um insano, côo alguns poderão (mal) pensar, é bom que alguém mais me entenda como de fato sempre fui e continuo sendo.

    Meu entrevistador, Nelson Agostinho é um rapaz que leu boa parte de meus livros editados e inclusive três obras das vinte e tanto inéditas, não incluindo esta. Ele ficou sobremaneira impressionado e entusiasmado com o trabalho.

    Sabendo da pouca repercussão de minhas obras vinham tendo junto ao público leitor, pensou em ajudar-me de outro modo, recorrendo inclusive ao auxílio de escritores e editores estrangeiros, na esperança de que, quem sabe, meus livros viessem a ser publicados em outros países, também, ou senão venham.

    Como fora do Brasil e Portugal, dificilmente alguém fala e lê o português, N.A. resolveu fazer um resumo de tudo o que fiz. Optou por uma entrevista, um pouco extensa, é claro, mas sempre menor que qualquer outro livro que já escrevi.

    Peço desculpas se a contragosto, em momentos, me alongo demais em minhas respostas. Mas desmanchar Himalaia de mentiras não é tarefa fácil.

    N.A. pretendia verter esta entrevista ao inglês, para ver se alguém, lá fora, criava um pouco de interesse pelo meu trabalho. Ele não me informou no que deu...

    Desculpem se o digo, mas ouso crer que meus livros seriam um orgulho para qualquer outro país. Todavia, alguns daqui, com o descaso que me propiciaram, querem que eu próprio sinta vergonha (descabida), por escrever e pensar como escrevo. E há quase 40 anos, atiraram-me a um doloroso ostracismo, difícil de suportar. Nenhum criador, nenhum artista sobrevive a isso, nem consegue consolar-se com a eterna expectativa...

    Bem, mas o descaso, às vezes, faz parte da Vida! Afinal, não é o refrão que diz: Santo de casa não faz milagres!?... Talvez esse seja o meu caso...

    Espero que ao incluir esta entrevista no começo do livro, o restante da obra em nada ficará prejudicado. Bem ao contrário... Até forneço dois exemplos práticos do que vem a ser o ATO PURO –       e que não resulta em Carma nem na Lei da Geração Condicionada – ato não intencional ou livre (ou magia), o que é muito importante...

    Uma ressalva, na época em que N.A. me entrevistou, o doloroso acidente que envolveu minha filha, e que quase me esmagou, ainda não havia acontecido.

    NELSON ENTREVISTANDO ALGUÉM (E.B.):

    Nelson: O que é que você acha falar das suas origens e situar claramente, em termos de espaço e tempo, sua experiência transcendente? O que foi que levou você a ela? Como é que as coisas se encaminharam?

    E.B: Bem, eu como pessoa humana não tenho grandes coisas a salientar.

    Nunca pretendi ser diferente dos demais ou ser alguém muito especial.

    Sou um ser humano como todos, mas acredito que, desde pequeno, uma coisa dentro de mim começou a fervilhar. Talvez fosse uma espécie de minne sanguínea, como diriam os partidários do esoterismo e arianismo hiperbóreo.

    Essa minne (ou essa lembrança e saudade visceral) me tornava inconforme, no que diz respeito às muitas noções e conhecimentos vigentes. Dessa maneira, então, de modo espontâneo, graças a mim mesmo, ou graças a qualquer coisa mais que havia em mim, fui-me apercebendo de diversos fatos do Insólito, do Desconhecido.

    Passei a saber de coisas, cuja difusão em tempo de juventude era proibida, pois contrariavam o dogma vigente. Coisas, digamos como o Retorno ao Lar Perdido, vidas sucessivas, Eterno Retorno, lei da retribuição (Carma).

    Coisas como a não veracidade dos paraísos e infernos, católicos e protestantes. Naquele tempo cheguei inclusive a desconfiar de que as doenças pudessem ser simplesmente provocadas por germes, vírus, ou por deficiências metabólicas, como diz a medicina. Em suma, tudo isso que em mim se levantava era totalmente instintivo, intuitivo e, aparentemente, não possuía um fundamento lógico maior, a não ser, talvez, o da minha imaginação.

    Hoje, contudo, percebo que nada foi imaginado. De certo modo, nunca me conformei com os ditames da vida cotidiana. E esta, no meu caso, não foi lá muito gentil nem camarada. Ao contrário, foi quase madrasta!...

    Por exemplo, nasci na Itália em 1934 e me criei durante os anos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Passei todo o período do segundo conflito mundial numa cidade chamada Torino (ou Turim), situada no norte da Itália. E esta cidade, desde as primeiras 24 horas em que Mussolini declarou guerra à França e Inglaterra sofreu as conseqüências do primeiro bombardeio aéreo. Naquela noite, alguns aviões franceses, de raiva e vingança, resolveram bombardear minha cidade, E as primeiras bombas caíram duas ou três quadras de onde eu morava.

    Torino, onde se localiza a grande fábrica FIAT, LANCIA etc. sofreu ataques aéreos um atrás do outro, durante quase cinco anos ininterruptos. Horrores esses que comecei a testemunhar com quase sete anos de idade. O curioso, contudo, é que todas essas adversidades não me transformaram num neurótico de guerra. Ao contrário, digo eu – e por que não? – fortaleceram meu caráter.

    Meu pai era de família razoavelmente rica, mas perdeu o direito à herança

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