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A Lenda Dos Cinco Povos
A Lenda Dos Cinco Povos
A Lenda Dos Cinco Povos
E-book625 páginas7 horas

A Lenda Dos Cinco Povos

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Sobre este e-book

Um antigo inimigo ressurge na Terra de Almar, colocando a todos em perigo. Num lugar improvável no coração do Reino dos Homens do Sul quatro amigos descobrirão que nada é por acaso e que juntos têm o poder de mudar a própria realidade. Juntos eles enfrentarão perigos que jamais imaginaram, mergulhando rumo ao desconhecido em busca da única chance de poder voltar para casa e para suas vidas. O que eles perceberão no final dessa jornada é que suas vidas jamais serão as mesmas e que terão de pagar um alto preço para salvar a si mesmos e os demais. Neste primeiro volume da trilogia A Lenda dos Cinco Povos, Raul G. M. Silva nos apresenta a um novo universo mágico, cheio de surpresas e mistérios, prepare-se para mergulhar em uma aventura numa terra onde tudo é imprevisível e vida e morte estão em jogo a cada nova aventura que se coloca diante desses quatro amigos que terão a amizade testada a cada segundo.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de out. de 2023
A Lenda Dos Cinco Povos

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    A Lenda Dos Cinco Povos - Raul G. M. Silva

    Primeira Parte – Sobre histórias secretas

    CAPÍTULO 1 | A sala secreta

    Artur Ghridff é um menino magro e loiro, de olhos castanhos e rosto pálido, que mora com a avó na pequena cidade de Flores, onde nada de especial acontece.

    Dona Gigi, a avó de Artur, é uma senhora muito bondosa, que está sempre pronta para ajudar, mesmo que seja um pouquinho atrapalhada, mas se você fizer algo de errado ela pode ser um tanto severa.

    Os pais de Artur estão sempre viajando pelo mundo, mas, sempre quando têm um tempinho, dão um pulinho no Brasil para visitar o filho. Não que isso fosse assim tão ruim, Artur era o único de sua escola, que possuía vistos das embaixadas britânica, americana, escocesa, russa, espanhola, irlandesa, portuguesa e alemã o que garante que ele possa andar livremente por todos esses países.

    Atualmente seus pais estão em algum lugar da Noruega, estudando os fiordes, pelo menos era isso que dizia o último cartão postal dos dois.

    Artur tem ainda três grandes amigos, na realidade eles são quase da família, Tom Xavier, Gui Souza e Luna Menezes.

    Tom é moreno, alto e magro, é o medroso da turma do primeiro ano A da Escola de Segundo Grau de Flores, seu nome verdadeiro é Tomás coisa que ele detesta, por isso todos o chamam de Tom.

    Gui é alto e loiro, usa óculos quadrados o que lhe dá um ar meio cê-dê-efe, é fera em português e em xadrez o melhor da escola, mas em geral é um dos primeiros a tentar fugir das aulas de matemática, por essa razão Luna sempre está implicando com ele.

    Luna tem cabelos curtos e pretos, é alta, mas não a mais alta dos quatro. Em outros termos é a garotinha esperta, a melhor em todas as matérias da escola, exceto talvez português, os estudantes a chamam de Srta. Sabe-tudo, o que ela agradece e recebe como um elogio.

    O ponto de partida de nossa história é em uma quinta-feira monótona, no início da última aula do dia, na Escola de Segundo Grau de Flores, matemática, Gui, como sempre, acabara de tentar fugir e Luna agora estava ralhando com ele:

    – Francamente quer ser expulso, ia ser a terceira vez esta semana, se você continuar assim, vou contar tudo para a tia Ágata.

    – Você não faria isso?! – exclamou Gui.

    – Ah, faria sim, e…

    Um fato não mencionado, Luna e Gui são primos, por parte de pai e em segundo grau (a bisavó de Luna é avó de Gui).

    Sem se importar com essa digamos distração, rotineira durante as aulas de matemática, Artur se virou para Tom, que observava a cena dizendo:

    – Olha, eu não sei onde a Luna arruma tanto fôlego assim para gritar, em todo caso, fico feliz de não ser o primo dela.

    – É ainda bem – concordou Artur.

    – Mas se ela continuar assim, a professora vai expulsá-la da sala e a última coisa que queremos é ver a Luna raivosa porque perdeu uma aula – disse Tom.

    – Não, você vai ver, quando a Juliana entrar, ela para. – disse Artur.

    E foi dito e feito, quando a profª. Juliana Albuquerque entrou na sala, Luna (para o alívio da turma) parou de berrar, voltou a sua pose de estudante comportada e permaneceu assim até o meio da aula.

    Foi nessa hora, que a pessoa mais odiada da escola apareceu. A vice-diretora Antônia Morgado.

    Ela bateu na porta, meteu a cabeça dentro da sala e disse com sua voz melosa e arrastada:

    – Com licença, profª. Juliana será que eu posso dar uma palavrinha com a Marryane?

    Felizmente, Morgado também era detestada por todos, ou quase todos, os professores, pois todo mundo sabia que ela e o professor de português Gilberto, eram secretamente namorados, e como todos detestavam os dois, achavam também que formavam um casal perfeito.

    Juliana nem ergueu os olhos do papel em que estava escrevendo ao responder:

    – Tudo bem.

    Antônia Morgado era a pior funcionária da escola, aparecia nas horas mais impróprias para infernizar a vida dos alunos. Os mesmos que a detestavam, detestavam também a sua filha Marryane, que se levantou com imponência e saiu andando com ar de superioridade para falar com a mãe.

    Artur, Tom, Gui e Luna, odiavam particularmente a turminha que andava com Marryane, Joane, Marco e Diego.

    Quando, finalmente, o sinal tocou alguns minutos depois, anunciando o fim das aulas, todos puderam sair. Gui foi o primeiro a deixar a sala. A profª. Juliana se despediu com o lembrete de que estudassem para a prova do dia seguinte.

    Artur, Tom e Luna, tiveram a infelicidade de topar com a Marryane na porta, a garota se virou e disse para Luna:

    – E, Menezes, se minha mãe souber que você andou berrando durante a aula, ela vai providenciar pessoalmente para que seja expulsa. Sugiro que tome cuidado. – A turminha ficou rindo-se de Luna nas costas de Marryane.

    Luna apressou o passo e desceu para o pátio.

    Quando Artur e Tom chegaram encontram a amiga muito entretida conversando com a bibliotecária, Érica. A chuva que durara todo aquele dia passara. Artur e Tom caminharam pelo pátio lavado de chuva e encontraram Gui ao lado do portão. 

    – Por que ela tem que ir também? – perguntou Gui, indicando Luna com a cabeça.

    – Você sabe que ela é a melhor em matemática da escola – disse Artur.

    – E vê se pega leve com ela – disse Tom.

    – Por que eu deveria? – indagou Gui.

    Tom e Artur, então, contaram a gracinha da Marryane para com Luna.

    – Vamos Gui – disse Artur, quando Gui fez aquela cara de bem-ela - mereceu.

    Gui não melhorou seu humor nem quando Artur disse que ele era o melhor de português.

    – Ah, está bem, se não tem outro jeito – disse depois de muita insistência.

    É que os quatro haviam combinado de ir estudar na casa de Artur, como sempre, Luna, porém, nunca fora, até aquele dia, pois ia de ônibus para casa. Hoje para a infelicidade da Gui resolvera ir de última hora.

    Quando, finalmente, Luna terminou de conversar com a bibliotecária se reuniu a eles dizendo:

    – Por que tem gente como a Morgado e a imunda da filha dela no mundo?

    – Ah, Luna, não reclama – disse Gui, lançando a garota aquele tipo de olhar, que diz com todas as letras você-bem-que-mereceu.

    – Não, estou dizendo que não sei disso – retrucou a garota aborrecida. – Só que hoje foi comigo, mas amanhã pode ser com qualquer um que não vá com a cara da mãe daquela sapa-russa.

    – Eu não acredito no que eu acabei de ouvir! – exclamou Artur.

    – Nem eu! – disse Tom.

    – Luna Menezes, xingando alguém, em público! – disseram Artur e Tom em uníssono.

    – E não é só isso a mãe dela é uma…

    Mas o que Morgado era, eles nunca souberam, Luna se calou de repente, tinham chegado ao Velho Casarão da Avenida das Rosas, o lugar dava arrepios.

    Árvores velhas e secas ladeavam um caminho tortuoso, que subia colina acima, tinha um aspecto agourento, que fez com que os cabelos da nuca de Artur ficassem em pé.

    Todos os dias eles passavam pelo mesmo lugar, mas nunca se acostumavam com ele. Histórias sinistras eram contadas em Flores sobre esse lugar, e realmente muitas coisas estranhas aconteciam ali.

    Ouviu-se então a buzina de um carro na rua de cima, que fez todos pularem, todos menos Tom, que deu um tremendo berro e caiu derrubando Artur na sarjeta.

    Foi ao se levantar, limpando a areia da calça jeans, que Artur viu ao erguer os olhos para a casa em ruínas, um brilho verde intenso que vinha da mais alta e mais imunda janela, então como se percebesse o olhar do garoto o brilho sumiu.

    – Vamos gente, vamos embora daqui! – disse Artur de repente.

    Os outros imediatamente o encararam, Artur Ghridff com medo? Afinal ele, Artur, sempre fora o mais corajoso dos quatro, sempre fora o primeiro a tomar decisões sérias e agora estava ali diante deles com medo.

    Artur logo percebeu que os outros não tinham visto o que ele vira.

    Foi quando já estavam longe do casarão, que Luna perguntou:

    – O que foi que houve Artur?

    Artur parou de caminhar, os amigos pararam também, não respondeu imediatamente. O que será que os amigos pensariam se lhes contasse exatamente o que vira. Olhou de um rosto preocupado para outro e disse:

    – Nada, não foi nada. Só estou com fome e além do mais temos uma prova amanhã não devíamos estar estudando?

    Ele não soube se os amigos haviam realmente acreditado. Principalmente porque Luna não parou de lhe lançar olhares de esguelha durante todo o tempo em que estiveram estudando.

    Por fim, depois que os amigos tinham ido embora, Artur, disse boa noite a avó e foi se deitar.

    Muito mais tarde em sua cama ainda sem conseguir dormir, ele pensava na estranha luz que vira. O que era aquela estranha luz verde? Será que os amigos não tinham visto realmente nada? E se viram? Por que não contaram? Será que fora por medo assim como ele?

    Perguntas como essas não paravam de navegar por sua mente.

    Em consequência disso acabou perdendo a hora embora tivesse acordado muito cedo. Por fim se despediu da avó e foi embora.

    Dia de prova é igual em qualquer escola, todo mundo nervoso, uns, como Luna, que destruíra a dentadas duas canetas que Artur lhe emprestara, alguns tentando se lembrar do que haviam estudado e outros tantos tentando enfiar alguma matéria de última hora na cabeça.

    Chovia muito forte naquele dia, o vento açoitava as janelas, os relâmpagos riscavam o céu e os sucessivos trovões sacudiam a escola toda.

    Os alunos do primeiro ano A aguardavam inquietos a chegada da professora.

    Inquietos talvez fosse pouco para descrever, Luna, agora roía as unhas e mendigava uma caneta pela sala, Gui estava estudando para matemática, o que acontecia raramente, Tom parecia indiferente olhava vidrado a chuva cair lá fora através do vidro da janela, Artur, por sua vez, ainda pensava na velha casa.

    Juliana entrou na classe, carregada de livros e envelopes cinzentos e lacrados.

    – Desculpem o atraso. – disse ela depositando os livros sobre a escrivaninha.

    A classe parou o que estava fazendo, para prestar atenção.

    – A prova começará dentro de cinco minutos – continuou a professora –, antes disso preciso fazer algumas mudanças. Vejamos! Ah, Marryane troque de lugar com o Tom.

    Marryane, que estava conversando com seu grupinho, levantou a tampa da carteira para pegar seu material, se levantou com uma piscadela e veio se sentar, de mala e cuia, na carteira de Tom.

    Artur trocou de lugar com Laís na primeira fila e Gui com Pedro na terceira.

    Enquanto se sentava, Artur viu Marco levantar a tampa da carteira aonde Tom ia se sentar isso só podia dar em confusão.

    E foi exatamente o que se sucedeu. Quando Tom se sentou e levantou a tampa do móvel para guardar a mochila, deu um tremendo pulo e derrubou a cadeira fazendo enorme estardalhaço.

    Enfurecida, a professora foi até a carteira de Tom e de dentro dela retirou uma enorme aranha negra de borracha.

    – Francamente, essa foi à brincadeira mais sem graça que já vi na vida. Quem foi o autor ou autora de tal criancice?

    – Foi o Marco, professora! – disse Artur se pondo de pé.

    – Prove Artur! – exclamou Marco.

    – Silêncio! Um de cada vez! Como sabe que foi ele Artur? – disse a professora.

    – Eu o vi colocar alguma coisa na carteira – disse Artur –, com certeza à aranha.

    – Alguém mais viu isso? – tornou a professora.

    O restante da sala ficou em silêncio, Luna e Gui se entreolharam e depois encontraram o olhar de Artur.

    Sabiam muito bem a razão daquele silêncio repentino, todo mundo sabia que a família de Marco conhecia muito bem a família de Marryane e tinham medo de Antônia Morgado. Todos menos Daiane, que se levantou e disse:

    – Foi o Marco, eu também vi professora!

    Marco lançou a Daiane um olhar mortífero, que a garota retribuiu com a mesma intensidade.

    Artur teve de admitir que Daiane era mesmo muito corajosa e muito bonita também, pensou de repente.

    – Marco, por obséquio se retire e me aguarde na direção, preciso ter mesmo uma conversa muito séria com você! – disse a professora.

    Marco saiu pisando forte.

    A professora entregou as provas e se sentou em sua escrivaninha.

    Quando o sinal tocou no fim da tarde, finalizando mais um dia de aula, ainda chovia forte. Artur, Tom, Gui e Luna se sentaram em um banquinho no pátio coberto, para esperar a multidão de alunos que iam para a saída.

    Marco passou com sua turminha de cara fechada, tinha pegado uma suspensão da diretora por sua brincadeirinha. Daiane passou logo em seguida, cumprimentou a todos e ainda acenou um tchauzinho para Artur, que sorriu sem jeito.

    – Parece que tem alguém apaixonado por aqui, não é Artur? – riu Gui.

    Artur não respondeu ainda observava Daiane se afastar.

    Gui deu-lhe um empurrão.

    – Que… ah, certo vamos! – disse Artur atrapalhado.

    – Ih, acorda! – disse Gui estalando os dedos diante de Artur. – Vamos, acho que a maioria do pessoal já foi.

    Os quatro pegaram um ônibus e durante quase todo o percurso para casa, Artur só pensou em Daiane. Mas ao chegar ao semáforo, na Avenida das Rosas, seus pensamentos foram invadidos por outra coisa.

    Ao olhar para a casa em ruínas, se lembrou da luz verde e teve uma repentina ideia para tirar essa história toda a limpo. E se virando para Tom, Luna e Gui, perguntou:

    – Vocês podem passar a noite lá em casa hoje?

    – Quê??? – indagaram os três ao mesmo tempo.

    Depois de três ligações muito demoradas para os seus pais, da casa de Artur, os três amigos foram liberados.

    Dona Gigi, preparou duas camas de armar no quarto de Artur, para Gui e Tom e colocou um colchão em seu quarto para Luna.

    Depois do jantar Artur levou os três para o quarto e disse:

    – Lembram-se daquele dia em que vínhamos a pé e paramos em frente ao…

    – Você também viu? – interrompeu-o Luna.

    Artur encarou os três.

    – Então… então... Vocês viram a luz verde?

    Nesse instante a chuva lá fora parou de cair e um vento forte abriu a janela do quarto.

    – O que está havendo? – perguntou Tom.

    – É isso que me pergunto – disse Artur se levantando e indo fechar a janela. – Por que não me contaram nada?

    – Ora, pela mesma razão, ué! – explodiu Gui. – Pensei que iam achar que eu tinha ficado maluco ou coisa parecida.

    Os quatro se entreolharam, e então, Artur disse:

    – Tive uma ideia.

    – Qual? – perguntou Luna.

    – E se a gente fosse até a velha casa investigar?

    – Boa! – disseram Gui e Luna.

    – Tom – disse Artur em tom se quem súplica.

    – Ah, está bem, sou minoria, seu chantagista. Mas como vamos chegar lá?

    – Metade do plano já está armado, vocês já estão aqui? – disse Artur – E nós três, podemos sair daqui com facilidade, mas o verdadeiro problema é como vamos tirar a Luna do quarto da vovó?

    – Quanto a isso não se preocupem eu tenho um plano! – disse a garota em tom de superioridade.

    Alguém bateu na porta, sobressaltando a todos e dona Gigi entrou no quarto.

    – Boa noite, mas não acham que já estudaram demais? – perguntou.

    – Apoiado, apoiado! – disse Tom.

    – Bem Luna, estou lhe esperando.

    Ela saiu fechando a porta ao passar.

    – Não precisam se preocupar eu vou estar aqui. – Cochichou a garota.

    – As onze. – disse Artur, no mesmo tom.

    – Ok! – respondeu ela e saiu.

    Ainda estava nublado às onze horas, Artur, Tom e Gui aguardavam inquietos a chegada de Luna. As onze e meia ela chegou.

    – Foi difícil, hein! – disse ela. – Só pude sair quando tive certeza de que sua avó estava dormindo, Artur.

    – Mas, ela viu você? – perguntou Artur.

    – Não… bem, acho que não.

    – Acho melhor a gente ir – disse Gui consultando o relógio.

    Os três garotos vestiram os casacos e calçaram os tênis, depois Artur distribuiu lanternas e apanhou o celular na mesa de cabeceira.

    – Venham, vamos!

    Os quatro saíram andando em silêncio pelo corredor às escuras, viraram à esquerda e desceram as escadas. Já na sala de visitas, Artur, destrancou a porta e os quatro saíram rua afora.

    O vento gélido da noite agitou seus cabelos e roupas enquanto os quatro corriam pela rua abaixo e atravessavam a próxima para cruzar a praça. A grama estava orvalhada devido à forte chuva das últimas horas e vários postes de luz estavam apagados.

    – Eu odeio essa escuridão – resmungava Tom baixinho, enquanto caminhava encolhido sob casaco.

    A pequena cidade de Flores dormia serena sob o céu encoberto de nuvens que ocultavam a lua e as estrelas e um mendigo deitado em uma calçada da Avenida das Rosas também.

    Artur, Gui, Luna e Tom, pararam em frente ao casarão. Artur abriu a boca engoliu em seco e tornou a fechá-la, depois encontrando a voz disse:

    – Bem vamos!

    Eles atravessaram um pequeno portão que rangia e entraram.

    O vento agitava as copas agourentas das árvores, uma coruja piou ao longe, a lua estava encoberta pelas densas nuvens de chuva e, ao ver essa cena, Tom tremeu ainda mais. Mas não era o único a sentir medo, quando Artur se lembrou do estranho brilho verde sentiu um arrepio percorrer seu corpo.

    Os quatro se entreolharam mais uma vez e começaram a andar, ou melhor, Luna, Gui e Artur começaram a arrastar Tom. Quando eles finalmente, pararam diante da casa, viram que o brilho verde retornara.

    – Vocês viram? – perguntou Artur.

    Luna, Tom e Gui confirmaram. Sem aviso, Artur correu e entrou na casa.

    – Artur, não deixa a gente aqui – berrou Luna, mas Artur não ouviu.

    Então Luna correu atrás de Artur.

    – Luna! – Gui a seguiu.

    Tom se viu de repente sozinho, no escuro.

    – Ah, não me deixem aqui. – E entrou também.

    O lugar não precisava só de uma faxina e sim de um mutirão. Eles imediatamente foram obrigados a ligar as lanternas.

    O tapete estava coberto por uma grande camada de poeira, o velho lustre, coberto de teias de aranha, estava prestes a cair e balançava precariamente no teto de madeira apodrecida pelo tempo. As cortinas pendiam sujas encobrindo a janela de caixilhos coberta de lama, os móveis estavam cobertos por panos encardidos, que com certeza (num passado muito distante), haviam sido brancos. Do outro lado, da sala havia uma escada que subia em caracol a perder de vista, e lá no alto, podiam ver o brilho verde.

    Como se fossem uma só pessoa, os quatro começaram andar em direção à escada. A cada passo uma nuvenzinha de poeira se erguia do tapete. Subiram a escada sem ouvir o som dos próprios passos, devido à grossa camada de terra que caíra através dos tempos do teto imundo. Chegaram a um patamar onde a luz verde brilhava mais intensamente.

    Com cuidado, Artur, Tom, Gui e Luna se embrenharam pelo corredor cujo assoalho rangia a cada passo. A lua apareceu por um breve instante e iluminou através de uma janela na extremidade oposta à que estavam um grande vaso de porcelana cheio de teias de aranha.

    Havia outra escada, à direita, no fim do corredor, eles subiram por ela. Artur na frente, seguido por Tom, depois Luna e por fim Gui. Agora com as lanternas apagadas, pois a luz brilhava tanto, por entre as fendas em volta da porta de madeira podre, produzindo uma visão fantasmagórica, que não mais havia necessidade de usá-las.

    Artur respirou fundo, e reunindo toda a sua coragem segurou na maçaneta enferrujada, um relógio bateu meia noite em algum lugar lá embaixo, na mesma hora em que ele girou a maçaneta.

    A luz imediatamente os cegou e foi tão forte, que acordou o mendigo que dormia na calçada. Tão forte, que todos os que estavam na rua naquele instante puderam vê-la brilhar imponente sobre toda Flores e durante muito tempo só se falava em um assunto na pequena cidade, o desaparecimento dos quatro amigos.

    Artur, Tom, Gui e Luna, porém, se viram caindo em um redemoinho de luzes até baterem em algo fofo e tudo escurecer.

    CAPÍTULO 2 | A história de Sofia

    Artur acordou com os primeiros raios de sol da manhã. Estava deitado, ao que parecia, na grama fofa. Manteve os olhos fechados, não queria se levantar, seu corpo inteiro doía, parecia até que levara uma surra. Ouviu alguém chamar seu nome:

    – Está bem! ... – disse – Já estou indo vovó…

    Então, percebeu que não era sua avó que o chamava, e sim Gui.

    – ARTUR! ARTUR!

    Artur abriu os olhos e os raios de sol o atingiram em cheio no rosto.

    – Você está bem? – perguntou Gui.

    Artur, porém, não pode distinguir a expressão do amigo, devido à intensa claridade.

    – Ora, claro que estou! – respondeu – Por que a pergunta?

    Artur se sentou, seus olhos se acostumando à claridade, e olhou a volta, seu queixo caiu.

    – Onde estamos? – perguntou.

    – Eu não faço a mínima ideia. – respondeu Gui.

    Então, de repente, Artur se lembrou de tudo, do redemoinho de cores, da luz verde, da velha casa e até da queda.

    Estavam agora, em uma planície deserta e gramada, ao longe podiam ver os contornos difusos de um pequeno vilarejo e do outro lado, a uns cem metros, as primeiras árvores do que parecia ser uma imensa floresta.

    Artur procurou os amigos, estavam caídos ali perto e Gui tentava acordá-los.

    Enquanto, Luna e Tom tinham a mesma reação de Artur, o próprio Artur examinava o celular que trouxera. Funcionava, mas sem área de cobertura de nenhuma operadora de telefonia.

    – Que ótimo! – exclamou guardando o celular no bolso do jeans. – Estamos perdidos, no meio do nada, sem telefone, sem bebida ou comida, não temos nenhuma orientação. Ah, e sem saber onde estamos!

    – Engano seu – disse Luna que estivera amarrando o cadarço do sapato. – Não estamos sem orientação. É só a gente procurar a direção em que o sol nasce.

    – Luna! – disse Tom.

    – Que é?

    – Qual sol?

    – Ora! – disse Luna olhando para o céu – O uni…

    Mas parou o que estava dizendo.

    Querendo saber o porquê, Artur também olhou para o céu. E foi respondido imediatamente o por quê?.

    Não havia apenas um sol, mas dois, brilhando juntos no céu. O da direita bem maior que o da esquerda.

    – Ah, meu Deus! – exclamou Luna.

    – O que você dizia Luna? – disse Gui sarcástico.

    – O que vamos fazer? – indagou Artur.

    – Está frio. – disse Tom, que mesmo com o casaco tremia.

    – Acho melhor irmos até aquele vilarejo – disse Luna, que estivera olhando a volta.

    – Vejam! – disse Tom de repente. – Há fumaça subindo lá para o lado da floresta. Deve ter alguém por lá!

    – Eu não sei. – disse Luna.

    – Ora bolas, é bem mais perto! – argumentou Gui.

    Depois de muita insistência, Luna acabou cedendo com a desculpa de que estava mesmo ficando muito frio. Eles, então, seguiram em direção a grande floresta. As árvores não demoraram a cercá-los, o vento brincava de redemoinho com as folhas no chão, as árvores eram grandes e magníficos cedros cujas copas balançavam ao vento. Depois de alguns minutos de caminhada toparam com uma cabana de madeira, que ficava no centro de uma pequena e apertada clareira.

    – Será que tem alguém aí? – inquiriu Luna.

    – Claro que tem – disse Gui –, não está vendo a fumaça saindo da chaminé!

    – Puxa! Então nessa casa deve ter uma lareira, eu sempre quis ver uma! – disse Tom animado.

    Luna revirou os olhos.

    – Ainda assim, acham que é seguro? – prosseguiu Luna – Lembrem-se de que não sabemos onde estamos.

    – Bem vamos descobrir! – disse Artur.

    Os quatro foram bem juntinhos até a porta e bateram.

    Uma mulher abriu a porta. Era bem jovem, tinha a aparência aristocrática, de alguém que sabia de tudo, aparência que às vezes Luna adquira quando respondia corretamente à pergunta de um professor. Seus olhos eram verdes e ela era alta, muito alta mesmo.

    – Ah, sim estava aguardando vocês, Luna, Tom, Gui e Artur, não é?

    Os queixos deles caíram, como ela sabia seus nomes? Os quatro se entreolharam sem entender.

    – Por que não entram? – convidou a mulher animada.

    Talvez porque estivessem perdidos sem saber onde estavam, ou talvez por que os quatro não tivessem para onde ir, o fato foi que eles entraram.

    Era uma casa simples, na sala, apertados, havia apenas duas poltronas fofas perto da lareira, decoradas com almofadas rosa e vinho, uma mesa redonda a um canto, a única janela, coberta por uma cortina vinho dava para a floresta e havia uma porta ao lado dela.

    Ela indicou a mesa e os quatro sentaram incapazes de falar alguma coisa. Então Artur, arrumando coragem, nem ele soube de onde, perguntou:

    – Como sabe os nossos nomes?

    – Vocês devem estar com fome, não? – disse a mulher simplesmente.

    Em resposta a barriga de Tom deu um tremendo ronco.

    – Sim, vocês estão! – concluiu ela.

    Ela desapareceu por um instante atiráveis da porta e voltou logo depois (sem demora, como se tudo já estivesse pronto para eles), mal dando tempo de os quatro amigos sequer trocarem um olhar assustado, desconfiado e tenebroso tudo isso ao mesmo tempo.

    Ela trouxe uma jarra de leite e uma tigela cheia de sanduíches e disse:

    – Acho que devem estar sem entender, antes de qualquer coisa bem-vindos à terra de Almar.

    – Terra de… quê? – perguntou Artur.

    – Terra de Almar. – Repetiu a mulher. – Comam, sei que estão com fome.

    – Desculpe – disse Artur –, mas a senhora ainda não respondeu a minha pergunta.

    – Agora, por favor, me chamem de Sofia, todos vocês, está bem?

    Eles concordaram com a cabeça.

    – E como sei os seus nomes, bem, o meu nome já diz tudo, não é Luna?

    – Sabedoria, é isso que Sofia significa. – respondeu Luna.

    – Exato! – concordou Sofia. – Sou Sofia, a sabia e sei tudo desse mundo e do seu.

    – Então, talvez possa nos ajudar! – disse Gui. – Precisamos sair daqui, temos que voltar para casa, e se a senhora sabe tudo sobre este lugar pode nos dizer como faremos isso? Ah, e que lugar é esse?

    – Já lhes disse, essa é a Terra de Almar – disse Sofia.

    – Como assim – disse Artur –, o que quer dizer?

    – Quero dizer que não estão mais em seu mundo, regressaram quatro mil anos no tempo, atravessaram a barreira do que para vocês é real e imaginário. Vocês estão em outro mundo agora. Um mundo paralelo ao seu.

    Essa com certeza foi a última resposta que esperavam.

    – A senhora deve estar brincando, não é? – disse Artur.

    Mas na mesma hora que perguntou isso, teve a certeza de que Sofia não estava brincando.

    – Não, não estou Artur.

    – Espera aí, só pode estar voltar no tempo, isso é impossível, simplesmente impossível. – disse Luna.

    – Não, não é! – disse Sofia, falava muito calmamente, desde que haviam entrado ali e isso agora começava a irritá-los.

    – Então, como é possível? – tornou a garota.

    – Por meio de mágica. Não estão mais em 2007, no novo mundo ou no país que chamam de Brasil. Estão no ano de 1315 da Terra Antiga dos Cinco Povos Livres de Almar.

    – Mas isso é impossível, tem que ser! – insistiu Luna.

    – Eu já disse que não é – disse Sofia e quando falou abandonou aquele seu tom calmo, falava agora com mais força e vigor.

    – O que está acontecendo? – explodiu Artur. – Onde estamos e como saímos daqui?

    – Uma pergunta de cada vez! – disse Sofia. – Por favor!

    – Tudo bem! – disse Artur. – Onde estamos?

    – Em Almar!

    – O que está acontecendo?

    – Bastante coisa!

    – Por que viemos parar aqui?

    Sofia respirou fundo e disse:

    – Finalmente chegamos ao ponto em que eu queria. Agora Artur Ghridff, vou responder as suas duas últimas perguntas. Vocês vieram para cá, porque foram escolhidos dentre todos de seu mundo para uma missão e só poderão sair daqui quando realizá-la, precisão realizá-la, não só para irem para casa, mas porque o destino de Almar depende da escolha de vocês.

    Houve um pesado momento de silêncio.

    – Francamente! – disse Luna. – Essa foi à história mais fantasiosa que já ouvi.

    – Mas é real! – contrapôs Sofia, um pouco desesperada agora. – Almar sempre existiu, mas os homens dos outros mundos se esqueceram dela, não só dela, mas de uns dos outros também. Agora é só uma lembrança nas histórias. E está prestes a desaparecer para sempre.

    – Desaparecer? – perguntou Gui.

    – Isso mesmo. – disse Sofia. – E tudo por causa de Hoo-Woov.

    – Quem é Hoo-Woov? – tornou Gui.

    – Há muitos anos, quando os homens de fora começaram a se esquecer deste lugar, os quatro Guardiões Elementares se uniram para lutar contra o inimigo Hoo-Woov, que havia roubado o Cetro de Poder, e enlouquecera por isso, tornando-se mal, perverso e cruel. Eles conseguiram derrotá-lo e o isolaram nas ilhas Negras e a paz voltou a reinar entre os cinco povos mais uma vez, mas Hoo-Woov jurou que ia se vingar. E ele já começou, ele se aliou a Gerva, a Feiticeira das Terras Inomináveis do Norte e invadiu a Terra dos Homens do Mar, agora é de lá que ele dá às ordens.

    – Então Hoo-Woov já chegou! – disse Artur.

    – Sim!

    – Espera aí – disse Gui de repente –, você está querendo dizer que a nossa missão é impedir Hoo-Woov?

    Sofia ficou quieta um estante depois disse:

    – Exatamente.

    – Está maluca! – concluiu Gui – Enlouqueceu só pode? Vamos gente vamos arranjar um jeito de sair daqui.

    Artur, Tom e Luna não precisaram ouvir duas vezes, se levantaram e já estavam quase na porta quando Sofia disse:

    – Podem ir se quiserem, mas não vão conseguir sair daqui, enquanto não terminarem a sua missão e se isso não acontecer, todos nós vamos morrer, inclusive vocês.

    Foi como se uma mão de ferro tentasse a todo custo arrancar seus corações.

    – O quê?! – exclamou Artur.

    – Isso que vocês ouviram.

    – Isso é um absurdo! – rugiu Artur. – Então praticamente somos obrigados a cumprir essa tal missão e, além do mais, não temos nada com isso.

    – Sim e não. – disse Sofia, voltando a falar em seu tom calmo. – Pode ficar aqui sentados esperando a morte chegar e Almar ser destruída, ou cumprir sua missão e voltar para casa. Mas uma coisa é certa se algo de ruim acontecer a esse mundo as consequências para o seu também não vão ser nada boas.

    – Como assim? – perguntou Tom, era a primeira vez que falava depois de terem chegado à casa de Sofia.

    – Esse mundo e o seu estão interligados, assim como todos os universos – explicou Sofia. – Todos eles existem em harmonia e um depende do outro para existir. Se por acaso esse mundo, Almar, for destruído, com o passar do tempo uma parte de seu mundo também, assim como os elementos climáticos que o mantêm em equilíbrio.

    Os quatro se sentaram e ficaram em silêncio por um tempo. Artur agora considerava que Sofia talvez falasse a verdade. Por isso perguntou:

    – Mas o que Hoo-Woov vai ganhar com isso, se destruir tudo…

    – Aí está o pior, Hoo-Woov pretende conseguir alguma coisa que vai levá-lo a outro lugar, ao seu mundo Artur, é lá que ele pretende tomar o poder agora, depois que ele se vingar e destruir Almar, de modo que não exista mais ninguém que o impeça de alcançar seus fins.

    Houve outro momento de silencio, por fim Artur disse:

    – Temos apenas uma escolha, morrer ou morrer, não é?

    – Não, Artur! – disse Sofia. – Morrer ou viver, ainda pode e há vida no futuro. Mas a escolha é de vocês, não posso interferir.

    Os quatro amigos se entreolharam e Artur teve certeza de que os quatro estavam pensando a mesma coisa.

    – Se é assim – disse ele –, mesmo que não dê certo, eu estou dentro. Mas…

    Artur olhou para os amigos, apreensivo e o que Luna disse, fez com que esse estado piorasse ainda mais.

    – Viemos porque quisemos, poderíamos ter deixado você entrar sozinho no casarão, mas não o fizemos. Tivemos a oportunidade de desistir! E, vamos ficar fazendo o que aqui, se não podemos voltar. Não, vou com você até onde tiver forças.

    – A Luna tem toda razão – disse Gui. – Não vamos ficar aqui parados esperando você voltar com notícias, podem contar comigo!

    – Somos seus amigos, esqueceu? – disse Tom. – Estou com você para o que der e vier e mais um pouco se for preciso.

    Ele nunca parecera mais decidido.

    Há coisas que não podem ser mudadas por mais que a gente queira, o que nos cabe é aceitá-las e compreendê-las, pois não sabemos que consequência elas poderiam gerar se não tivessem acontecido, agora para esses quatro amigos essa escolha pode não ter tido tanta importância, mas sem ela, eles jamais teriam chegado muito longe. Foi isso que Artur aprendeu naquele dia, não havia mais volta e Artur tinha certeza de que se lembraria daquele dia para sempre.

    – Conte-nos tudo que precisamos saber – disse ele por fim.

    Sofia serviu mais sucos e sanduíches antes de recomeçar a falar.

    – Tudo começou há novecentos anos, com a criação de o Cetro de Poder. Esse cetro tinha poderes incríveis, é claro fora criado pelas mais extraordinárias criaturas existentes, as quatro fênix Lan, da água, Vian, do gelo, Smy, do vento e Trim, da terra. Acreditávamos que aquele Cetro era a prova da união e da paz definitiva dos Cinco Povos de Almar.

    Foi aí, que começaram os problemas. Naquela época, a Terra de Almar, era dividida em quatro reinos. O reino dos Homens, o reino Dourado, o reino de Prata e o reino de Bronze.

    – Mas o quê… – começou Gui, interrompendo Sofia.

    – Vou chegar lá! – prosseguiu Sofia em meio ao Chiii de Luna.

    Foi então, decidido que o cetro seria guardado no Reino Dourado. Pois, o lugar, era protegido por uma mágica antiga e poderosa. Foi nessa época, que a Feiticeira Negra, chegou a nossa terra e foi exatamente por isso que o Cetro foi escondido no reino Dourado, pois estávamos em guerra contra a Feiticeira. Depois de vencida a guerra, todos os outros reinos concordaram que seria melhor que o Cetro ficasse onde estava. Todos os reinos exceto um….

    – Quê? – foi à vez de Luna interromper – Um dos reinos não concordou? Por quê?

    – Sim, isso mesmo. – disse Sofia. – O reino dos Homens não concordou. Queria que o cetro ficasse em seu poder, mas como eram três contra um ele perdeu. Mas não pensem que era todo o reino dos Homens que queria o Cetro de Poder, só uma pequena parte dele era que desejava. Depois disso, surgiu uma discórdia sem limites, entre o reino dourado e o reino dos homens, embora não houvesse diferença entre eles, já que os dois eram formados por homens, só que o Dourado possuía Reis e o dos Homens Senhores, mas isso não vem muito

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